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PERSPECTIVA

ETNOCONSTITUTIVA DE
CURRÍCULO
Por Cristiana Ferreira
Mariana Santos de Jesus
Marivaldo do Amaral
Renê Silva
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
EDUCAÇÃO - PGEDU
DISCIPLINA: CURRÍCULO

PROFESSORES:
• Profª Drª DENISE GUERRA
• Profº Drº HEBERT SILVA
• PROFº Drº ROBERTO SIDNEI

DATA: 27/05/2021
CURRÍCULO
“...a teoria nasce, se nutre, e se
renova a partir de ações curriculares
e formacionais concretas, como
também, neste movimento dialógico
e dialético, as influencia. Uma
inspiração fecunda esteve presente
neste processo de criação teórica, a
máxima institucionalista de que é
alterando realidades que se
sistematiza saberes”
(MACEDO, 2016)
INSTITUINTES CULTURAIS DO ATOS DE CURRÍCULO
CURRÍCULO

CURRÍCULO
ETNOAPRENDIZAGENS ETNOIMPLICADO

CURRÍCULO
MULTIRREFERENCIAL CURRÍCULO EXPERIENCIAL

OBSERVATÓRIO DE
CURRÍCULO CURRÍCULO E
ACONTECIMENTAL FORMAÇÃO

ETNOCURRÍCULO
MEDIAÇÕES
INTERCRÍTICAS

CURRÍCULO TRANSDUTIVO
COM-VERSAÇÕES CURRÍCULO FORMAÇÃO
CURRICULANTES
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Saberes/saber-fazer /saber-ser
Primeiro é importante dizer que a construção do Referencial
Curricular de São Franciscano é indispensável para planejar e
executar uma educação com um olhar sensato, crítico e
sensível às demandas atuais dos estudantes e do município.
Para mim, a construção do Referencial demonstrou a
potencialidade de transformar e poder discutir com os demais
profissionais da educação sobre o processo formacional do
município. Inclusive, pessoalmente, foi um momento
importante de formação pessoal e profissional devido aos
longos momentos formativos e todo o material acadêmico
endereçado aos profissionais da nossa educação.
No geral, senti uma mistura de felicidade e angústia, por estar
participando do processo. E claro, a construção do currículo enquanto
processo social fica patente que será um processo dotado de
dificuldades e contradições. Mas fico mobilizado pela possibilidade e
abertura que a SEDUC teve pois não tratou-se de uma consultoria
que viria e construiria algo engessado, a SEDUC encarou o desafio e
a possibilidade de uma construção de um Referencial Franciscano
construído por seus próprios educadores e agentes sociais que
constroem nosso campo educacional, incluindo alunos, pais, etc.
sabendo que isso levaria muito tempo, muitos recursos, muito
trabalho e muitos discussões.

(MATEUS BARBOSA, PROFESSOR DE GEOGRAFIA)


“Participar da elaboração do currículo de São Francisco do Conde me
permitiu conhecer o pensar e o querer de muitos educadores da rede e
de alguns profissionais da Secretaria de Educação. Além de dialogar
com os profissionais para a elaboração de uma proposta comum,
contribuí com a construção de um currículo que é feito com o outro e
não para o outro, trazendo a participação dos meus pequenos de 3
anos a partir da entrevista e do registro gráfico/desenho. Não acredito
numa construção unilateral quando se fala de currículo, então entre o real
e o ideal contribuí com o que pude para a construção de um Referencial
que teve a digital de todas as categorias da nossa rede. Um Referencial
Curricular que tem levado em consideração nossos sonhos e serve como
orientador das ações, que tornarão, como desejamos, nossos sonhos em
realidade.”
(FERNANDA COSTA, PROFESSORA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Participar da construção do Referencial Curricular Franciscano foi desafiador e
muito importante para meu crescimento pessoal e profissional em termos de
compreensão de currículo. O processo de construção foi democrático, o que
auxiliou na participação aprendente de todos os envolvidos. O referencial de
Ciências, por exemplo, é reflexo das experiências vivenciadas pelos educadores
em sala de aula no município e faz uma inter-relação entre os saberes sociais,
ambientais e tecnológicos, com ênfase em aspectos locais e globais.
A BNCC orienta em seu Referencial de Ciências, a distribuição dos saberes
essenciais em três unidades temáticas que se repetem ao longo de todo o Ensino
Fundamental. Conhecendo a realidade do nosso município, com aspectos
ambientais, geográficos e históricos singulares, inserimos em nosso Referencial
“Meio Ambiente e saúde” e “Ciência, tecnologia e sociedade”. Ou seja,
trabalhamos com 5 eixos de aprendizagens. Acreditamos que esses
conhecimentos são relevantes para formação de sujeitos autônomos e
participativos, com capacidade de análise crítica dos elementos do ambiente
natural e socioculturais da sociedade no qual está inserido, indispensáveis para a
formação cidadã.
(JOISELENE JESUS, PROFESSORA DA SALA VERDE)
“O Processo de Reelaboração Curricular mediado pela equipe da Undime traz
aprendizagens relevantes a vida, por isso não me refiro a principal aprendizagem,
mas as aprendizagens que se encontram ancoradas no processo “curriculante”.
Reelaborar, construir um currículo, compreendendo que é um constructo
histórico cultural, como fora tratado de forma tão generosa e sensível em relação
a socialização do conhecimento, atrelado ao processo de historicidade de seus
atores, descortinando pensamentos reprodutivistas através de estudos, diálogos
e reflexões, delineou novos caminhos que desagua em reforçar a apropriação de
princípios educacionais enquanto direitos, bem como saberes e culturas
enquanto expressão humana que se relaciona em um processo de territorialidade,
aproximando assim, a cultura regional como no nosso caso a Bahia, municípios e
comunidades representados por povos tradicionais dialogando no currículo,
trazendo respeito, socialização de saberes, visibilidade e sentimento de pertença,
materializado pelo saber fazer, promovendo assim visibilidade a identidade de um
povo e equidade no sentido de igualdade de oportunidade para todos. Nesse
sentido, o processo formacional, é um convite e aproximação as possibilidades
existentes desde o pensar e o fazer para além do espaço educacional escolar.

(Articuladora de Currículo Pau Brasil/BA)


“Participar desse processo formacional foi uma oportunidade
ímpar, de ressignificação e aprofundamento dos saberes. Todo
processo vivenciado agregou saberes, troca de experiências,
interação, reflexão, pesquisa, estudo e sobretudo uma
reaproximação e apropriação dos contextos locais para que
pudéssemos tomar nas mãos e organizar o percurso de ensino e
aprendizagem que atendesse ao público alvo do território
utinguense demarcando a identidade e fortalecimento da cultura
dos estudantes, dos atores sociais que estão imersos em cada
unidade escolar e suas especificidades. Finalizei esta etapa
FORMACIONAL com a ratificação de que podemos transcender, ir
além das "receitas curriculares" prontas, que podemos nos
autorizar e construir um documento pautado na dialogicidade,
eminentemente articulado à realidade local e à coletividade”.

(Equipe Pedagógica Utinga/BA)


“Errâncias desejantes, inspirações
transformadoras não podem ser ceifadas em
nome de uma ordem curricular que a tudo
quer moldar em nome de uma burocracia
aplicacionista e chauvinista. Castrações e
temporalidades impostas em processos ditos
“formativos” implicam em recalques, lutos
não elaborados, perversões, desistências e
parcialidades neurotizantes, mas, também, é
bom realçar, traições criativas e
reexistências”
(MACEDO, 2016)

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