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ADVENTO DA MODERNIDADE

 Desencantamento em relação as religiões salvificas


 A libertação dos homens frente ao domínio dos mitos, da magia acabou por
transformar a razão científica em um mito, consolida-se como ideologia e
legitima o sistema capitalista.
 A dominação do homem sobre a natureza se tornou também uma dominação
do homem sobre o homem.
 Racionalidade instrumental_ agir racional finalista formal = agir
teleológico/internalizado no agir se faz presente uma finalidade/ a
finalidade como impulso para evoluir .Movimento mecânico que avança na
relação custo e benefício.
 O objetivo da sociedade é produzir riqueza.
HEGEL (1770-1831)
 Estado de natureza : relações de confronto entre o senhor e o escravo
 Senhor – arrisca a vida por prestígio/empreendedor/ movido pela liberdade
em ousar criar/realizar
 O trabalho é a essência do homem: é o trabalho escravo que cria a história
humana ao transformar o mundo natural em um mundo habitável pelo
homem.
 1° momento – o homem trabalho por medo da morte e da punição
 2°momento – por uma noção de dever e autodisciplina desenvolve a ética do
trabalho.
JONH LOCKE ( 1632 – 1704)

 Trabalho – garantidor da formação de um ambiente comum entre os homens,


e apenas o trabalho, a mais especifica das propriedades do homem deve ser
valorizada e elevada como fundamento da vida em comum.
ADAM SMITH ( 1723 – 1737)

 Trabalhador
 Ele deve nessa sociedade de proprietários vender o seu trabalho no mercado
de troca de um salário – único ganho lícito que pode garantir a sua
subsistência – e deve ao mesmo tempo se submeter à vigilância do
comprador.
Raquel Rolnik
Guerra dos Lugares.

 Década de 90 . Política habitacional do Banco Mundial


 Housing: Enabling Markets to Work / Habitação: permitindo que os mercados
funcionem ou trabalhem.
 A tomada do setor habitacional pelo setor financeiro não representa apenas a
abertura de mais um campo de investimento para o capital. Trata-se de uma
forma peculiar de reserva de valor, por relacionar diretamente a macroeconomia
com os indivíduos e as famílias, e possibilitar, através dos mecanismos de
financiamento, que vários atores centrais do sistema global se interliguem, como
os fundos de pensão, bancos e instituições públicas.
 Nenhuma montagem de sistemas financeiros de habitação, prescindem da ação
do Estado, não apenas na regulação das finanças, mas também na construção da
hegemonia política da concepção da casa como mercadoria e ativo financeiro.
Centro de Trabalhos para Ambiente Habitado – Usina (CTAH)

Adequação sócio-tecnológica: construção social a ser reprojetado mediante a internalização


de valores e interesses alternativos às instituições onde é produzida, pluralidade, controle
democrático.
arquitetura, política e autogestão: 
um comentário sobre os mutirões habitacionais
USINA
 Os canteiros de obra geridos pelos movimentos populares nas cidades e em
assentamentos de reforma agrária, mobilizando fundos públicos para a
construção de habitações, escolas e espaços coletivos, foram e talvez ainda
sejam lugares de experimentação em diversos níveis. Esses “mutirões”
representam um locus de invenção de práticas autonomistas e de
fortalecimento das organizações populares, com repercussões visíveis, a
começar pela própria qualidade do espaço ali inventado e construído – muito
diferenciado dos conjuntos habitacionais convencionais.
Autogestão e mutirão:
paradoxos de uma forma futura vivida no presente

 O mutirão autogerido é uma associação de trabalhadores para a produção de uma mercadoria sui

generis, que não é produzida imediatamente para o mercado mas para subsistência. Nele se

produz um objeto que cristaliza trabalho e que tem valor de uso (e potencial valor de troca), mas

que não foi estritamente planejado com o objetivo da venda e da valorização do capital. Nesse

caso a autogestão não se confronta diretamente com o mercado, mas com o Estado, requisitando

um fundo público para alimentar a sua produção para consumo direto dos produtores. Deste

modo ela não internaliza a lógica do mercado, como a cooperativa, e explicita (e nesse sentido

externaliza) o conflito com o Estado capitalista, numa disputa pela apropriação da riqueza social.

Esta diferença distingue o mutirão de uma empreiteira – onde prevalece a sujeição salarial – e

também de uma cooperativa de construção – presa às leis de concorrência – e por isso precisa

ser melhor analisada, para que possamos ter em vista suas possibilidades transformadoras.
Arte urbana
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Processos de experimentações. Participação social. Novas linguagens
urbanas
 Flâneur: “ ele observa a multidão, que desfila nos bulevares. Ele examina o
passante, o homem na multidão...em seu passei, ele vai colher impressões,
alimentar-se de vivências, botanizar no asfalto. Para ele, a rua se transforma
em interior e está em casa entre fachadas, como o particular entre as
paredes. Entregue às fantasmagorias do espaço, é no espaço que ele percebe
o tempo. Perambulando pela cidade, ele recorre às memórias nela
depositadas e recorda-se do seu próprio passado.(Sergio Paulo Rouanet. As
razões do iluminismo,p.76)
 “Também o coletivo é corpóreo. É a physis, que para ele se organiza na
técnica, só pode ser engendrada em toda a sua eficácia política e objetiva
naquele espaço de imagens que a iluminação profana nos tornou familiar.
Somente quando o corpo e o espaço de imagens se interpenetrarem, dentro
dela, tão profundamente que todo as tensões se transformem em tensões
revolucionárias...”.( Walter Benjamin. Magia e técnica, arte e política.p.35)
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Processos de experimentações. Participação social. Novas linguagens
urbanas

 À mobilidade física do cidadão cosmopolita foi acrescida a mobilidade virtual


das redes. Ambas as mobilidades entrelaçaram-se, interconectaram-se e
tornaram-se mais agudas pelas ações de uma sobre a outra. A popularização
gigantesca das redes sociais do ciberespaço não seria possível sem as
facilidades que os equipamentos móveis trouxeram para se ter acesso a elas,
a qualquer tempo e lugar. É justamente nesses espaços da hipermobilidade
que emergiu o leitor ubíquo, trazendo com ele um perfil cognitivo inédito que
nasce do cruzamento e mistura das características do leitor movente com o
leitor imersivo. ( Lucia Santaella. O leitor ubíquo e suas consequências para a
educação)
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Processos de experimentações. Participação social. Novas linguagens urbanas

WILLIAMS,Raymond. Cultura.R.J.:Paz e Terra,1992.


“Produtores culturais e grupos dominantes. Em geral é verdade que essas
ligações se fazem com os elementos dominantes, mas isso é variável, tanto
em forma como em grau, segundo a natureza do tipo particular de
dominação. A ligação pode ser exclusiva, de modo que o trabalho cultural é
desempenhado apenas para o grupo dominante. Pode ser estrategicamente
inclusiva, de modo que, embora seja desempenhado para todos, isso se faz no
interesse do grupo dominante. Pode, também, ser em formas mistas, muitas
vezes como as formas de especialização. Mas deve também ser salientado
que, em determinadas circunstâncias de dominação e subordinação, e de
lutas no interior delas, alguns tipos de trabalho cultural são deliberadamente
produzidos e mais ou menos deliberadamente vinculados a um grupo
subordinado.”216.
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Processos de experimentações. Participação social. Novas linguagens urbanas

Feenberg, Andrew. Racionalização Subversiva: Tecnologia, Poder e Democracia <


www.sfu.ca/~andrewf/demratport.doc>
“A racionalização na nossa sociedade responde a uma definição particular de tecnologia como
um meio para obter lucro e poder. Uma compreensão mais abrangente da tecnologia sugere uma
noção muito diferente de racionalização, baseada na responsabilidade para os contextos
humanos e naturais da ação técnica. Eu chamo isto "racionalização subversiva" porque requer
avanços tecnológicos que só podem ser feitos em oposição à hegemonia dominante.”
Arte urbana
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Processos de experimentações. Participação social. Novas linguagens urbanas.
 A pedagogia da ação direta entre redes e ruas: mediações e interações
tecnológicas ( Dr. Gilson Queluz e Drª Marilda L.P. Queluz)
 “Problematizar o uso da tecnologia e das mediações tecnológicas como
processos socioculturais de produção coletiva do conhecimento e expressão
criativa”.
 ? Teoria da Arte reflexa como uma projeção da realidade
 “Consideramos, como Williams, que nada é determinado pela tecnologia, mas
que os sistemas tecnológicos podem abrir novas possibilidades de relações
culturais, inclusive aquelas de resistência e de oposição a ordenação
vigente”.
 Arte libertária: “materializa a possibilidade concreta de novas relações
sociais, de uma alternativa social que se propõe como resistente à ordem
sociocultural vigente,...”.
Cores urbanas: tecnologia dá mais vida à arte pelas ruas

https://www.youtube.com/watch?v=12en4RlVPgk
ISTVÁN MÉSZÁROS. PARA ALÉM DO CAPITAL. Ed. BOITEMPO.
 

 O sistema de sociometabolismo do capital é poderoso e abrangente, tendo


seu núcleo constitutivo formado pelo tripé capital, trabalho e Estado.
 No curso do desenvolvimento histórico real, as três dimensões fundamentais
do capital – produção, consumo e circulação/distribuição/realização –
tendem a se fortalecer e a se ampliar por um longo tempo.
ISTVÁN MÉSZÁROS. PARA ALÉM DO CAPITAL. Ed. BOITEMPO.

 O complexo militar-industrial resolve com sucesso essas duas restrições


fundamentais. Com relação à primeira dimensão consegue se legitimar como
dever patriótico absolutamente inquestionável o verdadeiro desperdício
ilimitado de “devorar” recursos. Do mesmo modo, em relação ao segundo
aspecto vital, o complexo militar-industrial remove com sucesso as restrições
tradicionais do círculo de consumo real.
 Assim, ambas oferta e demanda, tornam-se cinicamente relativas de modo a
possibilitar a legitimação da oferta pela demanda fictícia. O resultado é que a
oferta em questão (não importa quão perdulária, perigosa, indesejável e
destrutiva) é forçosamente imposta à sociedade por critérios legais
inquestionáveis e se torna a suprema demanda da Nação.
Os tempos estão mudando

Vem pra cá, pessoal


Por onde quer que você andem
E admitam que as águas
Em volta de vocês subiram
E aceitem que logo
Vão estar encharcados até os ossos
Se vocês acham que vale a pena salvar seus ossos
Se vocês acham que vale a pena salvar o seu tempo
Então é melhor começar a nadar pra não afundar como pedra
Porque os tempos, eles estão mudando...
Bob Dylan

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