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Carolina Maria de Jesus -

de catadora a doutora

EEEF Vera Cruz


Língua Portuguesa
Fundamental II
Prof. Ana Lapolli Campos

1
Quem foi Carolina Mª de Jesus?

Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras


negras do Brasil e é considerada uma das mais
importantes escritoras do país, sua obra mais
conhecida é “Quarto de Despejo: Diário de uma
Favelada”, publicado em 1960. Foi vendido em 40
países e traduzido para 16 idiomas.

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A doutora
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
concedeu o título de doutora honoris causa
Carolina Maria de Jesus, escritora mineira falecida
em 1977, aos 62 anos. O Conselho Universitário
da UFRJ aprovou a outorga do título por
unanimidade, no dia 25 de fevereiro de 2021, em
uma sessão exibida na webTV UFRJ, canal da
instituição no Youtube.

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O título Honoris Causa significa “por causa de
honra”, e sua concessão independe da
instrução educacional, sendo dedicada a quem
se destacou por virtudes, méritos e atitudes.
Quem recebe o título passa a ter os mesmos
privilégios de quem concluiu um doutorado
acadêmico tradicional.

4
A catadora
Carolina cresceu em uma
comunidade rural na
cidade de Sacramento,
em Minas Gerais, onde
nasceu em 14 de março
de 1914. Foi vítima de
maus tratos na infância
e teve contato com a
vida escolar por apenas
dois anos.

5
Em 1937, após a morte da mãe,
mudou-se para São Paulo e
morou na favela do Canindé,
desempregada e grávida.
Trabalhou como catadora de
resíduos para criar três filhos
e, a partir disso, registrou no
papel seus relatos de tristeza,
emoções e enfrentamentos.

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A escritora
Carolina se revelou como escritora após os 30 anos. Filha de
analfabetos, Bitita, como era chamada quando criança, estudou
apenas até o segundo ano do ensino fundamental. O curto período
nos bancos da escola, no entanto, foi suficiente para fazê-la tomar
gosto pela escrita e pela leitura.

Sem largar de mão a literatura, apesar da dureza de sua profissão,


aproveitava os cadernos usados que recolhia para registrar o
cotidiano em que vivia.

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Foi assim que deixou uma obra literária atualmente
reconhecida como de extrema relevância para a luta
antirracista.
Seu primeiro e mais famoso livro, "Quarto de Despejo -
Diário de Uma Favelada", foi publicado com o apoio do
jornalista Audálio Dantas, em 1958, a partir das anotações
que fazia em vinte cadernos.

Depois de sua morte, seis obras póstumas foram publicadas,


a partir de cadernos e materiais deixados por ela. Em 2017,
o jornalista Tom Farias publicou o livro Carolina: uma
biografia, pela Editora Malê.

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O Livro
“… Eu escrevia peças e apresentava aos
diretores de circos. Eles respondia-me:
— É pena você ser preta.
Esquecendo-se eles que eu adoro a minha pele
negra, e o meu cabelo rustico. Eu até acho o
cabelo de negro mais iducado do que o cabelo
de branco. Porque o cabelo de preto onde
põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco,
é só dar um movimento na cabeça ele já sai
do lugar. É indisciplinado. Se é que existe
reincarnações, eu quero voltar sempre preta”.

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Ouça aqui outro trecho do livro
https://www.youtube.com/watch?v=G4HQLlliK6Q

10
E aqui um pequeno documentário sobre
a vida e a obra de Carolina

https://www.youtube.com/watch?v=AkeYwVc2JL0
11
Fontes:
https://observatorio3setor.org.br/noticias/ufrj-reconhece-
carolina-maria-de-jesus-como-doutora-honoris-causa/
https://obenedito.com.br/preta-pele-preto-lugar-moro/
http://www.bibliotecapublica.mg.gov.br/index.php/pt-
br/noticias/513-carolina-maria-de-jesus-recebe-titulo-
de-doutora-honoris-causa-da-universidade-federal-do-
rio-de-janeiro

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