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Lesões de Nervos Cranianos

Profa. Izabelly Arcanjo


01/03/19
 O sistema nervoso periférico é composto por nervos que se
projetam da medula e inervam o resto do corpo.

 Além dos nervos originados na medula, existem ainda doze


pares de nervos cranianos, que inervam principalmente a
Nervos cabeça e têm origem no tronco encefálico.

Cranianos
 Enquanto os nervos espinhais são componentes dos sistemas
nervosos periféricos somático e autônomo, alguns nervos
cranianos fazem parte destes sistemas periféricos e outros do
sistema nervoso central
 O aumento progressivo no número de pacientes vítimas de traumatismo
cranioencefálico com consequentes lesões a nervos cranianos e a escassez de
estudos nessa área fazem com que sejam necessários a elaboração de protocolos
para proposta de tratamento.
 A lesão traumática de nervos cranianos é frequente. São lesões frequentemente
negligenciadas nos exames neurológicos de entrada em prontos-socorros e muitas
vezes somente perceptíveis ou evidentes tardiamente durante a evolução do
processo traumático.
 Pacientes comatosos podem ter lesões traumáticas de nervos cranianos e, por
causa do comprometimento do nível de consciência, estas podem não ser
detectadas ao exame inicial. Exceções fazem-se aos nervos oculomotor (III),
abducente (VI) e facial (VII), em que podem ser detectadas lesões mesmo com o
paciente inconsciente
 Existem algumas “armadilhas” quanto ao diagnóstico de lesão
de nervos cranianos: a perda de olfação pode ocorrer por
simples obstrução nasal, e não por lesão própria em nervo
olfatório; bloqueio do canal auditivo externo ou lesão da orelha
média podem apresentar diminuição da acuidade auditiva sem
lesão do oitavo nervo.

 Por esses motivos, deve-se estar muito atento ao paciente que


apresenta agudamente determinada lesão ou que a desenvolve
tardiamente. Deve-se considerar ainda o paciente que apresenta
lesão prévia de determinado nervo, seja por doença sistêmica
como diabetes mellitus, trauma prévio ou cirurgias cranianas,
orbitárias, faciais e plásticas.
 As lesões traumáticas são mais frequentes nos nervos olfatório
(I), facial (VII) e vestíbulo-coclear (VIII), seguidas por lesões
nos nervo óptico (II) e complexo oculomotor (III, IV e VI) e
menos frequentemente o tri-gêmeo (V) e os nervos cranianos
baixos .

 As lesões dos nervos cranianos podem sugerir o tipo de trauma


que as causou. Em traumas penetrantes com ferimento de
entrada em região anterior da orelha, geralmente há transecção
do quiasma óptico. Em fraturas da porção basilar do osso
occipital, nervos cranianos inferiores são acometidos.
 Esses forames são frequentemente envolvidos em traumas
cranioencefálicos , tornando a lesão de nervos cranianos
frequente quando se analisam os pacientes. Além disso, devem
ser consideradas as lesões por estiramento e avulsão desses
nervos quando do deslocamento cerebral. As lesões por
estiramento ocorrem nas porções dos nervos fixas ao crânio ou
em pontos de grande angulação do seu trajeto. Pode também
haver lesão na condução nervosa por injúria sofrida ao
suprimento sanguíneo do nervo.
 Nas lesões traumáticas dos nervos cranianos, a biomecânica do
trauma esta diretamente ligada ao prognostico de recuperação
funcional do nervo.
 Além de serem lesados diretamente pelo trauma, podem ser
lesados por reação tecidual presente em fraturas, aumento na
pressão intracraniana e meningite
 A anosmia é mais comum no trauma occipital, quando
comparado ao trauma frontal. A frequência da anosmia é
proporcional a intensidade do trauma.
Nervo Olfatório  Embora a anosmia possa parecer completa, os pacientes
-se origina na parte olfatória relatam a preservação do paladar, que depende muito do aroma.
Isso pode ser explicado nos casos de perda parcial da olfação
da mucosa das fossas nasais,
por meio de aromas surgidos na nasofaringe.
atravessam o osso etmoide e
termina o bulbo olfatório  Pode haver recuperação espontânea da olfação, mesmo que
parcial, o que pode ser explicado pela ausência de lesão total do
nervo e diminuição do processo edematoso, que
frequentemente ocorre na fase aguda do trauma.
No exame
neurológico, deve-se
identificar essências
e aromas
previamentes
conhecidos.
 Classifica-se a lesão traumática do nervo óptico em direta e
indireta. A indireta resulta de trauma ipsilateral a região frontal.
Forças aqui aplicadas transmitem-se ao canal óptico, local mais
Nervo Óptico frequente de lesão traumática do nervo óptico. O trauma
-originados na região da temporal e o parietal podem ocasionalmente causar lesão no
nervo, e em raríssimas ocasiões o trauma occipital e a causa.
retina que penetram o
crânio através do canal  Geralmente causam perda visual imediata e esta apresenta
óptico algum grau de recuperação em 33% dos casos. O trauma direto
aplica-se sobre o globo ocular, com avulsão do nervo óptico,
associada a hemorragia retiniana.
 Há fratura craniana com compressão do nervo por fragmento
ósseo, edema do nervo optico e deformidade orbitaria.

 Preconizam a cirurgia de descompressão do nervo optico


quando fragmentos ósseos comprimem o nervo optico (baseado
na tomografia de orbita).
No exame
neurológico pedir
que identifique
letras,símbolos...
 É responsável pela inervação dos músculos extrínsecos do olho
que são: Músculo elevador da pálpebra superior, Músculo reto
superior e inferior, Músculo reto lateral e medial, Músculo
oblíquo superior e inferior.
 O trauma constitui a causa adquirida mais frequente de lesão
desse nervo, seguida de processos infecciosos do sistema
Nervo nervoso central. São traumas com alto componente cinético,

Óculomotor geralmente dirigido a região frontal com fratura craniana e perda


da consciência.
 Dilatação pupilar associada ao desvio lateral do globo ocular em
paciente vitima de TCE faz o diagnostico de lesão do nervo
oculomotor mesmo no paciente inconsciente. Uma pupila
midiática fixa após trauma facial ou orbitário geralmente
representa lesão direta do nervo ou dano ao sistema nervoso
autônomo parassimpático.
Testar a motilidade
ocular extrínseca,
todos os músculos.
 O nervo troclear é frequentemente lesado no véu medular
anterior no nível do calículo inferior, onde as fibras do troclear
decussam. A lesão ocorre após severo trauma cranioencefalico,
Nervo Troclear geralmente causado por acidente automobilístico em que exista
trauma orbitário direto ou frontal
-  Fraqueza do musculo obliquo superior causa diplopia vertical,
que piora quando o paciente olha para baixo. Para compensar
isso, o paciente aprende a adotar determinada postura da
cabeça.
Exame neurológico
pedir para o individuo
movimentar o olho para
dentro e para fora.
 A lesão do VI nervo geralmente é causada por fraturas da
porção petrosa do temporal, paralisia facial e surdez e, quando
lesado isoladamente, possui o melhor prognostico de
recuperação. Possui trajeto intracraniano longo desde a ponte
até a orbita e esta intimamente relacionado aos nervos trigêmeo

Nervo e facial

Abducente  Sintoma mais comum é o estrabismo( incapacidade para girar o


globo ocular para fora)

 Causa mais comum de lesão é a hipertensão inntracraniana


Nervo Trigêmeo  Trigêmeo= 3 ramos

SENSITIVO - Dor  A lesão do componente sensitivo do nervo trigêmeo é frequente


(neuralgia do trigêmeo ) em traumas faciais. Deve-se a lesão de ramos sensitivos
MOTOR - desvio da superficiais por ferimentos corto-contusos, contusões e fraturas.
mandíbula para o lado
lesado ao abrir a boca e  O tronco principal do trigêmeo é raramente lesado em traumas
paresia para mastigação fechados, porem mais comumente afetado em traumas
penetrantes ou fraturas da fossa media e da base do crânio. No
paciente consciente a lesão do nervo é facilmente detectável e
consta principalmente de lesões sensitivas (anestesia e
parestesia) de suas divisões
 Responsável também pela inervação pré-ganglionar das
Nervo Facial glândulas lacrimal, submandibular e sublingual.
 Devido ao seu longo e sinuoso trajeto no interior do osso
-emerge do crânio temporal, o nervo facial é vulnerável ao trauma craniano
pelo forame penetrante ou não penetrante, assim como ao trauma cirúrgico

estilomastóideo  A paralisia facial pode ocorrer em diferentes tipos de trauma


craniano, podendo ocorrer imediatamente após o trauma ou
tardiamente
 A paralisia facial ocorre em 40% a 50% e geralmente é de
aparecimento imediato após a lesão por avulsão ou laceração
do nervo por fragmento ósseo.
Teste neurológico:
manobras que forcem
o individuo a utilizar os
mm. da mimica facial.
Nervo
vestíbulococlear  Pode ocorrer surdez por trauma envolvendo a orelha media.
-ocupa o meato Trata-se geralmente de trauma com alta energia cinética. A

acústico interno surdez ocorre pela presença de sangue ou liquor na orelha


média, rotura da membrana timpânica, deslocamento da cadeia
ossicular ou do tensor do tímpano.
Teste
Neurologico:
fazer o teste de
Romberg
 Filamentos radiculares reúnem-se para formar o tronco do
nervo.

Nervo
 Lesão por compressão de vasos sanguíneos, crescimento da
Glossofaríngeo base do crânio, tumores ou infecções da garganta e da boca.

- sai do crânio através


do forame jugular  Neuralgia

 Leve disfagia, perda do reflexo do vómito, alteração da


sensibilidade; a perda dos sabores, azedo e amargo no terço
post língua; redução da secreção da glândula parótida;
aceleração do batimento cardíaco
Nervo Vago
-emerge do crânio pelo
forame jugular,atravessa
o pescoço e o tórax,
 Maior de todos os nervos cranianos
terminando no abdome.
 Essencialmente visceral

 Rouquidão – característica de lesão


Disfagia
Estridor- espasmo da laringe

Desvio da úvula
Teste: ver
mobilidade das
cordas vocais
Nervo Acessório  Possíveis causas: trauma e neoplasia

-se origina de neurônios da


medula oblonga e medula  Dano à este nervo produz perda de força nos movimentos de
espinhal cervical rotação da cabeça e elevação do ombro.
Testar mm do
ombro
Se origina no núcleo do hipoglosso na medula oblonga e supre a
Nervo Hipoglosso inervação motora de todos os músculos da língua com exceção do
palatoglosso (o qual é inervado pelo nervo vago).

-emerge do sulco Possíveis sintomas de lesão: mobilidade deficiente e atrofia;


fasciculações
lateral anterior do
bulbo
MOVIMENTAÇÃO DA LÍNGUA:

PROTRUSÃO: desvio da língua para o lado lesado;

RETRAÇÃO: desvio da língua para o lado normal


Teste é simples e
envolve pedir ao
paciente para mexer
a língua em várias
direções.
 Os nervos são estruturas formadas por prolongamentos de
neurônios revestidos por tecido conjuntivo e podem ser
classificados em cranianos ou espinhais, a depender do local de
origem. O conjunto de todos os nervos do corpo constitui o
Questão 01 sistema nervoso:
 A)central
 B)periférico
 C)simpático
 D)parassimpático
 Analise as alternativas a seguir e marque aquela que indica
corretamente o nome do nervo relacionado com o movimento
dos músculos da língua.
 A) Nervo vago
 B) Nervo facial
Questão 02  C) Nervo hipoglosso
 D) Nervo acessório
 C) Nervo abducente
 O nervo vestibulococlear é um tipo de nervo craniano
relacionado principalmente com :
 A) equilíbrio do corpo e audição
 B) visão
Questão 03  C) os músculos da expressão facial
 D) os músculos da língua
 E) glândula parótida
 Os nervos cranianos são aqueles que se originam na região do
encéfalo. No total, são 12 pares que se conectam a órgãos dos
sentidos e músculos. A respeito dos nervos cranianos, marque a
alternativa incorreta:
 A) o nervo óptico relaciona-se com os impulsos visuais
 B) uma das funções do nervo vago é controlar os batimentos
Questão 04 cardíacos
 C) o nervo olfatório é um exemplo de nervo sensitivo
 D) o nervo facial é um nervo misto que, entre outras funções,
controla a expressão facial
 E) o nervo acessório é um tipo de nervo sensitivo
 Os nervos cranianos podem ser classificados em três tipos:
sensitivos, motores e mistos. Analise as alternativas a seguir e
marque aquela em que não é encontrado um nervo sensitivo, ou
seja, que não se destina aos órgãos dos sentidos:
Questão 05  A) Nervo abducente
 B) Nervo olfatório
 C) Nervo óptico
 D) Nervo vestibulococlear
FIM

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