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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA


BRIGADA MILITAR

DIREITO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Maj Fernando A. de MEIRELLES Almeida


2021
UNIDADE DIDÁTICA III

UNIDADE DIDÁTICA OBJETIVOS ESPECÍFICOS CARGA


HORÁRIA
 Os Processos Administrativos Disciplinares em
Espécie (Processo Administrativo Disciplinar
UD III Militar – Conselho de Justificação e Conselho de 10 h/a
Disciplina)
 O instituto da Prescrição no Processo
Administrativo Disciplinar Militar
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
(Anexo II RDBM)

O processo administrativo disciplinar militar orientar-se-á


pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia procedimental, celeridade e instrumentalidade,
assegurando ao acusado o contraditório e a ampla defesa.

Nenhuma transgressão da disciplina policial-militar


conhecida poderá ficar sem ser devidamente apurada, sob pena
de responsabilidade funcional.
O conhecimento da transgressão da disciplina policial-militar dar-se-á
nos seguintes casos:

a) através da parte disciplinar, previstas nos artigos 25 a 27 deste


regulamento;
b) através das conclusões de Procedimentos Administrativos
Investigatórios (Inquérito Policial Militar - IPM, Sindicância,
Inquérito Técnico - IT, Auditoria e Inspeção Correicional);
c) através da comunicação formal de autoridades e do público em
geral;
d) através de reclamação do ofendido que, se Militar Estadual,
deverá observar o canal de comando;
e) através dos meios de comunicação social.
COM BASE NA PARTE DISCIPLINAR:

 a instauração do processo dar-se-á pela autoridade com atribuição


disciplinar, consoante o disposto no Art. 20 deste regulamento;

 recebida a parte disciplinar e demais documentos instrutórios, a


autoridade mandará autua-la, dando-se o início do processo
administrativo nomeando encarregado para proceder com o PADM;

 O encarregado do PADM designará a audiência de justificação e fará


a notificação do acusado para comparecer no dia e horário
aprazados, oportunidade em que deverá apresentar resposta escrita
com as provas que entender cabíveis, devendo trazer suas
testemunhas.

 a audiência de justificação deverá ser marcada no prazo de três dias


úteis, contados da notificação formal do acusado;
 a cientificação do acusado será feita através da Notificação
Disciplinar, entregue mediante recibo na segunda via, que deverá ser
juntada aos autos, devendo constar a advertência de que sua
ausência à audiência de justificação implicará em reconhecimento
dos fatos como verdadeiros, conforme preceitua o art. 285 do CPC;

 acompanhará a notificação cópia da parte disciplinar;

 até o dia da audiência de justificação, os autos deverão ficar à


disposição do acusado para vista ou eventual extração de cópias,
mediante solicitação formal do mesmo;

 a audiência de justificação será presidida pela autoridade com


competência para punir o transgressor, ou por Militar Estadual
designado;
 o Militar Estadual designado para presidir a audiência de
justificação deverá ser superior hierárquico ou com precedência
sobre o acusado;

 poderá ser designado escrivão para lavrar os termos da audiência;

 o acusado regularmente notificado deverá comparecer à


audiência de justificação, no dia e horário aprazados,
acompanhado das suas testemunhas;

 aberta a audiência de justificação, o acusado deverá apresentar


resposta escrita, pessoalmente ou através de advogado
especificamente constituído;
 o acusado que admitir a transgressão poderá fazê-la oralmente, o
que será reduzido a termo e lido, devendo ser assinado pelo
encarregado da audiência, pelo declarante, pelo escrivão, se
houver, e por duas testemunhas instrumentais;

 não admitindo a transgressão disciplinar, o acusado, na resposta


escrita, deverá expor toda matéria de defesa, apresentando as
provas moralmente legítimas, ainda que não especificadas em lei,
hábeis para provar a veracidade do alegado;

 todas as provas serão produzidas na audiência de justificação,


podendo o encarregado limitar ou excluir as que considerarem
excessivas, impertinentes ou protelatórias, conforme previsto no
artigo 30, parágrafo único, deste Regulamento;
 de todo o ocorrido na audiência de justificação será lavrado termo,
assinado pelo encarregado, pelo acusado e/ou seu advogado e
pelas testemunhas, se houver;

 finda a audiência de justificação, os autos serão conclusos à


autoridade competente, para solução da parte disciplinar.

APÓS REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO:

 a autoridade com competência para punir o transgressor


procederá, com base nos documentos juntados ao PADM e no
relatório, parecer ou conclusões do encarregado do processo
administrativo, com a solução do procedimento, decisão da qual
caberá recurso na forma da lei.
PRESCRIÇÃO NO PADM

A prescrição, no campo disciplinar é a extinção da iniciativa


de punir resultado da inércia, durante certo lapso de tempo do
poder público, na persecução da infração ou na execução da
sanção.

Assim, em primeiro momento, pode-se dizer que a prescrição


decorre da aferição do tempo transcorrido entre a ciência de
suposto ilícito, por parte da administração, até a instauração de
processo administrativo disciplinar.

Em segundo momento, a prescrição ocorre entre a


instauração da ação disciplinar e o cumprimento da punição.
SÚMULA Nº 2 COR-G:
A prescrição da transgressão disciplinar não pode
ser reconhecida pelo Órgão de Polícia Militar de
origem devendo ser encaminhada ao escalão
superior.
 
BG nº 009/2009
Nota nº 291/AD/SCor/0
A administração policial militar é caracterizada pela rigorosa observância
dos regulamentos disciplinares.

PADM:
No Dec. Estadual 43.245/04 (RDBM) são previstos prazos prescricionais
apenas quanto a interposição, por parte do punido, dos recursos
disciplinares (3 dias), não havendo regramento quanto a prescrição da
pretensão punitiva e executória por parte da administração.

Entretanto, como as lacunas no sistema jurídico são aparentes deve ser


observada a disposição do art. 159 da LC 10.990/97, que remete, nos
casos omissos, ao Estatuto dos Servidores Públicos, LC 10.098/94, que
em seu art. 197 possui tabela de prazos prescricionais para a ação
disciplinar
Observando-se a tabela de prazos prescricionais do art. 197 da
LEC 10.098/94, a autoridade disciplinar policial militar deve fazer
uma adaptação do art. 8º do RDBM, enquadrando as sanções da
seguinte forma, quanto aos prazos prescricionais, a contar do
conhecimento formal do fato pela administração:

Infrações de natureza leve – advertência/repreensão: 12 meses


Infrações de natureza média – detenção e prisão: 24 meses
Infrações de natureza grave – licenciamento: 05 anos
CAUSA SUSPENSIVA da Contagem do Prazo Prescricional:

a) instauração de Sindicância ou Inquérito Policial Militar até a decisão


final pela autoridade competente;
b) enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer natureza,
inclusive judicial, questão de que dependa o reconhecimento da
transgressão.

CAUSA INTERRUPTIVA da Contagem do Prazo Prescricional:

a) A data de instauração da notificação disciplinar constitui a única o


causa interruptiva de contagem de prazo prescricional do processo
administrativo disciplinar militar.
DECLARAÇÃO DA PRESCRIÇÃO:

Uma vez configurada a prescrição, o julgador, independentemente de


provocação do acusado, deverá, em atenção aos termos da Súmula nº
02 da Corregedoria-Geral da BM, encaminhar os autos à autoridade
administrativa imediatamente superior para conhecê-la e declará-la,
não podendo ser relevada pela administração policial militar.

PROMOÇÃO DA RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR DA PRESCRIÇÃO:

A autoridade administrativa que declarar a prescrição deverá


responsabilizar a autoridade julgadora que deu causa à prescrição se
entender que esta, obrando em dolo ou culpa, efetivamente
concorreu para a configuração da perda da pretensão punitiva ou
executória pela Administração Policial Militar
CONSELHO DE JUSTIFICAÇÃO

O Conselho de Justificação (CJ) é destinado a julgar o oficial


militar de carreira da ativa, reserva ou reformado de permanecer
na ativa ou na situação de inatividade em que se encontra (art. 1º
da Lei 5.836/72).

O art. 2º do referido diploma legal refere-se aos casos de


cabimento, sendo que o procedimento pode ser instaurado de
ofício ou a pedido. No Estatuto (Lei 10.990/97) o assunto é tratado
nos arts. 41 a 43.
LEI 5.836/72

Art. 2º É submetida a Conselho de Justificação, a pedido ou "ex officio",


o oficial das forças armadas:

I - acusado oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação


social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou decoro
da classe;
II - considerado não habilitado para o acesso, em caráter provisório, no
momento em que venha a ser objeto de apreciação para ingresso em
Quadro de Acesso ou Lista de Escolha;

III - afastado do cargo, na forma do Estatuto dos Militares por se tornar


incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no exercício
de funções militares a ele inerentes, salvo se o afastamento é
decorrência de fatos que motivem sua submissão a processo;

IV - condenado por crime de natureza dolosa, não previsto na


legislação especial concernente a segurança do Estado, em Tribunal
civil ou militar, a pena restrita de liberdade individual até 2 (dois) anos,
tão logo transite em julgado a sentença; ou

V - pertencente a partido político ou associação, suspensos ou


dissolvidos por força de disposição legal ou decisão judicial, ou que
exerçam atividades prejudiciais ou perigosas à segurança nacional.
PROCEDIMENTO - Verificada uma das situações do art. 2º da Lei
5.836/72, o Conselho de Justificação é instaurado por meio de Portaria
do Comandante da OPM. A portaria deve ter a descrição do fato
gerador, bem como arrolar todas as punições sofridas pelo justificante
nos últimos 06 anos. O art. 4º do Decreto da Lei 5.836/72 dá a
competência para a nomeação do Conselho de Disciplina.

COMPOSIÇÃO – art. 5º - É composto por três oficiais da ativa, de posto


superior ao do justificante.

Os casos de incompatibilidade, impedimento ou suspeição arguidos


contra os membros do CJ, serão decididos por maioria pelo próprio CJ.
Rejeitada a arguição, prosseguem os trabalhos normalmente, porém se
aceita a arguição, o Presidente solicita a designação de um substituto,
suspendendo o CJ até a substituição.
QUORUM E LOCAL - De acordo com o art. 6º da Lei 5.836/72 o CJ só
funciona com a totalidade de seus membros, no local em que a
autoridade nomeante julgar adequado para apurar o fato.

INTIMAÇÃO DO ACUSADO - Deve conter exposição sumária do fato,


data, hora e local da audiência, se for de servidor da ativa é feita via
ofício à autoridade a qual está subordinado, se for preso, por meio de
ofício à autoridade responsável pela sua guarda, e se for da
reserva/reformado, é pessoal e escrito.

RAZÕES ESCRITAS - Prazo de 05 dias conforme art. 9º da Lei 5.836/72,


a contar do recebimento do Libelo Acusatório que lhe é entregue. Nas
razões (Defesa Prévia) o justificante deve requerer as diligências que
entende necessárias e apresentar as provas que pretende produzir
(testemunhas, pericial, inspeções, etc.) sendo admitidas todo o tipo
de provas lícitas de acordo com o CPPM.
AUDIÊNCIA INICIAL DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO - Está
prevista no art. 7º da Lei 5.836/72, e é convocada previamente pelo
presidente, na presença do advogado e seu defensor. A presença
do defensor é imprescindível ao andamento do feito como meio de
garantia da ampla defesa do acusado (art. 9º) na audiência são
procedidos os seguintes atos: compromisso dos membros do
conselho; leitura da autuação dos documentos de constituição do
CJ pelo escrivão; qualificação e interrogatório do justificante, todos
os membros assinam o termo; juntada de documentos porventura
oferecidos pelo acusado.

No caso de não comparecimento do acusado, se ele for da ativa


deve ser conduzido, se ele for da reserva ou inativo, publica-se em
órgão de divulgação na área de residência do acusado e, no caso de
não comparecimento, é julgado à revelia.
AUDIÊNCIA INSTRUTÓRIA - produção da prova e saneamento do
processo, nos termos do art. 427 do CPPM aplicado neste caso por
analogia.

ALEGAÇÕES FINAIS - pelo acusado no prazo de 08 dias com base no


art. 428 do CPPM.

SESSÃO DE JULGAMENTO - Ocorre a deliberação sobre o relatório,


após a conclusão da fase probatória do processo. A sessão secreta,
apesar de prevista, não pode acontecer sob pena de infração aos
direitos e garantias fundamentais.

A decisão é tomada pela maioria dos membros do Conselho de


Justificação. No caso de voto vencido, cabe justificação por escrito
(art. 12 , § 3º da Lei 5.836/72).
REMESSA A AUTORIDADE NOMEANTE - Elaborado o relatório ele é
remetido a autoridade nomeante (art. 12, § 4º da Lei 5.836/72).

RECURSO - O acusado deve ser cientificado pessoalmente da decisão


do CJ, abrindo-se a partir de então o prazo de 10 dias para o recurso
cabível tanto do órgão colegiado, quanto da autoridade nomeante.

DECISÃO DA AUTORIDADE NOMEANTE - Decisão em 20 dias nos


termos do art. 13 da lei 5836/72. Após isso os autos são remetidos ao
Cmt-Geral da BM, via Corregedoria, que os remete ao Secretário da
Secretaria da Segurança Pública.

O Secretário remete os autos ao Tribunal Militar do Estado que julgará


o processo e o remeterá ao Governador do Estado para a publicação
da Decisão em Diário Oficial do Estado.
CONSELHO DE DISCIPLINA

O Conselho de Disciplina (CD) é destinado ao julgamento da praça


com estabilidade quando sua atuação revelar-se incompatível com o
cargo ou demonstrar incapacidade para o exercício das funções
Policiais Militares a ela atinentes (art. 37, c/c art. 44 da Lei 10.990/97).

Conforme art. 45 da Lei 10.990, o procedimento do CD é regido por


Lei Especial. No caso, aplicam-se os dispositivos do Decreto Federal nº
71.500/72, sendo que o art. 2º do referido diploma legal refere-se aos
casos de cabimento.
DEC FED 71.500/72

Art. 2º É submetida a Conselho de Disciplina, "ex officio", a praça


referida no artigo 1º e seu parágrafo único.

I - acusada oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação


social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou decoro
da classe;
II - afastado do cargo, na forma do Estatuto dos Militares, por se tornar
incompatível com o mesmo ou demonstrar incapacidade no exercício
de funções militares a ele inerentes, salvo se o afastamento é
decorrência de fatos que motivem sua submissão a processo;

III - condenado por crime de natureza dolosa, não previsto na


legislação especial concernente à segurança do Estado, em tribunal
civil ou militar, a pena restritiva de liberdade individual até 2 (dois)
anos, tão logo transite em julgado a sentença; ou

IV - pertencente a partido político ou associação, suspensos ou


dissolvidos por força de disposição legal ou decisão judicial, ou que
exerçam atividades prejudiciais ou perigosas à segurança nacional.
INSTRUÇÃO NORMATIVA 003/COR-G/2019

Art. 1º Determinar que em cada caso relativo aos Conselhos de


Disciplina seja analisado no seguinte sentido:

I – Praça estável que tenha:

a) Procedido incorretamente no desempenho do cargo;


b) Tenha tido conduta irregular; ou
c) Praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar
ou o decoro da classe (LC 10.990/97)

II – Praça estável afastada do cargo (art. 37 Lei 10.990/97)


III – Praça estável condenada por crime de natureza dolosa e com
pena restritiva de liberdade (com trânsito em julgado):

a) Crime comum: qualquer apenamento, desde que não decretada


pelo juiz a perda do cargo público como efeito da condenação;
b) Crime militar: com pena até dois anos. Acima de dois anos o
procurador no TJM representa pela perda da função.

 Hipóteses do I e II o colegiado declara CULPADO (ou não) e CAPAZ ou INCAPAZ de


permanecer na condição de ativo ou inativo da Brigada Militar.
 Hipótese do III o colegiado declara CAPAZ ou INCAPAZ de permanecer na condição
de ativo ou inativo da Brigada Militar.
Verificada uma das situações do art. 2º do Decreto 71.500/72, o
Conselho de Disciplina é nomeado por meio de Portaria do
Comandante da OPM (art 4º). A portaria deve ter a descrição do fato
gerador.

O CD composto por três oficiais, sendo ao menos um deles oficial


intermediário, atuando como presidente e os demais, um como
interrogante e relator e o outro mais moderno como escrivão, conforme
art. 5º do Decreto 71.500/72.
Os casos de incompatibilidade, impedimento ou suspeição arguidos
serão decididos pelo próprio Conselho de Disciplina. Rejeitada a
arguição, prosseguem os trabalhos normalmente, porém se aceita a
arguição, o Presidente do Conselho de Disciplina deve solicitar a
autoridade nomeante a designação de um substituto, suspendendo o
conselho até a efetiva substituição.
QUORUM E LOCAL - De acordo com o art. 6º do Decreto 71.500/72
o CD só funciona com a totalidade de seus membros, no local em
que a autoridade nomeante julgar adequado para apurar o fato.

INTIMAÇÃO DO ACUSADO - Deve conter exposição sumária do


fato, data, hora e local da audiência, se for relativa a servidor da
ativa é feita por meio de ofício à autoridade a qual está
subordinado, se for preso, por meio de ofício à autoridade
responsável pela sua guarda, e se for da reserva ou reformado, é
pessoal e por escrito.

RAZÕES ESCRITAS - Prazo de 05 dias conforme art. 9º do Decreto


71.500/72, a contar do recebimento do Libelo Acusatório. Nas
razões (Defesa Prévia) o acusado deve requerer as diligências que
entende necessárias e apresentar as provas que pretende produzir
(testemunhas, pericial, inspeções, etc.) sendo admitidas todo o
tipo de provas lícitas de acordo com o CPPM.
AUDIÊNCIA INICIAL DE QUALIFICAÇÃO E INTERROGATÓRIO - prevista no
art. 7º do Dec. 71.500/72, e é convocada previamente pelo presidente,
na presença do advogado e seu defensor. A presença do defensor é
imprescindível ao andamento do feito como meio de garantia da ampla
defesa do acusado (art. 9º do Dec. 71.500/72) na audiência são
procedidos os seguintes atos: compromisso dos membros do conselho;
leitura da autuação dos documentos de constituição do Conselho de
Disciplina pelo escrivão; qualificação e interrogatório do acusado , todos
os membros assinam o termo de interrogatório; juntada de documentos
porventura oferecidos pelo acusado.

No caso de não comparecimento do acusado, se ele for da ativa deve


ser conduzido, se ele for da reserva ou inativo, publica-se em órgão de
divulgação na área de residência do acusado e, no caso de não
comparecimento, é julgado à revelia.
AUDIÊNCIA INSTRUTÓRIA - produção da prova e saneamento do
processo, nos termos do art. 427 do CPPM aplicado neste caso por
analogia.

ALEGAÇÕES FINAIS - pelo acusado no prazo de 08 dias com base no


art. 428 do CPPM.

SESSÃO DE JULGAMENTO - Ocorre a deliberação sobre o relatório,


após a conclusão da fase probatória do processo. A sessão secreta (art.
12) apesar de estar prevista não pode haver, em havendo tem que
ocorrer a presença do justificante e seu advogado. A decisão é tomada
pela maioria dos membros do Conselho de Disciplina. No caso de voto
vencido, cabe justificação por escrito (art. 12 , § 2º do Decreto
71.500/72).
REMESSA A AUTORIDADE NOMEANTE - Elaborado o relatório ele é
remetido a autoridade nomeante (art. 12, § 4º do Decreto 71.500/72).

RECURSO - O acusado deve ser cientificado pessoalmente da decisão do


Conselho de Disciplina (relatório), abrindo-se a partir de então o prazo
de 10 dias para recurso (art. 14, § único do D. 71.500/72). O recurso é
cabível tanto do órgão colegiado, quanto da autoridade nomeante.

DECISÃO DA AUTORIDADE NOMEANTE - Em 20 dias nos termos do art.


13 do D. 71.500/72). Após isso os autos são remetidos ao Comandante-
Geral da BM via corregedoria, que os remete a PGE e posterior segue ao
Governador do Estado para a exclusão da praça em ato a ser publicado
no Diário Oficial do Estado.

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