Este documento descreve vários métodos bioquímicos usados em microbiologia de alimentos, incluindo testes de catalase, oxidase e indol. O teste de catalase verifica a produção da enzima catalase, o teste de oxidase verifica a presença da enzima citocromo e o teste de indol verifica a degradação do aminoácido triptofano.
Descrição original:
Título original
Métodos de confirmações bioquímicas empregadas na Microbiologia de.
Este documento descreve vários métodos bioquímicos usados em microbiologia de alimentos, incluindo testes de catalase, oxidase e indol. O teste de catalase verifica a produção da enzima catalase, o teste de oxidase verifica a presença da enzima citocromo e o teste de indol verifica a degradação do aminoácido triptofano.
Este documento descreve vários métodos bioquímicos usados em microbiologia de alimentos, incluindo testes de catalase, oxidase e indol. O teste de catalase verifica a produção da enzima catalase, o teste de oxidase verifica a presença da enzima citocromo e o teste de indol verifica a degradação do aminoácido triptofano.
• A investigação das atividades metabólicas das bactérias “in vitro” é
chamada de Provas Bioquímicas e servem para auxiliar o microbiologista a identificar grupos ou espécies de bactérias ou leveduras através da verificação das transformações químicas, que ocorrem num determinado substrato, pela ação das enzimas de um dado microrganismo. Como muitas vezes um determinado microrganismo possui um sistema enzimático específico, promovendo transformação bioquímica específica, as provas bioquímicas podem ser utilizadas na prática para a sua caracterização. O que são provas Bioquímicas • Para a realização das provas bioquímicas é necessário utilizar meios de cultivo especiais contendo o substrato a ser analisado e fornecer ao microrganismo as condições nutritivas e ambientais necessárias ao seu desenvolvimento.
• Objetivos: executar e interpretar os resultados e as transformações
metabólicas ocorridas em algumas provas bioquímicas empregadas para identificação de bactérias. Algumas das principais e mais utilizadas provas bioquímicas são: • Reação de catalase • Teste de oxidase • Teste de Indol • Coloração de Gram Reação de catalase Produção de catalase
• O teste objetiva verificar se a bactéria é capaz de
produzir a enzima catalase responsável pela decomposição do peróxido de hidrogênio H2O2 produzido pelas células durante o metabolismo Reação de catalase • O peróxido de Hidrogênio é um metabolito toxico formado durante a utilização aeróbica dos carboidratos pelas bactérias podendo provocar a morte das bactérias se não for rapidamente decomposto. A decomposição desse material pode ocorrer através da ação das enzimas classificadas como hidroperoxido que incluem a peroxidase e a catalase (peróxidos de hidróxidos redutores) Reação de catalase Reação de catalase • As bactérias que não apresentam catalase ou peroxidase não são capazes de decompor o peróxido de hidrogênio, tendo seu crescimento inibido pelo acumulo desse produto no seu próprio metabolismo.
• O teste deve ser realizado com culturas jovens (18 a 24 horas)
pois culturas velhas podem perder a atividade da catalase.
• Não é recomendável utilizar culturas com crescimento limitado
pois o teste exige inóculo pesado. Reação de catalase • Produção de catalase - Esta enzima atua sobre a água oxigenada (peróxido de hidrogênio 3 a 5%) desdobrando-a em oxigênio e água. A prova é feita colocando uma gota de solução aquosa de peróxido de hidrogênio a 3-5% numa lâmina e, em seguida, com uma alça de platina, colocar uma porção do crescimento bacteriano sobre a gota. Ou de outra forma, adicionando-se 0,5 ml da mesma solução a uma cultura em meio líquido ou em ágar inclinado. Reação de catalase • A prova é considerada positiva quando há borbulhamento ou efervescência devido à liberação do oxigênio. A catalase é produzida por muitos microrganismos e é usualmente empregada para diferenciar Staphylococcus, que são catalase positivos de Streptococcus, catalase negativos, ou os bacilos Gram positivos catalase negativos Lactobacillus e Listeria são em sua maioria catalase positivos. Reação de catalase • O teste de catalase é um teste bioquímico rápido, que consiste em colocar uma amostra de bactéria em contato com o peróxido de hidrogênio, e pesquisar a formação de bolhas de oxigênio.
• A função da CATALASE é proteger os tecidos contra os efeitos
tóxicos da Água Oxigenada (H2O2) formada durante o metabolismo celular, uma vez que aceleram a decomposição dessa substância em H2O e O2. Reação de catalase • Quando essa ENZIMA se encontra na presença do Peróxido de Hidrogênio (H2O2), ela DEGRADA o mesmo, com formação de H2O e O2, onde a liberação de Oxigênio poderá ser confirmada através da formação de bolhas Teste de Oxidase • O teste objetiva verificar a presença da enzima citocromo, uma das oxidases que participam do processo da respiração celular.
• No teste o reagente utilizado é sempre um reagente redutor
artificial que atua como aceptor final dos elétrons transferidos pelo citocromo oxidase.
• Este reagente apresenta a característica de mudar de cor ao passar
do estado reduzido para o oxidado, de forma que ao receber os elétrons oxidam-se provocando uma reação colorida visível. Teste de Oxidase Prova da citocromo-oxidase
• Este sistema enzimático está relacionado com os citocromos
da cadeia respiratória de alguns microrganismos. A prova consiste em colocar uma gota do reagente incolor tetrametil p-fenileno de amina, recém preparado e protegido da luz, em um papel de filtro. Em seguida, várias colônias do microrganismo em estudo são espalhadas sobre a área do papel de filtro contendo o reagente, utilizando uma alça de platina ou um bastão de vidro. Teste de Oxidase Prova da citocromo-oxidase
• A prova é considerada positiva quando na mistura do
reagente com a massa bacteriana desenvolve-se a cor púrpura em até 1 minuto. Na reação negativa não há desenvolvimento de cor púrpura. As enterobactérias são oxidase negativas e podem ser diferenciadas de outros bacilos Gram negativos. A prova pode ser feita também em culturas em meios sólidos, adicionando-se o reagente oxalato de p-aminodimetilanilina. Teste de Oxidase Prova da citocromo-oxidase
• A reação inicia-se com o desenvolvimento de cor rósea,
marrom e finalmente uma coloração negra na superfície das colônias é indicativa da produção de citocromo- oxidase, representando um teste positivo. O teste é negativo se não ocorrer alteração da cor ou houver o desenvolvimento de uma cor rósea pálida. Teste de Oxidase
Utilizando tiras de oxidase
Utilizando o Reativo de oxidase
Teste do Indol • O teste de indol objetiva verificar se a bactéria é capaz de degradar o aminoácido Triptofano cuja molécula ao ser degradada libera o indol no meio de cultura. • A degradação do triptofano depende da disponibilidade pelas bactérias do complexo enzimático triptofanase, resultando em indol, ácido pirúvico, amônia e energia. O indol liberado para o meio de cultura pode ser detectado por ser uma reação química com aldeído presente no Reagente de Kovacs para teste de Indol (p-dimetilaminobenzaldaído) que resulta em produtos de condensação coloridos. Esses compostos de cor vermelha-violeta ficam concentrados na fase alcoólica do reagente formando um anel na superfície do meio de cultura liquido. Teste do Indol • Este teste permite qualificar este tipo de bactérias segundo a sua capacidade de utilizar o aminoácido triptofano como fonte de carbono e, ou energia. • A produção de indol, a partir de triptofano, pode então ser detectada cultivando os microrganismos num meio rico no aminoácido; triptona (digerido pancreático de caseína) é constituída por inúmeros polipeptideos que contêm muitos resíduos de triptofano. A acumulação de indol no meio pode ser depois detectada adicionando reagente de Kovac, que reagindo com o indol forma na superfície do meio um composto vermelho, não solúvel em água Teste do Indol Procedimento: - Com uma ança estéril, inocular cada uma das enterobactérias em meio de triptona 1,5%. - Incubar as culturas a 37° C, durante 48 h. - Adicionar 0,5 ml de reagente de Kovac ao meio de cultura. - Agitar suavemente. Resultado positivo (presença de indol) - composto vermelho / violeta Resultado negativo (ausência de indol) - reagente de Kovac não altera a sua cor. Teste do Indol
Indol Positivo Indol Negativo
Estrutura celular das bactérias Estrutura celular das bactérias • As bactérias são organismos simples, formados por apenas uma célula, sendo chamados, portanto, de seres unicelulares. Seu material genético (DNA) é encontrado disperso no citoplasma, pois não possuem carioteca delimitando seu núcleo (seres procarióticos). • A maioria das células bacterianas possui parede celular, localizada externamente à membrana plasmática, formada por peptideoglicano ou mureína, que garante proteção e forma à célula. Além da parede, algumas bactérias possuem uma cápsula polissacarídica que envolve essa estrutura. Estrutura celular das bactérias
• No citoplasma observa-se a ausência de organelas
membranosas e a presença de ribossomos, estruturas relacionadas com a síntese de proteínas. Os ribossomos estão presentes em grande quantidade e são menores que aqueles encontrados nas células eucarióticas. Nas células bacterianas podemos encontrar também grânulos de reserva, que variam de natureza química. Estrutura celular das bactérias • O cromossomo bacteriano caracteriza-se por ser uma única molécula de dupla fita circular de DNA. Além do DNA cromossômico, as células bacterianas apresentam moléculas menores de DNA circular, que possuem genes que não são essenciais para a sobrevivência da bactéria. Essas moléculas são chamadas de plasmídeos.
• As bactérias podem ainda apresentar flagelos, estruturas
locomotoras formadas principalmente por uma proteína denominada flagelina. As bactérias que não apresentam essa estrutura são denominadas atríquias. Estrutura celular das bactérias • Outra estrutura encontrada nas bactérias são as fimbrias, que lembram os flagelos, porém, atuam auxiliando na fixação das bactérias. Essas estruturas são formadas pela proteína pilina e se assemelham a pequenos pelos. São encontradas fimbrias principalmente nas bactérias chamadas de Gram negativas. • A coloração de Gram é um importante teste realizado nos laboratórios de microbiologia, sendo um recurso auxiliar no diagnostico de Coloração doenças bacterianas. de Gram • A técnica recebeu este nome em homenagem ao médico dinamarquês Hans Cristian Joaquin Gram que em 1884, descobriu que as bactérias podiam ser divididas em dois grandes grupos, partindo da capacidade que as células quando coradas resistem ou não a descoloração. • No entanto verificou que nem todas as bactérias coravam com esse método o que levou a sugerir a possibilidade de ser utilizado um contrastante. Coloração de Gram • Hans Cristian Joaquin Gram morreu em 1935 sem ter conseguido que fosse reconhecida a devida importância ao seu método de coloração. • Atualmente essa técnica é fundamental tendo como finalidade a classificação de microrganismos com base em suas características tintoriais, tamanho forma e arranjo celular, sendo bastante utilizada como técnica de rotina em laboratórios de bacteriologia. As bactérias são classificadas em dois grandes grupos: Gram-positivas e Gram- negativas. • O advento da coloração representa em grande parte o fundamento dos principais avanços produzidos em microbiologia clínica e em outros campos da microscopia diagnostica durante os últimos 100 anos. O Google comemorou o aniversário de 166 anos do microbiologista dinamarquês Hans Christian Gram com um novo Google Doodle. Grams nasceu em 13 de setembro de 1853 em Copenhagen e desenvolveu o método amplamente utilizado de coloração de células bacterianas para estudo microscópico. A descoberta ficou conhecida como ‘Gram Stain’ e a técnica de coloração mais tarde ajudou na classificação das bactérias. Coloração de Gram
Bactérias Gram Positivas
• As bactérias Gram-positivas apresentam uma parede uma parede espessa, homogênea geralmente não estratificada e predominantemente constituída por peptidioglicano e algumas também possuem uma camada de ácido teicóico externo a camada de peptidioglicano. • Deste modo o precipitado insolúvel que se forma por ação do mordente, fica retido no interior pela camada espessa de peptidioglicano, logo, estas células não são descoradas permanecendo com a coloração conferida pelo corante primário. Coloração de Gram Bactérias Gram Negativas • As bactérias Gram-negativas apresentam uma parede estratificada constituída por uma membrana externa e por uma camada interna mais fina que contém peptidioglicano. Possui membrana externa composta por lipopolissacarideos (LPS), lipoproteínas e fosfolipideos. Há o espaço periplasmático entre a membrana e o citoplasma e a camada de peptidioglicano que em algumas espécies contém β-lactamases (degrada penicilina) e β-Lactâmicas. • Deste modo, o precipitado insolúvel, que se forma por ação do mordente é removido (Camada de peptidioglicano é mais fina que a das Gram-positivas e a membrana externa é parcial ou totalmente solubilizada pelo agente descorante) pelo que as células ficam descoradas, corando de vermelho pelo contrastante. Coloração de Gram Características do Ácido Teicóico
A ácido teicóico é uma estrutura antihigienica importante,
reconhecida pelo sistema imunológico (induz a formação de anticorcos específicos). São encontrados na camada externa da parede celular de bactérias Gram-positivas. Alguns polímeros de ácido teicóico penetram através da camada de peptidioglicano, ligando-se covalentemente aos lipodeos da membrana citoplasmática, sendo agora denominada dé áido lipotéóico, enquanto outros se ligam ao ácido murâmico do peptidioglicano. Coloração de Gram Características do Peptidioglicano.
O peptidioglicano é um heteropolimero rígido e insolúvel na água
constituído por cadeias lineares de dois açucares aminados. NAG (ácido n-acetilglucosamina) NAM (ácido n-acetilmurâmico) São ligados entre si por ligações glicosídicas. As cadeias lineares ligam-se entre si através de cadeias de quatro aminoácidos. Coloração de Gram Características do Peptidioglicano. Coloração de Gram Características do Peptidioglicano. A coloração de Gram envolve uma série de procedimentos antes de chegar à etapa final de leitura da lâmina preparada: envolve a confecção do esfregaço, sua fixação e passa pela coloração propriamente. A técnica de coloração de Gram consiste em expor as células bacterianas as seguintes soluções:
• Cristal Violeta • Iodo - Lugol • Álcool • Safranina - Fuscina Coloração de Gram Corantes e Reagentes
Corante primário: O cristal violeta cora o citoplasma de purpura (roxo),
independente do tipo de célula.
Mordente: A solução de iodo ou lugol aumenta a afinidade entre o violeta de
cristal e a célula e forma com o corante um complexo insolúvel dentro da célula.
Agente descorante: O álcool ou acetona o ambos são solventes lipídicos que
proporcionam a descoloração.
Contrastante: Safranina ou fucsina básica cora o citoplasma de vermelho.
Coloração de Gram • Na Microbiologia, existem diferentes tipos de colorações, e uma das mais famosas é a coloração de Gram, que diferencia as bactérias em Gram-negativas e Gram-positivas, de acordo com as características químicas do envoltório celular.
Na figura abaixo, podemos observar as diferenças entre bactérias
Gram - e as bactérias Gram +. É muito importante ressaltar a presença de uma espessa camada de peptideoglicano nas bactérias Gram-positivas, o que confere a essas bactérias o potencial de reter o corante cristal violeta nessa estrutura bacteriana. Classificação das bactérias quanto a forma e arranjo. Obrigada a todos pela atenção.