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A história da Cartografia

1. GEOGRAFIA, CARTOGRAFIA E HISTÓRIA DOS MAPAS


Geografia, cartografia e história dos mapas

 Cartografia, palavra de origem da língua portuguesa, é derivada da palavra Cosmografia,


 Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cartografia é
compreendida “como a representação geométrica plana, simplificada e convencional, do todo ou de
parte da superfície terrestre, apresentada através de mapas, cartas ou plantas”;
 A cartografia é um conjunto de técnicas, mas que tem um objetivo tão antigo quando a história do
homem: o de representar a vida do homem na superfície da Terra e os elementos do planeta;
 O conhecimento nomeado como Geografia teve por objetivo, desde a antiguidade, descrever e criar uma
imagem do mundo...
 Como salienta Erwin Raisz (1969), a relação entre Cartografia e Conhecimento Geográfico não surgiu
com a Revolução Científica, mas tem, provavelmente, existência anterior a 2.500 anos a.C. (Mapas
Babilônicos). Todos os povos, como afirma Cêurio de Oliveira (1988), de uma forma ou de outra,
legaram à humanidade diversos mapas.
Plano da Cidade de Catal Hyük (6.200 a.C)
Tunin Papirus, 1.300 a.C
Geografia, cartografia e história dos mapas

 A confecção de mapas precede a escrita, pois os homens primitivos, vivendo como


caçadores e coletores, deveriam mover-se continuamente, e o conhecimento de direções e
distâncias era uma questão de vida ou de morte;
 Assim, a busca pela representação gráfica das informações pode ser visível nos mais
remotos grupos culturais, como os Astecas, Babilônios, Camônios, Chineses, Egípcios,
Esquimós, Gregos, e os nativos das Ilhas Marshall.
DAS ANTIGAS REPRESENTAÇÕES
CARTOGRÁFICAS À CARTOGRAFIA GREGA

 Mesmo tendo pouca semelhança com os mapas ocidentais atuais, devemos considerar a
produção de representações gráficas, realizadas por antigas culturas, como mapas.
 As diferentes visões e narrativas de mundo produziram diferentes representações de
mundo. Estas formas de expressão são visíveis desde o Paleolítico Superior, entre 40 e 12
mil anos a.C, conforme a figura a seguir.
 são as descobertas arqueológicas, em alguns penhascos no norte da Itália, de inúmeras
figuras rupestres, com figurações topográficas, representando uma rica organização social
camponesa
Mapa Rupestre (Petroglifo) de Bedolina
DAS ANTIGAS REPRESENTAÇÕES
CARTOGRÁFICAS À CARTOGRAFIA GREGA

 Outras produções de muito valor foram as realizadas pelos nativos das Ilhas Marshall, pelos esquimós, babilônios,
egípcios e chineses.
 Os nativos das Ilhas Marshall confeccionaram mapas feitos de fibras de palma e conchas, demonstrando direções das
ondas e localização de ilhas.
 Os esquimós fizeram construções gráficas com considerável fidedignidade de suas áreas de vivência.
 Os astecas representavam em mapas, acontecimentos históricos de seu grupo cultural.
 Nos mapas Babilônicos as representações mais antigas correspondem a placas de argila contendo a demonstração de
duas cadeias de montanhas e um rio (Eufrates), tendo idade aproximada de 2.500 a.C. Os babilônios, também
contribuíram à cartografia, com sua divisão da circunferência em 360°, o grau em 60’ e o minuto em 60”.
 Para os egípcios, a cartografia foi um importante instrumento para a arrecadação de impostos, referente à produção
agrícola no vale do rio Nilo.
 E OS CHINESES? Eles fizeram um completo levantamento de suas terras e águas, culminando tais levantamentos na
construção de diversos mapas.
CONTRIBUIÇÕES DOS CHINESES E
GREGOS

 utilização de um quadriculado retilíneo, como os paralelos e meridianos utilizados


atualmente; e
 a orientação dos mapas.
Gregos também cooperaram:
 O momento de maior desenvolvimento foi o da cartografia grega. Foi tão desenvolvida
que, até o século XVI, não havia sido igualada por nenhuma outra cultura.
 Admitiram a existência de um Planeta Terra esférico, possuindo Pólos, Trópicos e
Equador. Conceberam de forma aprimorada um sistema de coordenadas geográficas,
construindo as primeiras representações do planeta, chegando até a calcular o seu
tamanho.
Terra para os gregos

 Era considerada como disco, onde ao seu redor giravam as águas oceânicas. Tais
representações buscavam descrever as terras conhecidas até então, uma área que se
estendia desde o atual Paquistão ao Oceano Atlântico.
 A partir do século IV a.C, introduziu-se a ideia que o Planeta Terra não era mais um disco,
mas sim uma esfera;
 Esse ponto de vista, surgiu a partir de considerações filosóficas, pois se a Terra era obra
dos deuses, sendo estes perfeitos, o Planeta Terra deveria ser esférico, a mais perfeita de
todas as formas;
 Eratóstenes foi o filosofo que buscou medir a circunferência da Terra... Como ele fez
isso?????
Experimento de Eratóstenes
Experimento de Eratóstenes

 Eratóstenes, realizando tal tarefa, obteve a leitura do ângulo da sombra do Sol em Alexandria com o valor
de 1/50 de uma circunferência (7° 12’). Tal raciocínio apontou que um meridiano deveria medir 50 x esta
distância, de aproximadamente 46.250 km.
 O erro de Eratóstenes, com relação à medida aceita atualmente de 40.009 km, foi de 15%, ressaltando-se
que esse erro se anula quando consideramos que Siena não está no Trópico de Câncer, mas ao norte, e
Alexandria não está no mesmo meridiano, mas a oeste.
 Um século mais tarde, Possidônio (135-50 a.C) realizou a mesma medição, porém tendo como referência
outras cidades. A circunferência máxima da Terra foi calculada em aproximadamente 29.000 km.
 Enquanto para Erastóstenes, 1° na direção leste-oeste equivalia a 128 km, para Possidônio esse mesmo
intervalo era de 80 km. Esta última medida, quase 30% menor, foi difundida por Ptolomeu (87-50 a.C.).
Desta forma, tínhamos próximo ao advento das grandes navegações e das grandes descobertas próximas do
final do século XV, um planeta menor.
Terra para os gregos

 O apogeu da cartografia, nesse período, está relacionado à obra de Ptolomeu, Sua famosa
obra Geografia é formada de oito volumes, tratando desde a construção de globos à
técnica de projeção de mapas. Descreveu mais de 8.000 lugares com coordenadas
geográficas. O volume mais importante trata dos princípios da Cartografia, da Geografia,
da Matemática, das projeções e dos métodos de observação astronômica.
 Ptolomeu adotou a medida possidônica do Planeta Terra, foi essa a que prevaleceu no
fazer dos geógrafos até o século XV.
DA CARTOGRAFIA AOS MAPAS
PORTULANOS

 Com a Idade média, houve um abandono à cartografia, mesmos os Romanos,


preocuparam-se em confeccionar mapas que desprezaram as projeções, retornando aos
mapas em forma de disco. Dentro deste disco os geógrafos situaram toda a Terra, tendo
como centro a Península Italiana. As demais regiões foram reduzidas a porções
periféricas.
 Dessa forma, sobretudo entre os anos 300 e 500 d.C. no ocidente, quanto à concepção
cartográfica, houve uma regressão lamentável;
 Porém, o o mundo muçulmano recolheu e desenvolveu a tradição da antigüidade clássica.
O islamismo e a necessidade de visitar Meca pelo menos uma vez na vida, foi o motor
propulsor do desenvolvimento das habilidades cartográficas e geográficas.
DA CARTOGRAFIA AOS MAPAS
PORTULANOS

 Com a Idade média, houve um abandono à cartografia, mesmos os Romanos,


preocuparam-se em confeccionar mapas que desprezaram as projeções, retornando aos
mapas em forma de disco. Dentro deste disco os geógrafos situaram toda a Terra, tendo
como centro a Península Italiana. As demais regiões foram reduzidas a porções
periféricas.
 Dessa forma, sobretudo entre os anos 300 e 500 d.C. no ocidente, quanto à concepção
cartográfica, houve uma regressão lamentável;
 Porém, o o mundo muçulmano recolheu e desenvolveu a tradição da antigüidade clássica.
O islamismo e a necessidade de visitar Meca pelo menos uma vez na vida, foi o motor
propulsor do desenvolvimento das habilidades cartográficas e geográficas.
DA CARTOGRAFIA AOS MAPAS
PORTULANOS
CARTA PORTULANOS

 direcionadas aos navegadores. Tais cartas eram utilizadas para navegação e


confeccionadas com medições feitas a bússolas;
 As regiões representadas eram o Mar Mediterrâneo, o Mar Negro e o Oceano Atlântico
até a Irlanda.
 Seu auge foi através do Atlas Catalão, no final do século XIV, apresentando a Ásia
Oriental, a Índia e o Oceano Índico;
 Os séculos XV e XVI foram a época da decadência dos Mapas Portulanos, pois com as
grandes navegações foi necessário desenvolver um novo modelo de representação da
superfície terrestre.
ATLAS CATALÃO
DO DECLÍNIO DAS CARTAS PORTULANAS
À REFORMA DA CARTOGRAFIA

 partir do declínio dos Mapas Portulanos, temos um reavivamento cartográfico propiciado pela
nova tradução da Geografia de Ptolomeu para o latim em 1405, e a invenção da imprensa por
Gutemberg em 1436, o que propiciou a ampliação e a disseminação de documentos cartográficos;
 Escola de Sagres, que formava, além do piloto, o cosmógrafo, denominado de cartógrafo. Este
profissional ficava responsável pela segurança da navegação;
 A cartografia, a partir de então, foi orientada para a navegação, sendo estimulada pelo
mercantilismo.
 Com as grandes navegações nasce a demanda de instituir uma reforma da cartografia, devido à
circunstância de que o mundo que era de fato conhecido até 1492 não existia mais; buscaram uma
cartografia mais precisa; que representasse a superfície da Terra com maior precisão possível.
Surge então o método de triangulação, e a PROJEÇÃO DE MERCATOR;
As projeção de MERCATOR
REFORMA DA CARTOGRAFIA

 reforma da cartografia iniciou-se com as determinações de longitude efetuadas pela escola


francesa de cartografia, no final do século XVII, mediante observações simultâneas, em
vários lugares do mundo, dos satélites de Júpiter. Tal trabalho resultou em um novo mapa-
múndi em 1682. Ao lado da França, a escola inglesa produziu diversos mapas, haja vista
sua posição no comércio internacional.
 Após várias reformas, foi proposto um plano de um mapeamento mundial por Albrecht
Penck , no Congresso Internacional de Londres, ocorrido em 1909. Esta proposta
estabeleceu padrões para confecção de folhas na escala 1: 1.000.000. O objetivo da
padronização do CIM (Carta Internacional ao Milionésimo) foi fornecer uma carta de uso
geral, permitindo a confecção de outras séries cartográficas.
Fusos UTM / Cartas ao Milionésimo.

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