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do Paraná- UTFPR
METODOLOGIA DA PESQUISA SOB O MIRANTE DA ANÁLISE DIALÓGICA DO DISCURSO E DA ANÁLISE DO DISCURSO: MIKAHIL BAKHTIN E
O CÍRCULO E MICHEL FOUCAULT
"Análise do Discurso e Metodologia da Pesquisa em Ciências Humanas: possíveis caminhos para a investigação para trabalhos acadêmicos"
• Implicações
• Método, sistema, maquinaria, equipamentos, experimentação, linguagem técnica se sobrepõem ao sujeito da
pesquisa
• Neutralidade do sujeito de pesquisa
• Domínio sobre o objeto
• Interpretação, leitura, pesquisa corretas e verdadeiras (a questão da verdade: “Foucault em Ordem do
discurso”: AD: verdade; reino do significante)
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
• Comentários da obra Discurso do Método, 1637
• “E notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa
que todas as outras as mais extravagantes suposições dos céticos não
seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como
o primeiro princípio da filosofia que procurava.”(Descartes, 2006, p. 70
• A constância, a ordem, o equilíbrio devem ser a diretriz para o
florescimento de um pensamento verdadeiro e racional.
• Descrição racional das coisas. A razão é inata e para todos. Transcende as
condições históricas da existência. Devo me abstrair do social para ascedê-
la.
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
•1.A dúvida como método: duvidar de tudo; dúvida sistemática; dúvida das aparências, da
observação, dos sentidos.
•2.A dúvida é o contrário do conhecimento (este é certeza)
•3.A intuição, a noção de que há certeza e clareza, vem de Deus, ser perfeito
•4.A primeira certeza: a existência do pensamento humano
•5.A segunda certeza: a existência de Deus
•6.A terceira: havendo Deus, há possibilidade de haver conhecimento e conhecimento verdadeiro e
certo. A esse saber, chega-se pela razão
•7.Uma nova Filosofia: Uma árvore: a Metafísica são as raízes; Física como tronco; Mecânica,
Medicina e Moral como galhos
•8.Pensamento útil
•10. Preceitos metodológicos:
•a). Contra a precipitação
•b). Contra a prevenção
RENÉ DESCARTES (1596-1650)
• Além da divisão do conhecimento já vista anteriormente, ele também possui outra forma de
conceber esta divisão:
• História - Memória
• Poesia - Imaginação
• Filosofia - Razão
b) ciências da imaginação ou poéticas, que compreendiam a poesia, como uma imitação da própria
história;
c) ciências da razão ou filosóficas, que abraçavam a teologia sagrada e revelada e a filosofia, cujo
objeto era tríplice, compreendendo o homem, Deus e a natureza.
FRANCIS BACON (1561-1626): os ídolos
• Ídolos da caverna,”:
• São os dos homens enquanto indivíduos. Pois, cada um — além das aberrações
próprias da natureza humana em geral — tem uma caverna ou uma cova que
intercepta e corrompe a luz da natureza: seja devido à natureza própria e singular de
cada um; seja devido à educação ou conversação com os outros; seja pela leitura dos
livros ou pela autoridade daqueles que se respeitam e admiram; seja pela diferença
de impressões, segundo ocorram em ânimo preocupado e predisposto ou em ânimo
equânime e tranqüilo; de tal forma que o espírito humano — tal como se acha
disposto em cada um — é coisa vária, sujeita a múltiplas perturbações, e até certo
ponto sujeita ao acaso. Por isso, bem proclamou Heráclito que os homens buscam em
seus pequenos mundos e não no grande ou universal. BACON, Francis. Novum
Organum. http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/norganum.html. Acesso em 18 de fev
.de 2017.
FRANCIS BACON (1561-1626)
• Os ídolos do foro são de todos os mais perturbadores: insinuam-se no intelecto graças ao pacto de
palavras e de nomes. Os homens, com efeito, crêem que a sua razão governa as palavras. Mas sucede
também que as palavras volvem e refletem suas forças sobre o intelecto, o que torna a filosofia e as
ciências sofisticas e inativas. As palavras, tomando quase sempre o sentido que lhes inculca o vulgo
seguem a linha de divisão das coisas que são mais potentes ao intelecto vulgar. Contudo, quando o
intelecto mais agudo e a observação mais diligente querem transferir essas linhas para que coincidam
mais adequadamente com a natureza, as palavras se opõem. Daí suceder que as magnas e solenes
disputas entre os homens doutos, com freqüência, acabem em controvérsias em torno de palavras e
nomes, caso em que melhor seria (conforme o uso e a sabedoria dos matemáticos) restaurar a ordem,
começando pelas definições. E mesmo as definições não podem remediar totalmente esse mal,
tratando-se de coisas naturais e materiais, posto que as próprias definições constam de palavras e as
palavras engendram palavras. Donde ser necessário o recurso aos fatos particulares e às suas próprias
ordens e séries, como depois vamos enunciar, quando se expuser o método e o modo de constituição
das noções e dos axiomas. BACON, Francis. Novum Organum.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/norganum.html. Acesso em 18 de fev .de 2017.
FRANCIS BACON (1561-1626)
• Ídolos do teatro consistem na tradição epistemológica canônica com a qual Bacon dialoga
em dissenso.
• Há, por fim, ídolos que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas
doutrinas filosóficas e também pelas regras viciosas da demonstração. São os ídolos do
teatro: por parecer que as filosofias adotadas ou inventadas são outras tantas fábulas,
produzidas e representadas, que figuram mundos fictícios e teatrais. Não nos referimos
apenas às que ora existem ou às filosofias e seitas dos antigos. Inúmeras fábulas do mesmo
teor se podem reunir e compor, por que as causas dos erros mais diversos são quase
sempre as mesmas. Ademais, não pensamos apenas nos sistemas filosóficos, na
universalidade, mas também nos numerosos princípios e axiomas das ciências que
entraram em vigor, mercê da tradição, da credulidade e da negligência. Contudo, falaremos
de forma mais ampla e precisa de cada gênero de ídolo, para que o intelecto humano esteja
acautelado. BACON, Francis. Novum Organum.
http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/norganum.html. Acesso em 18 de fev .de 2017.
2. INDIVIDUALISMO SUBJETIVISTA
• Obviamente que para boa parte das pesquisas nas Ciências Exatas, os
resultados, se contextualizados nas mesmas condições e com os
mesmos métodos, devem ser reprodutíveis por outras investigações,
assegurando-se a sua universalidade.
• DESTRANSCENDENTALIZAÇÃO DA RAZÃO, DO MÉTODO, DO OBJETO,
DO PESQUISADOR.
RESULTADOS
• NÃO SÃO TOTALENTE OBJETIVOS
• SÃO PARCIAIS VISTO QUE HISTÓRICOS
• PRECISAM SER CHECADOS NA ESFERA PÚBLICA
• PRECISAM SER PUBLICADOS
• PODEM SER CONSIDERADOS ERRADOS OU CERTOS, DEPENDENDO DA
BANCA, DOS PARECEIRISTAS SEREM DE OUTRA POSIÇÃO TEÓRICA,
POLÍTICA, IDEOLÓGICA. PERIÓDICOS (ENFRENTAR AS CRÍTICAS)
• VALE A PENA TERMOS A COMPOSIÇÃO DE BANCAS CUJOS MEMBROS
ADVOGAM PRISMAS MUITO DÍSPARES?
LINGUAGEM
• Perspectiva discursiva: o discurso é uma mediação entre as palavras e
as coisas.
• Bakhtin: a guerra discursiva. Foucault: o discurso é pelo que se luta; é
poder.
• O trabalho é resultado de, no mínimo, dois pesquisadores, ou grupo.
• Nesse passo, deve afinar a linguagem para que ambos possam ter ali
um espaço de identidade e interlocução e locução.
• Contrário ao Subjetivismo Idealista e ao Objetivismo Abstrato.
• CONTRÁRIO AO USO DA PRIMEIRA PESSOA DO SINGULAR.
REFERÊNCIAS: EXPLICITADAS OU NÃO
• SÃO AS OBRAS, OS AUTORES, OS DOCUMENTOS COM OS QUAIS O PESQUISADOR DIALOGA
EM CONSONÂNCIA, MAS NÃO DE MODO ACRÍTICO OU “APAIXONADO”.
• SÃO AS VOZES QUE TAMBÉM PERMITIRAM QUE O TRABALHO, O TCC, A DISSERTAÇÃO, A
TESE, O ARTIGO EXISTISSEM.
• A VOZ DO PESQUISADOR EMERGIRÁ EM DEBATE COM SUA REFERÊNCIA, DANDO SUPORTE
PARA LER, INTERPRETAR, APRESENTAR, DELIMITAR OS SEU CORPUS E OS SEUS DADOS.
• A PESQUISA É REALIZADA PELO PESQUISADOR “DE BRAÇOS DADOS” COM A SUA
REFERÊNCIA.
• PODE-SE TER REFERÊNCIAS MENOS CLÁSSICAS, MENOS ACADÊMICAS. MAS A GENEALOGIA
DAS PESQUISAS. Homo Nouus tbm pode ser fonte de referência.
• Quais são explícitas e quais não o são? Forças centrípetas e centrífugas; frinchas e brechas.
REFERÊNCIAS: CANÔNICAS OU DO HOMO
NOUUS
• A AD deve saber lidar com fontes não tradicionais de referência visto que são
posições ainda não cristalizadas pelas ideologias oficiais e que podem trazer
contribuições inéditas para a pesquisa. Além desse ineditismo, o manejo dessas
bases também indica um fortalecimento de fontes menos tradicionais, tensionado
o poder do canônico. Sabemos que a obra bakhtiniana, em seu caráter pleno e
total, contrapõe-se, fundamentalmente, à unidimensionalidade da cultura oficial,
ao canônico e à verdade única. Daí decorre que a “ideologia do cotidiano”, que
resulta das falas e vozes dos “homens comuns” e concretos em suas lutas pela
sobrevivência em sua cotidianidade, é extremamente valorizada. Assim, essas
vozes também podem ser importantes fontes de referência nas pesquisas. Mas
como lidar com elas? Exemplo: Marx e Engels no Manifesto Comunista enfatizam
que o texto elaborado advém das vozes dos trabalhadores presentes em sua
empiricidade nas lutas contra o Capital.
PUBLICAÇÃO DA PESQUISA
• A PESQUISA DEVE SER PUBLICADA EM VÁRIOS ESPAÇOS
• SALA DE AULA
• SEMINÁRIOS
• CONGRESSOS
• PERIÓDICOS
• “VIDA”: VIVIDA NAS RELAÇÕES PESSOAIS E SOCIAIS
• OUTRAS PLATAFORMAS ( MÍDIAS Sociais)
• A CHECAGEM PÚBLICA DA PESQUISA É ESSENCIAL. OS LEITORES “DESCOBRIRÃO A
PESQUISA”, INTERPRETARÃO DE FORMAS DIVERSAS, SENDO TAMBÉM SEUS
“AUTORES”. PESQUISA ENGAVETADA NÃO TEM VIDA. Pressuposto básico: o Discurso
deve circular no social e expor-se ao embate.
PUBLICAÇÃO DA PESQUISA: plágio, autoplagio