Você está na página 1de 47

DOCUMENTO DE

TRABALHO

AMAZÔNIA
NOVOS CAMINHOS PARA A IGREJA
E PARA UMA ECOLOGIA INTEGRAL
Um Sínodo para CONHECER a riqueza do
bioma, os saberes e a diversidade dos
Povos da Amazônia, especialmente dos
povos Indígenas, suas lutas por uma
ecologia integral, seus sonhos e
esperanças.

Um Sínodo para RECONHECER as


lutas e resistências dos Povos da
Amazônia que enfrentam mais de 500
anos de colonização e de projetos
desenvolvimentistas pautados na
exploração desmedida e na destruição
da floresta e dos recursos naturais;
Um Sínodo para CONVIVER com a
Amazônia, com o modo de ser de seus
povos, com seus recursos de uso coletivo
compartilhados num modo de vida não
capitalista adotado e assimilado
milenarmente.
Um Sínodo para DEFENDER a Amazônia,
seu bioma e seus povos ameaçados em
seus territórios, injustiçados, expulsos de
suas terras, torturados e assassinados
nos conflitos agrários e socioambientais,
humilhados pelos poderosos do
agronegócio e dos grandes projetos
econômicos desenvolvimentistas.
O Documento de trabalho é fruto de um
longo processo que inclui a redação do
Documento Preparatório
para o Sínodo, em junho de 2018, e um
amplo processo de escuta às
comunidades amazônicas.

GRANDE CLAMOR:
PRESENÇA!
COMO A IGREJA SE SITUA DENTRO
DESTE UNIVERSO AMAZÔNICO
DE UMA IGREJA ACOMODADA, PARA UMA IGREJA EM SAIDA
EMSIMESMADA, FECHADA NO COM ROSTO AMAZÔNICO, DO
TEMPLO SERVIÇO

Hierarquização e rigidez, Com sacramentos acessíveis ao


moralista pobre
Clericalismo Cristocêntrica

Alienação Profética

Autoritarismo Participativa

Que faça memória dos mártires


Vínculos com poder político e
da caminhada, Pobre e que faz
econômico
opção pelos pobres
COMO A IGREJA SE SITUA
DENTRO DESTE UNIVERSO
AMAZÔNICO
DE UMA IGREJA ACOMODADA, PARA UMA IGREJA EM SAIDA
EMSIMESMADA, FECHADA NO COM ROSTO AMAZÔNICO, DO
TEMPLO SERVIÇO
Valorize a participação das
Machista
mulheres
Simples, que fale a língua do
Complicada e cheia de normas
povo
Fechada em si mesma, dentro “bem” missionária: presente
dos templos (quatro paredes) nas periferias: urbanas e
existenciais
Com profunda espiritualidade e
Superficial, de aparências servidora
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA
“É bom que agora sejais vós
próprios a autodefinir-vos e a
mostrar-nos a vossa identidade.
Precisamos escutar-vos” (Fr.PM).
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA

Quatro conceitos-chave, intimamente


relacionados entre si: vida, território,
tempo e diálogo, onde se encarna a
Igreja com rosto amazônico e
missionário.
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA - VIDA

Fonte de VIDA – NA ESCUTA AS


COMUNDIADES INDENTIFICAM A VIDA COM
A ÁGUA - OS RIOS QUE SÃO COMO QUE
ARTÉRIAS DA AMAZÔNIA – MANACIAL DE
SEUS POVOS – LIGAÇÃO E INTERLIGAÇÃO –
SEPARA E UNE. TEM GRANDE IMPORTÂNCIA
PARA OUTRAS REGIÕES – LEVA ÁGUA -
CHUVA
I PARTE
A VOZ DA AMAZÔNIA - VIDA
Para que se tenha VIDA em abundância é
necessário: DEFESA DOS POVOS
TRADICIONAIS (INDIGENAS – RIBEIRINHOS –
QUILOMBOLAS, URBANOS...) contra as
ameaças (destruição e exploração ambiental,
violação dos direitos humanos, criminalização
e assassinatos de lideranças, privatização dos
bens da natureza, megaprojetos, narcotráfico,
alcoolismo, violência contra a mulher,
exploração sexual e tráfico de pessoas...) e
trabalhar a cultura do Bem viver – VIVER EM
HARMONIA
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA - TERRITÓRIO

Território, vida e relação com Deus: TUDO SE


INTERLIGA – DOS MAIS PEQUENOS ANIMAIS
AS MAIS GRANDE SÁRVORES COM A
HUMANIDADE PRESENTE- NOSSA MISSÃO
PROTEGER, CUIDAR PRESERVAR, CONVIVER.
MESMO COM TODOS ESTES DESAFIOS É UM
TERRITÓRIO DE ESPERANÇA
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA – TEMPO (KAIRÓS)

Tempo de Graça– SÍNODO PARA AMAZÕNIA


– BUSCA DE NOVOS CAMINHOS
Tempo de inculturação e de
Interculturalidade - A IGREJA ARMA SUA
TENDA, SEU TAPIRI
Tempo de desafios graves e urgentes -
URBANIZAÇÃO, PERDA DE REFERÊNCIA...
Tempo de esperança - A PARTIR DO DIÁLOGO
E DO APRENDIZADO
I PARTE

A VOZ DA AMAZÔNIA – DIÁLOGO


Novos Caminhos de diálogo - TENDO COMO
PRINCIPAL INTERLOCUTORES OS POVOS
INDÍGENAS
Diálogo e missão – SEGUINDO O EXEMPLO DE
JESUS, HOMEM DO DIÁLOGO E DO ENCONTRO
DIALOGO NA PERSPECTIVA DA
APRENDIZAGEM E DA RESISTÊNCIA!
É MOMENTO DE OUVIR A VOZ DA AMAZÕNIA
E DE RESPONDER COMO IGREJA PROFÉTICA E
SAMARITANA
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA


E DOS POBRES

A agressão contra a Mãe Terra e contra seus


habitantes ameaça sua subsistência , sua
cultura e sua espiritualidade – AFETA A
HUMANIDADE INTEIRA e exige uma
CONVERSÃO ECOLÓGICA INTEGRAL
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E


DOS POBRES – DESTRUIÇÃO EXTRATIVISTA

O clamor Amazônico - Nunca os povos


originários estiveram tão ameaçados como
agora: TRÊS GRANDES CAUSAS: 1. TERRITÓRIOS
NÃO DEMARCADOS; 2. INVASÃO DE GRANDES
(MONSTROS) PROJETOS; 3. CONTAMINAÇÃO
DOS RIOS, DO AR, DO SOLO E DAS FLORESTAS.
DESAFIO: DENUNCIAR VIOLAÇÕES DE DIREITOS
E DESTRUIÇÃO.
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – povos indígenas em isolamento
voluntário – ameaças e proteção.

Apesar da vulnerabilidade, poderíamos também


dizer que estes povos representam a resistência em
detrimento ao modelo de sociedade que temos.
A Igreja deve: exigir dos governos que garantam
recursos para a proteção destes povos; Reivindicar
a proteção de suas áreas (demarcação); Promover
recenseamento e mapeamento dos territórios;
Formar equipes; Informar aos povos sobre seus
direitos e a cidadania.
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – Migração

Povos Amazônicos em saída: MUITAS SÃO AS RAZÕES


E AS FORMAS DO PROCESSO DE MIGRAÇÃO – RURAL –
URBANO – DE CIDADES – DE EESTADOS – DE PAÍSES.
MISSÃO DA IGREJA: COMPREENDER O PROCESSO;
CULTIVAR UMA MISTICA MISSIONÁRIA; ARTICULAR
SERVIÇO DE ACOLHIMENTO; PROMOVER PROJETOS
AGROFAMILIARES NAS COMUNIDADES RURAIS;
COBRAR DOS PODERES PÚBLICOS RESPOSTAS AOS
DIREITOS DOS MIGRANTES; FOMENTAR A INTEGRAÇÃO
DOS MIGRANTES
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E


DOS POBRES – Urbanização

A AMAZÔNIA CADA VEZ MAIS SE TORNA


URBANA, CRESCE O NÚMERO DE HABITANTES
NAS CIDADES E REDUZ OS HABITANTES DA
ZONA RURAL. MESMO OS QUE PERMANECEM
NO INTERIOR VÃO SE DEPARANDO COM
PROFUNDAS MUDANÇAS POIS A CULTURA
URBANA CHEGA NOS MAIS DISTANTES
LUGARES DA AMAZÔNIA.
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – Urbanização

SURGEM OS GRANDES DESAFIOS: AUMENTO DA


VIOLÊNCIA; ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL; TRÁFICO
DE PESSOAS, DE DROGAS E DE ARMAS; CRISE DE
IDENTIDADE; DESESTRUTURÇÃO FAMILIAR;
CONFLITOS CULTURAIS, FALTA DE SENTIDO DA VIDA.
DIANTE DISSO SE PROPÕE: INCENTIVAR O ACESSO
UNIVERSAL A EDUCAÇÃO E CULTURA; FOMENTAR
CONSCIÊNCIA AMBIENTAL; COBRAR SANEAMENTO;
GERAR ESPAÇOS DE INTEGRAÇÃO: INDÍGENAS,
RIBEIRINHOS, QUILOMBOLAS INSERIDOS NAS
CIDADES,
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – Família e Comunidade

É NA FAMÍLIA QUE SE APRENDE A VIVER EM


HARMONIA ENTRE POVOS, ENTRE GERAÇÕES, COM A
NATUREZA, EM DIÁLOGO COM OS ESPÍRITOS. PORÉM
NOS DIAS ATUAIS ESSE MODELO DE FAMÍLIA ESTÁ
CADA VEZ MAIS RARO, SÃO MUITOS OS MODELOS
EXISTENTES.
PRECISAMOS: RESPEITAR O MODO PROPRIO DE
ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA; PROMOVER A FUNÇÃO
DA MULHER, RECONHECENDO SEU PAPEL
FUNDAMENTAL NA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DAS
CULTURAS; ARTICULAR A PASTORAL FAMILIAR A
PARTIR DA EXORTAÇÃO AMORIS LAETITIA
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – Corrupção

IMPREGNADA DE DIVERSAS FORMAS, E INTERLIGADA


COM OUTRAS MAZELAS COMO NARCOTRÁFICO, TORNA-
SE UM FLAGELO MORAL E ESTRUTURAL, SENDO OS
POVOS MAIS VULNERÁVEIS SUAS PRINCIPAIS VITIMAS.
PROPÕE-SE: UMA ADEQUADA PREPARAÇÃO PARA O
CLERO; PROMOVER A CULTURA DA HONESTIDADE, DO
RESPEITO PELO OUTRO E PELO BEM COMUM; FORMAR
OS LEIGOS (AS) PARA UMA SIGNIFICATIVA PRESENÇA NA
POLITICA; ACOMPANHAR OS POVOS NA LUTA PELOS
TERRITÓRIOS E RESPEITO DOS DIREITOS; DISCERNIR
COMO SE GERA E SE INVESTE OS RECURSOS NA IGREJA
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – A questão da Saúde Integral

OS HABITANTES DA AMAZÔNIA TEM DIREITO A SAÚDE


E A “VIVER SAUDAVELMENTE”, O QUE SUPÕE UMA
HARMONIA COM O QUE NOS OFERECE A MÃE TERRA”.
VALORIZAR OS CONHECIMENTOS TRADICIONAIS;
FACILITAR O ACESSO A NOVOS REMÉDIOS; EXIGIR DOS
GOVERNOS REGULAMENTAÇÃO RIGORASA DAS
INDUSTRIAS QUE POLUEM O MEIO AMBIENTE; GERAR
ESPAÇOS EDUCATIVOS PARA RECUPERAR OS HÁBITOS
DO BEM VIVER, GERANDO A CULTURA DO CUIDADO E
DA PREVENÇÃO; AS ESTRUTURAS DE SAÚDE DA IGREJA
ASSUMAM COMO PARTE DO SEU PROGRAMA A
MEDICINA TRADICIONAL.
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS


POBRES – Educação Integral
“NÓS JOVENS, ESTAMOS PERDENDO NOSSA IDENTIDADE
CULTURAL E EM ESPECIAL NOSSA LINGUA. ESQUECEMOS
QUE TEMOS RAIZES, QUE PERTECEMOS A UM POVO
ORIGINÁRIO, E NOS DEIXAMOS LEVAR PELA
TECNOLOGIA.NÃO É MAU CAMINHAR COM DOIS PÉS,
CONHECIMENTO MODERNO E TAMBÉM CUIDAR DO
TRADICIONAL.” UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL DEVE LEVAR
EM CONTA: O BEM VIVER, O BEM CONVIVER E O BEM
FAZER.
A IGREJA DEVE BUSCAR: FORMAR AGENTES LEIGOS (AS),
MINISTROS ORDENADOS; ESCOLAS E UNIVERSIDADES
TENHAM PLANOS EDUCACIONAIS ADEQUADOS AS
REALIDADES LOCAIS; INCLUA A TEOLOGIA INDÍGENA.
II PARTE

ECOLOGIA INTEGRAL: O CLAMOR DA TERRA E DOS POBRES


– Conversão Ecológica

CRISTO REDIME A CRIAÇÃO INTEIRA, SUBMETIDA AO


PECADO PELO SER HUMANO: UMA IGREJA EM SAÍDA É
UMA IGREJA QUE SE CONFRONTA COM O PECADO DESTE
MUNDO AO QUAL ELA MESMA NÃO É ALHEIA. O PROCESSO
DE CONVERSÃO IMPLICA DESAPRENDER, APRENDER E
REAPRENDER.
PRECISAMOS DESMACARAR AS NOVAS FORMAS DE
COLONIANISMOS; IDENTIFICAR IDEOLOGIAS QUE
JUSTIFICAM O ECOCÍDIO; DENUNCIAR AS ESTRUTURAS DE
PECADO QUE ATUAM NO TERRITÓRIO; A IGREJA QUE
ESTEJA A SERVIÇO DO CUIDADO DA CASA COMUM;
PROMOVER MERCADOS ECOSOLIDÁRIOS; RECUPERAR
MITOS E ATUALIZAR RITOS E CELEBRAÇÕES.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS

OS NOVOS CAMINHOS PARA A PASTORAL DA


AMAZÔNIA EXIGEM QUE SE RELANCE COM FIDELIDADE
E AUDÁCIA A MISSÃO DA IGREJA (DAp.,11) NO
TERRITÓRIO E QUE SE APROFUNDE O PROCESSO DE
INCULTURAÇÃO (EG, 126) E DE INTERCULTURALIDADE
(cf LS, 63, 143 E 146) QUE A IGREJA NA AMAZÔNIA
REQUER PROPOSTAS VALENTES, O QUE SUPÕE
CORAGEM E PAIXÃO, COMO NOS PEDE O PAPA
FRANCISCO. A EVANGELIZAÇÃO NA AMAZÔNIA É UM
BANCO DE ENSAIO PARA A IGREJA E PARA A
SOCIEDADE.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Igreja com Rosto Amazônico e
missionário

Necessitamos que os povos originários


moldem culturalmente as Igrejas amazônicas
locais. O rosto amazônico é o de uma Igreja
com clara opção pelos pobres e com os
pobres e pelo cuidado com a criação. A partir
dos pobres e da atitude de cuidado com os
bens de Deus, são abertos novos caminhos
para a Igreja local, que seguem em direção à
Igreja universal.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Igreja com Rosto Amazônico e
missionário

Uma Igreja com rosto amazônico possui uma


dimensão eclesial e política, de desenvolvimento
social, ecológico e pastoral, muitas vezes
conflitiva. Uma Igreja participativa se faz
presente na vida social, política, econômica,
cultural e ecológica de seus habitantes. Uma
Igreja criativa acompanha com seu povo a
construção de novas respostas às necessidades
urgentes.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Desafios da inculturação e da
interculturalidade

A IGREJA PERCORREU UM LONGO CAMINHO QUE


DEVE SER APROFUNDADO E ATUALIZADO, ATÉ
PODER A SER UMA IGREJA REALMENTE COM ROSTO
AMAZÔNICO: RECONHECER OS ERROS, APRENDER
DAS CULTURAS AMAZÔNICAS; SER UMA IGREJA
PROFÉTICA, CLAMAR PELOS DESCARTADOS E PELOS
QUE SOFREM; SUPERAR O CLERICALISMO; ASSUMIR
UMA CATEQUESE A PARTIR DA LINGUAGEM E DAS
NARRAÇÕES DOS POVOS AMAZÔNICOS.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Celebração da Fé: Uma Liturgia
inculturada

PROPÕE-SE A INCULTURAÇÃO DA LITURGIA NOS


POVOS INDÍGENAS. É NECESSÁRIO ATREVER-SE
A ENCONTRAR NOVOS SINAIS, NOVOS
SÍMBOLOS, UMA NOVA CARNE PARA A
TRANSMISSÃO DA PALAVRA, AS DIVERSAS
FORMAS DE BELEZA VALORIZADAS EM
DIFERENTES ÂMBITOS CULTURAIS. SEM ESTA
INCULTURAÇÃO, A LITURGIA PODE SER
REDUZIDA A UMA PEÇA DE MUSEU OU UMA
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Celebração da Fé: Uma Liturgia inculturada

Passos a serem dados: Assumir no ritual litúrgico e


sacramental, com símbolos e estilos celebrativos das
culturas Amazônicas; Celebrações festivas com
música e dança próprias, em línguas e vestimentas
autóctones; Mudar os critérios para selecionar e
preparar os ministros autorizados a celebrar a
eucaristia, para assim poder celebrá-la com maior
frequência; Adaptar o ritual eucarístico às culturas
locais; Acompanhar a fé do povo simples que se
expressa em orações, imagens, símbolos, tradições,
peregrinações, visitas a santuários, procissões e
festas patronais.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

A igreja deve se encarnar nas culturas


amazônicas que possuem um alto senti do de
comunidade, igualdade e solidariedade, razões
pelas quais não aceitam o clericalismo em suas
diversas manifestações. os povos originários
possuem uma rica tradição de organização social
na qual a autoridade é rotativa e com um pro
fundo sentido de serviço.
É NECESSÁRIO PASSAR DE UMA IGREJA QUE
VISITA PARA UMA IGREJA QUE PERMANECE
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

O PROCESSO DE ESCUTA SUGERE RECUPERAR


ASPECTOS DA IGREJA PRIMITIVA, QUANDO ELA
RESPONDIA AS SUAS NECESSIDADES CRIANDO
MINISTÉRIOS OPORTUNOS:
Promover vocações autoctones de homens e
mulheres;
Estudar a possibilidade de ordenação sacerdotal de
pessoas mais velhas respeitadas e aceitas pela sua
comunidade
Identificar um ministério oficial a ser conferido para
as mulheres
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

Valorizar o protagonismo dos leigos e leigas,


proporcionar caminhos de formação integral, criar
itinerário formativos a luz da Doutrina Social, abrir
canais de processos sinodais com a participação de
todos os fieis.
Reconhecer o papel das mulheres, recuperando o
espaço reservado por Jesus a elas, seja garantida sua
liderança na área de formação, consultá-las e ouvi-las
nos momentos de decisões, a Igreja acolher o estilo
feminino de atuar e compreender os
acontecimentos.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

Promover uma vida consagrada alternativa e


profética, intercongregacional,
interinstitucional, com um sentido de disposição
para estar onde ninguém quer estar e com
quem ninguém quer estar. Recomenda-se que a
formação para a vida religiosa inclua processos
formativos focados na interculturalidade,
inculturação e diálogo entre espiritualidades e
cosmovisões amazônicas.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

Dialogar com os jovens para escutar suas


necessidades. Acompanhar processos de
transmissão e recepção da herança cultural e
linguística nas famílias, para superar as
dificuldades na comunicação intergeracional.
Promover programas para fortalecer sua
identidade cultural frente à perda de valores,
idiomas e relação com a natureza, e
programas para ajudá-los a dialogar com a
cultura urbana moderna.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – A Organização das Comunidades

Ação pastoral conjunta entre as Igrejas


fronteiriças para enfrentar problemas comuns;
Incentivar e fortalecer o trabalho em redes,
dando continuidade ao serviço da REPAM;
Considerar a necessidade de uma estrutura
episcopal amazônica que efetive a aplicação
do Sínodo; Criar um fundo econômico de apoio
à evangelização, promoção humana e ecologia
integral, sobretudo para a implementação das
propostas do Sínodo.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Evangelização nas cidades

A Igreja necessita estar em diálogo com a


realidade urbana, que exige respostas
diferentes e criativas. É necessário que os
sacerdotes, religiosos, religiosas, leigas e
leigos dos diferentes ministérios,
movimentos, comunidades e grupos de uma
mesma cidade ou diocese estejam unidos
na realização de uma ação missionária
conjunta, inteligente e capaz de unir forças.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Evangelização nas cidades

Promover, nas diferentes atividades


pastorais da paróquia, uma pastoral
específica para os indígenas; Projetar uma
estratégia de trabalho pastoral comum;
Repensar as estruturas eclesiais, superando
as formas culturais desatualizadas;
Sensibilizar a comunidade sobre as lutas
sociais, apoiando os distintos movimentos
sociais para promover uma cidadania
ecológica e defender os direitos humanos;
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA:


DESAFIOS E ESPERANÇAS – Evangelização
nas cidades

Impulsionar uma Igreja missionária e


evangelizadora, visitando e escutando
a realidade presente; Atualizar a opção
pelos jovens, procurando uma pastoral
da qual eles mesmos sejam
protagonistas; Fazer-se presente nos
meios de comunicação para evangelizar
e promover as culturas originárias
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA:


DESAFIOS E ESPERANÇAS – Evangelização
nas cidades

Impulsionar uma Igreja missionária e


evangelizadora, visitando e escutando
a realidade presente; Atualizar a opção
pelos jovens, procurando uma pastoral
da qual eles mesmos sejam
protagonistas; Fazer-se presente nos
meios de comunicação para evangelizar
e promover as culturas originárias
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Diálogo Ecumênico e Inter-religioso

O diálogo ecumênico é um diálogo entre pessoas


que acreditam em Cristo, que partilham suas
vidas, lutas, preocupações e experiências de
Deus, fazendo de suas diferenças um estímulo
para crescer e aprofundar a própria fé. O Grande
desafio na Amazônia é que a maioria das
Igrejas/Seitas não querem dialogar. Estes
movimentos se expandiram, em grande parte,
pela falta da presença de ministros católicos.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Diálogo Ecumênico e Inter-religioso

Indicativos: Buscar, por meio de encontros periódicos,


elementos comuns para trabalhar juntos pelo
cuidado com a Casa Comum e para lutar de maneira
articulada contra as agressões externas e pelo bem
comum; Considerar quais aspectos do ser Igreja nos
apontam novos caminhos para a Igreja amazônica e
quais precisam ser incorporados; Incentivar a
tradução da Bíblia para as línguas originais;
Promover encontros com teólogos cristãos
evangélicos.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Missão dos Meios de
Comunicação

Um dos grandes desafios da Igreja é


pensar sobre como situar-se neste mundo
interconectado. Os meios de comunicação
social de massa transmitem padrões de
conduta, estilos de vida, valores e
mentalidades influentes, veiculando uma
cultura que tende a se impor e uniformizar
sobretudo entre a juventude
interconectada.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – Missão dos Meios de
Comunicação

Sugere-se: Formação integral de comunicadores


autóctones ; Maior presença de agentes pastorais
nos meios de comunicação de massa; Criação de
novas emissoras de rádio e televisão com
conteúdos amazônicos; Aumentar a presença da
Igreja na internet para que o mundo conheça a
realidade amazônica; Articulação dos diversos
meios de comunicação da Igreja e dos que
trabalham em outras mídias, em um plano
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – O Papel Profético da Igreja e da
Promoção Humana e Integral

A Igreja tem a missão de evangelizar, a qual implica


ao mesmo tempo comprometer-se com a promoção e
garantia dos direitos dos povos indígenas,
esforçando-se para entender o que eles realmente
necessitam. Na voz dos pobres está o Espírito; por
isso, a Igreja deve escutá-los: são um lugar teológico.
Ao escutar a dor, o silêncio é necessário para escutar
a voz do Espírito de Deus. A voz profética implica
silêncios profundos. Junto ao povo amazônico, a
Igreja recria sua profecia. O mundo amazônico pede
à Igreja que seja sua aliada.
III PARTE

IGREJA PROFÉTICA NA AMAZÔNIA: DESAFIOS E


ESPERANÇAS – O Papel Profético da Igreja e da
Promoção Humana e Integral

Deve assumir o compromisso: Denunciar modelos que


prejudicam o território e violam os direitos dos povos e
comunidades; Junto com movimentos sociais, anunciar
profeticamente uma agenda de justiça; fomentar
formação no campo da defesa dos direitos humanos;
Defender as minorias e os mais vulneráveis; Ouvir o
clamor da mãe terra; Promover a dignidade e a
igualdade da mulher nas esferas eclesial e pública;
Favorecer uma nova consciência ecológica; Assumir sem
medo a opção preferencial pelos pobres; criar redes de
incidência regional, internacional e global.
“Esperamos que este Sínodo seja uma
expressão concreta da sinodalidade de uma
Igreja em saída, para que a vida plena que
Jesus veio trazer ao mundo chegue a todos,
especialmente aos pobres.”

Você também pode gostar