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Epidemiologia Diabetes

e
Abordagens Tratamento
Convencional e Fitoterápico
Epidemiologia

• Diabetes mellitus 2 (DM) Brasil


uma das mais crônicas e sérias síndromes metabólicas • Prevalência 7,5%
– importante causa de morbidade e mortalidade
• Responsável por 12% hospitalizações não
Estimativas globais: relacionadas a gestações
• Atinge mais de 300 milhões pessoas no mundo – • Mais de 15% gastos hospitalares SUS –
8,3%
(2008 a 2010)
• Estima-se que em 2035 chegue a mais de 500
milhões

• Mortalidade mundial 2013 – estimado 11,9mi pessoas faixa


5,1 milhões de pessoas idade entre 20- etária 20-79 anos com DM no Brasil (4º
79 anos em 2013 posição entre os países com maior nº DM)
(International Diabetes Federation, 2013) (International Diabetes Federation, 2013)

(Guariguata et al., 2014; International Diabetes Federation, 2013; Rosa et al., 2014)
Epidemiologia

75,2% dos
Doença multifatorial diabéticos
apresentam Tratamento previne complicações
excesso de
Peso – crescente prevalência peso no
mais sérias
obesidade Brasil. nem sempre restaura
(PNS, 2013) completamente normoglicemia ou
elimina todas as consequências
sedentarismo
adversas. 
processos de urbanização
Prevenção é altamente
envelhecimento populacional recomendada.

principais fatores responsáveis


aumento da incidência e prevalência
do DM em todo o mundo

(International Diabetes Federation, 2013; Beagley et al. 2014; Moura et al. 2015; Nilson, et al. 2018 )
Epidemiologia

Aferir prevalência DM na Pesquisa Dimensões Sociais das Desigualdades (PDSD), um survey nacional
com representatividade para as macrorregiões, em 2008.
continuação
Foram entrevistados 12.423 indivíduos de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 20 anos

Prevalência DM - Variáveis
sociodemográficas
• idade (≥ 40 anos)
• baixa escolaridade
• estado conjugal (não
casados)
• Moradores regiões mais
desenvolvidas

(Flor e Campos, 2017)


Epidemiologia

• DM associada - Variáveis comportamentais e


• condições de saúde
• obesidade
• sedentarismo
• comorbidade com hipertensão arterial
Hipercolesterolemia – taxas elevadas de • hipercolesterolemia
colesterol no sangue (>200 mg/decilitro).

(Flor e Campos, 2017)


Epidemiologia

Mudanças dieta
Prevenção
• Evitando carboidratos simples,
Os fatores mais associados DM - açucares, lipídios
identificados como evitáveis • Refeições horários regulares
• Sobrepeso
• Sedentarismo Prática regular atividade física
de interesse
•Melhora sensibilidade à insulina
Apontam necessidade de • Diminui hiperinsulinemia
• Aumenta captação muscular glicose
mudanças comportamentais • Melhora perfil lipídico e hipertensão arterial
como estratégia para prevenção e • Bem-estar físico e psíquico
controle do diabetes e suas
complicações.
Medida preventivas
E profiláticas

(Helmrich et al., 1991; Mayer et al., 1998; Araújo et al., 2000; Oliveira et al., 2010)
Abordagens Tratamento
convencional

Aumenta captação de glicose nas


células estimulando translocação
Insulina do transportador de glicose
(GLUT4) de sítios intracelulares à
superfície celular.
Estratégias básicas
de tratamento

Drogas Reduzem nível de glicose no


hipoglicemiantes sangue. São substâncias orgânicas
orais sintéticas e complexas.

(Saltiel e Kahn, 2001; Araújo et al., 2010; Rao et al., 2010; Wadkar et al., 2008; Pandeya et al., 2012)
Abordagens Tratamento
convencional
Drogas hipoglicemiantes
orais

Utilizados na DM tipo 2 – divididos em classes de acordo com o


mecanismo de ação hipoglicemiante
 Sensibilizadores da insulina – efeitos terapêuticos através da
captação de glicose tecidos periféricos e redução da liberação de
glicose fígado. 2 classes terapêuticas:
biguanidas (metformina) e as glitazonas.

 Secretagogos de insulina – estimulam produção insulina pelas


células β-pancreáticas. 2 classes terapêuticas:
glinidas e das sulfoniluréias.

 Retardam a absorção intestinal da glicose – inibição da α-


glicosidase e outras enzimas digerem carboidratos. Classe
terapêutica: arcabose e miglitol

(Adler, 1998; Albuquerque e Pimazoni-Netto, 2008; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2020).


Abordagens Tratamento
convencional

Drogas hipoglicemiantes
orais

 Biguanidas: Metformina – um dos fármacos mais usado no tratamento DM 2


• Principio ativo purificado -> Galega officinalis – Fabaceae (lilás-francês) –
amplamente usada Europa Idade Média – micção intensa diabetes
Galega officinalis
• Inicio sec. XX – capacidade reduzir glicemia - isolamento do principio ativo
(guanidina, bastante tóxico)
• Extrato menos tóxico – galegina
• 1º aplicação clinica – 1927 – sulfato da galegina – efeito hipoglicemiante 27h. galegina

• Ainda tóxica – mais pesquisas -> fármaco metformina – meados década 50


• Pilar tratamento DM 2 - Efeitos colaterais: diarréias e náuseas. Contra-
indicações: pessoas com insuficiência renal e doença hepática graves. metformina

(Cruzi e Defronzo, 1998; Araújo et al., 2000; Witters, 2001)


Abordagens Tratamento
convencional

Drogas hipoglicemiantes
orais

 Secretagogos de insulina – Sulfoniluréias: estimulam células beta pâncreas a


secretar mais insulina para vencer a resistência - permitir captação glicose
pelas células. Efeitos colaterais: hipoglicemia, alterações hematológicas e
gastro-intestinais (náuseas e vômitos), reações alérgicas, aumento peso.
Contra-indicadação: Insuficiência renal, hepática grave, gestantes, lactantes.

 Redução absorção intestinal da glicose – inibição da α-glicosidase – arcabose


– diminuem absorção intestinal de glicose; não interferem na secreção
insulina – diminuem insulina de jejum e hiperglicemia pós-prandial. Efeitos
colaterais: diarréias, dores abdominais e flatulências. Contra-indicação:
doenças intestinais inflamatórias, gravidez e lactação, insuficiência hepática
ou renal grave.

(Araújo et al., 2001; Sociedade Brasileira de Diabetes, 2020).


Abordagens Tratamento
Fitoterápico

 perda resposta aos antidiabéticos convencionais –


controle inadequado da glicose
 efeitos colaterais diversos podem prejudicar alivio
sintomas
 insulina recorrente – redução numero de receptores
superfície celular; degradação de receptores ocupados
por hormônios

DM doença multifatorial
Fitoterápicos – podem conter vários compostos ativos que podem atuar por vários
modos de ação para influenciar múltiplas vias biológicas e para aliviar os sintomas
diabéticos

(Kar et al., 2003; Helmstadt et al., 2007; Hui et al., 2009)


Abordagens Tratamento
Fitoterápico

Sensibilizadores da insulina – reduzem resistência periférica à insulina

• Planta amplamente utilizada tratamento empírico DM 2 no México


• Compostos hipoglicêmicos ativos – ácidos clorogênicos e isoorientina
• Estudo - extrato aquoso e seu composto ativo ac. clorogênico - relataram que
as 2 preparações exercem seus efeitos antidiabéticos estimulando a captação
de glicose em adipócitos sensíveis e resistentes à insulina

Redução absorção intestinal da glicose – inibição da α-glicosidase

• Nativa da Ásia muito utilizada na Ayurveda


• Extrato metanólico – maior atividade inibitória da α-glicosidase entre 40
espécies medicinais testadas em estudo experimental de triagem em ratos
•  Efeito atribuído aos constituintes ativos: vasicina e vasicinol
Abordagens Tratamento
Fitoterápico

 Muito utilizada empiricamente para diabetes

Decocção folhas de B. forficata – melhora no metabolismo de carboidratos observada ratos


• Mecanismos - não parecem ligados à inibição da glicogenólise ou estimulação da
glicogênese, nem agem semelhante à insulina ou às sulfonilureias
Parecem atuar pela inibição da neoglicogênese no fígado de maneira semelhante as
biguanidas (metformina).
Abordagens Tratamento
Fitoterápico

Nativa Brasil, Argentina e Paraguai

• Extrato metanólico folhas – via oral - efeito hipoglicemiante significativa


redução glicose no sangue em 68% após 12h
• Ac. clorogênico e flavonóides C- glicosilados podem explicar essas atividades
e confirmam uso tradicional da planta no tratamento do diabetes
.
Abordagens Tratamento
Fitoterápico

Produto desenvolvido por


pesquisadores da UFJF (2016)
Protótipo fitoterápico
GLICO-CP
Referências bibliográficas

• Beagley J, Guariguata L, Weil C, Motala AA. Global estimates of undiagnosed diabetes in adults. Diabetes Res Clin
Pract 2014; 103(2):150-60.
• Flor, L. S., & Campos, M. R. (2017). Prevalência de diabetes mellitus e fatores associados na população adulta
brasileira: evidências de um inquérito de base populacional. Revista Brasileira de Epidemiologia, 20, 16-29.
• Gao H, Huang YN, Xu PY, Kawabata J. Inhibitory effect on a-glucosidase by the fruits of Terminalia chebula Retz. Food
Chemistry. 2007; 105 : 628–634. 
• Guariguata L, Whiting DR, Hambleton I, Beagley J, Linnenkamp U, Shaw JE. Global estimates of diabetes prevalence
for 2013 and projections for 2035. Diabetes Res Clin Pract 2014 Fev; 103(2): 137-149.
• International Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas. 6th ed. Bruxelas, Bélgica: International Diabetes Federation;
2013.
• Mayer-Davis EJ, D’Agostino R Jr, Karter AJ, Haffner SM, Rewers MJ, Saad M, et al. Intensity and amount of physical
activity in relation to insulin sensitivity: the Insulin Resistance Atherosclerosis Study. JAMA 1998; 279(9): 669-74.
• Moura EC, Pacheco-Santos LM, Peters LR, Serruya SJ, Guimarães R. Research on chronic noncommunicable diseases
in Brazil: meeting the challenges of epidemiologic transition. Rev Panam Salud Publica 2012; 31(3): 240-5.
• Rosa R, Nita ME, Rached R, Donato B, Rahal E. Estimated hospitalizations attributable to Diabetes Mellitus within the
public healthcare system in Brazil from 2008 to 2010: study DIAPS 79. Rev Assoc Med Bras 2014 Jun; 60 (3): 222-230.
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