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UM DISCURSO SOBRE

AS CIÊNCIAS
Análise Interpretativa
PONTOS CENTRAIS DA OBRA

Paradigma Dominante
Crise do Paradigma Dominante
Paradigma Emergente
Introdução
 Final do século XX - Fase de transição;
 Ambiguidade e complexidade;
 Progressos científicos;
 Ciência → diminuir o “fosso” na nossa
sociedade entre o que é e o que
aparenta ser;
 Crítica ao positivismo.
Introdução

“[...] é possível dizer que em termos


científicos vivemos ainda no século XIX e que
o século XX ainda não começou, nem talvez
comece antes de terminar”. (p. 6)
O paradigma dominante
 Revolução científica: ruptura com o que
precedeu;
 “Serena arrogância”;
 Racionalidade;
 Domínio das ciências naturais;
 Matemática: instrumento a favor da ciência;
 Rigor científico: medições;
O paradigma dominante
 Conhecer: dividir + classificar.

 Objeto: quantificável x qualificável;

 Formulação de leis;

 Idéia de mundo-máquina;

 Determinismo mecanicista;
O paradigma dominante

Racionalismo
cartesiano
Positivismo
Empirismo oitocentista
baconiano
O paradigma dominante

Ciência moderna

influência no campo do comportamento


social
Leis da natureza e leis da sociedade
O paradigma dominante

Séc. XIX → emergência das


ciências sociais;
adoção da metodologia das
ciências naturais (Durkheim)
adoção de metodologia própria
(Max Weber)
O paradigma dominante
Crítica aos modelos: ambos valorizam as
ciências naturais em detrimento das sociais.

[...] ambas as concepções de ciência social a que


aludi pertencem ao paradigma da ciência moderna,
ainda que a concepção mencionada em segundo
lugar represente, dentro desse paradigma, um sinal
de crise e contenha alguns componentes da
transição para um outro paradigma científico.
(p. 23)
A crise do paradigma dominante
 A crise resulta das seguintes condições
teóricas:

1. teoria da relatividade, de Einstein;


2. mecânica quântica, de Heisenberg e
Bohr;
3. incompletude da matemática,
demonstrada por Gödel;
4. ordem a partir da desordem; de Prigogine
A crise do paradigma dominante

 EINSTEIN:
 MECÂNICA QUÂNTICA +
PRINCÍPIO DA
INCERTEZA
 Teoria da relatividade; (HEISENBERG E BOHR):
 Simultaneidade de Interferência no objeto
eventos (no mesmo local e observado;
em locais diferentes);
Leis da física: probabilidade;
 Concepções de tempo e
Mecanicismo: inviabilidade
espaço (de Newton)
reformuladas Complexidade da divisão
 Leis da física: locais
sujeito/objeto
A crise do paradigma dominante
GÖDEL: PRIGOGINE:
Questionamento ao  Ordem através das
rigorismo matemático; flutuações;
Proposições  História x eternidade;
“indecidíveis”;  Determinismo x
Leis da natureza → rigor: imprevisibilidade;
matemática → carência de
fundamento.
A crise do paradigma dominante
Condições causais da Crise:
1. Reflexão proposta pelos próprios
cientistas;
[...] nunca houve tantos cientistas-filósofos como
actualmente, (p. 30)
2. A reflexão abrange questões que antes
eram deixadas aos sociólogos;
[...] papel de relevo na reflexão epistemológica. (p. 30)
O paradigma emergente

 Via especulativa;
 “paradigma de um conhecimento prudente
para uma vida decente” (p. 37)
 Paradigma científico e social
O paradigma emergente
Todo o conhecimento científico-natural é
científico-social:

 “Colapso das distinções dicotômicas”;


 Orgânico x inorgânico;
 Distinção corpo x alma, natureza x cultura,
natural x artificial, mente x matéria, observador x
observado;
 Ciências naturais vs ciências sociais
 Valorização dos estudos humanísticos.
O paradigma emergente
 Todo o conhecimento é local e total
 Ciência moderna: especialização do
conhecimento → segregação;
 Paradigma emergente: conhecimento total →
totalidade universal → pensamento ilustrado;
 Ampliação do objeto e avanço do conhecimento;
 Conhecimento determinístico e descritivista x
conhecimento sobre as condições de
possibilidade;
 Pluralidade de métodos – transgressão
metodológica.
O paradigma emergente
 Todo o conhecimento é auto-
conhecimento
 Homem: sujeito epistêmico x sujeito empírico;
 Valores humanos e religiosos;
 Antropologia e sociologia;
 Regresso do sujeito → conhecimento científico
ressubjetivado;
 “Deus pode estar em vias de regressar.
Regressará transfigurado, sem nada de divino
senão o nosso desejo de harmonia e comunhão
com tudo o que nos rodeia”. (p. 52)
 A ciência é autobiográfica;
 Sobreviver x saber viver.
O paradigma emergente
 Todo o conhecimento científico visa
constituir-se em senso comum
 Senso comum: superficial, ilusório e falso?
 Senso comum: enriquecer a relação com o mundo;
 Conhecimento científico x conhecimento pelo senso
comum;
 Conhecimento e auto-conhecimento;
 Tecnologia e sabedoria;
O paradigma emergente

A condição epistemológica da ciência


repercute-se na condição existencial dos
cientistas. Afinal, se todo o conhecimento é
auto-conhecimento, também todo o
desconhecimento é auto-desconhecimento.
(p. 58)
Referências

 SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso


sobre as ciências. 7. ed. Porto: Edições
Afrontamento, 1987.

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