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LAMINAÇÃO

UNIFEI – Universidade Federal de Itajubá


IEM – Instituto de Engenharia Mecânica
EME-002 – Tecnologia de Fabricação I
Definição:
Processo de conformação
mecânica, em que o metal é
forçado a passar entre dois
cilindros, girando em
sentido oposto, com a
mesma velocidade
superficial.
Velocidade do tarugo:
Na entrada (ponto A):
V1 < Vc – deslizamento à ré

No ponto N: a velocidade do
tarugo é igual a velocidade do
cilindro (Vc)

Na saída (ponto B):


V2 > V1 – deslizamento avante

Arco de contato na laminação


(Fonte – Laminação a frio dos aços CSN)
Velocidade do tarugo:
Aplicando o Princípio da Vazão Constante, e utilizando a figura abaixo

Q2  S 2 V2 Q3  S 3 V3
Q1  S1V1
Qn  S n Vn
Velocidade do tarugo:
Aplicando o Princípio da Vazão Constante

Q1  Q2  Q3  ...  Qn
Logo:
S1V1  S 2 V2  S 3 V3  ...  S n Vn
Mas, sendo
S1  LxH1
S  LxH S 2  LxH 2
S3  LxH 3
S n  LxH n
Velocidade do tarugo:

Em que L é a largura do tarugo, que para fins de análise, é considerada


constante em toda a laminação

Portanto:

H 1V1  H 2 V2  H 3 V3  ...  H n Vn
Assim,

H1V1  H 2  V2
Velocidade do tarugo:

Fluxo de massa constante na laminação


(Fonte – Laminação a frio dos aços CSN)
Forças na laminação:

N – Força normal
P – Pressão exercida
pelo cilindro
T –Força tangencial
α - Ângulo de contato
γ – Ângulo neutro
Forças na laminação:
Da figura, obtem-se:
h0  h1
cos   1 
2R
Para se garantir que a placa se movimente em direção aos rolos sem auxílio
externo, é necessário que:

  tg
Forças na laminação:

PRESSÃO:
Para estudar a distribuição de pressão, quatro hipóteses são
assumidas:

1º - Os cilindros são perfeitamente rígidos e não sofrem qualquer


deformação sob os altos esforços da laminação;

2º - Não há tensões na tira;

3º - Despreza-se o atrito ao longo do arco de contato;

4º - A tira não fica mais encurvada a medida que vai sendo


deformada.
Forças na laminação:
-A pressão exercida no
tarugo é igual ou
superior ao limite de
escoamento do
material.

-A pressão se manterá
constante ao longo do
arco de contato até o
plano de saída.

Força de laminação
específica
Forças na laminação:
TENSÃO:

Ta = Tr

As tensões ajudam a
deformação da tira e o que
se observa é uma redução
na altura da curva de
distribuição de pressão,
conseqüentemente a força
de laminação decresce.
Forças na laminação:

Tr > Ta
Forças na laminação:

Tr < Ta
Tipos de Laminadores:

CADEIRA DUO - composto de dois cilindros


de mesmo diâmetro, que giram em sentidos
opostos, na mesma velocidade. Neste
laminador o cilindro inferior é fixo e o cilindro
superior pode mover-se, durante a
operação.O material só pode ser laminado em
um sentido
Tipos de Laminadores:
CADEIRA DUO REVERSÍVEL - A inversão da rotação dos cilindros permite
que a laminação ocorra nos dois sentidos de passagem entre os rolos.
Tipos de Laminadores:
LAMINAÇÃO CONTÍNUA (Trem de laminação) – Conjunto de cadeiras duo ou
quadruo colocadas uma após a outra, em linha reta, de modo que a peça
avança continuamente, sendo trabalhada simultaneamente em vários passes.
Tipos de Laminadores:
CADEIRA TRIO - São três cilindros dispostos uns sobre os outros. Quando o
material passa pela primeira vez, ele passa entre o cilindro inferior e quando ele
retorna, passa pelo cilindro médio e superior
Tipos de Laminadores:
CADEIRA QUÁDRUO – apresenta quatro cilindros: dois internos (de trabalho) e
dois externos (de apoio ou encosto). Usado para laminar materiais mais finos,
utiliza cilindros de trabalho de pequeno diâmetro apoiados por cilindros de
encosto para não fletir. Pode ser reversível ou não.
Tipos de Laminadores:
CADEIRA QUÁDRUO
Tipos de Laminadores:

(a) Representação esquemática de uma cadeira quádruo para produtos planos


(b) cilindros de encosto restringindo a deformação dos cilindros de trabalho.
Cilindros de Laminação:
Diâmetro do cilindro de trabalho - Quanto menor o cilindro de trabalho, maior
a precisão dimensional com menor pressão de trabalho. Cilindros de diâmetros
maiores permitem maior redução.
Tipos de Laminadores:
CADEIRA UNIVERSAL - são quatro cilindros combinados: dois horizontais e
dois verticais. Este tipo é utilizado para a laminação de trilhos.
Tipos de Laminadores:
CADEIRA UNIVERSAL DO TIPO GREY – Empregado na laminação de perfis
pesados, como por exemplo o duplo T (figuras abaixo)
Tipos de Laminadores:
CADEIRA SENDZIMIR –Os cilindros de trabalho são muito finos, podem fletir
tanto na direção vertical quanto na horizontal e são apoiados em ambas as
direções

Com 12
cilindros

Com 20
cilindros
Tipos de Laminadores:

Vista lateral de um laminador tipo


Sendzimir, ambos com 20 cilindros.
Cortador de borda SIEMENS-VAI
Tipos de Laminadores:
TUBOS SEM COSTURA (https://www.youtube.com/watch?v=ztcEyel47Kg)
Tipos de Laminadores:
LAMINADORES DE TUBOS SEM COSTURA
Laminação a quente:
A laminação a quente é realizada quando o material a ser conformado é difícil
de laminar a frio ou quando necessita de grandes reduções de espessura. A
temperatura utilizada no forno tem que ser, no mínimo, a temperatura de
recristalização do material.
Laminação a frio:
Aplicada nos metais de fácil conformação em temperatura ambiente, o que é
mais econômico. É o caso do cobre, do alumínio e de algumas de suas ligas.

É utilizada em operações de acabamento que envolvem pequenas deformações


no material, o que resulta em produtos com qualidade superficial e tolerâncias
dimensionais superiores àquelas de produtos laminados a quente.

O encruamento resultante da redução a frio pode ser aproveitado para dar


maior resistência ao produto.
Cilindros de Laminação:
- Material de fabricação
- Aço fundido ou forjado (ao carbono
ou ligado) para cilindros de encosto;
- Fofo coquilhado ou de alto cromo
(17%) para cilindros de trabalho.

Cilindro sendo forjado na prensa hidráulica

- Propriedades
- Resistência ao desgaste e ruptura;
- Dureza: 60 a 63 HRC, depois que passam por tratamento térmico;
- Podem ser lisos (para a produção de placas e chapas) ou com canais (para
a produção de perfis);
- Dimensões: podem chegar a 1,8m de diâmetro por 5 metros de largura.
Cilindros de Laminação:
Cilindros lisos
Cilindros de Laminação:
Cilindros com canais
Laminação de perfis:

Barras
Vigas “I” Vigas “U” Redondas
Laminação de perfis:
Defeitos nos Laminados:
Originados na fabricação do lingote:
- Vazios - podem ter origem nos rechupes ou nos gases retidos durante a
solidificação do lingote. Eles causam tanto defeitos de superfície quanto
enfraquecimento da resistência mecânica do produto.

- Gotas frias - são respingos de metal que se solidificam nas paredes da


lingoteira durante o vazamento. Posteriormente, eles se agregam ao lingote e
permanecem no material até o produto acabado na forma de defeitos na
superfície.

- Trincas - aparecem no próprio lingote ou durante as operações de redução


que acontecem em temperaturas inadequadas.
Defeitos nos Laminados:
Dobras – são oriundas de reduções excessivas em que um excesso de
massa metálica ultrapassa os limites do canal e sofre recalque no passe
seguinte;

Inclusões – são partículas resultantes da combinação de elementos


presentes na composição química do lingote, ou do desgaste de
refratários e cuja presença pode tanto fragilizar o material durante a
laminação, quanto causar defeitos na superfície;

Segregações – acontecem pela concentração de alguns elementos nas


partes mais quentes do lingote, as últimas a se solidificarem. Elas
podem acarretar heterogeneidades nas propriedades como também
fragilização e enfraquecimento de seções dos produtos laminados.
Aplicações:
Os principais tipos de produtos laminados são: chapas planas ou bobinadas,
folhas e discos. Esses semimanufaturados têm diversas aplicações em setores
como:
- Transportes: rodas, carrocerias para ônibus, equipamentos rodoviários,
elementos estruturais
- Construção civil: telhas, fachadas, calhas, rufos;
- Embalagens: latas, descartáveis e flexíveis;
- Bens de consumo: panelas, utensílios domésticos.
Aplicações:
Terminologia ABNT- 6215-11
Produto plano: de seção transversal retangular cte, com largura nominal
maior que 2x a espessura

Bloco: produto Intermediário longo, de seção transversal cte e quadrada


ou retangular com área > 40.000 mm2, e relação largura/espessura ≤ 2

Tarugo: produto intermediário, longo, laminado a quente ou obtido p/


lingotamento contínuo, de eixo longitudinal retilíneo e seção transversal
normalmente quadrada ou retangular, c/ área ≤40.000mm2, largura/espessura
≤ 2 e c/ tolerâncias dimensionais menos restritas que as da barra.

Placa: produto plano de seção retangular, c/ espessura > 80mm, obtido


por laminação de desbaste ou lingotamento contínuo.
Terminologia ABNT- 6215-11
Chapa: produto plano de aço c/ Largura > 600mm, laminado a partir de
placa, podendo ser obtido por corte de bobina
Chapa fina: chapa c/ 0,3mm ≤ espessura < 5,00mm

Chapa grossa: chapa c/ espessura > 5,00mm

Tira: Produto laminado plano c/ largura ≤ 600mm


Folha: Produto plano c/ espessura ≤ 0,30mm e largura qualquer
Fita: Produto plano c/ espessura ≤ 0,30mm e largura qualquer
Barra: Produto longo, retilíneo, de seção transversal maciça e constante,
com a forma de círculo, segmento circular, oval, quadrado, retângulo,
triângulo ou outros polígonos convexos
Bibliografia:
Degarmo, P.E. e outros. Materials and Processes in Manufacturing. Ed. Wiley. 9th ed. 2003.
Rizzo, E.M.S. Processos de Laminação dos Aços - Uma Introdução. Ed. ABM, 2007.
Kiminami, C.S., e outros. Introdução aos Processos de Fabricação de Produtos
Metálicos. Ed. Blucher, 2013.
Chiaverini, V. Tecnologia mecânica: Processos de Fabricação e Tratamento. Vol II 2° ed.
McGraw-Hill, São Paulo, 1986.

Sites:
http://abal.org.br/aluminio/processos-de-producao/laminacao/#accordion
https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6462#.WsUtrYjwaUk

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