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Formação reticular e trabalho ocular

Frinéa Souza Brandão


João Paulo Lyra da Silva
“O trabalho científico começa
quando o significado das
palavras e dos conceitos
é circunscrito com precisão.”
Gaston Bachelard
“Quem compreende a si
próprio e seus afetos, clara e
distintamente ama a Deus; e
tanto mais quanto mais
compreende a si próprio e a
seus afetos.”
Ética, 5, Proposição 5
Spinoza
Segundo W. Reich
• Existe uma função principal comum a todos os seres
humanos: a da percepção da totalidade do organismo
através das pulsações constantes.
• Essas pulsações são percebidas através da respiração
fluida e sem dificuldades ou bloqueios.
• Permitem estabelecer trocas e ligações constantes com
os outros seres vivos e não vivos.
Formas atuais de pensar chegam
em pontos próximos
• “A world of sense, organization, and
communication is not conceivable without
discontinuity, without threshold. If sense organs
can receive news only of difference, and if
neurons either fire or do not fire, then threslhold
becomes necessarily a feature of how the living
and mental world is put together.”
Bateson, G. Mind and Nature, Hampton
Press,2002.
AUTOPOIESE
redes de processos de produção
• Num processo de
realimentação circular,
cada componente participa
da produção e/ou
transformação de outros
componentes da rede
numa auto produção
contínua. As relações num
padrão de rede são
relações não lineares e se
estende em todas as
direções.
• Maturana, H. , Varela, F –
Autopoiese, 1999
Reflexões: os anéis de W.
Reich
• Os segmentos são anéis que se comunicam energeticamente.
• Estão localizados ao longo do corpo de acordo com os principais
plexos nervosos.
• São sete segmentos: ocular, oral, cervical, diafragmático,
abdominal e pélvico.
• Os segmentos são animados pela energia orgone. Tem
expressões, funções e particularidades próprias.
• Cada segmento ou anel "compreende aqueles órgãos e grupos de
músculos que têm um contato funcional entre si e que podem
induzir-se mutuamente a participar no movimento expressivo
emocional", sendo que "um segmento termina e outro começa
quando um deixa de afetar o outro em suas ações emocionais" (p.
331-2, Análise do caráter).
• A próxima ilustração mostra uma proximidade com a divisão
segmentar de W. Reich.
Dermátomo: território cutâneo de inervação sensorial da pele por uma única raiz dorsal

O dermátomo é
identificado pelo nome da
raiz que o inerva.
Segmento ocular
• Os autores propõe hipóteses
relacionadas ao segmento
ocular segundo o conceito da
propriocepção.
• Esse segmento compreende os
olhos, ouvido, cabeça e nuca, o
percebido e o não percebido.
• Todas as funções, expressões
e organização, entendendo
através dela sua formação
própria de comunicação e
apresentação.
• Anatomicamente e
funcionalmente fazem parte do
anel ocular as próximas
ilustrações.
CÓRTEX CEREBRAL

LOBO FRONTAL: processamentos complexos


(cognição, planejamento e iniciação dos
movimentos voluntários)
LOBO PARIETAL: área de projeção e
processamento somestésico
LOBO TEMPORAL: área de projeção e
processamento auditivo.
LOBO OCCIPITAL: área de projeção e
processamento visual
INSULA: fica oculto sob os lobos frontais e
temporal

Cada hemisfério é dividido em 5 lobos


NERVOS CRANIANOS

Nervo Craniano Emergência Principal função


I. Olfatório Telencéfalo Sentido especial (Olfação)
II. Óptico Diencéfalo Sentido especial (Visão)
III. Óculo-motor Mesencéfalo Motricidade somática
IV. Troclear Mesencéfalo Motricidade somática
V. Trigêmeo Ponte Sensibilidade e motricidade
somáticas
VI. Abducente Bulbo/ponte Motricidade somática
VII. Facial Bulbo/ponte Motricidade somática e
sentido especial (Gustação)

VIII. Acústico- Bulbo Sentido especial


vestibular (Audição/Equilíbrio)
IX. Bulbo Sensibilidade e motricidade
Glossofaríngeo somáticas
X. Vago Bulbo Sensibilidade visceral e
motricidade visceral
XI. Acessório Bulbo e medula Motricidade somática
XII. Hipoglosso Bulbo Motricidade somática
O olhar e a visão

• Essas qualidades, diferentes entre si, estão


intrinsecamente associadas às nossas sensações e às
percepções das mesmas a que damos o nome de
emoção e ainda à codificação dessas emoções.
• Todo o nosso corpo é envolvido nesse ato.
• Segundo W. Reich toda emoção é expressão da energia
orgônica em nosso corpo.
• Usando como ponto de partida o ponto de vista biológico
vários estudos já foram realizados e os autores mostram
outra linguagem em proximidade com a da clínica
reichiana.
A visão
• A primeira etapa da visão colorida é um
reconhecimento de comprimentos de ondas dos
fótons.
• Esse mecanismo se deve a uma diferença
qualitativa dos aminoácidos que entram na
composição da opsina, proteína componente
maior do pigmento.
• A informação visual é conduzida ao cérebro
pelos nervos ópticos sob a forma de uma
variação de potencial elétrico.
A visão
• A base do cérebro, ou seja, o tronco cerebral ou parte
superior da medula espinhal é uma entrada de
sensações antes do córtex cerebral, que tem a
capacidade de decifrá-las.
• Garante, dessa forma, regulações reflexas
indispensáveis à vida e à sobrevivência.
• Essa parte funciona da mesma maneira nas espécies
animais que antecederam a espécie humana.
• Foi por sobre ele que se desenvolveu o córtex cerebral
do homem, um neocérebro.
• Meyer, P. O olho e o cérebro, Editora Unesp, São Paulo,
2002.
O segmento ocular
• Cada movimento ocular nos leva mais apuradamente para um tipo
de estimulação.
• O ouvido, junto com a sensibilidade vibratória compõe o aparato
que nos permite perceber os sons. Sendo assim esse órgão da
audição no conjunto que ele forma com a pele, trás maior
profundidade das percepções dos sons.
• A associação dos movimentos oculares à construção de um olhar
nos permite perceber as múltiplas possibilidades dessa forma de
construção da realidade.
• Essas ações como disse Meyer passam pela formação reticular.
• A hipótese dos autores é a de que tanto a segmentação proposta
por Reich como os trabalhos corporais podem ser melhor
compreendidos quanto à sua eficácia se a ligação com a formação
reticular for estudada mais profundamente.
Interneurônios da formação
reticular relacionados com
nervos cranianos – movimento
ocular

• A formação reticular paramediana pontina contígua ao


núcleo abducente e mesencefálica e adjacente ao núcleo
oculomotor coordena os movimentos dos olhos.
• A formação reticular paramediana pontina controla os
movimentos horizontais dos olhos.
• Os neurônios laterais ao núcleo oculomotor no
mesencéfalo controla o movimento vertical dos olhos,
como também a convergência dos olhos necessária para
focalização da distância curta.
Resonance magnetic functional
enquanto se pensa sobre ética e moral
TRONCO ENCEFÁLICO

Haste em que o cérebro e o cerebelo se


apóiam

Núcleos motores e sensoriais dos nervos


cranianos

Formação reticular: complexa rede de


neurônios que em parte servem de
estações de retransmissão do cérebro para
o cerebelo e medula e vice-versa.

Lugar onde se controla as funções vitais


(respiração, estado de consciência e ciclo
sono-vigília, controle cárdio -vascular,
etc.).
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
TRONCO ENCEFÁLICO DOS NERVOS CRANIANOS

Emergência de 10 dos 12 pares cranianos

A substancia e branca e cinzenta do


tronco encefálico difere da medula.

N. motores somáticos
N. motores viscerais
N. motores viscerais especiais

N. sensoriais somáticos gerais


N. sensoriais somáticos especiais
N. Sensoriais viscerais
N. Sensoriais viscerais especiais

Vias de passagem de fibras nervosas


Formação reticular (áreas associativas)
NUCLEOS DO TRONCO ENCEFÁLICO
Formação Reticular
• A formação reticular pode ser
dividida funcionalmente em região
lateral e medial. Grupos de
interneurônios localizados perto
dos núcleos motores dos pares de
nervos cranianos coordenam
reflexos e comportamentos
simples estereotipados.
• Neurônios localizados na porção
medial da formação reticular são
maiores e tem longos axônios
ascendentes e descendentes que
modulam neurônios envolvidos no
movimento, postura, dor, funções
autonômicas e estado de alerta.
FORMAÇAO RETICULAR

Área onde ocorre uma difusa rede de neurônios de projeção ascendente


e descendente e circuitos locais de integração.
Trigêmeo
Abducente
Troclear Óptico

Olfatório
Oculomotor

Hipoglosso

Acess.
Espinhal
Vago
Facial
Glossofaríngeo Vestibulococlear
Importância da formação reticular
no desenvolvimento
• Papel da formação reticular na postura, marcha e tônus muscular
• O trato reticuloespinhal medial se origina de grandes neurônios na
porção superior da formação reticular pontina.
• Eles facilitam motoneurônios que inervam músculos axiais e
respostas extensoras das pernas para manter o suporte postural.
• Neurônios na formação reticular mesopontina são também capazes
de produzir padrões estereotipados de movimentos.
– Por exemplo, movimentos de marcha podem ser induzidos por
estimulação elétrica da região locomotora do mesencéfalo, uma
área adjacente ao núcleo pedunculopontino colinérgico, com
entradas extensas provindas do sistema extrapiramidal.
Importância da formação reticular
no desenvolvimento
• A via reticuloespinhal lateral surge de neurônios mediais da
formação reticular bulbar e inibem o disparo de motoneurônios
espinhais e craniais.
• Atividade de neurônios glicinérgicos nesta via causam disparos
inibitórios nos motoneurônios, produzindo uma perda do tônus
muscular, ou atonia.
• Atividade intensa de disparos dos neurônios mediais da formação
reticular bulbar são associados com a atonia que ocorre no sono
paradoxal (REM). Estes disparos estão sob controle de neurônios
colinérgicos no núcleo peduncolopontino.
Importância da formação
reticular
• Além de interneurônios envolvidos em reflexos e
comportamentos estereotipados relacionados com pares de
nervos cranianos, a formação reticular desempenha
importante papel na modulação difusa de diferentes estados
cerebrais:
– Os neurônios da formação reticular se projetam tanto para o
diencéfalo quanto para a medula espinhal regulando funções
complexas como a percepção de dor, controle postural e estado
de vigília.
– Através destas longas projeções o tronco cerebral mantém o
nível de atividade necessário para o processamento sensorial,
respostas motoras e alerta relacionado a distintos estados
comportamentais.
Localização, forma e consistência da
formação reticular
• A formação reticular, região central do tronco cerebral, é homóloga
à substância cinzenta da medula espinhal. Como na medula, a
formação reticular contém regiões com circuitos locais de
interneurônios que geram padrões motores e coordenam reflexos e
comportamentos estereotipados simples.
• Essa parte do tronco cerebral onde se localizam os nervos
cranianos são muito mais complexas do que as correspondentes
regiões da medula espinhal, já que os nervos cranianos estão
envolvidos em sistemas regulatórios mais complexos.
• No tronco cerebral, na formação reticular, nos tubérculos
quadrigêmeos, os neurônios ópticos estão relacionados a
neurônios auditivos e com aferências que conduzem sensações de
todo o corpo.
Química da Formação Reticular
Sistemas modulatórios do cérebro
Grupos celulares noradrenérgicos

• Neurônios noradrenérgicos são localizados em duas


colunas, dorsal e ventral da formação reticular.
– No nível do bulbo a coluna ventral contém neurônios associados
com o nucleus ambiguus (grupo A1);
– a coluna dorsal contém células componentes do núcleo do trato
solitário e do núcleo dorsal motor do vago (grupo A2).
– Esses grupos projetam para o hipotálamo e controlam funções
cardiovasculares e endócrinas.
Química da Formação Reticular
Sistemas modulatórios do cérebro
Grupos celulares noradrenérgicos

– Na ponte, a coluna ventral inclui grupos celulares A5 e A7,


localizados na porção ventrolateral da formação reticular
pontina.
– Tais grupos enviam projeções principalmente para a medula
espinhal que modula reflexos autonômicos e sensações de dor.
O grupo celular A6, o locus coeruleus, se localiza dorsalmente e
lateralmente na substância cinzenta periaquidutal e
periventricular.
– O locus coeruleus, mantém o alerta e respostas a um estimulo
ambiental inesperado.
– Tem projeção extensa para o córtex cerebral e cerebelo, como
também projeções descendentes para o tronco cerebral e
medula espinhal.
Grupos celulares adrenérgicos
• Alguns neurônios nas duas colunas de células do bulbo
identificadas como catecolaminérgicas foram depois identificadas
como produtoras de epinefrina.
• O grupo celular adrenérgico C1 forma uma extensão dorsal a partir
da coluna A1 no bulbo ventrolateral rostral. Muitos dos neurônios
C1 projetam para medula espinhal, particularmente para coluna
préganglionar simpática, onde se especula que estão provendo
entrada excitatória tônica para neurônios vasomotores. Outros
neurônios C1 projetam para o hipotálamo, onde eles modulam
respostas cardiovasculares e endócrinas.
• Os neurônios adrenérgicos C2, que são componentes do núcleo do
trato solitário, contribuem para a via ascendente para o núcleo
parabraquial, onde se imagina transmitir informações
gastrointestinais.
• O grupo C3 é localizado próximo da linha média na porção rostral
terminal do bulbo onde se projetam para o locus coeruleos.
Grupos celulares dopaminérgicos
• Os grupos celulares dopaminérgicos no mesencéfalo e
prosencéfalo foram originalmente nomeados como se fossem uma
continuação rostral do sistema noradrenérgico por conta de sua
identificação, baseada em histofluorescência, que não distinguia
dopamina de noradrenalina muito bem.
• Os grupos celulares A8-A10 incluem a substância nigra pars
compacta e áreas adjacentes do tegmento mesencefálico. Eles
enviam a principal projeção dopaminérgica para o telencéfalo,
incluindo a via nigroestriatal que inerva o estriado, participando da
iniciação de respostas motoras. Vias Mesocorticais e mesolímbicas
partem do grupo A10 inervando os córtices frontal e temporal e
estruturas límbicas do prosencéfalo basal.
Grupos celulares dopaminérgicos
• Esta via tem sido implicada na emoção, pensamento, e retenção de
memória.
• Os grupos celulares A11 e A13 no hipotálamo dorsal projetam
principalmente vias dopaminérgicas descendentes para a medula
espinhal. Acredita-se que esta via está envolvida na regulação de
neurônios préganglionares simpáticos.
• Os grupos A12 e A14 localizados na parede do terceiro ventrículo
são componentes do sistema neuroendócrino hipotalâmico
tuberoinfundibular.
• Neurônios dopaminérgicos também são encontrados no sistema
olfativo (Grupo celular A15 no tubérculo olfativo e A16 no bulbo
olfativo) e na retina (A17).
Grupos celulares serotoninérgicos

• Grande parte dos neurônios serotoninérgicos são localizados na


linha média do tronco cerebral nos núcleos da rafe.
• Neurônios da rafe, dos grupos celulares B1-B3 localizados na linha
média do bulbo caudal, projetam axônios descendentes para
sistemas autonômicos e motores da medula espinhal.
• Os núcleo magno da rafe (B4) no nível do bulbo rostral projeta para
o corno dorsal da medula espinhal, modulando a percepção de dor.
• Os grupos serotoninérgicos na ponte e mesencéfalo (B5-B9)
incluem os núcleos pontino, dorsal e mediano da rafe e projetam
para todo prosencéfalo.
• Vias serotoninérgicas desempenham papel importante regulando
controle hipotalâmico cardiovascular e termoregulatório modulando
a reponsividade de neurônios corticais.
Grupos celulares colinérgicos

• Acetilcolina é o neurotransmissor usado pelos neurônios somáticos


e autonômicos.
• Alguns interneurônios colinérgicos são encontradas no tronco
cerebral e prosencéfalo, como também grandes neurônios
colinérgicos no tegmento mesopontino e prosencéfalo basal dando
origem a longas projeções ascendentes.
• Os neurônios colinérgicos mesopontinos são divididos pela sua
localização em pertencentes à coluna ventrolateral (Ch6), próximo à
margem lateral do pedúnculo cerebelar superior, e aos da coluna
dorsomedial (Ch5), uma componente da substância cinzenta
periaquedutal imediatamente rostral ao locus coeruleus.
• Enviam projeções descendentes principalmente para a formação
reticular pontina e bulbar e provêem inervações ascendentes
colinérgicas extensas para o tálamo. Essas projeções estão
envolvidas no importante papel de regular o ciclo sono vigília.
Movimentos

• Para nós, qualquer movimento usado em psicoterapia tem um


sentido ou é formador de um sentido. Tem um sentido quando a
pessoa está cognitivamente, afetivamente organizada, ou seja
energeticamente organizada.
• Pode ser formador de sentido se a pessoa estiver energeticamente
desorganizada.
• A combinação entre os diversos movimentos gera sentidos
diferentes, por exemplo: olhar a ponta do nariz e olhar para os
lados amplia a percepção da consciência de si mesmo e sua
inserção no seu meio familiar.
• As combinações devem ser feitas de forma alternada e o tempo e
número de vezes depende de cada pessoa, cada tipo de sofrimento
psíquico e do momento de terapia.
Movimentos
• Os movimentos oculares são combinados com
respiração profunda.
• A hipótese dos autores é que tanto esses movimentos
quanto a respiração profunda estimulam o nervo vago,
através da formação reticular e as principais inervações
já apresentadas.
• Isso acontecendo produzem mudanças também no
caminho neuroquímico.
• Tudo isso geraria mudanças permanentes estruturais.
• Os autores entendem por mudanças a percepção do si
mesmo e do mundo até o circuito neuroquímico
individual.
Nervo vago, X par

• O vago possui dois gânglios sensitivos, o


gânglio superior (ou jugular) situado ao nível do
forame jugular e o gânglio inferior (ou nodoso),
situado logo abaixo deste forame. Entre os dois
gânglios reúnem-se ao vago o ramo interno do
nervo acessório.
• As fibras eferentes do vago originam-se em
núcleos situados no bulbo e as fibras sensitivas
nos gânglios superior (fibras somáticas) e
inferior (fibras viscerais).
Respiração e nervo vago
• Como todo “acting” é
realizado em conjunto
com respiração
profunda o nervo
vago estaria atuando
ativamente.
Nervo vago, X par

• O nervo vago, o maior dos nervos cranianos é


misto e essencialmente visceral.
• Emerge do sulco lateral posterior do bulbo sob a
forma de filamentos radiculares que se reúnem
para formar o nervo vago. Este emerge do
crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e
o tórax, terminando no abdômen.
• Neste longo trajeto o nervo vago dá origem a
numerosos ramos que enervam a laringe e a
faringe, entrando na formação dos plexos
viscerais que promovem a enervação autônoma
das vísceras torácicas e abdominais.
SISTEMA VISUAL
Nervo óptico – II par

• É constituído por um grosso feixe de fibras nervosas que


se originam na retina, emergem próximo ao pólo
posterior de cada bulbo ocular, penetrando no crânio
pelo canal óptico.
• Cada nervo óptico une-se com do lado oposto, formando
o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de suas
fibras as quais se continuam no tracto óptico até o corpo
geniculado lateral.
• O nervo óptico é um nervo exclusivamente sensitivo,
cujas fibras conduzem impulsos visuais classificando-se
como aferentes somáticas especiais.
SISTEMA AUDITIVO
Nervo vestíbulo-coclear, VIII par
• A parte vestibular é formada por fibras que se originam
dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que
conduzem impulsos nervosos relacionados com o
equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular
do ouvido interno.
• A parte coclear do VIII par é constituída de fibras que se
originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e
que conduzem impulsos nervosos relacionados com a
audição originados no órgão espiral (de Corti), receptor
da audição, situado na cóclea.
• As fibras do nervo vestíbulo-coclear classificam-se como
aferentes somáticas especiais.
Nervo vestíbulo-coclear, VIII par
• O nervo vestíbulo-coclear é um nervo exclusivamente
sensitivo, que penetra na ponte na porção lateral do
sulco bulbo-pontino, entre a emergência do VII par e o
flóculo do cerebelo, região denominada ângulo ponto-
cerebelar.
• Ocupa juntamente com os nervos facial e intermédio o
meato acústico interno, na porção petrosa do osso
temporal.
• Compõem-se de uma parte vestibular e uma parte
coclear, que embora unidas em tronco comum, têm
origem, funções e conexões centrais diferentes.

    
Introdução de um outro
movimento – 2ª. convergência
• Através de várias casos clínicos os autores constataram
que além da estimulação do nervo vago, estimulação
dos pares cranianos expostos acima, mudança de
alguns circuitos neuroquímicos outros correlatos
anatomofisiológicos podem estar envolvidos conforme
os movimentos realizados.
• Convergir os olhos acompanhando a luz para o centro
das sobrancelhas.
• 1 - Ajudar a função do sono. As pessoas fazendo esse
movimento depois de um tempo tendem a dormir
melhor.
• 2 – Ajuda na percepção de tudo aquilo que não é visto,
do que é sentido. Ex: sentimentos dos outros, arte,
espiritualidade.
Outras estruturas anatômicas
envolvidas no movimento
Movimento ocular luminoso de
acomodação e convergência e
suas combinações
• Como diz Navarro esse movimento luminoso “provoca
acomodação e convergência ocular a luz, simulando o
que Spitz descreve sobre o recém nascido que,
sugando, olha alternadamente para o rosto da mãe e
para o seio materno, que está à altura do seu nariz”.
• Esse movimento sozinho pode ajudar na recuperação
do contato com sensações viscerais.
• O tempo de uso indica sua função. Um tempo maior é
catártico. Menos tempo é organizador e promove a
ampliação do contato.
• Fortifica as funções relacionais do ego.
Movimento ocular luminoso de
acomodação e convergência e
suas combinações
• Esse movimento com o movimento de lateralidade
facilita a percepção da inserção e função familiar.
• Pode facilitar a integração em relações fraternas.
• A acomodação e convergência com a 2ª. convergência,
além de ampliar o contato amplia as possibilidades
latentes criativas.
• A acomodação e convergência com o movimento de
rotação amplia a percepção da inserção no mundo das
leis internas naturais (cerne biológico) e das leis
culturais (alteridade).
• Remete a funções arcaicas superegóicas.
Hipótese aproximativa das funções
neuroquímicas
• O estímulo luminoso diretamente nos olhos, junto com a
respiração pode ter efeitos neuroendócrinos e
neuroquímicos.
• Podem consequentemente provocar alterações
estruturais em áreas do cérebro, favorecendo funções
cognitivas e aspectos emocionais.
• Crises hipertensivas por stress e alterações no sistema
respiratório em conseqüência de mudanças nos estados
emocionais acabam radicalmente com a técnica descrita
anteriormente.
• Também em distúrbio do pânico onde durante as crises
ocorre freqüente hiperventilação, um dos recursos para
diminuir a velocidade respiratória é justamente a
chamada “respiração diafragmática ou abdominal”.
Hipótese aproximativa das funções
neuroquímicas
• Tanto a ansiedade quanto o stress e a depressão
envolvem a ativação do sistema nervoso simpático
(SNS) e do eixo neuroendócrino hipotalâmico-
hipofisário-adrenal (HPA).
• O hipotálamo é uma das estruturas responsáveis pela
regulação de funções básicas, manutenção e
sobrevivência do organismo.
• Por meio de mecanismos controladores das funções
vegetativas e endócrinas, o hipotálamo induz respostas
orgânicas às alterações no meio ambiente externo e
interno, por exemplo aquelas induzidas por agentes
estressores, que permitem ao organismo a adaptação
para manter a homeostase (manutenção de condições
estáveis para as células).
Hipótese aproximativa das funções
neuroquímicas
• A ativação do SNA pelo hipotálamo é
responsável por alterações fisiológicas,
como intensificação da freqüência
cardíaca, aumento do fluxo sangüíneo
para os músculos, da glicemia, do
metabolismo celular e da atividade mental
e liberação de adrenalina, o que permite
melhor desempenho físico e mental.
Movimento ocular luminoso de
lateralização e suas
combinações
• Esse movimento sozinho é o movimento que
remete ao sentido perceptivo do desmame e
dependendo da capacidade regressiva da
pessoa a lembrança do próprio desmame.
• Com a 2ª convergência propicia uma maior
sensibilidade nas relações fraternas e
familiares, ajudando na superação de possíveis
situações traumáticas.
• Com o movimento ocular luminoso de rotação
ajuda a firmar sua inserção e pertinência social,
podendo ajudar a gerar maior capacidade de
resiliência.
Respostas ao Estresse

Cortisol

Adrenérgicos

F ig u r a 1 4 .9 . A g lâ n d u la a d r e n a l ( à e s q u e r d a ) a p r e s e n ta d o is c o m p o n e n t e s d e o r ig e m e m b r io ló g ic a d is tin ta ( A ) : c ó r t e x ,
c o m s u a s z o n a s h is t o ló g ic a s e s p e c í f ic a s , e m e d u la . A s e c r e ç ã o h o r m o n a l n e s s e s d o is c o m p o n e n t e s d if e r e b a s ta n t e ( B ) :
a s c é lu la s d o c ó r te x a d r e n a l s e c r e ta m h o r m ô n io s c o r tic ó id e s p a r a a c ir c u la ç ã o s a n g ü í n e a ( e m v e r m e lh o ) , e n q u a n t o a s d a
m e d u la s e c r e ta m a d r e n a lin a e n o r a d r e n a lin a s o b c o m a n d o p r é - g a n g lio n a r s im p á tic o . O s h o r m ô n io s a d r e n é r g ic o s d a
m e d u la a d r e n a l tê m a ç ã o s is t ê m ic a q u e p o te n c ia liz a a a t iv a ç ã o s im p á t ic a d o s ó r g ã o s .
Movimento ocular luminoso da
2ª convergência e suas
combinações
• Acreditamos que esse movimento começa
no bebê quando sua visão se amplia e
passa a ser tridimensional.
• Com o movimento ocular luminoso de
rotação, possibilita uma sensibilidade
maior nas relações e na percepção das
relações sociais. Ajuda na adequação.
Correlatos neurocientíficos
• Com objetivo de observar os efeitos calmantes da ioga e sua
atuação no SNS, pesquisadores do departamento de psiquiatria do
All India Institute of Medical Sciences, em Nova Déli, liderados por
G. Sahasi, em 1989, compararam efeitos da ioga aos do ansiolítico
diazepam. Ao fim de três meses de pesquisa, os autores
descobriram que o grupo que praticou ioga tinha pontuação
significativamente menor em escalas de ansiedade, reduzindo os
sintomas. Tais resultados não foram encontrados no grupo que
havia tomado o medicamento. Em outro estudo que durou nove
anos, liderado pelo pesquisador N. S. Vahia, do departamento de
psicologia médica da Seth G.S. Medical College e do K.E.M.
Hospital em Mumbai, na Índia, em 1973, os pesquisadores
observaram a eficácia de técnicas da ioga e de medicamentos
ansiolíticos, separadamente, na redução da ansiedade. Os autores
concluíram que o grupo praticante da técnica apresentou menor
índice de ansiedade na escala de Taylor; em alguns casos, os
efeitos da técnica foram mais eficientes na redução dos sintomas
que a clordiazepóxido (ansiolítico) e a amitriptilina (antidepressivo).
Aproximação
• Esses “actings” tem um funcionamento
muito semelhante com esses relatados no
estudo anterior da meditação (Samyáma).
• As sensações relatadas são muito
aproximadas das reações dos nossos
pacientes quando se submetem
frequentemente ao “acting” anterior
relatado.
Movimento ocular luminoso de
rotação
• Esse movimento amplia a percepção espacial,
conseqüentemente sua inscrição e inserção
histórica.
• A capacidade total de rotação ocular começa
quando a criança começa a andar. É o inicio da
aquisição do simbólico, do reconhecimento da
lei, da alteridade.
• É a recuperação da “funcionalidade do
superego”, quando sentimentos de adequação,
compromisso e alegria aparecem.
Projeção positivas e pensamentos
futuros
• Estruturas neurais responsáveis pelo otimismo nos seres humanos
foram identificadas por pesquisadores da Universidade de Nova
York. A equipe da neurocientista Tali Sharot usou ressonância
magnética funcional para examinar o cérebro de 15 voluntários aos
quais foi pedido que pensassem em possíveis eventos futuros,
como ganhar um prêmio, terminar uma relação amorosa, ir a uma
festa de aniversário, entre outros.
• As imagens do estudo publicado na Nature revelaram que a
amígdala e o córtex cingulado anterior rostral se ativavam quando
os participantes refletiam sobre as situações positivas. “Estas duas
áreas são as mesmas, mas não as únicas, que estão alteradas nos
casos de depressão”, disse Sharot.
• Os autores, baseados em estudos lingüísticos de Piaget presumem
que o superego seja uma instancia psíquica importante na
aquisição do simbólico. Isso pode ser reconstruído através do
“acting” descrito anteriormente.
Pensamentos verdadeiramente
positivos projetados num futuro
próximo

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