nem natural, como se chegou a ela e como se mantem?
Essa é a questão que vamos tentar
responder.......
Gênero como categoria de análise
Para identificar e entender essas desigualdades entre mulheres e homens como parte estruturante das desigualdades sociais, é preciso utilizar uma categoria importante: a de gênero.
Essa categoria permite compreender por
que as mulheres vivenciam de forma tão diferenciada se comparadas aos homens na dimensão social da vida.
Gênero como categoria de análise
As desigualdades entre mulheres e homens vêm sendo construídas, em nossa sociedade, ao longo da história, e se foram construídas socialmente pode ser combatidas.
É fundamental saber identificá-las, rompendo com
sua aparência “natural”, isto é, deixando de encará-las como algo que faz parte do funcionamento da sociedade e da vida privada, construindo, portanto, estratégias de ação para sua transformação.
Para entender melhor vamos conversar sobre:
Gênero como categoria de análise Gênero como categoria de análise Joan Scott (1991), as relações de gênero são relações de poder baseadas nas diferenças que são percebidas entre os sexos, a partir de uma elaboração social com o sentido historicamente construído e utilizado para hierarquizar relações de poder entre mulheres e homens em nossa sociedade.
A definição dos papéis sociais acaba por
estabelecer o lugar de cada pessoa, traduzindo relações sociais de poder entre mulheres e homens, mulheres e mulheres, homens e homens.
Gênero como categoria de análise
Essa definição é construída no dia a dia, nas relações sociais: por meio da família, da escola, da religião e das relações de trabalho.
É nas relações sociais que “se aprende”
como ser mulher e ser homem, a se comportar como tal em nossa sociedade. Esse aprendizado demonstra como aprender a exercer papéis sociais.
Gênero como categoria de análise
Deve-se reforçar que se trata um aprendizado, pois, como demonstrado anteriormente, os papéis sociais são um produto das relações sociais, passando por mudanças ao longo da História.
Gênero como categoria de análise
Por que?
As mulheres contam com menos
oportunidades e direitos no que se refere às condições sociais, econômicas, de trabalho e renda e de proteção social e segurança, se comparadas aos homens. A sociedade constrói melhores condições para homens, apresentando maiores obstáculos para as mulheres conquistarem seus espaços e vivenciarem suas vidas plenamente.
Gênero como categoria de análise
Ao contrário do que apregoa o senso comum, a forma desigual como as relações sociais são construídas faz com que as mulheres se tornem mais vulneráveis e apareçam como mais frágeis: além de ganharem menos do que os homens, possuem uma carga maior de trabalho, acumulando o cuidado com as/os filhas/os, com a/o companheira/o, com a vida doméstica e com a profissão. Gênero como categoria de análise O que deveriam ser diferenças biológicas, apenas características sexuais, são transformadas por todos em desigualdades. As diferenças entre os sexos passam a ser utilizadas como justificativa em relação à maior dificuldade das mulheres na conquista de seu espaço no mundo público e no acesso aos direitos de uma forma geral. Gênero como categoria de análise Gênero como categoria de análise Gênero como categoria de análise A divisão do trabalho, braçal e intelectual gera uma grande desigualdade. Já a divisão sexual do trabalho trata da forma como se distribuem as tarefas e atribuições entre mulheres e homens e se constrói uma escala de importância entre os afazeres e as ocupações.
Gênero como categoria de análise
Gênero como categoria de análise As profissões associadas ao “mundo da produção”, liberais, como direito e medicina são reconhecidas como masculinas
As relacionadas ao campo da reprodução da vida
e do “cuidado” acabam recebendo uma conotação de profissões mais femininas.
Podemos afirmar que historicamente as profissões
consideradas “masculinas” tenderam a ser mais valorizadas que as femininas, algumas áreas de atuação permanecem majoritariamente exercidas por mulheres e recebem menores remunerações.
Gênero como categoria de análise
As profissões associadas ao “mundo da produção”, liberais, como direito e medicina são reconhecidas como masculinas
As relacionadas ao campo da reprodução da vida
e do “cuidado” acabam recebendo uma conotação de profissões mais femininas.
Podemos afirmar que historicamente as profissões
consideradas “masculinas” tenderam a ser mais valorizadas que as femininas, algumas áreas de atuação permanecem majoritariamente exercidas por mulheres e recebem menores remunerações.
Gênero como categoria de análise
Gênero como categoria de análise Por que as mulheres não são as chefs estrelas da gastronomia? Os 10 melhores Chef de cozinha no Brasil em 2019: 7 homens e 3 mulheres Um exemplo de como a divisão sexual do trabalho se concretiza — assim como a divisão social do trabalho — é que ela divide as tarefas como sendo naturais dos homens e das mulheres em diferentes espaços. Por exemplo, socialmente, costuma-se atribuir aos homens a responsabilidade maior pela atuação no espaço público, denominado de esfera pública. Gênero como categoria de análise AS MULHERES NOS ESPAÇOS PÚBLICOS Reunião no Parlamento da Inglaterra Reunião de Líderes Mundiais Reunião da Cúpula do G 20 Reunião da Organização das Nações Unidas Reunião Ministerial no Egito Reunião da Forças Armadas na Turquia Reunião de Ministros e Ministra do Governo Obama EUA A existência de gêneros é a manifestação de uma desigual distribuição de responsabilidade na produção social da existência. A sociedade estabelece uma distribuição de responsabilidades que são alheias as vontades das pessoas, sendo que os critérios desta distribuição são machistas, classistas e racistas.
Do lugar que é atribuído socialmente a cada um,
dependerá a forma como se terá acesso à própria sobrevivência como sexo, classe e raça, sendo que esta relação com a realidade comporta uma visão particular da mesma. A Construção de Gêneros e a dinâmica das Relações Sociais Às mulheres ainda cabe a maior responsabilidade com a esfera privada, em especial, com cuidados domésticos, com os “cuidados do lar”. Tais percepções fazem com que seja “natural” que os homens ganhem mais do que as mulheres: afinal, eles devem prover a casa.
Ainda é muito forte a visão que a renda da mulher é apenas
uma ajuda no orçamento doméstico, mesmo que hoje 1/3 das famílias brasileiras seja chefiada por mulheres, como mostram os indicadores que já apresentados.
O envolvimento dos homens com tarefas domésticas e com
o cuidado com as crianças é tratado de forma consensual por todas/os como uma ajuda e não como a sua parte no cuidado com a casa e com a vida doméstica e familiar.
Gênero como categoria de análise
No entanto, essas duas responsabilidades deveriam ser compreendidas como atribuições tanto da mulher quanto do homem.
Essa construção começa desde cedo....
Gênero como categoria de análise
Gênero como categoria de análise Essas percepções condicionam os papéis sociais de forma bastante desigual e com ônus para mulheres e homens. No entanto, no cotidiano, as mulheres acabam sendo as mais expostas às injustiças, tendo seus direitos mais violados.
Gênero como categoria de análise
Ao longo da História, as relações sociais de gênero passaram por transformações que mostram que relações de poder não são naturais e imutáveis. A partir da década de 1960, mulheres, grupos de mulheres e movimentos feministas norte-americanos, europeus e brasileiros não se conformavam com as formas de opressão que geravam, dentre outras consequências, a restrição dos espaços de atuação das mulheres.
A luta das mulheres por direitos
É importante destacar que, no entanto, na maioria dos casos, os avanços materiais estão aquém das conquistas reais, do que é anunciado no campo das leis, pois toda mudança cultural é muito lenta e sem conquistas afirmativas, de fato reguladas com justiça pelo Estado. Por isso, torna-se muito difícil assegurar direitos pleiteados. Para encerrar, volta-se ao começo, quando foi afirmado que as relações sociais de gênero são um instrumento para compreender as desigualdades e dinâmicas da sociedade em relação ao tema, que se expressam no cotidiano.