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Processo de Independência

e Primeiro Reinado

Prof. Aloan Sobral


O Casamento...
A independência do Brasil teve como grande ponto de partida a
Revolução Liberal do Porto, que tinha intenções para o Brasil
diferentes das que a elite brasileira possuía. Essa divergência de
interesses fez com que essa camada social passasse a defender a
ideia de ruptura do laço existente com a metrópole. Vejamos todos
os fatos que levaram a isso.
Com a chegada da Família real portuguesa, o pacto colonial foi
rompido e alguns anos depois foi elevado a reino Unido (1815) de
Portugal. Tal questão reduz o papel de ação do estado português
que está centralizado na figura do Brasil.
Tal politica, em grande parte tem como objetivo manter o povo
coeso e sem grandes problemas em relação a coroa portuguesa.
Lembrando que já em 1810 se inicia quase que em cadeia o
processo de independências das colônias espanholas.
Revolução liberal do Porto
Essa foi uma revolução de caráter liberal que se iniciou em Portugal
poucos anos depois da derrota definitiva de Napoleão Bonaparte. A
burguesia portuguesa exigia reformas que colocassem fim à crise
econômica e política que o país enfrentava e ainda desejava o fim do
absolutismo. Havia uma grande insatisfação por parte dessa classe
com a liberdade econômica conquistada pelo Brasil durante o Período
Joanino.

Com o deflagrar dessa revolução, foram formadas as Cortes portuguesas, instituição


convocada para elaborar uma nova Constituição para o país e para liderar as reformas
necessárias. As Cortes passaram a exigir, de imediato, que o rei português, d. João VI,
retornasse à Lisboa e que o monopólio comercial fosse novamente instaurado no Brasil.
Foi a Revolução do Porto que deu início ao processo de independência do Brasil, uma vez
que demonstrou que os interesses existentes entre metrópole e colônia eram
irreconciliáveis.
O Processo de independência do Brasil
As duas exigências das Cortes portugueses logicamente repercutiram no
Brasil, e grande parte dessa repercussão foi negativa. A pressão sobre
d. João VI para o seu retorno era muito grande, e a opinião no Brasil
sobre isso dividia-se. Sobre a segunda exigência (restauração do
monopólio comercial), a opinião em geral foi extremamente negativa,
pois demonstrou a intenção das cortes portugueses de recolonizar o
Brasil.

Pressionado, d. João VI jurou lealdade à Constituição portuguesa


em fevereiro de 1821, e, em abril, partia, junto da corte
portuguesa, de volta para Lisboa. No entanto, seu filho, Pedro de
Alcântara, permanecia no Rio de Janeiro como príncipe regente
do Brasil.
A partir daí, a relação entre Brasil e Portugal só se desgastou, a começar
pela atuação das Cortes portuguesas e sua relação com os representantes
brasileiros. Os portugueses demonstraram a intenção de impor a autoridade
de Lisboa sobre todas as regiões do Império Português.

A intransigência dos portugueses na relação com os brasileiros fez com


que a disposição da elite brasileira a negociar fosse transformada em
resistência. Com isso, a agitação revolucionária no Brasil começou a
aumentar e foi impulsionada pela elite do Sudeste.
Entre setembro e outubro, a relação entre Brasil e Portugal
agravou-se por medidas determinadas pelas Cortes. Foram :

• Envio de mais tropas portuguesas para o Brasil;

• Transferência de instituições do Rio de Janeiro para Lisboa;

• Exigência do retorno do príncipe regente.


A reação ao pedido de retorno de d. Pedro para Portugal foi muito
grande e negativa, fazendo os brasileiros insatisfeitos organizarem o
que ficou conhecido como Clube da Resistência. Por meio deste, foi
organizado um abaixo-assinado contra o retorno de d. Pedro a
Portugal. O príncipe regente recebeu esse documento com oito mil
assinaturas em janeiro de 1822.

Esse evento acabou levando ao Dia do Fico, que aconteceu em 9 de


janeiro, e foi uma ocasião em que d. Pedro anunciou publicamente
que desobedeceria a ordem portuguesa e permaneceria no Brasil. Até
hoje os historiadores não têm certeza da fala proferida por d. Pedro,
pois existem divergências nos relatos.
Nessa altura dos acontecimentos, a saída pela defesa da
independência começava a ganhar força nas elites brasileiras, embora
ainda fosse do desejo de muitos encontrar um caminho que
conciliasse os interesses de Brasil e Portugal. A atuação das Cortes,
por sua vez, selou o caminho e conseguiu unificar a maioria das
províncias brasileiras pela independência.

Em maio de 1822, ficou decidido que as ordens enviadas por Portugal só


teriam validade no Brasil por meio da aprovação pessoal de d. Pedro, e
isso ficou conhecido como o Cumpra-se. Em junho foi convocada uma
Assembleia Constituinte, com a intenção de elaborar uma Constituição
para o Brasil.
A condução do processo de independência foi realizada, principalmente, por
José Bonifácio, uma vez que ele conseguiu imprimir muitas de suas ideias nas
decisões tomadas e na forma como d. Pedro administrava o Brasil.

Por fim, veio o rompimento oficial. No final de agosto, uma carta com novas
ordens de Portugal chegava ao Brasil, e o tom continuava ríspido. As Cortes
criticavam os “privilégios” brasileiros, exigiam novamente o retorno do
regente e chamavam José Bonifácio de traidor. Essa nova carta fez a esposa de
d. Pedro, d. Leopoldina, convocar uma sessão extraordinária que ficou
decidida pela independência do Brasil.
As notícias trazidas de Portugal e a decisão dessa sessão extraordinária foram
enviadas para d. Pedro. O regente estava em viagem para São Paulo, e o
mensageiro chamado Paulo Bregaro alcançou a comitiva do regente em 7 de
setembro de 1822, às margens do Rio Ipiranga. Ao inteirar-se da situação, o
regente, supostamente, realizou o grito da independência, também conhecido
como Grito do Ipiranga.

Esse acontecimento é considerado como o marco da independência brasileira. A


partir daí, foi iniciada uma guerra de independência, pois algumas províncias
optaram por manter-se leais a Portugal. Depois de alguns anos em guerra, a
independência do Brasil foi reconhecida por Portugal em 1824. Nesse período de
1822 a 1824, o Brasil começava organizar-se como nação independente enquanto
derrotava as províncias que ainda eram leais a Portugal.
A coroação e a constituição de 1824
Pelas ruas e vielas da malha urbana da corte tropical, misturavam-se o repique
dos sinos e os gritos entusiasmados da população, que acorreu à região. Em
meio à rotina do dia a dia, as conversas fervilhavam junto aos mercados ou às
lojas de comércio a varejo. Depois de ser aclamado, conforme a tradição em
Portugal, o príncipe, em cerimônia envolvida em pompa e circunstância
absolutista, foi sagrado e coroado, no dia 1º de dezembro de 1822, como D.
Pedro I.
Debret
Nesse mesmo dia, para comemorar a data, o monarca criou a Ordem Imperial do
Cruzeiro do Sul – como símbolo do poder imperial –, a primeira genuinamente
brasileira. Seu desenho buscou inspiração nos modelos franceses. Porém, o nome
escolhido baseou-se na posição geográfica do agora Império do Brasil, do qual se
observa a grande constelação do Cruzeiro do Sul. A Ordem, nesse dia, foi
distribuída premiando brasileiros e estrangeiros com participação relevante na
vida política do Brasil até aquele momento. Coube aos condecorados ofertar
alguma joia de valor, como doação, destinada à manutenção dos menos
favorecidos.
Jean-Baptiste Debret criou, também, outros símbolos imperiais, como as armas e a bandeira.
A Constituição Brasileira de 1824 foi outorgada por Dom Pedro I em 25 de março
de 1824. A primeira Carta Magna brasileira garantia a unidade territorial, instituía
a divisão do governo em quatro poderes e estabelecia o voto censitário (voto
ligado à renda do cidadão).Foi elaborada por um grupo reduzido de pessoas devido
às desavenças entre o Imperador e a Assembleia Nacional Constituinte.
•o regime de governo estabelecido foi a monarquia hereditária.

•Existência de Quatro poderes: Poder Executivo, Poder


Legislativo, Poder Judiciário e o Poder Moderador.
Características da constituição de 1824

•O Poder Moderador, exercido pelo imperador, lhe dava o direito


de intervir nos demais poderes, dissolver a assembleia
legislativa, nomear senadores, sancionava e vetava leis,
nomeava ministros e magistrados, e os depunha.

•Poder Executivo: exercido pelo Imperador que, por sua vez,


nomeava os presidentes de províncias.

•Poder Legislativo: era composta pela Câmera dos Deputados e


pelo Senado. Os deputados eram eleitos por voto censitário e os
senadores eram nomeados pelo Imperador.
•Poder Judiciário: os juízes eram nomeados pelo Imperador. O cargo era
vitalício e só podiam ser suspensos por sentença ou pelo próprio
Imperador.

•Direito ao voto: para homens livres, maiores de 25 anos, e renda anual de


mais de 100 mil réis era permitido votar nas eleições primárias onde eram
escolhidos aqueles que votariam nos deputados e senadores.
Características da constituição de 1824

•Por sua parte, para ser candidato nas eleições primárias, a renda subia a
200 mil reis e excluía os libertos.Por fim, os candidatos a deputados e
senadores deviam ter uma renda superior a 400 mil réis, serem brasileiros
e católicos.

•Estabeleceu o catolicismo como religião oficial do Brasil. No entanto, a


Igreja ficou subordinada ao Estado através do Padroado.
•Criação do Conselho de Estado, composto por conselheiros escolhidos
pelo imperador.

•A capital do Brasil independente era o Rio de Janeiro que não estava


submetida à Província do Rio de Janeiro. Esta tinha sua capital na cidade
de Niterói.
formado por brasileiros e portugueses.
Desejavam maior autonomia para as
Partido Brasileiro províncias, defendiam uma monarquia
figurativa e a manutenção da
escravidão.

que reuniam lusitanos e brasileiros.


Partido Português Defendiam a monarquia absoluta e
centralizada, pouca autonomia
provincial e manutenção de seus
privilégios econômicos e sociais.
Política
A amante
Domitila de Castro Canto e Mello nasceu em São Paulo, em 1797, no meio de uma
das famílias mais tradicionais da cidade.

Como era comum naquela época, casou-se aos 15 anos com o alferes Felício Pinto
Coelho de Mendonça e se mudaram para Vila Rica/MG, onde estava o regimento do
esposo. Este se revelou um homem violento que batia na mulher.

Contrariando as convenções sociais, Domitila volta para a casa paterna com os dois
filhos e solicita o divórcio ao marido. O casal ainda tentaria se reconciliar em 1818,
mas após sofrer tentativa de assassinato por parte do esposo, Domitila o abandona e
se recolhe a casa da avó.

Em 29 de agosto de 1822, ao visitar famílias importantes de São Paulo, Dom Pedro


travou conhecimento com Domitila. Poucos dias depois, proclamaria a separação de
Portugal e do Brasil, mas não a esqueceria. Em questão de meses, Domitila estaria
instalada no Rio de Janeiro e o romance entre ambos duraria cinco anos.
Em 1825, ela foi nomeada dama-camarista da Imperatriz D. Leopoldina (o que
fazia que ambas se encontrassem diariamente), feita viscondessa de Santos com
grandeza e um ano depois, obteria o título com o qual passaria à história:
Marquesa de Santos.

Por sua vez, seus pais seriam titulados Viscondes de Castro e a irmã e seu
esposo, se converteriam em barões de Sorocaba. Instalados num palacete no
bairro de Botafogo, ali Dom Pedro I manteria encontros amorosos com Domitila e
também com a irmã. A baronesa de Sorocaba chegou a ter um filho com o
soberano que foi reconhecido no seu testamento. Revoltada, Domitila planejou o
assassinato da própria irmã, mas falhou na tentativa de matá-la.
O comportamento de Dom Pedro I escandalizava os brasileiros e as cortes
europeias. A morte da imperatriz dona Leopoldina, em 1826, serviria
para reforçar sua impopularidade. Houve, inclusive, quem acusasse
Domitila de ter matado a soberana por envenenamento, mas são
suspeitas sem fundamento.

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Amélia de leuchtenberg
As revoltas
Confederação do Equador ( 1824)
A Confederação do Equador foi uma das muitas revoltas ocorridas no
Brasil Imperial. Ocorreu no ano de 1824 na província de Pernambuco
como um movimento de resistência ao governo e às medidas do
Imperador D. Pedro I. Também tinha, entre seus objetivos, a intenção
de separar-se efetivamente do território brasileiro, constituindo nova
república.

A raiz da revolta pode ser explicada por vários fatores. Um deles era a
clara divisão econômica e espacial de Pernambuco à época. A
Província tinha em si um contraste entre um norte que se dedicou à
multicultura, principalmente de algodão e açúcar, gerando uma
economia diversificada, cidades populosas e economia mais robusta; e
um sul monocultor açucareiro, com economia mais simples e
numerosas pequenas vilas.
Assim como em todo o resto do Brasil, em Pernambuco crescia a influência do
pensamento liberal. Esses ideais encontravam um espaço de divulgação e
debate em jornais de duas personalidades da região. O jornal “Sentinela da
Liberdade na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano e notável
jornalista e defensor das classes baixas) e a publicação “Tífis Pernambuco” de
Frei Caneca (Discípulo de Cipriano) inseriam Pernambuco no debate político
nacional.

Em 1823, percebe-se o avanço das ideias republicanas liberais


como resposta a uma tendência conservadora e autoritária de
D. Pedro I, expressas na Constituição outorgada em 1824.
Pernambuco não aceita essa Constituição e Manuel de Carvalho Pais de
Andrade, presidente da província, proclama a Confederação do Equador, que
unia Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os idealizadores do novo
Estado optam pela adoção da Constituição colombiana. O objetivo central era
a criação de um Estado soberano separado do Império, com soberania e
autonomia das províncias confederadas.

O Governo central, no Rio de Janeiro, observava com atenção do desenrolar


da revolta e preparava desde o começo a repressão. Para esse intento, se
utilizaram de uma força militar, organizada e liderada pelo brigadeiro
Francisco de Lima e Silva, que chefiava as forças terrestres e o Lord
Cochrane, mercenário inglês que estruturou e comandou a ofensiva naval.
Em 1824, forças governistas tomam dos rebeldes os dois
maiores centros de resistência, Recife e Olinda. Dois
meses depois, a ofensiva toma o Ceará. Os revoltosos são
presos e recebem severas punições, sem direito a
clemência do Imperador. Frei Caneca foi condenado à
forca, mas diante da recusa do carrasco em executar a
pena, acaba por ser fuzilado. Muitos outros rebeldes
receberam a mesma pena, outros, poucos, fugiram.
Guerra da Cisplatina (1825-1828)
A região da Cisplatina (atual Uruguai) era um local de tensão
e atrito desde o período colonial. A disputa pela Cisplatina
teve como marco estipulado pelos historiadores o ano de
1680, quando a Coroa Portuguesa autorizou a construção de
um forte na margem oriental do Rio da Prata. Surgia nesse
momento a Colônia de Sacramento.

A Colônia de Sacramento foi alvo de intensa disputa entre


portugueses e espanhóis. Foram assinados diversos tratados
territoriais entre as duas nações, tais como o Tratado de Madrid
(1750), o Tratado de El Pardo (1761) e o Tratado de Santo
Ildefonso (1777). No entanto, apesar dos tratados, a disputa e a
indefinição acerca do controle de Sacramento permaneceram
durante o século XIX.
A partir de 1808, D. João VI transferiu a Corte Portuguesa para o
Brasil por conta da invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas.
O impacto disso no Brasil foi imediato, inclusive na questão das
relações internacionais. Em represália à ação dos espanhóis de
permitir que as tropas francesas cruzassem seu território para
invadir Portugal, D. João ordenou a invasão de Sacramento e
nomeou a região de Cisplatina.

Aconteceram duas invasões dos portugueses na região. Em 1816, a Cisplatina foi


invadida de maneira definitiva e agregada ao território de Reino de Portugal, Brasil e
Algarves. As tropas brasileiras eram lideradas por Francisco Frederico Lecor e eram
formadas por aproximadamente 14 mil soldados.
Os objetivos:

Reunir sob o domínio português as colônias espanholas;

Expulsar um revolucionário local chamado José Artigas.


A ocupação da Cisplatina por Portugal aumentou a tensão e o
desgaste que existiam na região platina porque o comandante Lecor
indispôs-se bastante com a população local, agindo de maneira
autoritária. Além disso, o desgaste do Reino de Portugal com as
Províncias Unidas, sobretudo, com a elite portenha (de Buenos
Aires), aumentou consideravelmente.

Em 1822, o Brasil declarou a sua independência sob a liderança de


Dom Pedro I, e a anexação da Cisplatina ao território brasileiro foi
confirmada. A região, inclusive, mandou representantes para a
Assembleia Constituinte que redigiu a primeira Constituição do Brasil
(a que foi rejeitada por D. Pedro I em 1823).

Por causa da tensão permanente na Cisplatina, iniciou-se uma


rebelião, em 1825, organizada por Juan Antonio Lavalleja. Nessa
rebelião, Lavalleja e seus aliados (conhecidos como “33 orientais”)
declararam a separação da Cisplatina do Brasil e a sua vinculação com
as Províncias Unidas. Essa atitude de Lavalleja aconteceu porque ele e
seus aliados estavam sendo apoiados material e financeiramente pelos
portenhos.
Objetivos de cada País:

Brasil: colocar fim à rebelião na Cisplatina e retomar


o controle da região.

Uruguai: do movimento liderado por Lavalleja, o


objetivo principal era anexar-se às Províncias Unidas,
mas havia uruguaios que defendiam a independência.

Províncias Unidas: garantir a anexação da Cisplatina


ao seu território.
Batalhas:

Batalha do Rincão das Galinhas: foi travada em setembro de


1825, e as tropas brasileiras foram derrotadas.

Batalha de Juncal: batalha naval de fevereiro de 1827 em que a


Marinha brasileira foi derrotada.

Batalha de Ituzaingó: batalha travada em 20 de fevereiro de 1827


em que, novamente, as tropas brasileiras foram derrotadas.
Batalha de Ituzaingó
Batalha de Juncal
A derrota sofrida na Batalha de Ituzaingó foi duríssima para as
tropas brasileiras, uma vez que cerca de 1.200 brasileiros
morreram nela. Logo após, o Brasil concordou em iniciar
negociações para tratar da cessão definitiva da Cisplatina para os
uruguaios. O resultado dessa negociação foi a assinatura da
Convenção Preliminar de Paz em 27 de agosto de 1828. Nesse
momento, o Brasil assinou o fim das suas pretensões territoriais
sobre a Cisplatina e aceitou a derrota militar.

Há, no entanto, que se considerar que os argentinos também


não alcançaram os seus objetivos, uma vez que no início do
conflito os uruguaios haviam anunciado a sua vinculação com as
Províncias Unidas. Nesse acordo, argentinos e brasileiros
concordaram pelo fim de suas pretensões na Cisplatina e pela
independência da região. Surgiu, assim, a República Oriental
do Uruguai.
As consequências dessa guerra para o Brasil foram gravíssimas.
Primeiramente, a guerra ampliou a crise econômica que atingia o
país. Os gastos com o conflito foram gigantescos e quebraram a
economia brasileira. Além disso, essa situação foi agravada pelo
fato de que, durante os anos da guerra, a Casa da Moeda emitiu
grande volume de moeda, o que causou a sua desvalorização.

A guerra também contribuiu para desgastar a imagem de D. Pedro I.


O imperador vinha sofrendo um desgaste contínuo desde 1822 por
causa de seu autoritarismo. Ao final da guerra, a derrota e a crise
econômica fizeram a sua popularidade despencar.
Esse e outros slides utilizados nas
aulas podem ser baixados a partir do
QR-CODE ao lado. Também inclui
material extra como textos e livros.

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