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ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA I

TEMA 02:
O PAEG

ALUNO: IAGO KALLIL NASCIMENTO COELHO BARBOSA


Introdução

● Programa de Ação Econômica do Governo (PAEG) foi um conjunto de


diretrizes estratégicas, no campo da política econômica, do primeiro governo
emergente do movimento político-militar de março de 1964.
● A noção de planejamento que norteou o PAEG considerava que haveria uma
maior eficiência do sistema de preços a partir de uma ação complementar do
Estado que compatibilizasse a predominância da livre empresa e dos
mecanismos de mercado com a sistemática de planejamento.
Marco Teórico
● O PAEG, dentro do seu propósito básico de estabilização e desenvolvimento, apresentou
como objetivos:
● Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico do país interrompido no biênio 1962-1963;
● Conter progressivamente o processo inflacionário durante 1964 e 1965 objetivando um
razoável equilíbrio dos preços a partir de 1966;
● Atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais e as tensões criadas pelos
desequilíbrios sociais mediante a melhoria das condições de vida;
● Assegurar, pela política de investimentos, oportunidades de emprego produtivo à mão de
obra que continuamente aflui ao mercado de trabalho;
● Corrigir a tendência a déficits descontrolados do balanço de pagamentos, que ameaça a
continuidade do processo de desenvolvimento econômico, pelo estrangulamento periódico
da capacidade para importar;
Marco Teórico
● Teve como Instrumentos políticos, financeiros e monetários:
 Uma política financeira compreendendo uma política de redução do déficit de caixa governamental de
modo a aliviar progressivamente a pressão inflacionária dele resultante e a fortalecer, pelo
disciplinamento do consumo e das transferências do setor público e pela melhoria da composição da
despesa, a capacidade de poupança nacional;
 Uma política tributária destinada a fortalecer a arrecadação e combater a inflação, corrigindo as
distorções de incidência, estimulando a poupança, melhorando a orientação dos investimentos privados
e atenuando as desigualdades econômicas regionais e setoriais;
 Uma política monetária condizente com os objetivos da progressiva estabilização dos preços, evitando,
todavia, a retração do nível da atividade produtiva e a redução da capacidade de poupança das
empresas;
 Uma política bancária destinada a fortalecer o sistema creditício, ajustando-o às necessidades de
combate à inflação e de estímulo ao desenvolvimento; e uma política de investimentos públicos
orientada de modo que fortalecesse a infraestrutura econômica e social do país, que criasse as
economias externas necessárias ao desenvolvimento das inversões privadas e que atenuasse
desequilíbrios;
Marco Teórico
● Teve como Instrumentos políticos, financeiros e monetários:
 Uma política econômica internacional compreendendo uma política cambial e de
comércio exterior visando à diversificação das fontes de suprimento e o incentivo
das exportações, a fim de facilitar a absorção dos focos setoriais de capacidade
ociosa e de estimular o desenvolvimento econômico, com relativo equilíbrio do
balanço de pagamentos a mais longo prazo;
 Uma política de consolidação da dívida externa e de restauração do crédito do país
no exterior, de modo a aliviar pressões de curto prazo sobre o balanço de
pagamentos;
 E uma política de estímulo ao ingresso de capitais estrangeiros e de ativa
cooperação técnica e financeira com agências internacionais, com outros governos,
e, em particular com o sistema multilateral da Aliança para o Progresso, de modo a
acelerar a taxa de desenvolvimento econômico;
Resultados

● A ampliação do crédito ao setor privado em cerca de 343% entre o Governo Castelo Branco e o de seus
sucessores, Costa e Silva e Médici, resultou em expansão real da moeda e crescimento do setor
privado. Outro fator de estímulo foi a criação do Programa Befiex, em 1972, que permitiu às empresas
exportadoras uma série de incentivos a atividade de exportação/importação. Em conjunto ao contexto
econômico externo de grande disponibilidade de crédito e baixos juros (2,2% ao ano), essas medidas
ampliaram as exportações e importações impulsionando um processo de crescimento econômico
notável.

● A economia brasileira cresceu cerca de 11,1% durante o período do milagre econômico. No início do
período, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro estava em 9,8% ao ano, chegando a
14% em 1973. Nesse mesmo período a inflação teve queda de 25,5% para 15,6%. Além disso, houve a
entrada de capital estrangeiro através de empréstimos e de investimentos diretos no país e o aumento
das exportações, decorrente de um contexto de expansão da economia internacional que acabou
favorecendo o crescimento econômico sentido durante esse período. Outro fator relevante foi a virada na
balança de pagamentos que foi deficitária (negativa) entre 1964 e 1967, em US$ 13,8 milhões, e passou
a ser superavitária (positiva) em US$ 1,1 bilhão entre 1968 e 1973.
Resultados

● Algumas marcas negativas permaneceram. Após o governo JK, a inflação


se tornou uma preocupação constante para os brasileiros. Nos últimos dez
anos, inclusive, os governos abandonaram os planos de desenvolvimento,
trabalhando apenas com planos de estabilização, para domar o 'monstro'.
● O crescimento econômico passou para segundo plano. Basta observar que a
taxa média de crescimento dos últimos dez anos não chega a 2,5%. Nos
anos JK, a taxa de crescimento era de 7%.
● O inicio do alto endividamento nacional, que seria elevado nos governos
militares, e o crescimento das taxas de inflação impulsionado principalmente
pela injeção de crédito na economia foram alguns dos pontos negativos.
Conclusão

● Esses bons índices favoreceram o governo dos militares diante da população


e contribuíram para a legitimação da ditadura, mesmo diante da
forte concentração de renda resultante de tais medidas. Não é por acaso que
neste mesmo período o regime viveu seus anos de maior endurecimento
político e ideológico, sendo provas disso a edição do AI-5 e da imposição
da Constituição de 1967.

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