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TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO

Prof. Marie Almeida – Aula 2


CONTEÚDO

A voz e o vocabulário
"O tom oratório deverá ser semelhante a uma conversação
interessante e animada, com toda naturalidade. É absurdo que se
abandone o tom natural de falar e expressar-se (...), com uma
cadência estranha, falsa, diferente da voz que se usa no dia-a-
dia". (MAJADA apud POLITO, 2006 p.48).
VOZ

• Para usar a voz de maneira correta e apropriada na comunicação se faz necessário


conhecer suas características e o funcionamento.

• Quando falamos todo o organismo passa a funcionar e a expressar, por meio da voz,
o nosso comportamento físico e emocional. Por isso que a voz apresenta o que
ocorre em nosso interior: como nossas tristezas, apreensões, nervosismo e as
alegrias.
RESPIRAÇÃO
• Para uma boa voz precisa-se de uma boa respiração.
• A respiração é constituída de duas fases distintas: a inspiração e a expiração.
• Inspire – Veja!
• Nesse momento os pulmões se enchem de ar, as costelas sobem, o diafragma (músculo
embaixo dos pulmões) desce, e a caixa torácica se a larga.
• Expire – Veja! Acontece o contrário.
(POLITO, 2006, p.49)
TÉCNICA PARA MELHORAR A
RESPIRAÇÃO
Um exercício simples para treinar e melhorar a respiração:
• fique em pé, distribuindo naturalmente o peso do corpo sobre as duas pernas, e com a postura um
pouco relaxada;
• coloque as mãos sobre o abdômen, sem forçar - (observe, durante o processo de inspiração, como o
abdômen se eleva);
• Atenção: a caixa torácica deverá ficar praticamente imóvel. Se ela se expandir, a inspiração está
incorreta.
• expire com os lábios levemente cerrados, produzindo um fluxo de ar contínuo, e observe como o
abdômen se contrai;
• repita este exercício várias vezes até desenvolver a respiração na região abdominal e usar
corretamente o diafragma;
• depois de conseguir o domínio da técnica da respiração, repita o exercício e,. ao expirar,
pronuncie as vogais a, e, i, o, u, uma de cada vez.
ASSISTA OS EXERCÍCIOS
• https://www.youtube.com/watch?v=vbCT1KDgIfo
VOZ – A NOSSA DESCONHECIDA

• Quando ouvimos nossa voz reproduzida em uma gravação não gostamos, ou


achamos estranha, acreditamos até que não somos nós ou que o aparelho é ruim.

• Isso ocorre porque, quando falamos, temos o som da voz de dentro de nossa
cabeça, da ressonância produzida pelos ossos. Mas, as outras pessoas captam a
vibração da onda de ar, por isso o som é diferente do que estamos acostumados a
ouvir.
COMO COLOCAR A VOZ

• Encontre a melhor forma de colocar emitir sua voz.


• A voz natural é aquela projetada no rosto todo, com sonoridade agradável e sem esforço.
• Vamos descobrir a sua melhor voz?
• Assista os exercício:
• https://www.youtube.com/watch?v=VnPhmFVY_ec
PRONUNCIA
• Observe que as pessoas pronunciam mal as palavras, negligenciam as palavras simples, omitem sons de
sílabas e até de palavras inteiras.

• Ao pronunciar bem as palavras você conseguirá ser compreendido, melhorando sua dicção e ganhará
credibilidade. Por quê credibilidade?

• Ao falarmos transmitimos aos ouvintes quem somos, por exemplo, que tipo de educação temos,
recebemos, a nossa formação. Pois, somos julgados pela forma como pronunciamos as palavras, ao

pronunciar corretamente somos vistos como bem preparados, consequentemente com credibilidade.
• Deficiência causada pela negligência, por exemplos:
Costume de omitir o “r” e “s”; trazê = trazer; fizemo = fizemos
Troca do “u” por “l” = Brasiu = Brasil
Omissões de sílabas = tamém = também
EXERCÍCIO PARA
PRONUNCIA
• Primeiro verifique se você apresenta problemas em sua pronuncia. Se tiver algum problema
corrija.

Exercício: leitura em voz alta, colocando obstáculo na boca como o lápis, para
dificultar a pronúncia. Fazer a leitura de um texto só falando as vogais; depois leia
pronunciando as palavras corretamente.

• Faça o exercício todos os dias, de dois a cinco minutos, com textos de jornais, revistas ou
livros e de um gravador. Para ajudá-lo a detectar os defeitos de pronúncia e ver seus
progressos.
ASSISTA VÍDEO SOBRE DICÇÃO
• https://www.youtube.com/watch?v=ShtBAwmU-bA
VOLUME
• O volume é importante, pois se o público não te ouvir perderá o interesse na apresentação. Se ao contrário,
falar alto de mais, ficarão irritados. Porém, é conveniente falar um pouco mais alto do que seria o suficiente
para demonstrar interesse e motivação pela mensagem. Sem exagerar.

• O volume de voz deve ser adaptado a cada circunstância. Se falamos a um grupo reduzido de pessoas ou a
uma grande plateia. Uma das suas primeiras preocupações quando chegar ao local da apresentação deverá ser
analisar a acústica da sala, o tamanho do ambiente, a que distância estará o último ouvinte e verificar se
existe ou não microfone. A partir dessa avaliação simples, saberá qual o volume de voz mais apropriado para
aquele recinto. Em grandes auditórios, pode pedir para uma pessoa que se posicione ao fundo da sala e, com
um sinal demonstre se o volume está bom, se precisa aumentar ou diminuir.
VELOCIDADE
• Cada um de nós tem uma velocidade para falar.

• A velocidade depende da nossa emoção, de como respiramos e da nossa articulação.

• Você deve ter o cuidado de colocar uma velocidade na qual consiga dar a interpretação adequada ao
sentido da mensagem. A velocidade deve ser apropriada à comunicação e sem perder sua naturalidade.

• Analise sua velocidade. Se fala rapidamente, se preocupe em pronunciar bem as palavras e repita as
informações importantes, pelo menos mais uma vez. Faça pausas ao final de um pensamento ou de
algo importante.

• Se fala lentamente, procure olhar para os ouvintes durante as pausas mais longas para não perder o
contato. Ao retornar a fala de ênfase as palavras iniciais. Esse recurso indicará que você não ficou em
silêncio porque faltou vocabulário, mas para valorizar sua mensagem.
ALTERNE O VOLUME E A
VELOCIDADE
• Aqui reside um dos maiores de todos os segredos da fala.
• Ao se manifestar você deverá alternar o volume da voz e a velocidade da fala.
• Em certos momentos, poderá falar com o volume de voz elevado; em outros, reduzi-lo,
quase sussurrando.
• Poderá também falar rapidamente e, logo em seguida, de maneira mais lenta, chegando até a
fazer pausas prolongadas.
• Isso dá vida a sua apresentação, motiva seus ouvintes. Se ao contrário, não fizer alternância,
pode fazer com que o público perca o interesse, em alguns, casos dá sono.
ALTERNE O VOLUME E A
VELOCIDADE
Erro cometido:
Pausas desnecessárias, a cada palavra, ou a cada 3 palavras, quebrando o ritmo da
apresentação.

“por exemplo: "Hoje {pausa) nós (pausa) estamos aqui {pausa) para (pausa) comemorar
(pausa) o aniversário (pausa) da nossa organização".
(POLITO, 2006, p.60).
Exercício:
• Um excelente exercício para melhorar o ritmo da fala é declamar poesias em voz alta.
PONHA ÊNFASE NAS PALAVRAS

• O sentido das palavras esta associado à forma como são pronunciadas.

• algo é grande, precisará pronunciar a palavra "graaaannde“

• "amor" com suavidade

• "raiva" com veemência

• Precisa pronunciar as palavras com a entonação e o sentimento que caracterizam o sentido


que trazem.
EXEMPLO

• Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão. O dia é importante.


• Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão. O local é importante.
• Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão. A forma é importante.
• Ontem eu fui à escola de automóvel, com meu irmão. O sujeito é importante.

• Para dar destaque as palavras você pode: aumentar ou diminuir a intensidade;


• pronunciar pausadamente as sílabas: “As me-tas preci-sam ser cum-pri-das cus-te o que cus-tar.”
• Dar pausa antes e depois da palavra: “Nós queremos incrementar um novo programa de (pausa)
avaliação (pausa) para os novos alunos”.
COMO USAR O MICROFONE

• Não deixe o microfone muito baixo, porque dessa forma ele não captará
convenientemente o som da sua voz.

• Se o deixar muito próximo da boca, além de estourar o som, ele poderá se


transformar em obstáculo entre você e o público, impedindo que os ouvintes vejam o
seu rosto.

• Como orientação geral, sugiro que seja mantido a uns dez centímetros da boca.
• “(...) a melhor altura do microfone é um pouco abaixo da boca, mais ou menos na direção do
queixo.” (POLITO, 2006, p.71).
JOSÉ (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
SIGNIFICADO DA POESIA
“Um dos maiores e mais conhecidos poemas de Drummond, "José" exprime a solidão do individuo na
cidade grande, a sua falta de esperança e a sensação de estar perdido na vida. Na composição, o
sujeito lírico se interroga repetidamente acerca do rumo que deve tomar, procurando um sentido
possível.
José, um nome muito comum na língua portuguesa, pode ser entendido como um sujeito coletivo,
simbolizando um povo. Assim, parecemos estar perante a realidade de muitos brasileiros que superam
inúmeras privações e batalham, dia após dia, por um futuro melhor.
Na reflexão sobre o seu percurso é evidente o tom disfórico, como se o tempo tivesse deteriorado tudo
em seu redor, o que fica nítido em formas verbais como "acabou", "fugiu", "mofou". Listando
possíveis soluções ou saídas para a situação atual, percebe que nenhuma delas funcionaria.
Nem mesmo o passado ou a morte surgem como refúgios. Contudo, o sujeito assume a sua própria
força e resiliência ("Você é duro, José!"). Sozinho, sem a ajuda de Deus ou o apoio dos homens,
continua vivo e segue em frente, mesmo sem saber para onde.”

(MARCELLO, Carolina. 25 poemas de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em:
https://www.culturagenial.com/poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/. Acesso em: 11 mar. 2021).
“Quanto mais amplo e abrangente for o
vocabulário, mais pronta, desenvolta e
VOCABULÁRIO segura será sua comunicação.” (POLITO,
2006, p.76).
VOCABULÁRIO

• Cuidado com tipos de vocabulários:

• Sofisticado ou Pobre (despreparado, desleixado e inculto)

• Frases feitas

• Vulgar

• Gírias
VOCABULÁRIO TÉCNICO
• Cada atividade profissional possui um vocabulário próprio, composto por termos técnicos,
que identificam seu assunto específico e facilitam a comunicação entre aqueles que atuam na
mesma área.
• Utilizado apenas quando o público convive com ela, nas suas atividades
normais.
• Quando a plateia for heterogênea:
• O melhor vocabulário é aquele que se adapta a qualquer auditório.
AMPLIAR VOCABULÁRIO
• O processo de ampliação do vocabulário é extremamente trabalhoso e exige muito esforço e
disciplina.

• Exercício:
• No seu dia-a-dia, nas conversas, nas leituras, nos meios de comunicação, anote as palavras
que não conhece ou que não saiba os significados.
• Procure no dicionário o significado;
• construa algumas frases diferentes, incluindo o novo termo aprendido;
• Use a na primeira oportunidade, escrevendo ou conversando;
• Procure aplicá-la em outras ocasiões para que se incorpore definitivamente ao seu
vocabulário.
• Encontre outros termos analógicos ou afins que poderiam substituir as palavras destacadas e
continuar dando sentido semelhante.
FRASES FEITAS
• Devido ao excesso de uso algumas frases foram se desgastando e perdendo o
impacto que poderiam provocar nos ouvintes.
• Antes de usar uma frase feita, analise se ela provocará o efeito que você deseja.
Coloque-se no lugar do ouvinte e imagine alguém empregando a mesma expressão.
Como você reagiria?

“Onde há fumaça há fogo!”


“Não se pode agradar a gregos e troianos.”
“Mas não fuja da raia.”
“E em time que está ganhando não se mexe.”
O PALAVRÃO E A GÍRIA
• Palavrão e a gíria devem ser evitados.
• Palavras vulgares - Prejudica a sua imagem e comprometer sua
credibilidade.
• O uso da gíria em determinadas circunstâncias, quando você a utiliza
com inteligência, demonstrando ao público que a emprega
conscientemente, para expressar uma contexto criativo.
VÍCIOS
• Cuidado
• Algumas expressões indevidas acabam se incorporando a nossa fala.
As mais comuns são o "né?" e o "tá?“.
• Em casos mais graves, encontramos:
• "você tá me entendendo?“
• "tá compreendendo?“
• São "ruídos“ na sua comunicação.
REFERÊNCIA

• POLITO, Reinaldo. Como falar corretamente e sem inibições. 111.ed. São Paulo: Saraiva,
2006.

• MARCELLO, Carolina. 25 poemas de Carlos Drummond de Andrade. Disponível em:


https://www.culturagenial.com/poemas-de-carlos-drummond-de-andrade/. Acesso em: 11
mar. 2021

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