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Administração Pública
UnB - GPP
Etapa 01 e 02
Unidades I, II, III e IV
Maria Eugênia Diniz Figueirêdo Cireno
1
UNIDADE I
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Administração pública – um campo de
conhecimento e ensino.
Como surgiu?
Quais as principais associações com outras disciplinas e áreas?
Qual a importância da administração pública para a gestão pública e
governos de forma geral?
Quais os principais modelos de gestão?
Quais princípios devo compreender para a administração pública?
Estas são as questões entre tantas que irão surgir no decorrer da
disciplina, em que juntos iremos trabalhar !
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
O que é administração pública?
A administração pública teve início com o estudo das fases
administrativas de governos, tem precedentes em épocas anteriores,
como por exemplo, os "cameralistas“ dos séculos XVII e XVIII - mas
somente no século XX adquire ímpeto e difusão como uma área teórica
- científica.
No seu princípio, em vez de atender às questões dos fins e da
constituição do Estado, aplica-se principalmente aos problemas de
planejamento, organização, pessoal, direção, finanças, métodos de
trabalho e outros da mesma natureza.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
O início dos estudos se deu nos séculos XVII e XVII, e veio à
contribuir para a constituição de um dos fenômenos mais
interessantes e prometedores do século XX, com um contexto
científico mais apurado com ideias e discussões mais acaloradas.
Em geral, seu centro sintetiza-se no ideal de aperfeiçoar as
atividades governamentais para que sirvam com maior intensidade
aos ideais coletivos.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Em certos países, como os Estados Unidos, a Inglaterra e a França,
podemos dizer que o movimento chega a ser vanguardista, manifestando-
se através de programas acadêmicos, literatura científica, associações
profissionais, programas de reforma, organizações cívicas , cooperação
internacional e outros esforços de grande valor.
Woodrow Wilson, em seu famoso artigo O Estudo da Administração,
publicado em 1887, traçou rumos exerceram grande influência para a
área:
"A administração é a parte predominante do governo; é o governo em
ação; é o executivo, atuante, o aspecto mais proeminente do governo ...”
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
O autor ainda cita que :
“(...) O campo da administração é um campo de negócios, no
sentido clássico da palavra.
(...) Está afastado da balbúrdia e das lutas políticas e, em muitos
aspectos, da controvertida arena do Direito Constitucional.
(...) Está para a vida política assim como a maquinaria para o
produto manufaturado. Ao mesmo tempo, porém, situa-se muito
acima do nível enfadonho da simples minúcia técnica, por isso que
está diretamente ligado, pelos elos de seus princípios fundamentais,
às máximas duradouras e às verdades permanentes da sabedoria e
do progresso político...”
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Complementa que:
“(...) a administração está fora da esfera própria da política. As
questões administrativas não são questões políticas. Embora a
política determine as tarefas da administração, não se deve tolerar
que a política manipule as repartições públicas ...”
“(...)A administração pública é a execução minuciosa e sistemática
do Direito Público. Toda aplicação particular da lei geral é um ato de
administração ...”
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
O autor ainda cita que : "Não se trata aqui, exatamente, de uma
distinção entre vontade e ato correspondente, pois o administrador
deve ter e efetivamente tem vontade própria na escolha dos meios
para realizar seu trabalho. Não é nem deve ser mero instrumento
passivo. A distinção refere-se a planos gerais e meios específicos.“
(Wilson, W. 1887)
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Porém, em 1937 Luther Gulick demarcou, por meio de um conceito mais
aplicado ao âmbito da Administração Pública:
"A administração se destina a fazer coisas, a realizar objetivos definidos.
A ciência da administração é, portanto, o sistema de conhecimento com o
qual os homens podem desenvolver relações, predizer efeitos e influir
sobre os resultados, em qualquer situação em que haja pessoas
trabalhando conjuntamente, de forma organizada, para um fim comum”.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
“A Administração Pública é a parte da ciência da administração
que se refere ao governo, e se ocupa por isso, principalmente, do
Poder Executivo, onde se faz o trabalho do governo, ainda que haja
evidentemente problemas administrativos que se relacionem aos
Poderes Legislativo e Judiciário. A Administração Pública é, pois,
uma divisão da Ciência Política e uma das ciências sociais." (Gulick,
L. 1937)
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Em outra exposição da mesma época, Gulick descreveu por meio de
conceitos mais específicos os "elementos funcionais“ da
administração, tais como existem para o chefe executivo:
Planejamento - exposição, em termos gerais, do que deve ser feito
e dos métodos a serem empregados, para que a empresa atinja os
seus objetivos;
Organização - estabelecimento da estrutura formal da autoridade
(em que as subdivisões de trabalho se integrem, ordenadas,
definidas e coordenadas), a fim de alcançar determinado objetivo;
Administração de pessoal (staffing) - função de recrutar e adestrar
o pessoal, e manter condições favoráveis de trabalho;
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Direção - a tarefa contínua que compete ao líder da empresa, de tomar
decisões e formulá-las em ordens gerais e especificas;
Coordenação - trabalho importantíssimo de inter-relacionar as diversas
partes do trabalho;
Informação (reporting) - incumbência do chefe executivo de manter a par
das ocorrências o pessoal por quem é responsável, pressupondo-se que
estenda os efeitos de tal atividade a si mesmo e a seus subordinados
imediatos, mediante registros, estudos e inspeções;
Elaboração de orçamentos (budgeting) - tarefa que abrange tudo que se
relacione com os orçamentos, inclusive quanto às atividades relativas a
planejamento, contabilização e controle fiscais."
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
No ano de 1937 Marshall E. Dimock, formulou uma definição mais
ampla, que até hoje mantém:
“... A administração refere-se ao quê e ao como do governo. O quê
é a substância, o conhecimento técnico de um campo, que habilita
o administrador a executar a sua tarefa.
(...)
O como são as técnicas de gerência, os princípios que conduzem os
programas ao êxito. Cada um destes elementos são indispensáveis;
juntos, formam a síntese a que se chama administração ... "
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Em 1950, Leonard D. White fala:
"Definida em seus termos mais amplos, a administração pública abrange
todas as operações que têm por propósito a realização ou o cumprimento
dos desígnios públicos."
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Os autores Simon, Smithburg e Thompson, em seu livro Public
Administration, de 1950, definem administração como "a atividade de
grupos que cooperam para a realização de objetivos comuns ... " , ao
passo que, quanto à administração pública, dizem:
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
E quando se remete à administração de pessoal baseada em mérito,
o autor Muñoz (1955) , enfatiza em sua crítica à Wilson,W. (1887)
que :
“...Não é aceitável como interpretação descritiva, nem como
preceito normativo; tampouco dela necessitaria o autor para
cimentar as suas recomendações em favor de um sistema de
administração de pessoal baseado no mérito e de outras reformas
práticas.”(Muñoz Amato, Pedro. 1955)
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Tomando-se como base as discussões entre os autores abordados:
Cumpre observar que cada um dos autores citados acrescenta claridade e
precisão à definição geral de administração pública, elaborando em seus
respectivos tratados os elementos integrantes do objeto de estudo desta
ciência.
Em todas as ciências, sobretudo nas ciências sociais, há disputas em
torno da definição dos correspondentes âmbitos de estudo. Cada posição
ou escola seleciona aquelas fases da realidade que, segundo os seus
interesses e propósitos, tenham maior significação.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
A mesma diversidade se encontra, na Economia, na Ciência Política, na
Sociologia, na Antropologia e na Psicologia, para não entrar no terreno
mais afastado das ciências naturais.
As analogias das ciências naturais e da administração comercial têm
exercido influência marcante na orientação da disciplina. (...) Daí haver
sido tão grande o empenho de excluir dela todo o político; daí o fato
de muitos atribuírem valor supremo à eficiência, definida como "a
realização dos objetivos com o menor gasto possível de recursos"; daí
a proposição dogmática de fórmulas de organização e procedimentos
com pretensões a validade universal e permanente; daí a ignorância
dos elementos culturais e pessoais; daí o desdém frequente por tudo
aquilo que possa perturbar as concepções mecanicistas.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Segundo Muñoz (1955), podemos tornar por ponto de partida a
definição já mencionada de que a administração pública, no sentido
mais amplo, é todo o sistema de governo, todo o conjunto de
ideias, atitudes, normas, processos, instituições e outras formas de
conduta humana, que determinam:
a) como se distribui e se exerce a autoridade política;
b) como se atendem aos interesses públicos. Este é o âmbito da
Ciência Política, esboçada gradualmente desde a Antiguidade, em
longa evolução que tem acumulado um acervo de interpretações
bastante rico.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Por fim, segundo Muñoz: Administração pública, é a princípio,
certos processos de governo, que constituem os elementos
essenciais da aplicação administrativa das normas políticas e são,
por conseguinte, de grande importância no funcionamento de todo
o sistema político:
Planejamento - a formulação de programas, especialmente a
integração do plano a longo prazo de todo o governo, incluindo a
elaboração de orçamentos e as funções correlatas de administração
financeira.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Administração de pessoal - a seleção, o preparo e a direção das pessoas que
hão de participar nas tarefas governamentais, proporcionando o fator mais
decisivo de toda a situação administrativa, a qualidade humana, com especial
referência aos problemas de relações humanas no trabalho.
Organização e métodos - a ordenação das estruturas institucionais, feita do
ponto de vista da divisão de trabalho, das hierarquias e relações de autoridade,
dos vários tipos de controle, dos graus de centralização e descentralização, da
coordenação, da sistematização dos processos e de outros assuntos conexos.
Relações do Poder Executivo com o público e com os Poderes Legislativo e
Judiciário - o sistema de governo em sua significação total, incluindo
considerações específicas sobre as relações de suas partes e as
responsabilidades dos administradores perante o público.
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Introdução à administração pública : conceito
e história.
Governo x Administração Pública
Segundo Hely Lopes Meirelles:
“A Administração é o instrumental de que dispõe o Estado para pôr em
prática as opções políticas do Governo”.
•Em sentido objetivo ou material, a Administração Pública pode ser definida
como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime
jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos;
•Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir Administração
Pública como sendo o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a
lei atribui o exercício da função administrativa do Estado.
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Administração pública: Estado e sociedade civil
(Reflexões sobre patrimonialismo)
Organização do Estado
No Estado Nação, existe uma relação muito clara entre o indivíduo, a sociedade que ele
compõe e certo poder estatal – soberania estatal –, que impõe limites à vida em
sociedade dentro de um determinado território.
A Administração Pública se iniciou com a monarquia absolutista e evoluiu para o Estado
liberal, liberal democrático e social.
À medida que o Estado assume determinadas características e a forma como se
relaciona com a sociedade, cria diferentes modelos de Administração Pública que se
mostram mais adequados a cada período histórico. Ela já foi patrimonialista, burocrática
weberiana e gerencial (nova gestão pública e suas variações).
Os seres humanos vivem em sociedade.
O Estado é uma sociedade natural?
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Administração pública: Estado e sociedade
civil .
Algumas teorias procuram explicar o surgimento do Estado e um desses
grupos discute se o Estado é uma sociedade natural, se ele é inerente à
vida em sociedade.
A sociedade se organiza em Estado para o BEM COMUM do grupo social!
Este é obtido por meio da coordenação de esforços e da cooperação
organizada.
Só faz sentido a vida em sociedade num Estado se esse Estado ajudar essa
sociedade a caminhar, a alcançar o bem comum, que é obtido por meio
de coordenação de esforços e da cooperação organizada por parte dos
diversos sub- grupos que compõem uma determinada sociedade.
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O Estado e Sociedade Civil
Há uma tendência de formar grupos em sociedade, de viver em
coletividade e, à medida que ela se torna mais complexa, passa a ter
uma divisão de funções, de organizações, que leva à consolidação do
Estado, sempre visando o bem comum.
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Noções de Estado, Governo e Administração
Pública
Elementos do Estado
● Povo: conjunto de nacionais;
● Território: base física – solo, subsolo, espaço aéreo e mar territorial;
● Governo soberano – elemento condutor de Estado.
Ao se organizar como grupo, o homem é envolvido na teia do Estado, que
controla os que habitam em seu território.
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Noções de Estado, Governo e Administração
Pública
Um povo que habita determinado território e a soberania do Estado que
será exercida sobre esse povo, dentro desse território. O bem comum é a
finalidade da existência do Estado.
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Formação dos Estados
Há duas teorias:
•TEORIA DO IMPULSO ASSOCIATIVO NATURAL, segundo a qual as sociedades se formariam
de maneira natural, pois esse impulso de associação seria intrínseco ao ser humano;
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Nação x Estado
Nações: em seu conceito primário, representam o conjunto de
indivíduos que têm vínculos sociais e identitários, não
necessariamente associa- dos a um território específico. Por isso,
pode-se mencionar a Nação Islâmica, que não se refere a um Estado
específico.
Estado: encerra a ideia de uma organização política e jurídica que
prevalece sobre um determinado espaço geográfico, habitado por
uma sociedade em que os indivíduos se submetem à vontade coletiva
– originando, assim, um poder supremo que denominamos soberania.
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Formação dos Estados
Modo originário: o Estado surge diretamente do meio nacional, sem
decorrer de nenhum outro Estado previamente constituído;
Modo secundário: o Estado também surge do meio nacional, mas por
intermédio de vários Estados ou partes que almejem constituir uma
unidade, como ocorre, por exemplo, na constituição das federações.
Pode se dar por meio de fusões ou desmembramento de Estados;
Modo derivado: o Estado forma-se a partir do seu exterior mediante
processos de descolonização, reconhecimento dos direitos de
soberania (por exemplo, a Austrália) ou ação de entidade supranacional
(por exemplo, Israel).
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Formação dos Estados
O Estado Moderno se inicia com o Absolutismo monárquico, que
consegue obter a concentração de poder nas mãos do soberano e, com
isso, permite o estabelecimento de unidades nacionais.
Há concentração dos poderes militares, econômicos e burocráticos –
em outras palavras, trata-se da monopolização do poder, que é um dos
elementos fundamentais do Estado moderno.
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Formação dos Estados
Fatores que possibilitaram a monopolização crescente do poder:
•Criação de um exército permanente, formado por membros
remunerados
dispostos em uma estrutura hierárquica com comando centralizado;
•Estabelecimento de uma burocracia composta por quadros profissionais
permanentes;
•Implantação de um sistema tributário para assegurar o fluxo de receitas
para o soberano;
•Estabelecimento de uma ordem jurídica válida por todo o território.
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Formação dos Estados
Esses quatro elementos estão nas mãos do monarca e dão surgimento às
primeiras unidades nacionais, os primeiros Estados modernos.
O conceito da cidadania só se dá ao longo dos tempos.
O Estado moderno surge antes do conceito de cidadania. O Estado moderno
na forma de monarquia absolutista, onde o poder está concentrado nas mãos
do monarca, significa que o indivíduo não tem direitos, não pode ser
chamado de cidadão.
Só com a evolução do Estado moderno, da monarquia absolutista para liberal
(conquista de direitos civis), liberal democrático (conquista dos direitos
políticos) e social (democracias sociais) é que o indivíduo passa a ter
cidadania.
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Funções do Estado
Legislativa (elaborar leis/exercer o controle externo)
Executiva (aplicar as normas gerais ao caso concreto)
Judiciária (função de julgar os conflitos advindos da execução das
normas gerais aos casos concretos).
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Formas de Estado
Há duas formas de Estado:
ESTADO UNITÁRIO
Apresenta um único centro de poder político, que direciona as
decisões políticas e as políticas públicas;
Há centralização política: um poder com competência exclusiva em
todo o território do Estado e sob toda a população;
Pode haver descentralização administrativa;
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ESTADO FEDERADO
Segundo Dalmo Dallari:
• A união faz nascer um novo Estado e, consequentemente, aqueles que
aderiram à federação perdem a condição de Estados;
• O poder político é compartilhado pela União e pelas unidades federadas;
• A base jurídica do Estado Federal é uma Constituição, não um tratado.
• Só o Estado Federal tem soberania;
• Na federação, não existe direito de secessão;
• No Estado Federal, as atribuições da União e as das unidades federadas são
fixadas na Constituição, por meio de uma distribuição de competências;
• A cada esfera de competência se atribui renda própria.
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ESTADO FEDERADO
Condições Federativas
As condições para a existência de uma federação são:
•Existência de heterogeneidades que dividem uma determinada nação tais como:
– Cunho territorial;
– Étnico, linguístico, socioeconômico;
– Cultural e político.
Segundo Montesquieu, a doutrina da divisão de poderes – ou, como muitos preferem, da divisão
das funções a cargo do Poder Estatal:
PODER LEGISLATIVO: estabelecimento de normas gerais que irão reger o funcionamento da
sociedade, definindo parâmetros de atuação para governo e sociedade, em termos abstratos,
não direcionados a casos específicos e concretos;
PODER EXECUTIVO: execução das normas estatuídas pelo Legislativo,
como expressão da vontade soberana do Estado;
PODER JUDICIÁRIO: deslindar os conflitos que podem surgir na sociedade, assegurando a melhor
aplicação das normas gerais e abstratas aos casos concretos.
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O Estado Brasileiro
A existência do sistema federalista no Brasil condiciona a execução das
políticas públicas e sociais.
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Estado Brasileiro
Montesquieu estabeleceu a doutrina da separação dos poderes, a
partir dos seguintes fundamentos:
Cada função básica do Estado deverá ser exercida por um titular
diferente, evitando-se a concentração em uma só pessoa ou órgão;
Cada um dos três poderes deverá atuar de forma independente, mas
vinculada aos outros, de forma a estabelecerem mecanismos mútuos
de controle.
Os mecanismos mútuos de controle são chamados de freios e
contrapesos (em inglês, "checks and balances").
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Pacto Federativo
“Em essência, um arranjo federal é uma parceria, estabelecida e
regulada por um PACTO.”
“Suas conexões internas refletem um tipo de divisão de poder entre
os parceiros, baseada no reconhecimento mútuo da integridade de
cada um e no esforço de favorecer uma unidade especial entre eles.”
(Elazar)
O poder nacional provém de um acordo entre as partes;
• A descentralização implica repassar algum poder político, mas esse
processo não constitui direitos de soberania aos entes subnacionais.
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Pacto Federativo
Os governos subnacionais também têm instrumentos para defender
seus interesses e direitos originários:
• Cortes constitucionais, que garantem a integridade contratual do
pacto originário;
No caso brasileiro, é o Supremo Tribunal Federal (STF) que garante a
integridade contratual do pacto originário.
• Casa legislativa representante dos interesses regionais (Senado);
• Representação desproporcional dos Estados menos populosos na
câmara baixa.(Deputado)
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Pacto Federativo
Os deputados federais no Brasil não são eleitos de forma proporcional.
Existem limites máximos e mínimos para garantir que os Estados menos
populosos tenham uma representação maior em relação a sua
população do que os Estados mais populosos.
•Limitações a mudanças na Constituição, com um processo decisório
que exige maiorias qualificadas;
• Princípios básicos da federação não podem ser minimizados via
emendas.
Os princípios básicos da federação são denominados na Constituição
Federal (CF) como cláusulas pétreas.
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A Federação Brasileira
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A Federação Brasileira
Constituição
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.
§ 1º Brasília é a Capital Federal.
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão
reguladas em lei complementar. (...)
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A Federação Brasileira- Federalismo brasileiro
As características do Federalismo brasileiro são:
•Indissolubilidade do vínculo: a forma federativa deve ser um núcleo
permanente (cláusula pétrea);
• Divisão constitucional de competência entre as unidades federadas;
• Participação das unidades parciais na formulação da vontade geral;
• Capacidade de auto-organização e autoadministração dos Estado-Membros.
•A Constituição estabelece que o Brasil é uma República Federativa composta
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios.
*O Brasil é um dos únicos Estados federais que consideram os municípios como unidades
da federação. Todos os entes federados possuem competências próprias e autonomia
administrativa, legislativa e tributária.
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Formas de Governo
• Para Aristóteles (classificação mais antiga), o governo pode se
constituir em: MONARQUIA, ARISTOCRACIA e DEMOCRACIA.
• Para Montesquieu, há três espécies de governo: REPUBLICANO,
MONÁRQUICO e DESPÓTICO.
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Formas de Governo
Monarquia
A Monarquia refere-se à forma de governo em que um só indivíduo governa em
prol do bem geral.
Em tese, na Monarquia, embora o governo esteja concentrado num só indiví- duo,
este governa em prol do bem geral, do bem comum.
São características fundamentais da monarquia:
• Vitaliciedade – o monarca pode governar enquanto viver ou enquanto tiver
condições;
• Hereditariedade – a linha sucessória seguirá uma ordem hereditária do monarca;
• Irresponsabilidade – o monarca não tem responsabilidade política.
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Formas de Governo
República
A República refere-se à forma de governo típica da coletividade, na qual cabe à
população eleger seus representantes para um mandato pré-fixado.
As características principais da República são:
• Temporariedade – o mandato do chefe de governo tem duração predeterminada;
• Eletividade – o governante é eleito pelo povo;
• Responsabilidade – o chefe do governo é politicamente responsável.
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Sistemas de Governo
Os sistemas de governo referem-se à organização social e política de
um Estado, especialmente em termos das relações entre os poderes
executivo e legislativo.
Há dois grandes sistemas de governo:
• PARLAMENTARISMO
• PRESIDENCIALISMO
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Sistemas de Governo
PARLAMENTARISMO
• Monarquias Constitucionais e Repúblicas: o Parlamentarismo pode
ser aplicado tanto em Monarquias Constitucionais (Monarquias
Parlamentaristas) quanto em Repúblicas (Repúblicas Parlamentaristas);
• O poder executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado
(monarca ou presidente da república), e um chefe de governo
(primeiro-ministro ou presidente do conselho de ministros);
• O primeiro-ministro é indicado ou mesmo nomeado pelo chefe de
Estado, mas sua escolha e permanência dependem da aprovação da
maioria no parlamento;
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Sistemas de Governo
PARLAMENTARISMO
• A aprovação do primeiro-ministro e do seu conselho de ministros
pelo parlamento se faz pela aprovação de um plano de governo, e a ele
cabe o empenho pela concretização do mesmo perante o povo;
• O governo é exercido por um corpo coletivo de ministros e seus
ministérios;
• O poder legislativo assume funções político-governamentais mais
amplas.
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Sistemas de Governo
PARLAMENTARISMO
RESPONSABILIDADE POLÍTICA
O parlamento é responsável perante os eleitores. Caso haja perda de
confiança do povo com os membros do governo, utiliza-se o
mecanismo da dissolução do parlamento, por meio de convocação de
eleições extraordinárias para formação de outro parlamento.
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Sistemas de Governo
PRESIDENCIALISMO
• O presidente da República é o Chefe de Estado e Chefe do Governo. Assim, a
chefia do executivo é unipessoal;
• Eletividade e temporariedade;
• O presidente da República tem poder de veto na formação das leis;
• Independência entre os três poderes do Estado;
• É sistema típico das repúblicas;
• Irresponsabilidade política do chefe do executivo perante o Parlamento.
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Sistemas de Governo
Segundo Paulo Bonavides, são três os princípios básicos do
presidencialismo:
Historicamente, é o sistema que adotou a forma clássica do princípio
da separação de poderes;
Todo o poder executivo se concentra na figura do presidente, que o
exerce de forma plena e fora de qualquer responsabilidade política
perante o poder legislativo;
O presidente obtém seus poderes da própria Nação; raramente, do
Congresso, por via indireta.
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Sistemas de Governo
Segundo Paulo Bonavides, são três os princípios básicos do
presidencialismo:
Historicamente, é o sistema que adotou a forma clássica do princípio
da separação de poderes;
Todo o poder executivo se concentra na figura do presidente, que o
exerce de forma plena e fora de qualquer responsabilidade política
perante o poder legislativo;
O presidente obtém seus poderes da própria Nação; raramente, do
Congresso, por via indireta.
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Fixando – Prestenção!
Administração pública: é o conjunto de órgãos, entidades (pessoas
jurídicas) e agentes estatais no exercício da função administrativa,
independentemente do Poder a que pertençam.
Governo, é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução dos
altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja composição
pode ser modificada mediante eleições. Nesse sentido, pode-se falar
em “governo FHC”, “governo Lula”.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1. No sistema de governo denominado presidencialismo, há nítida
separação entre a função de chefe de Estado e a de chefe de governo,
as quais são desempenhadas por órgãos ou autoridades distintas.
Explique:
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
2. O Estado moderno é constituído de três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário, que podem estar nitidamente separados ou não
em função do sistema de governo adotado. Escolha a opção correta.
a) No parlamentarismo, o sistema de governo é monárquico.
b) No presidencialismo, o chefe de governo é escolhido pela Assembleia
Legislativa.
c) No parlamentarismo, o monarca exerce a chefia do Estado e do governo;
d) No presidencialismo, há uma nítida separação entre a chefia de Estado e de
governo.
e) No presidencialismo, os poderes Executivo e Legislativo estão nitidamente
separados.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
3. O presidencialismo de coalizão, representativo do sistema político
brasileiro, caracteriza-se pela presença de representação proporcional,
multipartidarismo e presidência forte mas dependente de coalizões
entre partidos.
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Gabarito
1 - No presidencialismo, as chefias de Estado e de Governo são exercidas
pela mesma pessoa.
2 – e (A Monarquia é uma forma de governo. No Parlamentarismo, existe
uma nítida separação entre a chefia do Governo e a chefia do Estado.)
3-No sistema presidencialista de coalizão, o Executivo e o Legislativo são
separados, mas dependentes de coalizões entre partidos. O sistema
brasileiro é extremamente fragmentado com partidos políticos com
visões ideológicas diversas, movidos por interesses regionais e
econômicos, o que obriga o Presidente a efetuar alianças muito
heterogêneas para garantir a sustentação do seu governo.
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
O primeiro passo no sentido de ocupar as terras brasileiras foi o envio
da expedição de Martin Afonso de Souza, que deixou Lisboa em 3 de
dezembro de 1831, com a incumbência primordial de varrer os
franceses da "costa do pau-brasil" e desenvolver, ao máximo, sua
exploração e seu conhecimento, visando empreendimentos futuros que
garantissem seu domínio.
No litoral de Pernambuco, Martin Afonso combateu e aprisionou três
naus francesas. Em seguida, enviou parte de sua expedição para o
norte, a fim de explorar o litoral até o Maranhão, e rumou para o sul
com o restante da armada, aportando na Baía de Todos os Santos, no
Rio de Janeiro, em Cananéia, de onde seguiu para o Rio da Prata.
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
Em janeiro de 1532, a esquadra encontrou em São Vicente uma pequena
aldeia, formada de índios, europeus e mestiços, na qual se destacava o
português João Ramalho com uma imensa prole mameluca. Aproveitando as
condições propícias, Martin Afonso instalou no lugar o que seria a primeira
vila do país. Além dessa foi organizada outra vila, serra acima, na "boca do
sertão" (Santo André da Boca do Campo).
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
As Capitanias Hereditárias
Quando D. João III resolver encetar a colonização, preocupava-o, antes de tudo, preservar a
pose das terras, então disputadas, como já vimos, por estrangeiros, dos quais se destacavam s
franceses.
A solução encontrada, por esta sugestão de alguns "notáveis" do Reino, foi a aplicação de uma
experiência já testada nas ilhas do Atlântico, principalmente na da Madeira: a criação de
capitanias.
Este sistema lhe acenava com a possibilidade de ocupar simultaneamente vários pontos do
litoral, preservando, assim, o seu domínio, sem arcar com o ônus do empreendimento, uma vez
que utilizaria recursos particulares, oferecendo em retribuição, uma série de direitos e
privilégios tão à moda, na época.
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
Estruturação
Entre 1534 e 1536, as terras brasileiras foram divididas em 15 faixas lineares de terra,
de extensão variável e desigual quanto às potencialidades, sendo dadas a 12 capitães-
donatários.
Juridicamente, a ocupação da terra era assegurada pela Carta de Doação e pelo Foral.
O Foral por sua vez, definia as obrigações dos donatários para com a coroa lusitana
(pagamento do dízimo; propriedade das riquezas do subsolo, do mar e do mato
pertencia à coroa).
73
Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
O sistema de capitanias fracassou. Entre outros pelos seguintes motivos:
74
Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
75
Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
O Governo Geral
76
Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
Assim, a criação do Governo Geral não destruiu o sistema de capitanias, mas superpôs-se
a ele.
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa - Colonialismo
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Administração pública – evolução histórica
Administração colonial portuguesa - Colonialismo
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
Segundo Lustosa (2008), Sabe-se que foi a transferência da família real que
criou condições para a emergência do espaço público e a formação da
burguesia nacional, tornando impossível a restauração da situação colonial
anterior e favorecendo a independência nacional.(p.831)
O Estado representado pela administração colonial era, ao mesmo tempo,
um todo que abrangia o indivíduo em todos os aspectos e uma miríade de
instâncias e jurisdições que iam do rei até o mais modesto servidor, cujas
atribuições se superpunham, se confundiam e se contradiziam.
81
Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
Todo um aparato burocrático, transplantado de Lisboa ou formado aqui, em
paralelo à antiga administração metropolitana, teve que ser montado para
que a soberania se afirmasse, o Estado se constituísse e se projetasse sobre
o território, e o governo pudesse tomar decisões, ditar políticas e agir.
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
O Patrimonialismo presente no Brasil durante a República Velha era exercido por três
grupos, ligados entre si: oligarquias, políticos e burocratas.
• Nesse contexto, estava em formação uma nova classe média, composta por políticos e
burocratas patrimonialistas.
• No dizer de Bresser Pereira: “Formava-se, assim, um grupo que apropriava-se do excedente
econômico por meio do próprio Estado, e não por intermédio da atividade econômica”.
• “Além de não haver alteração nas estruturas econômica e de poder, falharam as tentativas
de mobilizar e organizar a população.”
• “O regime oligárquico mantinha-se com eleições fraudulentas. O eleitorado correspondia a
um pequeno percentual da população e convivia-se com o voto de cabresto.”
• “Houve um movimento de descentralização política: o poder dos governadores e das
oligarquias locais aumentou, dando origem à política dos governadores.”
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha - Patrimonialismo
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Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional
89
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
A crise do café em 1929, fez com que o Estado intervisse nas
operações, traçando assim um novo modelo dentro da América Latina.
De um lado, passou-se a propugnar uma política de crescimento
baseada na industrialização via substituição de importações, reduzindo
a dependência das economias primário-exportadoras, sujeitas à
crescente desvalorização de seus produtos.
O Estado nacional poderia liderar o processo de desenvolvimento,
estabelecendo barreiras alfandegárias, construindo infraestruturas,
criando subsídios e incentivos e oferecendo crédito
90
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
A REFORMA DE 1936 – Era Vargas ( CONSIDERADA A PRIMEIRA REFORMA)
“No Brasil, o modelo de administração burocrática começa a ser implantado
de forma relevante a partir dos anos 30, durante o governo de Vargas.
A reforma administrativa surge no contexto de aceleração da industrialização
brasileira, com participação fundamental do Estado na realização de
investimentos maciços no setor produtivo de bens e serviços.” (Bresser-
Pereira – PDRAE)
OBS: As bancas podem fazer referência à reforma de 1936 com as seguintes nomenclaturas:
Reforma de 36, Reforma de 37, Reforma de 38, Reforma da década de 40, Reforma da Era
Vargas, Reforma DASP ou Reforma Burocrática.
91
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
A Era Vargas introduziu o Estado Burocrático, mas foram mantidos
traços muito fortes do patrimonialismo.
Levando em conta a ideia da necessidade de uma participação
importante do Estado na realização de bens e serviços, Vargas criou
várias estatais (Vale do Rio Doce e CSN, por exemplo) e outras
entidades de administração indireta.
92
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
“A implantação de uma administração pública burocrática é reflexo do
crescimento de um capitalismo moderno no país.
A reforma foi formulada por Maurício Nabuco e Luiz Simões Lopes, com
o objetivo de conduzir a administração pública a um processo de
racionalização, com a criação de carreiras burocráticas e a tentativa de
adoção do concurso público como forma de ingresso de servidores.”
93
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
Para a modernização administrativa, em 1936, foi criado o Conselho
Federal do Serviço Público Civil (CFSPC), o qual foi substituído pelo
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP).
Há forte influência da Administração Científica, com a busca da
racionalização mediante simplificação, padronização e aquisição
racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na
definição de procedimentos.
Neste período, foi instituída a função orçamentária como atividade
formal vinculada ao planejamento.”
(Bresser-Pereira – PDRAE)
94
Administração pública – evolução histórica
A República Velha- Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
A Administração Científica, apresenta forte influência na burocracia,
uma vez que, busca racionalizar o funcionamento do Estado, utilizando
padronizações e métodos.
95
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Burocratização
O Nacional desenvolvimentismo
A modernização autoritária
A reforma administrativa da Nova República
96
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Burocratização
O nacional desenvolvimentismo
A queda do governo Vargas, além de suas causas mais remotas, foi
provocada por mais uma intervenção militar na vida política brasileira.
O crescente movimento de oposição ao regime viu-se reforçado pelas
lideranças militares recém-saídas da II Guerra Mundial.(Lustosa)
A Constituição de 1946 restabeleceu o estado de direito e as garantias
individuais, restaurou a divisão de poderes da República, devolveu a
autonomia dos estados, ampliou os direitos sociais dos trabalhadores,
reorganizou o Judiciário e previu a mudança da capital.
97
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Burocratização
Eleito em dezembro de 1945, o presidente Dutra, ex-ministro da Guerra de Getúlio Vargas,
tomou posse em janeiro do ano seguinte e realizou um governo legalista e conservador.
Cinco anos depois de deixar o governo, Getúlio Vargas foi eleito presidente da República,
pelo voto direto, em 3 de outubro de 1950. Vargas assumiu o governo, com poderes
limitados pela Constituição de 1946, para cumprir um programa francamente nacionalista
e reformista, prometendo ampliar os direitos dos trabalhadores e investir na indústria de
base e em transportes e energia, o que requeria o aumento da intervenção do Estado no
domínio econômico.
Nesse período, foram criadas 13 empresas estatais, entre elas a Petrobras e o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), grande pilar da política de fomento da
política nacional.
(Lustosa)
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
GOVERNO JK
A administração burocrática implantada a partir de 1930 sofreu sucessivas tentativas de reforma,
com diferentes graus de êxito.
As experiências variaram entre a ênfase na extinção e criação de órgãos e a constituição de
estruturas paralelas que visavam compensar a rigidez e a ineficiência burocrática.
No Governo JK, foram criadas comissões especiais:
• Comissão de Estudos e Projetos Administrativos (CEPA), para a realização de estudos para
simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais.
• Comissão de Simplificação Burocrática (COSB), que visava à elaboração
de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços.
*As comissões criadas no Governo JK não tiveram muitos resultados práticos, porém influenciaram a
reforma da década de 60.
99
Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
Foram valorizados instrumentos como o concurso público e o treinamento
profissional (embora não se tenha conseguido adotar, a rigor, uma política de
recursos humanos à altura das necessidades do Estado).”
Observações:
•Mesmo após a reforma, o Patrimonialismo conseguiu manter sua força no
quadro político e administrativo brasileiro.
•O tradicional coronelismo seria substituído pelos, ainda atuais, clientelismo
e fisiologismo.
(Bresser-Pereira – PDRAE)
100
Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
Resumo do Período“
Para superar os obstáculos à realização dos objetivos dos diversos governos,
optava-se pela criação de novas estruturas paralelas à administração direta, ao
invés de proceder-se à esperada reformulação da burocracia pública.
Afinal, as diversas tentativas de reforma, incluindo as comissões criadas e suas
formulações, trouxeram avanços conceituais que influenciariam as melhorias
futuras na administração pública.
Aliás, boa parte das inovações introduzidas pela reforma de 1967 já constavam das
propostas da COSB, da CEPA e, especialmente, da Comissão Amaral Peixoto".
(Lustosa)
101
Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
GOVERNO JOÃO GOULART
“O governo Goulart criou a Comissão Amaral Peixoto, que deu início a novos estudos para a
realização da reforma administrativa. Seu principal objetivo era promover “uma ampla
descentralização administrativa até o nível do guichê, além de ampla delegação de
competência.”
“Entretanto, após o golpe de 1964, as propostas da Comissão não chegam a ser
transformadas em lei.”
102
Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Patrimonialismo em
transição para a Burocratização)
Resumo do Período“
Nesse período, cresce a distância entre a administração direta, submetida à excessiva
rigidez burocrática, e a administração descentralizada, com mais autonomia gerencial.
Na Administração Indireta, contratava-se sem concursos, atraindo profissionais
especializados e remunerando-os de acordo com o mercado. Com isso, eram criadas
“ilhas de excelência” no setor público, cercadas por uma Administração Direta em
situação precária.
Houve avanços isolados durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek,
Jânio Quadros e João Goulart, mas mantiveram-se as práticas clientelistas e o baixo
investimento na profissionalização da burocracia.
* Destaque para os 4 governantes do período.
103
Administração pública – evolução histórica
A Nova República -Estado Nacional (Burocratização)
A REFORMA DE 1967
É uma reforma de transição, que reafirma alguns princípios
burocráticos e começa a dar os primeiros passos em direção a uma
gestão gerencial (própria da reforma da década de 1990), feita em um
ambiente não democrático.
Ideia de trabalhar de maneira descentralizada, concessão de
autonomia, sobretudo para as entidades da administração pública
indireta, mais especifica- mente para as estatais, que tinham mais
liberdade de gestão, inclusive podendo contratar sem concurso público.
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República -Estado Nacional (Burocratização)
DECRETO N. 200/1967
Art. 4° A ADMINISTRAÇÃO FEDERAL COMPREENDE:
I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.
II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:
a) Autarquias
b) Empresas Públicas
c) Sociedades de Economia Mista
d) Fundações públicas
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
Atenção :
Formas de descentralização trazidas à tona pelo decreto em tela: em
cada instituição pública, é preciso separar o nível de direção do nível de
execução; transferência das atividades meramente executivas para o
setor privado; e passar, via convênio, da União para Estados e
Municípios a execução de certas atividades.
110
Administração pública – evolução histórica
A Nova República -Estado Nacional (Burocratização)
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
SEMOR
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Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
DESBUROCRATIZAÇÃO E DESESTATIZAÇÃO
• Dois programas marcaram o fim dos anos 70 e início dos anos 80:
a)Programa Nacional de Desburocratização – PrND
b)Programa Nacional de Desestatização
PrND
• O Programa Nacional de Desburocratização – PrND foi uma nova tentativa
de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública
gerencial.
• Objetivos do PrND: revitalização e agilização das organizações do Estado,
descentralização da autoridade, melhoria e simplificação dos processos
administrativos e promoção da eficiência.
• As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização
dos procedimentos. Esperava-se tornar mais ágil o sistema administrativo,
trazendo benefícios para funcionários e clientes. É o primeiro programa que
pensa nos usuários do serviço.
115
Administração pública – evolução histórica
A Nova República - Estado Nacional (Burocratização)
116
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
A Reforma do Governo Collor
A Reforma Bresser
O modelo conceitual
117
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Ao final do período militar, ocorreram as últimas eleições indiretas do
Brasil. Nela foi eleito Tancredo Neves, que morreu antes de tomar
posse. Assume a Presidência da República, então, Sarney, que passa a
ser o último presidente eleito indiretamente e que tem a
responsabilidade de fazer um governo de tran- sição. Durante seu
mandato, é promulgada a Constituição Federal de 1988.
118
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
ANOS 1980 NOVA REPÚBLICA
O governo civil herdou um aparato administrativo marcado por
deficiências. Apesar da intenção de mexer na rigidez burocrática, o
Decreto-Lei n. 200/1967 deixou problemas relevantes:
a) o ingresso de funcionários sem concurso público permitiu a
reprodução de velhas práticas patrimonialistas;
b) o completo descaso em relação à administração direta,
enfraquecendo o núcleo estratégico do Estado.
119
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
O Governo Sarney instituiu uma comissão com objetivos ambiciosos, com a intenção
inicial de redefinir o papel do Estado, reestruturar o funciona- mento da administração
pública, reformular as estruturas do Poder Executivo Federal e de seus órgãos e
entidades, racionalizar os procedimentos administrativos, e estipular objetivos e metas
para as áreas prioritárias.
120
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
• Entretanto, as mudanças almejadas não foram alcançadas.
• A reforma ambiciosa foi substituída pelo mero processo de racionalização dos
meios.
O fato de o Governo Sarney não ter alcançado seus objetivos se relaciona com
outra situação que o país tinha de resolver à época: o desequilíbrio macro-
econômico crescente, com um elevado índice de inflação.
• Além disso, o governo não foi capaz de reativar as antigas ilhas de eficiência do
setor público como planejamento, arrecadação, comunicações e política agrícola,
desorganizadas ao fim do regime militar.
(Referência: Frederico Lustosa)
121
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
CONSTITUIÇÃO DE 88, COLLOR E ITAMAR
A partir do governo militar, a administração pública passou a dar alguns
passos na direção gerencial. O Decreto-Lei n. 200 trouxe a ideia da
flexibilidade opercional com a descentralização, seguida pela SEMOR,
que tentava modernizar a gestão de recursos humanos, e pelo
Programa Nacional de Desburocratização, que tentou fazer com que a
administração pública fosse mais ágil para melhorar o atendimento ao
usuário do serviço público.
122
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
“Retrocesso Burocrático” de 1988
123
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
• Na Constituição de 1988, ocorreu um retrocesso burocrático
expressivo:
Foi estabelecido um forte engessamento do aparelho estatal,
atribuindo-se, para os serviços não exclusivos do Estado e para as
próprias empresas estatais, pratica- mente as mesmas regras rígidas
requeridas para o núcleo estratégico do Estado.
124
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Resultados: burocracia e patrimonialismo!
125
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
• Obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da
União, dos Estados-membros e dos Municípios.
• A administração indireta perdeu a sua flexibilidade operacional.
Reforço de uma prática burocrática de controle de processos para a
aquisição de bens, serviços e contratação de pessoal. Isso tira a
autonomia da administração indireta e diminui sua flexibilidade
operacional.
• Abandono da busca por uma administração pública gerencial.
• Reafirmação dos ideais da administração burocrática. Reafirmam os
ideais burocráticos próprios da Era Vargas.
126
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
• Instituição de uma série de privilégios, impróprios para a
administração pública burocrática, demonstrando a força do
patrimonialismo arraigado.
• A estabilidade rígida para todos os servidores civis.
• Generalização do regime estatutário na administração direta e nas
fundações e autarquias.
• Aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo
de serviço ou com a contribuição do servidor.
127
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Em 1989, houve a primeira eleição direta após a ditadura militar.
Collor vence as eleições com um discurso liberal de redução do
tamanho do Estado, com reflexos na economia. Buscou diminuir a
máquina pública sem racionalidade e, assim, tomou medidas
inadequadas. É um período destrutivo para a administração pública do
Brasil.
128
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Collor
• As distorções provocadas pela nova Constituição logo trouxeram
consequências para o país.
• No Governo Collor, a resposta a tais distorções foi equivocada e
agravou os problemas existentes. A preocupação era destruir, e não
construir.
129
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Itamar
É marcado pela implementação do Plano Real.
• O governo Itamar Franco buscou essencialmente recompor os salários
dos servidores, violentamente reduzidos no governo anterior.
• O discurso de reforma administrativa assume uma nova dimensão a partir
de 1994.
• A campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança
organizacional e cultural da administração pública no sentido de uma
administração gerencial.
(Referência: Bresser Pereira)
130
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
131
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
132
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
REFORMAS GERENCIAIS – 1995
O Brasil possui, em seu histórico político e social, três ocorrências de
grandes reformas gerenciais. A reforma ocorrida em 1995 foi a primeira
realizada durante um governo democrático, visto que os processos
anteriores ocorreram durante a ditadura de Getúlio Vargas (Estado
Novo) e a Ditadura Militar.
Tal reforma trouxe a redefinição do papel do Estado, com a
descentraliza- ção das obrigações estatais e uma maior flexibilidade das
estruturas de trabalho, além de outros conceitos importados de
reformas anglo-saxônicas prévias.
133
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
O Estado é a organização burocrática que possui o poder de legislar e
tributar sobre a população de um determinado território. Dessa forma,
é a única estrutura organizacional que possui o “poder extroverso”: o
poder de constituir unilateralmente obrigações para terceiros, com
extravasamento dos seus próprios limites.
134
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
1. Núcleo Estratégico (NE)
Corresponde ao governo, em sentido lato. É o setor que define as leis e
as políticas públicas, e cobra o seu cumprimento. É onde as decisões
estratégicas são tomadas.
Corresponde aos Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público
e, no Poder Executivo, ao Presidente da República, aos ministros e aos
seus auxiliares e assessores diretos, responsáveis pelo planejamento e
formulação das políticas públicas.
135
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
2.Atividades Exclusivas (AE)
É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar,
em que se exerce o poder extroverso do Estado – o poder de
regulamentar, fiscalizar, fomentar.
Exemplos: a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a
previdência social básica, o serviço de desemprego, a fiscalização do
cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de
serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio
à educação básica, o serviço de emissão de passaportes.
136
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
3.Serviços Não Exclusivos (SNE)
Setor em que o Estado atua simultaneamente com outras organizações
públicas não estatais e privadas. As instituições desse setor não
possuem o poder de Estado.
Nesse setor, o Estado está presente, pois os serviços envolvem direitos
humanos fundamentais, como educação e saúde, ou porque possuem
“economias externas” relevantes (produzem ganhos que não podem
ser apropriados por esses serviços através do mercado).
Exemplos: as universidades, os hospitais, os museus.
137
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
4. Produção de Bens e Serviços para o Mercado (PPM)
Área de atuação das empresas, caracterizada pelas atividades
econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho
do Estado.
Os motivos para a intervenção estatal nesse setor são diversos, por
exemplo, a ausência de capital no setor privado para realização de
investimento (fomentar a atividade), ou porque as práticas em questão
são naturalmente monopolistas, nas quais o controle via mercado não
é possível.
138
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Tipos de propriedade
A princípio, ao abordar os tipos de propriedade, acreditava-se existir
uma dicotomia (divisão), composta por parte pública (estatal) e parte
privada.
139
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
No entanto, ao longo do século passado, evidenciou-se a existência de
um terceiro setor, localizado entre a divisão existente, o chamado setor
público não estatal, o qual não é de propriedade do Estado, mas
também não serve a interesses privados (ONGs, OSCIPs, OSs etc.).
140
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Os quatro setores do Estado citados anteriormente encaixam-se
respectivamente em suas categorias existentes de propriedades,
conforme esquema abaixo:
141
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
Dessa forma, o Núcleo Estratégico (NE) e as Atividades Exclusivas (AE)
são apenas de responsabilidade do Estado, enquanto os Serviços Não
Exclusivos (SNE) são de interesse público, mas não são
obrigatoriamente controlados pelo Estado, e a Produção de Bens e
Serviços (PPM) para o mercado é gerenciada pelo setor privado.
142
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
SETORES X GESTÃO
Um dos fundamentos do núcleo estratégico é que as decisões sejam as
melhores, e, em seguida, que sejam efetivamente cumpridas. Dessa
forma, a efetividade é considerada com maior importância que a
eficiência.
O que importa saber é, primeiramente, se as decisões que estão sendo
toma- das pelo governo atendem eficazmente ao interesse nacional, se
correspondem aos objetivos generalizados aos quais a sociedade
brasileira está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as
decisões, estas estão sendo de fato cumpridas.
143
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
SETORES X GESTÃO
No núcleo estratégico, em que o essencial é a correção das decisões
toma- das e o princípio administrativo fundamental é o da efetividade,
entendido como a capacidade de ver obedecidas e implementadas com
segurança as decisões tomadas, é mais adequado que haja um misto de
administração pública burocrática e gerencial.
O significado de “efetividade” para o núcleo estratégico compreende a
eficácia no cumprimento das decisões, diferentemente do significado
que esse termo possui para políticas públicas.
144
Administração pública – evolução histórica
A Nova República – Reformas
SETORES X GESTÃO
No setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não
exclusivos, um dos fatores de maior importância é a qualidade e o custo dos
serviços prestados aos cidadãos.
O princípio correspondente é o da eficiência, ou seja, a busca de uma relação
otimizada entre qualidade e custo dos serviços colocados à disposição do
público. Logo, a administração deve ser necessariamente gerencial.
O mesmo afirma-se sobre o setor das empresas, as quais, enquanto estive-
rem atuando junto ao Estado, deverão obedecer aos princípios gerenciais de
administração.
145
UNIDADE II
146
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
A re-definição do conceito ação administrativa que se faz necessária
devido aos avanços em pesquisas na área da teoria da administração é
o objetivo do texto, sendo esta ancorada principalmente nos conceitos
racionalidade funcional-racionalidade substancial e ética da
responsabilidade-ética do valor absoluto ou convicção de Max Weber.
(Ramos, 1983).
147
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
O conceito de ação administrativa
Os temas da teoria das organizações passam por um período de intensa
problematização, dentre eles o de ação administrativa.
Para reformular este conceito é necessário observar alguns pontos:
1- Condutas empreendidas no âmbito do trabalho não podem se
confundir com as condutas fora deste espaço.
2- Eficiência e produtividade como fenômenos complexos relacionados
aos conflitos entre personalidade e organização.
3- Relevante influência do ambiente externo sobre a organização.
148
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Racionalidades funcional e substancial
No primeiro tipo de relação parte das atividades do individuo são
apenas engrenagens de um sistema não pessoal de atividades
enquanto no segundo o indivíduo é estranho, isolado ou oposto ao
sistema. Guerreiro Ramos atribui à perda de validade de muito do que
foi feito na Escola de Relações Humanas à não observância dos
conceitos de Barnard.
149
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Racionalidades funcional e substancial
Em Bernard observa-se que a racionalidade da organização não se
confunde com a racionalidade geral e que por isto é útil considerar
aspectos do individuo como externos a qualquer sistema cooperativo. As
pessoas decidem entre entrar ou não em uma determinada organização
com base em duas categorias:
(1) desejos, intenções, impulsos do momento; e
(2) alternativas externas que ele reconhece como válidas.
“A organização resulta da modificação da ação do indivíduo mediante
controle desta categorias ou sua influência sobre uma delas.”, Barnard.
150
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Voltando-se para Weber, Guerreiro Ramos traz o conceito ação social
que, como esclarece o próprio autor é a base para o conceito
sociológico de racionalidade. Neste ponto são apresentados quatro
possibilidades para o conceito: racional aos fins, racional aos valores,
afetiva e tradicional.
A ação racional aos valores é pautada pelos valores que a inspiram e
indiferente aos resultados enquanto a ação racional aos fins tenta
adequar os meios ao fim buscado deixando em segundo plano a análise
dos meios utilizados
151
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Problemas éticos da organização
Neste bloco o foco estará nos conceitos ética da responsabilidade e ética do valor absoluto
ou convicção.
Para esclarecer os conceitos alguns pontos servem como base:
1: A ética da responsabilidade está atrelada a racionalidade funcional, enquanto a ética do
valor absoluto ou convicção à racionalidade substancial.
3: Os indivíduos não agem levando em consideração uma única ética, com exceção de casos
extremos.
152
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Tensões éticas nas organizações
Neste espaço Guerreiro Ramos discorre sobre os trabalhos de Amitai Etzioni e sua relevância para
a análise da ação administrativa com base na dualidade entre ética da responsabilidade e ética da
convicção.
153
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão ( Ação administrativa)
Definição da ação administrativa
154
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Entendendo o conceito histórico-político é possível sintetizar os
modelos de gestão e suas associações.
Veremos :
Patrimonialismo
Burocracia
Gerencialismo
Lembrando que....
155
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão - Patrimonialismo
Os modelos teóricos correspondem aos momentos históricos
específicos. A administração pública não é a responsável por criar os
modelos, apenas os adapta, respondendo às mudanças sociais de cada
período.
156
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PATRIMONIALISTA
“O Patrimonialismo significa a incapacidade ou a relutância do poder
absolutista em distinguir entre o patrimônio público e os seus bens
privados.” (BRESSER PEREIRA)
159
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PATRIMONIALISTA: DECLÍNIO
160
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
2. Expansão do papel do Estado
No início, o Estado precisava apenas regular o exército e manter uma
tributação eficiente. Após a expansão do papel, o Estado tornou-se
responsável por garantir os direitos de propriedade, proteção legal,
atividades regulatórias e investimento em infraestrutura.
162
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
DESTAQUE PARA MAIS 3 TIPOS DE CONCEITOS INTRÍSECOS AO
PATRIMONIALISMO:
Coronelismo: é um sistema político específico da 1° República, mas não
existiu antes dessa fase e não vai existir depois dela. Ele é datado
historicamente. Surgiu da influência conjunta entre um fato político (o
federalismo implantado pela República) e uma conjuntura econômica
específica.
163
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Mandonismo: não é um sistema e não forma um complexo político
como o coronelismo, mas é sim uma característica da política brasileira,
que existe desde tempos remotos do Brasil Colônia, sobrevivendo ainda
nos dias de hoje em certos lugares ermos.
“O mandão, o potentado, o chefe, ou mesmo o coronel como
indivíduo, é aquele quem em função do controle de algum recurso
estratégico, em geral a posse de terra, exerce sobre a população um
domínio pessoal e arbitrário que a impede de ter livre acesso ao
mercado e à sociedade política.” ( José Murilo de Carvalho)
164
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
O formalismo:
Como modelo de gestão ou dentro de um modelo de gestão é o
instrumento utilizado para a busca do controle, da incerteza, no sentido
de dar estabilidade à relação dos líderes com os liderados.
Entende-se também por formalismo a discrepância entre a conduta
concreta e a norma prescrita que se supõe regula-lá. (Ramos, 1983)
Guerreiro Ramos , fala do Formalismo no Brasil como uma estratégia de
modernização institucional e de construção nacional , tendo como
parâmetro a primeira geração de políticos do Brasil-Nação.
Faoro (2000), salienta a questão do formalismo na construção nacional
do país, observando que o conteúdo das leis contradiz os costumes, a
tradição e as necessidades da população. 165
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
O Personalismo , estará ligado ao patrimonialismo e formalismo dentro
da administração pública brasileira, um dos principais exemplos são as
campanhas eleitorais costumam se apoiar na imagem de um
determinado patriarca da região.
Destaca-se também características do patrimonialismo e do formalismo
na aplicação de avaliação desempenham quando eles explicam que, na
prática, a avaliação não era aplicada ao servidor , ela existia na lei. O
chefe avaliava sem que o servidor soubesse e era utilizada pelo chefe
como instrumento de poder.
166
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Burocracia
Com a conquista dos direitos civis, é iniciada a transição do
Patrimonialismo para o modelo burocrático, transformando o Estado
Absolutista em Liberal. Porém, ainda são encontrados resquícios
patrimonialistas na Administração Pública, mesmo depois da
substituição. O Estado Liberal Democrático surge quando são
conquistados os direitos políticos.
O modelo burocrático nasceu no contexto do surgimento do Estado
Liberal e do Estado Capitalista.
167
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA
168
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
• O controle transforma-se na própria razão de ser do funcionário. O
Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica,
que é servir à sociedade.
• A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a
efetividade no controle dos abusos.
• Seus defeitos: a ineficiência, a autorreferência, a incapacidade de
voltar-se para o serviço aos cidadãos.
169
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
• Esses defeitos não foram determinantes na época do surgimento da
administração pública burocrática porque os serviços do Estado eram
muito reduzidos.
• O Estado limitava-se a manter a ordem e administrar a justiça, a
garantir os contratos e a propriedade. (Bresser-Pereira)
170
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA – CARACTERÍSTICAS
172
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
7. Separação entre Política e Administração: A política é uma atividade
discricionária, enquanto a administração é vinculada.
8. Padronização de procedimentos: Padrões para aumentar a eficiência.
9. Meritocracia: Os indivíduos são distinguidos mediante o seu mérito.
10. Valorização da qualificação técnica: Os indivíduos precisam ser
tecnicamente qualificados.
173
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
11. Especialização: É necessário que os indivíduos sejam especialistas
no trabalho que desempenham.
12. Profissionalização dos indivíduos: O serviço público é a fonte de
sustento do indivíduo.
13. Previsibilidade dos comportamentos: É esperada do modelo
burocrático a previsibilidade dos comportamentos, tanto individuais
quanto organizacionais.
174
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA – VANTAGENS
1. Redução de custos e erros (pois há mais racionalidade e padronização)
2. Comunicação eficiente
3. Decisões rápidas
4. Minimização de atritos
5. Estabilidade e confiabilidade
6. Benefícios para os trabalhadores
7. Eficiência da organização no alcance de seus objetivos
175
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA – VANTAGENS
1. Redução de custos e erros (pois há mais racionalidade e padronização)
2. Comunicação eficiente
3. Decisões rápidas
4. Minimização de atritos
5. Estabilidade e confiabilidade
6. Benefícios para os trabalhadores
7. Eficiência da organização no alcance de seus objetivos
176
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA
(Bresser-Pereira)
177
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA – DECLÍNIO (DESAFIOS MUNDIAIS A PARTIR DE
1970)
• Crise do Estado: crise fiscal e enfraquecimento do poder estatal frente à
globalização.
• Transformações tecnológicas e produtivas, que exigem um Estado mais
ágil e eficiente.
• Mudanças sociais e culturais aumentaram as demandas por direitos e novas políticas estatais.
• Democratização e ampliação da esfera pública, aumentando o número de atores sociais
relevantes.
(ABRUCIO)
178
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Gerencialismo – NOVA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Ao surgir, o modelo gerencial não visava acabar com todas as
características do burocrático. Apenas as disfunções precisam ser
combatidas.
O modelo gerencial nasceu na segunda metade do século XX, no
âmbito do Estado democrático social.
179
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
SURGIMENTO DO MODELO GERENCIAL
Fator 1:
Crise econômica mundial, iniciada em 1973, na primeira crise do petróleo, e reforçada em
1979, na segunda crise do petróleo. A economia mundial enfrentou um grande período
recessivo nos anos 80 e não retomou os níveis de cresci- mento das décadas de 50 e 60.
Na escassez, o Estado foi o principal prejudicado, entrando em grave crise fiscal.
(ABRUCIO)
A grave crise fiscal dá-se quando o Estado não tem receita suficiente para arcar com suas
despesas.
180
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Fator 2:
Crise Fiscal: os governos não tinham mais como financiar seus deficits crescentes.
Sobretudo nos Estados Unidos e na Inglaterra, iniciava-se uma revolta dos taxpayers
(contribuintes) contra a cobrança de mais tributos, sem relação direta com a melhoria dos
serviços públicos. Os governos estavam sobrecarregados de atividades acumuladas no
pós-guerra. Os grupos não queriam perder o que consideravam conquistas.
(ABRUCIO)
181
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
Fator 3:
Tratava-se do que a linguagem da época chamava de situação de “ingovernabilidade”:
Os governos estavam inaptos para resolver seus problemas.
(ABRUCIO)
Fator 4:
A globalização e todas as transformações tecnológicas que transformaram a lógica do
setor produtivo afetaram de maneira decisiva o Estado e sua capacidade de formular
políticas econômicas de forma autônoma.
182
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL
183
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
• A administração pública gerencial vê o cidadão como contribuinte de
impostos e como cliente dos seus serviços.
• Os resultados da ação do Estado são considerados bons se as necessidades do
cidadão-cliente estão sendo atendidas, e não apenas porque os processos
administrativos estão sob controle e são seguros.
• O paradigma gerencial contemporâneo é fundamentado nos princípios da
confiança (limitada) e da descentralização da decisão.
• Demanda formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas,
descentralização de funções, incentivos à criatividade.
• Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor técnico da burocracia
tradicional.
184
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
• Mantém a avaliação sistemática, a recompensa pelo desempenho, a capacitação
permanente, características da boa administração burocrática.
• Adiciona os princípios da orientação para o cidadão-cliente, do controle por
resultados e da competição administrada.
• A administração pública gerencial constitui um avanço e um certo rompimento
com a burocrática.
• A administração pública gerencial conserva a anterior, embora flexibilizando
alguns princípios fundamentais (meritocracia, carreiras, avaliação de desempenho
e treinamentos sistemáticos).
• A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se
nos processos e concentra-se nos objetivos e resultados.
185
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
• Contratualização de Resultados:
1. Definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade.
2. Garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e
financeiros à sua disposição para atingir os objetivos contratados.
3.Controle a posteriori dos resultados.
186
Evolução da Administração Pública e seus
Modelos de Gestão
GERENCIALISMO X ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
• A administração pública gerencial inspira-se na administração de empresas, mas
não pode ser confundida com ela.
• A receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem
livremente; a receita do Estado provém de impostos.
• O mercado controla a administração das empresas; a sociedade controla a
administração pública. A administração de empresas está voltada para o lucro
privado; a administração pública gerencial está diretamente voltada para o
interesse público.
(Bresser-Pereira)
187
Por que falham as reformas administrativas?
Interpretações sobre dilemas de implementação em políticas de
reforma administrativa
188
NATUREZA DA AUTOR(ES) MECANISMO CAUSAL EXPLICAÇÃO
EXPLICAÇÃO
Reformas criam conseqüências não “Reformas geram mais reformas. Quanto mais a
antecipadas; administração pública é reformada, mais o Congresso e a
Ondas de Reformas Light (1997) Reformas resultam da competição de idéias Presidência pensam que ela precisa ser reformada”.
conflitantes.
189
Atenção dos Atores March et al. (1993) Reformas não mantêm atenção “Reformas não conseguem fazer com que os
dos atores estratégicos para continuar atores estratégicos mantenham atenção nas reformas”.
Estratégicos reforma.
Amplitude da Reforma March et al. (1993) Por terem objetivos múltiplos e “Reformas tendem a atrair oposição, e a
grande escopo, reformas são difíceis de desencadear processos com conseqüências não antecipadas”.
implementar.
Incerteza, ambigüidade e
Cohen, March e complexidade causam “processos de garbage “Reformas são “processos de garbage can”: soluções esperando
Garbage Can Olsen (1972) can”, que levam a problemas de por problemas”.
implementação.
190
“Objetivos estabelecidos no início da reforma são repostos
Transferência de Poder Caiden (1991) Transferência de poder causa por outros objetivos como uma conseqüência da
deslocamento de objetivos. transferência de
poder”.
Contradição de Seidman (1996) Contradição de funções “Objetivos conflitantes nas reformas são a fonte de
provoca problemas de
Objetivos implementação. mudança”.
Absorção da Incerteza Desveaux (1994) Dificuldade de absorver a incerteza produz “Reformas geram incertezas e demandam mais
problemas de coordenação e controle”.
implementação.
Pressman e Falta de coordenação conduz a problemas “Reformas são políticas altamente complexas que
Complexidade da Ação Wildavsky (1973) de ação coletiva, causando falha. demandam ação coletiva dos atores estratégicos e, por essa
Coletiva razão, demandam
mais coordenação”.
Expectativas Peters e Grandes expectativas sobre as “Reformas geram altas expectativas que
Crescentes Savoie (1996) reformas inibem mudança. geralmente são difíceis de serem atendidas”.
191
UNIDADE III
192
Tendências Contemporâneas: gestão pública
e governamental
O PAPEL DA GESTÃO PÚBLICA NO GOVERNO
193
Estado de bem-estar social
O dilema de governança do
Estado de bem-estar social
em face da globalização
Estudo do texto de Gilberto Sarfatti.
194
O que é o Estado bem-estar social?
195
A crise do Estado de bem-estar social e a
globalização
Segundo Rosanvallon (1995), a crise bem-estar social deve ser
caracterizada em torno de duas grandes questões: a financeira e a
ideológica.
Dimensões Financeira e Ideológica.
196
Dimensão Financeira
Segundo Pierson (2002), desde a década de 1970 todos os Estados de
bem-estar social enfrentam a crescente pressão econômica resultante
da desaceleração econômica ocorrida nessa década, e mais
recentemente na década de 1990 pelo fenômeno da globalização.
Ainda segundo Pearson, o processo de reestruturação teve respostas
variadas em diferentes países (social-democrata, conservativa e
liberal), mas o Estado de bem-estar social continua a existir apesar
das pressões econômicas.
197
Dimensão Financeira
Conforme Esping-Andersen (1994), a discussão sobre o papel do
Estado surge como resultado de mudanças demográficas nos Estados
europeus, caracterizados por uma população com baixo índice de
fertilidade e um aumento considerável da expectativa de vida, além
da mudança sociológica da inclusão das mulheres no mercado de
trabalho.
198
Reflita:
Igualdade financeira para quem?
199
Dimensão ideológica
Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas
concepções: a neutra e a crítica.
Karl Marx : uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o
trabalho manual e o intelectual, para Marx não se pode analisar uma
sociedade separada de sua condição social e histórica. Nessa divisão,
surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a operar em favor
da dominação ocorrida entre as classes sociais, por meio de ideias
capazes de deformar a compreensão sobre o modo como se processam
as relações de produção. Neste sentido, a ideologia (enquanto falsa
consciência) geraria a inversão ou a camuflagem da realidade, para os
ideais ou interesses da classe dominante.
200
Dimensão ideológica
Panorâma da OCDE
Portanto, em um contexto mais europeu tendemos a concordar com
Esping- Andersen que tal debate (ideológico) veio à tona em meio a
mudanças demográficas e sociológicas. Além disso, as respostas
políticas sobre o papel do Estado na verdade são respostas ao trade-
off igualdade e emprego: considerando os recursos econômicos
presentes a cada momento, a sociedade está discutindo com quanto
de igualdade versus emprego/eficiência ela está disposta a conviver.
201
Reflita:
Quais ideologias você acredita, ou discute, o quê está correto?!
202
Governança sem Governo
Exemplos de governança sem um governo estão presentes na história
da humanidade principalmente naquilo que conhecemos hoje como
regimes internacionais. Durante a Guerra Fria houve vários regimes
internacionais como os de armamentos (o Salt ou Acordo para a
Limitação de Armas Estratégicas) ou em finanças (Bretton Woods).
Muito antes, porém, o Concerto Europeu do século XIX também pode
ser considerado como um caso de governança sem governo.
203
Assim sendo, qual a importância do conceito de governança sem
governo em termos contemporâneos?
A correlação que se faz é com o impacto da globalização sobre a governança dos mais
diversos temas em relações internacionais. Segundo Keohane e Nye, a globalização se
tornou a palavra da moda da década de 1990, assim como foi interdependência na
década de 1970.
Os autores reconhecem que na história houve vários outros períodos de globalismo,
como durante a expansão imperialista do século XIX ou mesmo a época dos
descobrimentos marítimos; no entanto, o globalismo contemporâneo se diferencia em
função de três características fundamentais:
1) aumento de densidade das redes;
2) aumento da velocidade institucional e
3) aumento da participação transnacional
(Keohane e Nye, 2001: 240).
204
1) aumento de densidade das redes;
206
3) aumento da participação transnacional.
208
Cinco respostas dos Estados ao
globalismo contemporâneo:
1) ação estatal unilateral dentro das fronteiras territoriais para buscar reduzir a
vulnerabilidade ou adotar padrões externos para aumentar a competitividade;
2) ação unilateral, por Estados ou blocos poderosos, para afetar os atores dos
Estados como firmas e organizações não-governamentais fora de seus territórios;
3) cooperação regional para aumentar a efetividade das políticas;
4) cooperação multilateral em nível global, formando regimes internacionais
para governar a globalização;
5) cooperação transnacional e transgovernamental – envolvendo a sociedade
civil – para governar a globalização de formas que não envolvam uma ação
coerente do Estado.
209
Entende-se que Governança sem governo:
Em todos os casos há que se considerar que a globalização aperta de
forma diferente cada um dos Estados nacionais, mas é praticamente
impossível que eles, sejam fortes ou fracos economicamente, ignorem
as forças do fenômeno.
governança sem um governo é um fato nas mais diversas áreas de
interesse dos Estados, cabe então perguntar se existe também no
campo das políticas sociais, quais as evidências da existência de uma
governança global social e qual o seu eventual alcance e limitações.
210
Governança social global
Segundo Deacon (2000), professor de Política Social Internacional e
Diretor do Programa de Globalismo e Política Social da Universidade
de Sheffield, a globalização afetou as formas com que as políticas
sociais são entendidas e analisadas. Ele argumenta que a
globalização:
1) colocou os Estados de bem-estar social em competição uns contra
os outros. O que levanta a questão de qual a melhor política social
que mais se adequa à situação de competição sem minar a
solidariedade social;
211
Governança social global
2) trouxe novos jogadores para o campo da política social. Organizações
internacionais como o FMI, Banco Mundial, as agências da ONU como a
Organização Mundial da Saúde e Organização Internacional do Trabalho se
tornaram importantes prescreventes das políticas dos países. Organizações
regionais como o Merscosul, Asean assim como organizações não-
governamentais têm substituído os governos neste contexto;
3) gerou um discurso global sobre qual seria a melhor política social. Uma vez
que atores supranacionais se tornaram envolvidos nas políticas sociais, o
tradicional debate interno sobre o Estado de bem-estar social tomou proporções
globais com debates dentro das organizações internacionais e entre estas
organizações sobre o que seria a política social desejável;
4) criou um mercado privado de provisão social.
212
Governança social global
Ainda segundo Deacon (2003: 14-15), a crescente interconectividade
global tem globalizado os assuntos sociais. Assim, a redistribuição de
renda entre fronteiras, regulações sociais entre fronteiras e direitos
sociais independentes das fronteiras são assuntos de política social
global.
Ainda em Deacon (2003: 16-19), as discussões em torno de reformas de
governança social global passam necessariamente pelos seguintes
temas: fragmentação institucional e competição em nível global; a
definição e financiamento de bens públicos globais sociais; a extensão
dos mecanismos de regulação global social; e a definição e a pressão
para cumprimento de direitos globais sociais.
213
Objetivos do Milênio
Meta 1 – Erradicar a extrema pobreza e a fome
Objetivo 1 – Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população com renda inferior a
um dólar PPC por dia.
Objetivo 2 – Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.
Meta 2 – Atingir o ensino básico universal
Objetivo 3 – Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo
completo de ensino básico.
Meta 3 – Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Objetivo 4 – Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino primário e secundário, se possível até
2005, e em todos os níveis de ensino, no mais tardar até 2015.
Meta 4 – Reduzir a mortalidade infantil
Objetivo 5 – Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças menores de 5
anos.
214
Objetivos do Milênio
Meta 5 – Melhorar a saúde materna
Objetivo 6 – Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna.
Meta 6 – Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Objetivo 7 – Até 2015, ter detido a propagação do HIV/Aids e começado a inverter a tendência atual
Objetivo 8 – Até 2015, ter detido a incidência da malária e de outras doenças importantes e
começado a inverter a tendência atual.
Meta 7 – Garantir a sustentabilidade ambiental
Objetivo 9 – Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas
nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.
Objetivo 10 – Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e
sustentável à água potável segura.
Objetivo 11 – Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa nas vidas de pelo menos 100 milhões
de habitantes de bairros degradados.
215
Objetivos do Milênio
Meta 8 – Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento
Objetivo 12 – Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, baseado
em regras, previsível e não-discriminatório.
Objetivo 13 – Atender as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos. Inclui: um regime
isento de direitos e não-sujeito a quotas para as exportações dos países menos desenvolvidos; um
programa reforçado de redução da dívida dos países pobres muito endividados (PPME) e anulação da
dívida bilateral oficial; e uma ajuda pública para o desenvolvimento mais generosa aos países
empenhados na luta contra a pobreza.
Objetivo 14 – Atender as necessidades especiais dos países sem acesso ao mar e dos pequenos
Estados insulares em desenvolvimento (mediante o Programa de Ação para o Desenvolvimento
Sustentável dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e as conclusões da vigésima
segunda sessão extraordinária da Assembléia Geral).
Objetivo 15 – Tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento, mediante
medidas nacionais e internacionais de modo a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo.
216
O quê se pretende com os ODMs:
Mobilização de recursos financeiros domésticos para apoiar o
desenvolvimento – recomendação de políticas macroeconômicas
estáveis aliadas à boa governança econômica, incluindo o combate à
corrupção, sustentabilidade fiscal, apoio ao sistema financeiro local e
políticas de microcrédito;
Mobilização de recursos internacionais para o desenvolvimento –
conclama a políticas que facilitem a entrada de investimentos diretos
estrangeiros, reafirma o compromisso da ONU com os objetivos da
Declaração do Milênio, inclusive de aporte financeiro, mas em
projetos em parceria com a iniciativa privada;
217
O quê se pretende com os ODMs:
Comércio internacional como motor do desenvolvimento – conclama a um livre comércio
moldado dentro da OMC que privilegie os países em desenvolvimento, apoio aos acordos
regionais e bilaterais de livre comércio;
Aumento da cooperação técnica e financeira para o desenvolvimento –
Aumento dos aportes financeiros da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (AOD)
especialmente para os países africanos com o apoio da iniciativa privada;
Dívida externa – Conclama ao FMI e ao Banco Mundial a ajudar tecnicamente e
operacionalmente os países mais subdesenvolvidos a administrarem as suas dívidas, além de
recomendar o estudo de cancelamento e diminuição de dívidas;
Aumento da coerência dos sistemas financeiros, monetários e comerciais internacionais em
relação ao desenvolvimento – reconhece a importância de aumentar a coerência em termos
da governança econômica global, especialmente no sentido de coordenação das distintas
instituições multilaterais em relação aos países em desenvolvimento.
218
O dilema de governança do Estado de bem-
estar social:
Bob Deacon et al. (2003), entre outros, tem argumentado em favor de
reformas sociais globais tomando como referência um nível global de
governança.
De fato, a globalização, como mostra o próprio Consenso de Monterey, tem
dificultado eobstruído a ação autônoma dos Estados em diversas áreas,
dentre as quais provavelmente uma das mais sensíveis é a relativa a políticas
sociais.
Ao mesmo tempo a globalização tem “empurrado” a governança de diversos
temas para um nível global, e isso também vem ocorrendo na política social,
à medida que cada vez mais organizações internacionais, ONGs e empresas
procuram influenciar e contribuir para o formato de políticas sociais.
219
O dilema de governança do Estado de bem-
estar social:
A existência de Estados soberanos nacionais vem acompanhada de suas
instituições formais, dentre as quais seus poderes Legislativos e
Executivos.
Do ponto de vista da administração global de políticas sociais, isso cria um
importante ponto de tensão, porque se de um lado a governança global
social é importante para a própria manutenção contemporânea de
políticas sociais locais eficientes, por outro lado a existência de poderes
Executivos e Legislativos locais implica em eleições.
Inevitavelmente, dentro dos Estados de bem-estar isso significa que o
tema das políticas sociais deve constantemente ser um ponto importante
das eleições locais.
220
O dilema de governança do Estado de bem-
estar social:
A essa situação de crescente importância da governança social global e
sua tensão com a política nacional local é o que denominamos do
dilema de governança do Estado de bem-estar social, ou seja, o dilema
está na eficiência e força da globalização, de um lado, e, do outro, na
política nacional que tenderá a manter o nível de governança das
políticas sociais como nacional.
A esse dilema não há uma resposta simples e única, mesmo porque
cada conjuntura política local, por meio dos partidos no governo,
procura dar suas próprias respostas. Trata-se, assim, de um importante
tema em permanente evolução, despertando grande interesse seu
acompanhamento no futuro.
221
Reflita:
O quê você entende como Estado de bem-estar?
Quais impactos da globalização para o bem-estar social?
222
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
224
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Os conselhos são canais de participação política, de controle público
sobre a ação governamental, de deliberação legalmente
institucionalizada e de publicização das ações do governo.
Os conselhos, como espaços de formação das vontades e da opinião,
são também mecanismos de ação, que inserem na agenda
governamental as demandas e os temas de interesse público, para
que sejam absorvidos, articulados politicamente e implementados
sob a forma de políticas públicas.
225
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Conselhos como mecanismos de accountability
A noção de accountability política pressupõe a existência do poder e a
necessidade de que este seja controlado. Isso constitui sua razão de ser. Como
podemos analisar os conselhos como mecanismos de accountability?
A noção de accountability horizontal, tal como formulada de forma seminal
por O’Donnell, aponta para a existência de “agências estatais que têm o direito
e o poder legal e que estão de fato dispostas e capacitadas para realizar ações,
que vão desde a supervisão de rotina a sanções legais ou até o impeachment
contra ações ou emissões de outros agentes ou agências do Estado que
possam ser qualificadas como delituosas” (O’DONNELL, 1998, p. 40).
226
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Uma concepção alternativa de accountability é fornecida a partir de
outros recortes, e configura o âmbito da accountability societal. Tais
perspectivas partem de uma matriz teórica que privilegia a dicotomia
Estado e sociedade civil, partilhando a idéia de que o controle da
sociedade sobre a ação governamental constitui uma especificidade e
merece uma distinção das perspectivas de accountability vertical ou
horizontal, abrindo vertentes para a discussão da accountability
societal. ( Carneiro, 2006).
227
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
228
Administração pública e participação popular
CONSELHOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Sem dúvida, os conselhos locais, estaduais e nacionais constituem
experiências de inovação institucional que acenam para a ampliação
dos espaços de deliberação pública, uma vez que são estruturas
jurídico-constitucionais de caráter permanente, com representação
paritária entre Estado e sociedade civil e com amplos poderes de
controle sobre a política. ( Carneiro, 2006).
229
Nova Gestão Pública
230
Gestão Pública Moderna
a) principais enfoques
b) evolução da gestão pública
histórico da nova gestão pública no Brasil
231
EVOLUÇÃO DA NGP (NOVA GESTÃO PÚBLICA) NA INGLATERRA
232
EUA: REINVENTANDO O GOVERNO
A obra de David Osborne e Ted Gaebler, Reinventando o governo (1994), é um marco na discussão da
administração pública americana.
“Nosso problema fundamental é o fato de termos o tipo inadequado de governo. Não necessitamos de
mais ou menos governo: precisamos de melhor governo. Para sermos mais precisos, precisamos de uma
melhor atividade governamental” (OSBORNE & GAEBLER).
Governo catalisador: surge a partir da redefinição do papel do governo, de provedor direto para
promotor;
Governo competitivo: destaca as vantagens da competição;
Governo da comunidade: transfere responsabilidades da burocracia para o cidadão;
Governo orientado por missões e resultados: muda o enfoque em regras e procedimentos para missões
e resultados;
Governo voltado para clientes: destaca o papel preponderante do governo de servir aos cidadãos com
qualidade e enfatizando o controle social.
233
Reinventando o Governo: 10 Princípios
1. Competição entre os prestadores de serviço;
2. Poder aos cidadãos, transferindo o controle das atividades à comunidade;
3. Medir a atuação das agências governamentais através dos resultados;
4. Orientar-se por objetivos, e não por regras e regulamentos;
5. Redefinir os usuários como clientes;
6. Atuar na prevenção dos problemas mais do que no tratamento;
7. Priorizar o investimento na produção de recursos, e não em seu gasto;
8. Descentralização da autoridade;
9. Preferir os mecanismos de mercado às soluções burocráticas;
10. Catalisar a ação dos setores público, privado e voluntário.
234
Qualidade
235
Qualidade – Conceito
conjunto de propriedades e características de um produto, processo
ou serviço, que lhe fornecem a capacidade de satisfazer as
necessidades explícitas ou implícitas dos clientes.
A qualidade pode ser medida como objetiva (estabelecida pela
empresa que fornece o serviço) e subjetiva (as expectativas do cliente
sobre o produto e se elas correspondem à qualidade objetiva).
236
Qualidade Total: Evolução
237
Qualidade Total: Evolução
A partir da década de 50, surge a preocupação com a gestão da
qualidade, que trouxe uma nova filosofia gerencial com base no
desenvolvimento e na aplicação de conceitos, métodos e técnicas
adequados a uma nova realidade.
A gestão da qualidade total, como ficou conhecida essa nova filosofia
gerencial, marcou o deslocamento da análise do produto ou serviço
para a concepção de um sistema da qualidade.
A responsabilidade sobre a qualidade de um produto/serviço não
cabe apenas a um setor, mas, sim, sobre toda a linha de produção
envolvida no processo.
238
Melhoria Contínua Na qualidade, busca-se criar um ambiente
de inovação constante, a partir da
identificação de melhorias incrementais em
todas as etapas do processo produtivo.
Essa ideia corresponde ao Kaizen, que
representa a "melhoria contínua".
O Kaizen deve ser compreendido sob duas
perspectivas: (a) como a política de
aprimoramento contínuo, que deverá
nortear o desenvolvimento dos trabalhos na
organização; e (b) como a cultura
organizacional que entende a qualidade
como um valor essencial e sob a
responsabilidade de todos.
239
Melhoria Contínua
240
Princípios de Deming
1. Estabelecer uma constância de propósitos para a melhoria dos produtos e dos serviços;
2. Adotar a nova filosofia e liderar sua adoção;
3. Pôr fim à dependência da inspeção para assegurar a qualidade;
4. Minimizar os custos com a seleção de um fornecedor preferencial;
5. Melhorar constantemente e continuamente cada processo;
6. Instituir o treinamento na tarefa;
7. Instituir e desenvolver lideranças;
8. Banir os receios;
9. Derrubar as barreiras entre as áreas funcionais;
10. Eliminar slogans e exortações com alvos para a força de trabalho;
11. Eliminar cotas numéricas para a força de trabalho e objetivos numéricos para o gerenciamento;
12. Remover as barreiras que tira das pessoas a satisfação no trabalho;
13. Instituir um vigoroso programa de desenvolvimento para todos;
14. Comprometer todos com o processo de transformação.
241
EXCELÊNCIA NO SERVIÇO PÚBLICO –
GESPÚBLICA
242
MELHORIA CONTÍNUA
243
REENGENHARIA
Conceito: repensar fundamentalmente a reestruturação radical dos processos empresariais que
visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho,
tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade.
Conceitos-chave:
“Por que fazemos o que fazemos?”
“Por que fazemos desta forma?”
244
REENGENHARIA
Não se deve confundir a reengenharia com o Downsizing (redução do
tamanho da organização), Des-hieraquização (redução de níveis
hieráquicos) e Automação (de níveis de trabalho).
245
CRÍTICAS À REENGENHARIA
246
GOVERNO: O GESPÚBLICA
Em 2005, instituiu-se o Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização – GESPÚBLICA, a partir da fusão dos seguintes
programas governamentais:
Modelo de Excelência em Gestão Pública – MEGP, com o objetivo de
nortear a elevação do nível de gestão e de competitividade das
organizações públicas;
Prêmio Nacional de Gestão Pública, com o propósito de proporcionar
visibilidade às entidades com maior destaque em relação ao modelo de
gestão proposto.
247
GESPÚBLICA: FINALIDADE
O GESPÚBLICA foi estabelecido pelo Decreto n. 5.378, de 23 de
fevereiro de 2005.
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de Gestão Pública e
Desburocratização – GESPÚBLICA, com a finalidade de contribuir para a
melhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e
para o aumento da competitividade do País.
248
GESPÚBLICA: OBJETIVOS
250
Modelo Gespública
Esse modelo, ao longo do tempo, passou por alterações, mas, hoje,
permanece igual ao apresentado nesta aula, com oito fatores.
251
Modelo Gespública
252
Modelo Gespública
A governança compreende a liderança, responsável por definir as
estratégias e planos, que permitirão atingir o público-alvo e o
interesse público e cidadania. A partir disso, é organizada a gestão da
informação e conhecimento, das pessoas e dos processos. Todos os
modelos de gestão devem caminhar para a entrega de resultados.
O modelo do Gespública apresenta dois tipos de bases:
1- Fundamentos constitucionais (normas e princípios estabelecidos na
Constituição da República de 1988);
2- Fundamentos da gestão pública contemporânea.
253
MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA: FATORES
(VIGENTES DESDE 2014)
O Modelo de Excelência em Gestão Pública foi concebido a partir da premissa de
que a administração pública tem de ser excelente sem deixar de considerar as
particularidades inerentes à sua natureza pública:
a) Enquanto as organizações do mercado são conduzidas pela autonomia da
vontade privada, as organizações públicas são regidas pela supremacia do
interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação do serviço
público.
b) O controle social é requisito essencial para a administração pública
contemporânea em regimes democráticos, o que implica em garantia de
transparência de suas ações e atos e na institucionalização de canais de
participação social, enquanto as organizações privadas estão fortemente
orientadas para a preservação e proteção dos interesses corporativos.
254
MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA: FATORES
(VIGENTES DESDE 2014)
c) A administração pública não pode fazer acepção de pessoas, deve
tratar a todos igualmente e com qualidade. O tratamento diferenciado
restringe-se apenas aos casos previstos em lei. Por outro lado, as
organizações privadas utilizam estratégias de segmentação de
“mercado”, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes
preferenciais.
d) As organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas de
garantir a sustentabilidade do negócio. A administração pública busca
gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento
sustentável, sem perder de vista a obrigação de utilizar os recursos de
forma eficiente.
255
MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA: FATORES
(VIGENTES DESDE 2014)
e) A atividade pública é financiada com recursos públicos, oriundos de
contribuições compulsórias de cidadãos e empresas, os quais devem
ser direcionados para a prestação de serviços públicos e a produção
do bem comum. A atividade privada é financiada com recursos de
particulares que têm legítimos interesses capitalistas.
f) A administração pública tem como destinatários de suas ações os
cidadãos, sujeitos de direitos, e a sociedade, demandante da
produção do bem comum e do desenvolvimento sustentável. A
iniciativa privada tem como destinatários de suas ações os “clientes”
atuais e os potenciais.
256
MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO PÚBLICA: FATORES
(VIGENTES DESDE 2014)
g) O conceito de partes interessadas no âmbito da administração pública é ampliado
em relação ao utilizado pela iniciativa privada, pois as decisões públicas devem
considerar não apenas os interesses dos grupos mais diretamente afetados, mmais
diretamente afetados, mas, também, o valor final agregado para a sociedade.
h) A administração pública tem o poder de regular e gerar obrigações e deveres para a
sociedade, assim, as suas decisões e ações normalmente geram efeitos em larga escala
para a sociedade e em áreas sensíveis. O Estado é a única organização que, de forma
legítima, detém este poder de constituir unilateralmente obrigações em relação a
terceiros.
i) A administração pública só pode fazer o que a lei permite, enquanto a iniciativa
privada pode fazer tudo que não estiver proibido por lei. A legalidade fixa os
parâmetros de controle da administração e do administrador, para evitar desvios de
conduta. as, também, o valor final agregado para a sociedade.
257
FUNDAMENTOS DA GESTÃO PÚBLICA
CONTEMPORÂNEA – GESPÚBLICA
258
Legalidade (tudo deve ser feito de acordo com o que a lei estabelece);
Princípio da separação entre os poderes (respeito ao papel do Executivo, Legislativo e Judiciário);
FUNDAMENTOS
Orientação fundamental à consecução dos objetivos da República Federativa do Brasil (esses
objetivos são declarados na Constituição de 1988);
CONSTITUCION
Princípio da centralidade dos direitos individuais e sociais (esses direitos pautam a atuação das
organizações públicas);
AIS
Princípio da descentralização federativa (esse princípio aparece claramente na Constituição de
1988);
Princípio da participação social na governança das instituições (a cidadania deve participar
ativamente no processo de decisão e na definição de rumos);
Funcionamento em rede, com estabelecimento de parceria com a sociedade civil;
Os princípios da administração pública brasileira.
259
Fundamentos da GP Contemporânea
263
Governo eletrônico
264
Governo eletrônico
265
Governo eletrônico
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico – OCDE, a governança precisa adaptar-se continuamente em
resposta a: pressões como extensão do comércio nacional e
internacional; mudança de poderes entre níveis de governo; difusão de
novas tecnologias e mídia de massa; permeabilidade das fronteiras
nacionais; influência de comunidades globalizadas de valores e
interesses; e vulnerabilidade das sociedades face ao terrorismo.
O Governo Eletrônico, de forma ampla, inclui virtualmente todas as
aplicações e plataformas de TIC usadas no setor público. De forma mais
restrita, refere-se ao uso da internet e da Web para disponibilizar
informação e serviços aos cidadãos.
266
Governo eletrônico
Para a OCDE, Governo Eletrônico é definido como o uso das TIC, em
particular a internet, como ferramenta para levar a um melhor
governo.
O Governo Eletrônico engloba três tipos de transações:
G2G (Government to Government): relação intra ou interegovernos;
G2B (Government to Business): transações entre governos e
fornecedores;
G2C (Government to Citizen): relações entre governos e cidadãos.
267
Governo eletrônico
O Governo Eletrônico apresenta os seguintes benefícios:
Interatividade (entre governo e o cidadão);
Eficiência (melhor relação entre custos necessários para entrega de determinados
produtos);
Maior acesso aos serviços públicos (mais oportunidades de acesso aos serviços
públicos);
Incremento da qualidade (simplicidade, rapidez);
Aumento da participação popular (cria caminhos para a participação social);
Fomento à transparência (informação realmente acessível);
Incentivo ao controle social (criação de mecanismos para a sociedade fiscalizar as
ações do governo);
268
Governo eletrônico
Fortalecimento da governança (capacidade de entregar as políticas de
forma eficiente e efetiva);
Redução de custos (aumenta a eficiência);
Promoção da cooperação interorganizacional (as organizações
compartilhando dados e sistemas);
Organização das informações dos órgãos do governo (sistemas de
informação utilizados para administrar melhor as informações);
Segurança da informação (garantia de que as informações serão
replicadas, guardadas e disponíveis às gerações atuais e futuras).
269
Governo eletrônico
O Governo Eletrônico estabeleceu um conjunto de sete diretrizes, que são como grandes
políticas.
1ª. A PRIORIDADE DO GOVERNO ELETRÔNICO É A PROMOÇÃO DA CIDADANIA
A política de Governo Eletrônico abandona a visão do cidadão usuário, antes de mais nada,
como “cliente” dos serviços públicos. Isso significa que o Governo Eletrônico tem como
referência os direitos coletivos e uma visão de cidadania que não se restringe à somatória
dos direitos dos indivíduos. Assim, forçosamente, incorpora a promoção da participação e do
controle social.
2ª. A INCLUSÃO DIGITAL É INDISSOCIÁVEL DO GOVERNO ELETRÔNICO
A inclusão digital deve ser tratada como um elemento constituinte da política de Governo
Eletrônico, para que esta possa configurar-se como política universal. Essa visão funda-se no
entendimento da inclusão digital como direito de cidadania e, portanto, objeto de políticas
públicas para sua promoção.
270
Governo eletrônico
3ª. O SOFTWARE LIVRE É UM RECURSO ESTRATÉGICO PARA A IMPLEMENTAÇÃO
DO GOVERNO ELETRÔNICO
O software livre deve ser entendido como opção tecnológica do governo federal.
Onde possível, deve ser promovida sua utilização. Para tanto, deve-se priorizar
soluções, programas e serviços baseados em software livre que promovam a
otimização de recursos e investimentos em tecnologia da informação.
4ª. A GESTÃO DO CONHECIMENTO É UM INSTRUMENTO ESTRATÉGICO DE
ARTICULAÇÃO E GESTÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DO GOVERNO ELETRÔNICO
A Gestão do Conhecimento é compreendida, no âmbito das políticas de Governo
Eletrônico, como um conjunto de processos sistematizados, articulados e
intencionais, capazes de assegurar a habilidade de criar, coletar, organizar, transferir
e compartilhar conhecimentos estratégicos.
271
Governo eletrônico
5ª. O GOVERNO ELETRÔNICO DEVE RACIONALIZAR O USO DE RECURSOS
O Governo Eletrônico não deve significar aumento dos dispêndios do governo
federal na prestação de serviços e em tecnologia da informação. Ainda que
seus benefícios não possam ficar restritos a esse aspecto, é inegável que deve
produzir redução de custos unitários e racionalização do uso de recursos.
6ª. O GOVERNO ELETRÔNICO DEVE CONTAR COM UM ARCABOUÇO
INTEGRADO DE POLÍTICAS, SISTEMAS, PADRÕES E NORMAS
O sucesso da política de Governo Eletrônico depende da definição e
publicação de políticas, padrões, normas e métodos para sustentar as ações de
implantação e operação do Governo Eletrônico que cubram uma série de
fatores críticos para o sucesso das iniciativas.
272
Governo eletrônico
7ª. INTEGRAÇÃO DAS AÇÕES DE GOVERNO ELETRÔNICO COM OUTROS NÍVEIS DE GOVERNO E
OUTROS PODERES
A implantação do Governo Eletrônico não pode ser vista como um conjunto de iniciativas de
diferentes atores isoladas entre si. O Governo Eletrônico não pode prescindir da integração de ações
e de informações. A natureza federativa do Estado brasileiro e a divisão dos poderes não pode
impedir a integração das ações de Governo Eletrônico.
Exemplos de Governo Eletrônico no Brasil:
Certificação digital;
Portal da Transparência;
Votação eletrônica;
Pregões eletrônicos;
Portal da Previdência Social.
O Imposto de Renda é outro exemplo.
273
Reflita:
Houve muitos avanços recentes no aprimoramento da governança do
setor público, porém, ainda há muito o que fazer em direção à
inclusão social no Brasil. A oferta eletrônica de serviços públicos e a
de informações aos cidadãos têm eficácia condicionada à efetividade
do nível de inclusão digital da população.
274
UNIDADE IV
275
Administração Pública
276
Princípios Constitucionais
A conduta dos agentes públicos tem de ser, além de lícita, compatível com a moral, a
ética, os bons costumes e as regras da boa administração.
Publicidade: mediante a publicação no Diário Oficial ou por edital afixado no lugar
próprio, garantindo a eficácia e a moralidade dos atos públicos;
278
Princípios Constitucionais
279
Demais Princípios da Administração Pública
281
Demais Princípios da Administração Pública
282
Demais Princípios da Administração Pública
283
Princípios da Licitação Pública
284
Princípios da Licitação Pública
285
Princípios do Decreto Lei 200
I - Planejamento.
II -
Coordenação.
III.-
Descentralização
.
IV.- Delegação de Competência.
V - Contrôle.
286
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
17
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Nã o pode o edital prever requisitos nã o estabelecidos em
lei (idade mínima, exame psicotécnico).
Súmula Vinculante 44: só por lei se pode sujeitar a exame
psicotécnico a habilitaçã o de candidato a cargo pú blico.
Art. 207. [...]
289
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Súmula 683, do STF: o limite de idade para a inscriçã o em
concurso pú blico só se legitima em face do art. 7º, XXX, da
constituiçã o, quando possa ser justificado pela natureza das
atribuiçõ es do cargo a ser preenchido.
290
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
291
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
292
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
293
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Função de confiança e cargos e comissão: art. 37, V
FC Exclusivamente
servidores efetivos
direçã o, chefia
Servidores efetivosem
CC e
% definido em lei
assessoramento
Livre nomeação
25
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Direito à associação sindical: art. 37, VI
295
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Cuidado com o art. 8º, VII
296
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Vagas para pessoas portadoras de deficiência: art. 37,
VIII
- igualdade material
297
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
*Lei 8.112/90
30
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Vedação de equiparação de remuneração: art. 37, XIII
Legalidade administrativa
299
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Súmula Vinculante 37: nã o cabe ao Poder Judiciá rio, que não tem funçã o
legislativa, aumentar vencimentos de servidores pú blicos sob o
fundamento de isonomia.
300
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Vedação à acumulação de cargos públicos e empregos públicos: art.
37, XVI e XVII
301
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
302
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia [e fundaçã o
pú blica de direito pú blico] e autorizada a instituição de empresa pública, de
sociedade de economia mista e de fundação [pú blica de direitos privado],
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
303
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
XX - depende de autorização legislativa, EM CADA CASO, a criação de
subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada;
Imprescritibilidade das ações de ressarcimento: art.
37, § 5º
Art. 37, § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
304
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Imprescritibilidade das ações de ressarcimento: art.
37, § 5º
305
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Servidores ocupantes de mandato eletivo: art. 38
M a n d a to eletivo
federal, afastado de seu cargo - $
estadual
ou distrital do ma nd a to eletivo
306
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
307
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Servidores públicos
4
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Servidores ocupantes de cargos efetivos - RPPS: art. 40,
caput
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é
assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante
contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo.
309
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
310
Aposentadoria (RPPS)
Proventos proporcionais
Compulsoriame
nte, a o s 7 0 a n o s Proventos proporcionais
ou aos 75 na
forma de LC*
Homem: 60 anos e 35
de c o n t r i b u i ç ã o ;
Voluntariament e -
10 anos no Mulher: 55 anos de idade e 30 de
serviço público contribuiçã o
e 5 anos no Homem:
cargo
65 a n o s
Proventos
proporcionais
Mulher:
60 a n o s
311
Aposentadoria (RPPS)
Proventos proporcionais
Compulsoriame
nte, a o s 7 0 a n o s Proventos proporcionais
ou aos 75 na
forma de LC*
Homem: 60 anos e 35
de c o n t r i b u i ç ã o ;
Voluntariament e -
10 anos no Mulher: 55 anos de idade e 30 de
serviço público contribuiçã o
e 5 anos no Homem:
cargo
65 a n o s
Proventos
proporcionais
Mulher:
60 a n o s
312
* Enquanto STF
não houver a Tribunais Superiores 75 anos
LC TCU
313
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Vedação a requisitos diferenciados para aposentadoria
(como regra) – exceções em LC: art. 40, § 4
portadores de d e fi c i ê n -
cia
Veda da Sal-
que exerçam atividades d e r i s c o
a adoção vo,
de re- nos ter- c u j a s a ti v i d a d e s s e j a m e x e r c i d a s
quisitos mos de sob condições especiais que
diferen- LC prejudi-
ciados q u e m a s a ú d e o u a inte-
g r i d a d e fí s i c a
48
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Súmula Vinculante 33, do STF: Aplicam-se ao servidor pú blico, no que
couber, as regras do regime geral da previdência social sobre
aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da
Constituiçã o Federal, até a ediçã o de lei complementar específica.
315
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Redução da idade e do tempo de contribuição em 5 anos para professores
da educação infantil e do ensino fundamental e médio: art. 40, § 5º
5
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Ex: pedagogo
317
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Vedação de acumulação de proventos (como regra):
art. 37, § 10
cargos acumuláveis
Vedaçãodeacumulaçãode proventos
cargos eletivos
cargos em comissão
318
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Enquadrados no RGPS: art. 40, §
13
excu
l sviamente,decargo em comsisão
RGPS
cargotemporáro i (art. 37, IX)
empregopúbcilo
53
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
* Cargo temporário:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.
321
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Art. 41, § 4º Como condição para a aquisição da
estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de
desempenho por
comissão
. instituída para
essa finalidade
322
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
O servidor pú blico estável só perderá o cargo:
sentença judicial transitada em
Servidor julgado
estável só processo administrativo
perderá (assegurada ampla defesa)
o cargo avaliaçã o perió dica de desempenho,
na forma de lei complementar (asse-
gurada ampla defesa)
323
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Cuidado!!!
324
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Disponibilidade: art. 41, §
3º
Exn
titoo cargo ou decalrada a sua desnecesdiade
estávelServdior
Dsiponb
diliade
Remunearção proporcoinalao etmpo de servçio
Aprovetaimento
325
Observações quanto aos demais dispositivos
que rege a Administração Pública
Disponibilidade: art. 41, §
3º
Art. 41, § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade [pode por Decreto – art. 84, XXV] , o servidor estável ficará
em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
seu adequado aproveitamento em outro cargo.
326
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Para se entender atualmente a relação entre Estado e sociedade, é
preciso compreender os fundamentos básicos de políticas públicas, que é
a forma pela qual o Estado organiza as suas intervenções na sociedade.
Os conceitos fundamentais de políticas públicas são de suma importância
para se entenderem também governabilidade e governança. A sociedade
sus- tenta o Estado de diversas maneiras, inclusive pagando os seus
tributos, ou seja, recursos que de uma forma compulsória os cidadãos e
as empresas entregam para o Estado administrar. Isso é feito com o
pressuposto de que o Estado, por meio de uma determinada
Administração Pública, utilizará os recursos de forma a resolver os
problemas reais da sociedade.
327
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
SOCIEDADE MODERNA
329
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Hannah Arendt: procedimentos que visam permitir a “convivência entre diferentes”.
Graças Rua
330
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
A palavra política tem, em inglês, três grandes significados: POLITY, POLITICS, POLICY
Dimensão institucional “polity”.: “refere-se à ordem do sistema político, delineada pelo sistema
jurídico, e à estrutura institucional do sistema político-
-administrativo”.
Dimensão processual “politics”.: “tem-se em vista o processo político, frequentemente de caráter
conflituoso, no que diz respeito à imposição de objetivos, aos conteúdos e às decisões de
distribuição”.
Dimensão material “policy”.: “refere-se aos conteúdos concretos, à configuração dos programas
políticos, aos problemas técnicos e ao conteúdo material das decisões políticas”.
Obs.: a palavra política, isoladamente e fora de contexto, refere-se a qualquer uma dessas
dimensões. A mais importante delas é a dimensão material.
331
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
POLÍTICAS PÚBLICAS
• “As políticas públicas (policies) são outputs, resultantes da atividade política (politics)”
• “Uma política pública geralmente envolve mais do que uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.”
• “Embora uma política pública implique decisão política, nem toda decisão política chega a constituir
uma política pública.”
ATENÇÃO!
Política pública não é sinônimo de decisão política. Exs.: se o Presidente da República decide nomear
alguém para um cargo no Banco Central, essa é uma decisão política, mas não é por si só uma política
pública. Porém, se o Presidente da República estabelece um conjunto de planos e programas para
tentar resolver um problema de desenvolvimento regional, essa é uma política pública, que envolve
várias decisões. Isso significa que pode haver uma decisão política sem haver uma política pública, mas
o contrário é impossível.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Definições
Enrique Saravia
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• “Um sistema de decisões públicas que visa a ações ou omissões,
preventivas ou corretivas, destinadas a manter ou modificar a realidade
de um ou vários setores da vida social, por meio da definição de
objetivos e estratégias de atuação e da alocação dos recursos
necessários para atingir os objetivos estabelecidos.”
Enrique Saravia
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• “Coordenação dos meios à disposição do Estado, harmonizando as
atividades estatais e privadas para a realização de objetivos
socialmente relevantes e politicamente determinados.”
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Componentes
Enrique Saravia
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
CICLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
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FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
INPUTS: APOIOS
Graças Rua
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
INPUTS: DEMANDAS
• Reivindicações de bens e serviços, como: saúde, educação,
transportes, segurança pública, previdência social.
• Exigência de desenvolvimento social e econômico.
• Demandas por participação no sistema político.
• Exigência de maior controle da corrupção e de mais transparência
pública.
• Demandas pela atuação regulamentar do setor público.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Tipos.:
• Demandas novas.
Obs.: é algo que a sociedade não pedia para o sistema, mas passou a solicitar.
• Demandas recorrentes.
Obs.: são as demandas que, por vários motivos, continuam existindo.
• Demandas reprimidas.
Obs.: são demandas mantidas fora do sistema, ou seja, o sistema decide colocar aquela
questão fora da agenda, fora do espaço de decisão, levando a uma não decisão.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
CICLO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• Problemas.: o ciclo de políticas públicas é disparado a partir da existência de problemas do ponto de vista
da sociedade, aquilo que a sociedade vê como algo a ser resolvido.
• Agenda.: alguns problemas, pela sua relevância, entrarão na agenda de discussão. Ou seja, a agenda é
aquilo que está sendo discutido pelo sistema político.
• Formulação.: a partir do processamento na agenda, algumas decisões serão tomadas, algumas escolhas
serão feitas, e algumas políticas públicas serão escolhidas. Para essas políticas públicas escolhidas, haverá o
processo de formulação, ou seja, a concepção de uma política pública.
• Implementação.: uma vez que a política for formulada, haverá a etapa seguinte, que é a etapa da
implementação, ou seja, execução da política desenhada.
• Acompanhamento.: durante a implementação, deve haver o processo de acompanhamento, também
chamado de monitoramento. Monitorar significa acompanhar aquilo que está sendo executado.
•Avaliação.: a ideia de avaliar é fazer algum tipo de julgamento de valor sobre o que está acontecendo. Não
existe um melhor tipo de avaliação. Ou seja, deve-se sempre escolher a avaliação de acordo com o uso que
se queira dar a partir do resultado da avaliação. A avaliação gera um conjunto de informações que serão
úteis para todo o ciclo.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
ARENAS
• “As reações e expectativas das pessoas afetadas por medidas políticas têm um
efeito antecipativo para o processo político de decisão e de implementação.”
• “O modelo da ‘policy arena’ refere-se, portanto, aos processos de conflito e de
consenso dentro das diversas áreas de política, as quais podem ser distinguidas
de acordo com seu caráter distributivo, redistributivo, regulatório ou
constitutivo.”
Klaus Frey
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Caráter distributivo (baixo conflito): políticas que, em geral, parecem
estar apenas distribuindo benefícios para a sociedade. Exs.: o governo
renuncia tributos no IPI para que as pessoas possam comprar
automóveis mais baratos durante certo tempo.
Caráter redistributivo (alto conflito): políticas que tiram recursos de
algumas pessoas para passar para outras, distribuindo recursos. Exs.: o
governo define que todos têm direito a 14º salário. Sempre que há uma
política em que alguns são beneficiados e outros percebem que
pagarão por aquele custo, há uma política de caráter redistributivo.
Nesse tipo de política, existe alto conflito.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Caráter constitutivo: a política constitutiva tenta moldar o sistema
político, ou seja, não é voltada para a sociedade. Ela serve para definir
como o sistema político funcionará e como ele processará demandas e
gerará resultados.
Caráter regulatório: políticas regulatórias são políticas que não tentam
lidar diretamente com recursos, e, sim, estabelecer regras ou
regulações. Elas existem não para distribuir recursos, mas de fato elas
acabam impactando, trazendo benefícios e custos. O conflito depende
do conteúdo da regulação.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
POLÍTICAS PÚBLICAS – MODELO DOS MÚLTIPLOS FLUXOS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Múltiplos fluxos
A agenda é composta por três níveis:
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
A convergência de três processos ou fluxos relativamente
independentes explica os motivos pelos quais certos problemas vão
para a agenda de decisão, enquanto outros, apesar de reconhecidos,
não provocam, necessariamente, uma ação efetiva do governo:
• O de reconhecimento do problema;
• O da formulação de soluções (policy);
• O da política (politics).
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
O primeiro fluxo é o do reconhecimento dos problemas.
O reconhecimento de um problema pode se dar em função de:
• Uma crise ou evento dramático;
• Um indicador, pois tanto a magnitude de um dado como sua
mudança chama a atenção das autoridades;
• Acumulação de informações e experiências da execução das políticas
existentes, cuja prática proporciona o relevo de novos problemas.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Outro processo específico é o de formulação de soluções, que possui
um caráter técnico.
A formulação das soluções depende dos especialistas da comunidade
técnico-científica, que desenvolvem e apresentam diferentes
propostas. Estas serão selecionadas sob os critérios de viabilidade
técnica, financeira (custos toleráveis) e política (aceitação pública), de
acordo com o momento e o contexto em que se dá o processo.
Kingdon, considera que as ideias geradas no fluxo das soluções não
estão, necessariamente, relacionadas ao reconhecimento de problemas
específicos.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Para a junção dos três fluxos, apesar disso, são necessárias a existência
e a atuação dos “empreendedores da política” (policy entrepreneurs),
que são pessoas dispostas a investir seus recursos numa ideia ou
projeto visando sua concretização.
Tais empreendedores, que são especialistas na questão, hábeis
negociado- res e têm conexões políticas, são encontrados dentro dos
governos (dirigentes, burocratas, servidores de carreira) e na sociedade
civil (lobistas, acadêmicos, jornalistas). Por conseguinte, desempenham
papel essencial na articulação entre problemas e soluções, problemas e
forças políticas, e entre estas e as propostas existentes.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO
Monitoramento/acompanhamento: segundo Patton, tem por objetivo
o acompanhamento da implementação de programas, ações e/ou
atividades, a fim de identificar tempestivamente os problemas que
possam comprometer os resultados esperados. Visa tornar
mensuráveis os objetivos dos programas por meio de indicadores,
relacionando ações e recursos necessários para o seu alcance, e
comparando, por meio da coleta sistemática de dados, os resultados
obtidos com as metas propostas.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Avaliação: é um termo bastante abrangente que acomoda muitas
definições. No entanto, o que todas elas têm em comum é a noção de
julgamento de mérito, baseado em critérios, segundo um método
específico. Para Weiss, a avaliação é “a análise sistemática do processo
e/ou dos resultados de um programa ou polí- tica, em comparação com
um conjunto explícito ou implícito de padrões, com o objetivo de
contribuir para o seu aperfeiçoamento”.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Avaliação de políticas
Avaliar uma política é um dos estágios do ciclo das políticas públicas. Integra-se ao ciclo
como atividade permanente:
• Acompanhar todas as fases da política pública, desde a identificação do problema da
política até a análise das mudanças sociais advindas da intervenção pública;
• Encontrar alternativas de intervenção;
• Assegurar a efetividade do processo de implementação, detectando possíveis desvios;
• Verificar a adequação e disponibilidade dos recursos necessários;
• Aferir a adequação dos resultados previstos aos propósitos e objetivos da ação;
• Avaliar os resultados obtidos e os impactos gerados;
• Aumentar a transparência das organizações públicas. 362
POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
As dificuldades são:
• Há políticas que não estabelecem de forma precisa seus objetivos,
metas ou indicadores;
• Há políticas com múltiplos objetivos, sem indicação de prioridades;
• Os aspectos socioeconômicos são, em regra, inter-relacionados,
sendo complicado isolar cada fator para avaliar os efeitos da política;
• Ocorrem efeitos das políticas em questões distintas daquelas
inicialmente objetivadas.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Classificação quanto ao agente:
• Avaliação interna: realizada dentro da instituição responsável, com
maior colaboração das pessoas que participam do programa.
Vantagens: eliminação da resistência a um avaliador externo,
possibilidade de reflexão e aprendizagem sobre a atividade da
instituição. Problemas: menor objetividade, pois os que avaliam
tendem a estar de alguma forma envolvidos com a formulação e a
execução do programa;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• Avaliação externa: realizada por pessoas de fora da instituição
responsável pelo programa, em geral com experiência nesse tipo de
atividade. Vantagens: isenção e objetividade dos avaliadores externos,
facilidade de comparação dos resultados obtidos com os de outros
programas similares. Problemas: o acesso aos dados é normalmente
mais difícil e os que serão avaliados podem se colocar em posição
defensiva;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• Avaliação mista: procura combinar os tipos de avaliação anteriores
(interna e externa). Objetiva que os avaliadores externos tenham
contato estreito com os participantes do programa a ser avaliado,
buscando manter as vantagens e superar os problemas das avaliações
interna e externa;
• Avaliação participativa: realizada principalmente para pequenos
projetos. Prevê a participação dos beneficiários das ações no
planejamento, na programação, na execução e na avaliação.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Classificação quanto à natureza:
• Avaliação formativa: está relacionada à formação do programa. É
adotada para a análise e produção de informação sobre as etapas de
implementação. Gera informações para os que estão diretamente
envolvidos com o programa, com o objetivo de fornecer elementos
para a realização de correções de procedimentos e melhorias no
programa;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• Avaliação somativa: está relacionada à análise e produção de
informações sobre etapas posteriores. É realizada quando o programa
está sendo implementado ou após a sua implementação, para verificar
a sua efetividade e apurar seus resultados e valor geral.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Classificação quanto ao momento:
• Avaliação ex ante: é realizada no início de um programa, para dar
suporte à decisão de implementar ou não o programa, e também para
ordenar as alternativas segundo sua capacidade de alcançar os
objetivos. O elemento central da avaliação ex ante é o diagnóstico. Para
essa avaliação podem ser utilizadas as técnicas de análise
custo/benefício e análise custo/efetividade;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
•Avaliação ex post: é realizada durante a execução de um programa ou
ao seu final, quando as decisões são baseadas nos resultados
alcançados. Quando um programa está em execução, é avaliado se ele
deve continuar ou não, se deve manter a formulação ou sofrer
modificações. Quando o programa já foi concluído, avalia-se o
resultado final e utiliza-se essa informação para decisões futuras. É a
avaliação com metodologia mais desenvolvida e com maior aplicação.
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Classificação quanto ao enfoque:
• Avaliação de processos: é realizada durante a implementação do
programa, e diz respeito à dimensão de gestão. É uma avaliação
periódica que procura detectar as dificuldades que ocorrem durante o
processo para efetuar correções ou adequações. Serve de suporte para
melhorar a eficiência operativa;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
Avaliação de metas: é o tipo mais tradicional de avaliação. Tem como
objetivo aferir o grau de êxito que um programa obtém com relação
ao alcance das metas previamente estabelecidas. Entende-se como
“metas do programa” os produtos imediatos que dele decorrem.
Exemplos de metas: quantidade de pessoas atendidas em centros de
saúde e número de leitos hospitalares disponíveis;
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POLÍTICAS PÚBLICAS – CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
• Avaliação de impacto: é realizada para responder em que grau o
programa funcionou. Procura verificar em que medida o programa
alcança seus objetivos e quais são os seus efeitos (indaga se houve
modificações na situação-problema que originou a formulação do
programa). Serve de suporte para decisão sobre política, como
continuação do programa e formulação de novas alternativas.
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