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Propriamente dita

Incriminadora
Sentido amplo - homogênea

Em branco
Sentido Estrito-heterogênea

cega
NORMA PENAL
Explicativa ou Complementar

Não-incriminadora Exclusão da Ilicitude

Exclusão da Culpabilidade
Permissiva
Extinção da punibilidade

Escusas absolutórias
Norma penal em branco: Também chamada de norma penal cega porque está incompleta.

A norma penal em branco é uma norma incriminadora que define o crime e impõe uma pena.

A norma penal em branco descreve a conduta, mas seu conteúdo é incompleto. Ela precisa sempre
de um complemento.

Ela é incompleta, porque apesar de definir a conduta criminosa, lendo-se o tipo penal não há como
se ter certeza se há um crime.

O COMPLEMENTO PODERÁ SER:

a. norma penal em branco em sentido amplo: quando o complemento da norma penal em


branco é uma lei, é um ato do Poder Legislativo.

b. norma penal em branco em sentido estrito: é aquela norma penal em branco cujo
complemento é um ato do Poder Executivo como, por exemplo, uma portaria, uma resolução, um
decreto, um ato de administração, etc.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Princípio da legalidade – reserva legal


Artigo 1º, CP Artigo 5º, XXXIX, CF

Princípio da anterioridade

Abolitio criminis – artigo 2º e artigo 107, III, CP


RETROATIVA
Novatrio legis in mellius – artigo 2º, §, único, CP
Artigo 2º, CP
Novatrio legis in pejus– tempus regit actum IRRETROATIVA
Novatrio legis incriminadora – tempus regit actum

1ª corrente NÃO É POSSÍVEL, POIS O JUIZ ESTARIA


Combinação CRIANDO UMA TERCEIRA LEI
De leis É POSSÍVEL A COMBINAÇÃO
2ª corrente

Lei intermediária - Havendo sucessão de várias Leis, prevalece a mais benigna. Mesmo que seja uma lei
intermediária em vigência após o fato criminoso e ab-rogada quando da aplicação da pena, ou seja, essa
segunda lei retroagirá em relação a primeira da época do fato e será ultra-ativa em relação a terceira que,
por ser mais severa, não retroagirá.
Em relação a lei penal no tempo, várias hipóteses poderão ocorrer:

Hipótese 1: NÃO É PUNIDO

a) Fato Lei posterior


não é considera crime
crime
Art.1º do CP Irretroatividade da
Lei Penal
Art. 5º,
Fato é Lei posterior com
b) XXXIX,CF
crime pena mais grave
É PUNIDO MAS COM
A PENA DA LEI ANTERIOR

Hipótese 2

Nova Lei não considera


Art. 2º do CP a) Fato é crime
crime
Retroativida
Nova Lei comina pena menor
Art. 2º, § único do CP b) Fato é crime de da Lei
Penal (art. 5º,
XL, CF)
Nova Lei estabelece algum
Art. 2º, § único do CP c) Fato é crime
benefício

- Nas três hipóteses acima, o réu, tem direito:


- (a) a ganhar alvará de soltura porque não é mais criminoso;
- (b) a cumprir a pena menor;
- (c) ganhar o benefício estabelecido na nova lei.
- Esta é válida somente para leis ordinárias (com vigência indeterminada).
- É valida mesmo que o condenado já esteja cumprindo pena e a coisa tenha transitado em
julgado.
(a) – abolitio criminis
(b) e (c) – Lex Mitior ou Novatio legis in mellius.
Ela existe durante um intervalo de tempo previamente determinado.

Leis temporárias Auto revogáveis


Artigo 3º, CP Duas características
Leis excepcionais Ultra-ativas

É aquela lei cuja existência está vinculada a uma situação excepcional.

adotada

Competência interna Art. 70, CPP


Teoria da atividade Prescrição – art. 111, CP
Artigo 4º, CP Teorias
Tempo do crime
Teoria do resultado
Teoria da ubiquidade (mista)

Adotada pelo CP no que se refere


Ao lugar do crime – artigo 6º, CP
Competência internacional.
Artigo 5o do CP: Princípio da Territorialidade:

A lei brasileira se aplica aos crimes ocorridos no território nacional.

Esse Princípio da Territorialidade é absoluto? A lei brasileira só se aplica aos crimes ocorridos em território
nacional? Não. Esse Princípio da Territorialidade é temperado, porque o próprio artigo 5 o diz:

“sem prejuízo dos tratados, convenções e regras de Direito Internacional.”

Pelos tratados, convenções e regras de Direito Internacional pode-se ter a aplicação da lei brasileira a crimes
ocorridos fora do território nacional

E posso não ter a aplicação da lei brasileira a crimes ocorridos no território nacional.

1a hipótese: aplicação da lei brasileira a crime ocorrido fora do território nacional.

Tem o nome de extraterritorialidade.

Extraterritorialidade é a possibilidade de aplicar a lei brasileira a crimes ocorridos fora do território nacional.

É o artigo 7o do CP que vai definir a extraterritorialidade.

Mas para se estudar a extraterritorialidade, tem que se estudar os Princípios que regem essa
extraterritorialidade:
Princípios da Extraterritorialidade.
 
1. Princípio da Nacionalidade - Essa nomenclatura não é unânime na doutrina. Cada doutrinador coloca de forma
própria, mas os princípios são os mesmos: apenas os nomes que são mudados. Por exemplo: Nacionalidade é dita por
alguns como Personalidade, mas tem o mesmo significado. O Princípio da Nacionalidade se subdivide em:
 
a. Princípio da Nacionalidade Ativa: possibilita a aplicação da lei brasileira a crime cometido fora do território nacional
quando o autor do crime for nacional (brasileiro).. Agora, ela vai ser aplicada? Nós ainda analisaremos se ela vai ser
aplicada. O Princípio vai dizer se pode. Artigo 7o, inciso II, alínea b.
 
b. Princípio da Nacionalidade Passiva:. O Princípio da Nacionalidade Passiva é divergente:
 
1) para a maioria da doutrina, Nacionalidade Passiva é a possibilidade de se aplicar a lei brasileira a crime cometido fora
do território nacional quando o autor do crime for brasileiro e o bem jurídico ofendido for tutelado pelo Brasil.

 2) Se considerar a Nacionalidade Passiva a vítima ser brasileiro, o CP adotou esse Princípio no artigo 7o, § 3º.

2. Princípio da Defesa, Real ou Proteção - Esse Princípio permite a aplicação da lei brasileira quando o bem jurídico
ofendido for tutelado pelo Brasil. Foi adotado em nosso Código no artigo 7o, inciso I, todas as alíneas e no artigo 7o, § 3o.
 
3. Princípio da Justiça Penal Universal - Esse Princípio determina que a lei brasileira pode ser aplicada a crime
ocorrido fora do território nacional, quando o Brasil se obrigar a reprimir o crime. Artigo 7o, inciso II, alínea a.
 
4. Princípio da Representação (bandeira) - O Princípio da Representação está ligado às hipóteses de navios e
aeronaves. Os navios e aeronaves privados (lazer, mercantes, que não se encontram a serviço do governo) quando
estão em portos e aeroportos estrangeiros, a eles se aplica a lei estrangeira. Logo, se um navio brasileiro privado está
em um porto estrangeiro e ocorre um crime, aplica-se a lei estrangeira. Se por qualquer razão a lei estrangeira não for
aplicada, pode-se aplicar a lei brasileira pelo Princípio da Representação. O Princípio da Representação autoriza a
aplicação da lei brasileira aos navios e aeronaves privados quando em portos e aeroportos estrangeiros e aí a lei
estrangeira não vem a ser aplicada. Previsão legal: artigo 7o, inciso II, alínea c.
A doutrina classifica a extraterritorialidade em: incondicionada ou condicionada.
 

Incondicionada
Extraterritorialidade
Condicionada

 
Extraterritorialidade incondicionada: a aplicação da lei brasileira não depende de nenhuma condição. A
extraterritorialidade incondicionada está definida no § 1o do artigo 7o. Esse parágrafo determina que nos casos
do inciso I, a aplicação da lei brasileira não depende de nenhuma condição. No § 1 o, temos a
extraterritorialidade incondicionada.
 
Extraterritorialidade condicionada: a aplicação da lei brasileira vai existir quando a aplicação da lei brasileira
ficar na dependência da ocorrência de alguma condição. O § 2o do artigo 7o vai disciplinar a
extraterritorialidade condicionada.

Prevê que nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições e
enumera várias condições para aplicar a lei brasileira. Logo, é extraterritorialidade condicionada: tem que haver
todas essas condições para que a lei brasileira possa ser aplicada.

Exemplo:

o agente tem que entrar em território nacional;

o fato tem que ser crime no país onde ele for praticado;

tem que ser um dos crimes que a lei autoriza a extradição.


2ª hipótese - Há hipóteses também em que não iremos aplicar a lei brasileira a um crime cometido no território nacional.

Isso vai acontecer quando o sujeito tiver imunidade, quando estivermos diante das chamadas imunidades, ou seja, o
sujeito vai praticar um crime em território brasileiro e não será aplicada a lei brasileira.

As imunidades podem ser diplomáticas ou parlamentares. A imunidade diplomática está ligada ao Direito
Internacional; a imunidade parlamentar está ligada ao Direito Interno.
 
Imunidade diplomática: os diplomatas podem ser os embaixadores e os cônsules. O embaixador tem imunidade
diplomática, pois representa o Estado estrangeiro no Brasil. Como o Brasil reconhece a soberania do Estado estrangeiro,
não se aplica ao embaixador a lei brasileira. Se ele praticar um crime no Brasil, a lei brasileira não pode ser aplicada: ele
tem isenção de jurisdição. É o embaixador e a sua família que fazem jus a essa imunidade.
 
O cônsul é agente administrativo do Estado estrangeiro, não representa o Estado estrangeiro: ele é apenas um agente
administrativo do Estado estrangeiro. Logo, o cônsul não tem imunidade: se o cônsul praticar um crime, a ele vai ser
aplicada a lei brasileira. Embora considerado diplomata, ele não tem imunidade diplomática.
 
Imunidade parlamentar: diz respeito ao Direito Interno. A imunidade parlamentar pode ser material ou formal. A
imunidade material está ligada ao Direito Penal e a imunidade formal está ligada ao Direito Processual.
 
Essa imunidade está ligada a sua atividade parlamentar, ao exercício do seu mandato. Somente no exercício do seu
mandato, eventual crime contra a honra praticado no Brasil não será punido.
 
Gozam também além da imunidade processual, da imunidade formal. Está prevista nos parágrafos do artigo 53 da CF.
Esses parágrafos do artigo 53 trazem as imunidades formais que são consideradas prerrogativas processuais.
Exemplos: os parlamentares não podem ser presos salvo em flagrante delito de crime inafiançável; para que eles sejam
processados, precisa-se pedir licença para a casa legislativa onde eles funcionam. Isso são imunidades formais, são
prerrogativas processuais daquele cargo.
 
Deputado estadual também tem imunidade formal e material? Tem. O artigo 27, § 1o da CF diz que se estendem ao
deputado estadual as imunidades do deputado federal. Logo, deputado estadual também tem imunidade material,
também tem imunidade formal.
 
E o vereador? Será que ele também goza das duas imunidades? Não, somente tem imunidade material. Previsão legal:
artigo 29, inciso VIII da CF.
ativa Artigo 7º, II, b, CP
Nacionalidade ou Autor E bem jurídico Sem previsão
personalidade no CP
passiva
Vitima brasileira Artigo 7º, §, 3º, CP

Defesa; real ou
1- EXTRATERRITORIALIDADE Artigo 7º, I e alíneas- (art. 7º, § 3º, CP)
proteção
INCONDICIONADA – ART. 7º, I, CP
CONDICIONADA – ART. 7º, II e §§ 2º E 3º
Justiça universal TRATADOS Artigo 7º, II, a, CP

Representação
(bandeira) NAVIOS E AERONAVES Artigo 7º, II, c, CP

Artigo 5º, CP
Territorialidade Representam o Estado e o Brasil
Mitigada reconhece a soberania.
REGRA Embaixadores Gozam de isenção de jurisdição.

Funcionários de Organizações
Diplomática internacionais ONU- OEA, etc.
Direito internacional

Chefes de Estado estrangeiro

“CONSULES” Agentes administrativos

2- IMUNIDADES Material; Absolutas ou Substanciais


Parlamentar
Direito interno Direito penal – Irrenunciáveis. Causas de isenção de pena por delitos de opinião
Artigo 53, CF
Prerrogativa de foro
Formal ou Relativas Prisão
Direito processual;– prerrogativas processuais Processo
Senadores
Dep. Federais Artigo 53, §§ 1º ao 6º, CF Não obrigatoriedade de depor
Art. 27, §, 1º, CF Dep. Estaduais Como testemunha
Vereadores Possuem apenas imunidade formal
Art. 29, VIII, CF
Artigo 8o do CP: bis in idem. - EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

O artigo 8o tem uma regra que vai impedir que o sujeito cumpra pena duas vezes pelo mesmo crime, visa a impedir o bis
in idem.

O artigo 8o irá nortear o Juiz para aplicar a pena quando o sujeito já cumpriu a pena por aquele mesmo fato no
estrangeiro.
 
A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é
computada, quando idênticas”.
 

Privativas de Liberdade
Espécies de pena no Brasil Restritivas de Direito
Multa
 
Se as penas são idênticas (não está se relacionando com a quantidade de pena, mas sim com a qualidade da pena – lá
ele cumpriu pena privativa de liberdade e aqui ele irá cumprir pena privativa de liberdade), o Juiz deve computar as
penas. Logo, se ele cumprir no estrangeiro 03 anos de pena privativa de liberdade e será condenado no Brasil a uma
pena de 05 anos, ele vai cumprir esses 05 anos? Não, irá cumprir somente 02 anos descontando-se a pena cumprida no
estrangeiro.
 
E se as penas forem diversas (diversas na qualidade e não na quantidade)? Lá ele pagou uma multa e aqui a pena é
privativa de liberdade, ou lá ele ficou preso e aqui a pena é de multa. Quando as penas são diversas, o artigo 8o
determina que o Juiz deve atenuar a pena imposta no Brasil para evitar que a pessoa seja punida duas vezes pelo
mesmo fato.
 
O código dispõe a forma de se proceder, de maneira a evitar a dupla punição. Quando forem idênticas as penas,
aplicadas em crime cometido pelo sujeito ativo no estrangeiro, este responderá pelo saldo efetivo da pena a cumprir, se
a respectiva pena imposta no Brasil for mais severa. Fica claro, sem margens de dúvidas, que se a lei estrangeira
for mais rigorosa nada mais restará a cumprir o agente de crime, no território brasileiro.
 
Em caso de diversidade de penas a pena cumprida no estrangeiro terá o papel de atenuante na pena a ser aplicada no
Brasil, conforme decisão do juiz ao caso concreto, uma vez não existir regras legais, dentro da legislação
brasileira à respeito de critérios atenuadores a serem obedecidos.
Artigo 9o do CP: homologação da sentença estrangeira. Diz quando vai ser necessário homologar uma sentença
penal estrangeira no Brasil.
 
.De acordo com esse artigo, a sentença será homologada para:

efeitos de reparação de dano e


para submeter a pessoa à medida de segurança.
 
 
São limitados os efeitos da sentença penal estrangeira no Brasil, pois a execução da pena é ato de soberania, que de
regra só poderia ser promovida nos seus próprios limites territoriais. Da mesma forma que não se aplicam em nosso
território as leis estrangeiras, aqui seus julgados não podem ser executados, como se nacionais fossem.

Para combater com maior eficiência, dentro de suas fronteiras, a prática de fatos criminosos, o Estado se vale, por
exceção, de atos de soberania de outros Estados, aos quais atribui certos e determinados efeitos.

Tão-só para duas finalidade restritas (e pouco usuais) poderá ser executada no Brasil a sentença penal estrangeira. São
elas: primeira hipótese: Execução restrita e condicional.
 
Apenas quando a lei penal brasileira produza, na espécie, as mesmas conseqüências, a sentença penal estrangeira
pode ser homologada no Brasil para:
 
Conseqüências Civis – STF: “Sentença penal estrangeira. Crime de apropriação indébita produto de crime (dinheiro)
depositado em estabelecimento bancário do Brasil. Pedido de homologação do decisório para os efeitos civis formulado
pela vitima do dano sofrido. Harmonia da pretensão com os dispositivos da legislação brasileira (CP, art. 9.º, I e
parágrafo único e alínea “a”, CPP, art. 790 e Regimento Interno, arts. 211 e 212)” (DJU de 13-12-76, p. 10.711).
 
A segunda hipótese é a da execução da medida de segurança imposta em país estrangeiro, se for ela idêntica àquela
prevista no Brasil. Para a homologação, entretanto, é necessário que haja tratado com o país de cuja autoridade
judiciária emanou a sentença ou, na falta de tratado, seja expedida requisição do Ministro da Justiça.
 
A homologação da sentença estrangeira deve obedecer ao disposto nos arts. 787 a 790 do CPP, e a resolução
nº 9 de 04.05.2005 do STJ e é da competência do Superior Tribunal de Justiça (art.105, I, “i”, da CF), desde a
promulgação da emenda constitucional 45/2004 (reforma do judiciário).

Antes era da competência do STF.


O artigo 10o do CP trata do prazo penal.
Diz o artigo 10o que no prazo penal conta-se o dia do início.
O prazo penal é diferente do processual. O prazo processual está regulado no artigo 798, § 1o do CPP que prevê que o prazo processual
conta-se a partir do dia útil seguinte. I
Diante de um prazo, verificamos: esse prazo tem ligação com o direito de liberdade? Se tiver ligação com direito de liberdade, é um prazo
penal. Agora, se for um prazo procedimental, se for um prazo de procedimento, de rito, vai ser um prazo processual.
 
O artigo acima diz respeito à contagem dos prazos penais. Prazo Penal é o lapso temporal entre o termo inicial (chamado “Dies a quo”) e o
termo final (“Dies ad quem”).
 
Pertence à temática tratada no CP, sendo fatal e improrrogável, não se suspendendo em férias, domingos ou feriados.
 
Aplicam-se às leis especiais, como por exemplo, a lei falimentar e a de imprensa.
 
Tais prazos tem relevância especial nos casos de duração da pena, do livramento condicional, do “sursis”, da decadência, da prescrição,
além de outros.
 
Em Direito Penal, entende-se que o dia do começo já é o primeiro dia do prazo penal, não importando, inclusive, o seu horário. Portanto, o dia
do começo deverá ser computado, devendo excluir-se o dia do vencimento.
 
Diz-se ainda, que os dias, os meses e os anos contam-se pelo calendário comum, chamado Gregoriano (idealizado e adotado no tempo do
Papa Gregório), que é composto de 12 meses, conforme dispõe a lei 810/49 em seu artigo 1º.
 
Assim, se o agente começa a cumprir uma pena às 23hs:30 min do dia 05 de agosto de 2003 e essa pena for de 06 anos 9meses e 23
dias, ela terminará no dia 28 de maio de 2010. vamos utilizar o seguinte cálculo:
 
Primeiro devemos dividir a pena em três colunas: dia – mês – ano. Em seguida, adicionar o quantum a ser cumprido:
 
DIA: 05; MÊS: 08 ANO 2003.
 
PENA: 06 ANOS 09 MESES 23 DIAS.
 
1ª Etapa: Somam-se os anos: 2003 + 06 = 2009;
2ª Etapa: Somam-se os meses: agosto de 2009 + 09 meses = maio de 2010;
3ª Etapa: Somam-se os dias: 05 + 23 = 28 maio de 2010
Situação adversa ocorre na contagem de prazo do Direito Processual Penal, onde ignora-se o dia do começo, ao tempo em que este não é
computado. Somente será computado o dia subseqüente. Portanto, o dia subseqüente torna-se o primeiro dia da contagem do prazo. Porém,
conta-se o dia do seu vencimento.
 
Na hipótese de um mesmo prazo estar previsto tanto no CP, quanto no Código de Processo Penal, como na contagem da prescrição e da
decadência, entendem os doutrinadores que deverá ser aplicada sempre a contagem mais favorável ao agente, utilizando-se da regra do Art.
10 e sendo inadmissível a aplicação do Art. 798, § 1.º, do Código de Processo Penal.
Artigo 11 do CP: frações de dia e de real.

Regra simples que diz que se desprezam na pena as frações de dia e as frações de real.

As frações de dia são as horas; as frações de real (não é cruzeiro: é real) são os centavos.

Logo, o Juiz ao fixar uma pena privativa de liberdade, ele pode fazer sua conta e chegar a uma pena de 15
anos, 06 meses, 10 dias e 05 horas.

Essas horas são desprezadas na pena.

E se na pena de multa o Juiz chegar ao valor de 352 reais e 48 centavos?

Esses 48 centavos são desprezados na pena.

Artigo 12 do CP: leis especiais.

 O art. 12 do CP dispõe que “as regras gerais deste código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial,
se este não dispuser de modo diverso”.

Da interpretação resulta a conclusão no sentido de que as normas gerais descritas nos arts. 1 ao 120 do CP
são aplicáveis a toda legislação especial, salvo exceção expressa.
 .

 
Conflito Aparente de Normas:
 
Também chamado de conflito aparente de tipos.

Acontece quando aparentemente um fato se enquadra em mais de um tipo penal. É aparente, porque, na
realidade não existe conflito algum, pois existem princípios que solucionam esses problemas. São eles:
 
Princípio da Especialidade – Será adotado quando estivermos diante de um tipo geral e um tipo especial.
Sendo o tipo especial mais completo do que o geral. Ex.: tipo geral – art. 121; tipo especial – art. 123;
 
É adotado também quando tenho uma conduta descrita no CP e a mesma conduta descrita em uma Lei
Especial (extravagante).

Ex.: calúnia vem descrita no CP, mas também é descrita na Lei de Imprensa; no Código Eleitoral; na Lei de
Segurança Nacional. Conforme a especialidade, aplica-se o tipo mais especial. Lex specialis derrogat generali.

 
Princípio da Subsidiariedade – É aplicado quando há relação de primariedade e subsidiariedade entre as
normas quando descrevem graus de violação do mesmo bem jurídico, de forma que a infração definida pela
subsidiária, de menor gravidade que a da principal, é absorvida por esta. Lex primaria derrogat legi
subsidiariae.
 
Poderá estar expresso ou tácito no CP.

Ex: expresso – art. 307 (se o fato não constituir elemento de um crime mais grave);

tácito – art. 157 do CP (mediante grave ameaça) a ameaça é crime autônomo no CP (art. 147), porém faz
parte do tipo penal do roubo, que é mais grave.
 
Princípio da Consunção – Ocorre a relação consuntiva ou de absorção, quando um fato definido por uma norma incriminadora
é meio necessário ou normal fase de preparação, execução ou mesmo como exaurimento de outro crime.
 
Hipóteses de aplicação do princípio da consunção:
 
Crime progressivo (art. 121 passa obrigatoriamente pelo art. 129). Para atingir o fato principal passa por um fato antecedente:
Unidade de elemento subjetivo: o agente quer cometer um único crime, que é o mais grave (homogeneidade do elemento
subjetivo);
Pluralidade de atos: vários atos são praticados para a consecução do resultado final.
 
Progressão criminosa. Subdivide-se em:
 
b.1) progressão criminosa em sentido estrito – depois de realizado uma conduta criminosa, resolve praticar novo crime mais
grave. (art. 129 e depois resolve praticar o art. 121). Requisitos:
Pluralidade de elementos subjetivos: no início o agente quer um resultado, mas, após atingi-lo, passa a desejar um resultado
mais grave (modificação do elemento subjetivo);
Pluralidade de fatos: há a prática de vários crimes;Crescentes violações ao bem jurídico.
b.2) ante factum impunível – fato antecedente não punível, praticado como meio necessário a realização do fato principal (art.
150 para cometer o art. 155).
b.3) post factum impunível – fato sucessivo não punível praticado contra o mesmo bem jurídico da mesma vítima após a
consumação do primeiro crime mais grave (art. 163 depois de cometer o art. 155).
 
Crime complexo – Quando a Lei considera como elemento ou circunstância do tipo penal fatos que, por si mesmos, constituem
crimes. (Art. 101) Ex.: Latrocínio – art. 157, §3º in fine (fusão de roubo – art. 157 e homicídio – art. 121); Extorsão mediante
seqüestro – art. 159 (fusão de seqüestro – art. 148 e extorsão – art. 158); Lesão Corporal seguida de morte – art. 129, § 3º
(fusão de lesão corporal – art. 129 e homicídio culposo – art. 121, § 3º, CP); furto qualificado pelo rompimento de obstáculo – art.
155, §4º, I, CP (fusão do furto – art. 155 e dano – art. 163, CP), etc.
 
Alguns doutrinadores acrescentam, erradamente, mais um princípio solucionador de conflitos aparentes de normas.
É o Princípio da alternatividade – quando um tipo penal descreve vária condutas, porém o agente só responderá por uma
delas. Ex.: art. 122 do CP; descreve três condutas: induzir, instigar ou auxiliar alguém a prática do suicídio. Se o sujeito auxilia e
instiga, por exemplo, responderá somente por um crime. Dessa forma, não há de se falar em conflito aparente de normas, pois
neste caso, as condutas estão descritas dentro do mesmo tipo penal e não em tipos penais diferentes.

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