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Lusíadas - Luis Vaz de Camões
Lusíadas - Luis Vaz de Camões
Viveu nos séculos XVI, uma altura marcada pelos descobrimentos, o rei da época era D.
Sebastião (rei que desaparece e não se sabe o que realmente lhe aconteceu). Sabe – se muito
pouco de Camões, mal sabemos quem foram os seus pais, quanto ao seu nascimento há
discussões, o que sabe é que certamente era pobre, baixa aristocrata (escudeiro) tinha que
trabalhar para viver, frequentou a Universidade de Coimbra (foi um tio que lhe pagou os estudos).
Não se sabe verdadeiramente quem foi devido à sua altura, pois naquela época não haviam
documentos para comprovar a sua pessoa.
• Luís Vaz de Camões para além de ter talento, inspirou se também para realizar
OS LUSIADAS em fontes históricas e literárias.
• Fontes literárias:
- 10 cantos
- A rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos. O
esquema rimático é: abababcc
• Estrutura Interna:
Preposição
Invocação
Narração
Dedicatória
• Planos narrativos:
Plano da viagem
Plano mitológico
Plano da História de Portugal
Plano das intervenções do poeta
PEQUENA ANÁLISE
Preposição
Invocação
• Invocação - Luís Vaz de Camões pede inspiração aos deuses (Tágides, ninfas,
musas).
Narração:
1º plano da viagem
2º plano mitológico
Canto I:
PREPOSIÇÃO:
• Homens ilustres 1
Na estância 29, Júpiter diz que pelo facto dos portugueses terem passado por
certas dificuldades deveriam chegar à Índia.
ENTRADA DE BACO: OPONENTE
Na estância 30 entra então Baco (deus do vinho), que diz não estar de acordo
com o que é dito sendo oponente àquilo que Júpiter dissera, na sua opinião,
os portugueses não deveriam chegar à Índia, usando como argumentos que
iria perder a fama, na estância 31 e 32 é demonstrado que Baco sabe que não
tem hipótese, pois não conseguirá superar a força dos portugueses, refere
também que nunca antes tinha posto a sua fama em causa e tem de facto
medo que se os portugueses lá chegarem ele será esquecido.
ENTRADA DE VÉNUS (DEUS DO AMOR E DA BELEZA):
ADJUVANTE
- Gosta dos portugueses por terem qualidades parecidas ao dos romanos ( povo da sua
terra)
- Reconhece que eles foram corajosos, por terem conquistado Ceuta e terem expandido a
fé cristã
No século XIV ( 1300 – 13…) quem reinava Portugal era D. Afonso IV, pai de D. Pedro.
D. Pedro estava casado com D. Constança, tinham como empregada Inês De Castro,
mulher espanhola, quando tiveram o segundo filho a madrinha do mesmo foi Inês, e
ficando esta a ser madrinha, esta começava a fazer parte da família, quando D.
Constança teve o 3º filho no parto esta acabou por morrer. Quando esta morreu
D. Pedro casou – se com Inês, encontravam se ás escondidas, sendo Inês mandada
por D. Pedro para Coimbra para que ninguém soubesse daquele amor pois fazendo
Inês parte daquela família era considerada amante.
• Tiveram 4 filhos em conjunto, D. Afonso IV pai de D. Pedro com influência por parte dos
seus ajudantes e do povo, mandou matar Inês pois diziam lhe que se esta casa - se com
o seu filho, o que iria acontecer era que se ela subisse ao trono com o seu filho ela iria
sair a favor dos espanhóis, acabou então por ser morta por 3 algozes/ homens
mandados pelo seu sogro. D. Pedro após a morte do seu pai sobe ao trono, e hoje
Inês de castro e considerada rainha, pois D. Pedro mandou tirar Inês do túmulo e
colocou o cadáver numa poltrona colocando em cima da sua cabeça uma coroa.
Batalha do Salado
Est.123: Influência que o povo tinha para com D. Afonso ao assunto de D. Inês o que
levou a contratar 3 algozes para a matar.
3º Pede – lhe para que a deixe viver, até pediu para a mandar para longe, mas
Est.128
Na Est.129 - surge uma alternativa à morte de Inês, mas D. Afonso volta a ouvir o povo
O rei vacila mas o povo e o destino (FADO) não o deixam, e a sua futura morte foi
Est.133 – É nos dito que Inês morreu gritando o nome do amado, D. Pedro.
“ o nome de seu Pedro, que lhe ouvistes, por muito grande espaço repetistes”.
- Est.134 – Comparação de Inês morta a uma bonita flor maltratada, murcha e sem
cor. “ Tal está, morta, a pálida donzela, secas do rosto, as rosas e perdida a branca e
viva cor, co´ a doce vida”.
- Est.135 – Mesmo ao fim daquele tempo todo, continua a haver em Coimbra a fonte
dos amores, a simbolizar as lágrimas de Inês. “ Vede que fresca fonte rega as flores,
que lágrimas são a água e o nome Amores”.
Canto IV – “Despedidas em Belém”
Belém
felizes.
cor alegre.
é o rei de Melinde.
Est.88: Reação das pessoas à partida dos marinheiros.
Est.93: Sofrimento é mais para quem fica mas os marinheiros partem sem as
despedidas habituais.
3º Parte (est.93):
naqueles mares.
Est.38: A tempestade estava a ficar mais forte e provocou o pânico e o medo nos
navegadores. Esta descrição da tempestade tem como função, chamar à atenção do
leitor através de sensações visuais e auditivas
“Tão temerosa vinha e carregada, Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo, o negro mar de longe brada, Como se desse em vão nalgum rochedo”
“Ó Potestade (disse) sublimada: Que ameaço divino ou que segredo, Este clima e
este mar nos apresenta, Que mor cousa parece que tormenta?” Vasco da Gama
invoca os deuses (“Ó Potestade) para saber o perigo que se aproxima.
Est.39: Nesta estrofe ainda Vasco da Gama não tinha acabado de falar quando
se avista o adamastor (criatura mitológica, que representa os perigos dos mares
desconhecidos). “ Não acabava. Quando hua figura Se nos mostra no ar,
robusta e válida.”
“[…] Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos.”
Descrição Física do Adamastor
Est.42: Adamastor, uma figura mitológica criada por Camões, que simbolizará
todos os problemas que os portugueses terão que enfrentar nas suas viagens,
declara guerra ao povo lusitano pelo seu atrevimento, pois estes descobriram os
segredos que nunca a ninguém conseguiu desvendar, nem Humanos nem Deuses
“[…] húmido elemento[…]” – mar
“apercebidos” – preparados
“Que inda hás de sojugar com dura guerra.” – Refere que os Portugueses irão
dominar o mar e a através da guerra.
Est.43: Nesta estrofe, Adamastor alerta que a nau de Pedro Álvares Cabral irá
sofrer severos castigos – tempestades e violentos naufrágios, cujas vítimas não
terão tempo para se aperceber do perigo: «Que seja mor o dano que o perigo»
Est.44: Nos versos desta estrofe, Adamastor mostra – se muito irritado afirmando
que se vingará ali o Bartolomeu Dias, cujo navio será destruído por ele com
desastres tão dolorosos que a morte parecerá melhor a todos. – “Que o menor mal
de todos seja a morte!”
Est.45: Nesta estrofe ainda é visível o perigo ameaçador de Adamastor que diz vir a
ser a eterna e nova sepultura.
Est.47: Nesta estrofe o gigante diz que os filhos queridos de Manuel de Sousa
Sepúlveda e a sua esposa, Adamastor diz que estes morrerão juntos, e ficarão no
Vasco da Gama termina a estrofe dando – nos a conhecer a relação do Gigante à sua
aquele a quem os portugueses chamam de Tormentório (Cabo das Tormentas), cuja existência
era desconhecida pelos geógrafos da Antiguidade e está isolado no extremo da costa Africana.
Est.51:
Foi um dos titãs, ou gigantes, como Encelado, Egeu e Centimano, que lutaram contra Júpiter.
Contrariamente aos outros que sobrepunham montes para chegar ao Olimpo, Adamastor
Diz também que lutou contra Júpiter – Deus dos Deuses a fim de conquistar o oceano e não
Nos versos 5º, 6º, 7º e 8º vamos concluir que o seu desejo por Tétis foi aumentando no
dia em que a viu nua praia.
Est.53: Nesta estrofe podemos concluir que o Gigante não desistiu da ideia de
conquistar Tétis porque se achava feio, e vai então recorrer por meio da guerra e
manifestou também a sua intenção a Dóris, mãe de Tétis
No último Tétis responde à sua mãe perguntando como é que poderia o amor de uma
ninfa aguentar o amor de um gigante
Est.54: Tétis continua a sua resposta, e refere que para livrar o Oceano da Guerra vai tentar
solucionar o problema com dignidade, podemos depois concluir que o gigante afirma que
está cego de amor e ele não percebe que as promessas que Dóris e Tétis lhe faziam eram
falsas.
Est.55: Nesta estrofe o Adamastor desistindo da guerra, numa noite louca de amor vai –
lhe aparecer o lindo rosto de Tétis, única e nua.
Est.56: Nesta estrofe o Adamastor não consegue expressar a mágoa que sentia, porque
achava que estava a beijar e abraçar Tétis enquanto que no entanto estava abraçando a um
monte duro.
Est.58: Naquela época, já os seus irmãos gigantes tinham sido vencidos e convertidos em montes
pelos deuses; Adamastor começou a sentir o seu castigo e o seu destino.
Est.59: A carne do gigante transformou – se em terra e os ossos em pedra; Os seus membros e a sua
figura alongaram – se pelo mar; Os deuses fizeram dele um Cabo, para que sofra mais, Tétis cercar
as águas próximas.
Est.60: Desfecho
Vasco da Gama, levantando as mãos ao Céu, pede que sejam removidas as terríveis profecias do
Gigante.
Caracterização do Adamastor
A palavra mostrengo tem como significados: medo, nojo, repulsa (um ser desumano)
que vive em domínios que não são de ninguém e que voa à roda da nau, chia e intimida com as suas
palavras.
- Hipérbole
- Adjetivação
- Metáfora
- Aliteração
• Os Portugueses ousaram em entrar no seu território, sendo os primeiros a fazê –
lo.
• O Homem do Leme simboliza a vontade do povo Português, caracteriza – se
pela sua coragem, que vai aumentando ao longo do poema. Apesar do medo
enfrenta o mostrengo, (determinado, lutador).
• Ao longo do poema, a sua voz vai crescendo e termina num discurso marcado
pela coragem, em cumprir a missão que lhe foi confiada.
• O Homem do Leme é o último a falar, acabando por intimidar o mostrengo,
permanecendo este em silêncio, após a última intervenção.
• Tal como o Adamastor, o mostrengo simboliza os perigos e dificuldades que os
marinheiros encontravam, ao longo das suas viagens marítimas.
Homem do
leme – Xutos
e pontapés
https://www.youtube.com/watc
h?v=BWZZ2XtzSwc
Canto VI - Tempestade
Marítima e chagada à Índia
o Estrofes 70 a 92
o Esquema Rimático: ABABABCC
o Parte: Narração
o Plano do maravilhoso e da Viagem
o Vasco da Gama conta ao Rei de Melinde o que acontecera
o Espaço: Angra de São Brás-Oceano Índico
o Tempo: À noite (a tempestade), chegada à Índia: na manhã
9 de maio de 1498.
Descrição da tempestade: Provocada por Baco
Este momento começa na estrofe 80 e desenvolve-se até a estrofe 83. Neste momento, Vasco da Gama está a
pedir ajuda a Deus – à Divina Providência.
Argumentos: Deus ajudou ouros com S. Paulo e Noé a superar tempestades; o serviço desta armada é em Seu
nome e conclui que mais valia morrer no Norte de África a combater os Mouros.
“ O vento vinha refrescando”, “Quando dá a grande e súbita procela (tormenta no mar, tempestade), “- Amaina,
(Colhe as velas)”, “Pedaços a fazem c´um ruído que o Mundo pareceu ser destruído”, O céu fere com gritos nisto
a gente, C`um súbito temor e desacordo (perturbação, delírio)”, que, no romper da vela, a nau pendente”, “Os
balanços que os mares temorosos deram à nau, num bordo os derribaram, Três marinheiros, duros e forçosos, a
menear (manobrar) o leme não bastaram”,
Estrofe 84: Há um reforço da violência de tempestade e suas consequências no ambiente circundante.
Na estrofe 85 até à 91 Vénus intervém com o objetivo de ajudar os portugueses para tal pede ajuda às
ninfas para que as mesmas seduzam os ventos. As ninfas conseguem acalmar os ventos e a tempestade
amaina.
Vénus pretende dar aos portugueses um prémio pelas vitórias alcançadas e pelos danos sofridos. Decide, então, pedir
ajuda ao seu filho, Cupido.
Vénus decide preparar uma ilha divina, que será colocada nas águas, no caminho dos marinheiros. Nessa ilha,
encontrar-se-ão “aquáticas donzelas” (est.22), que serão escolhidas entre as mais belas e as mais devotas do amor. Estas
ninfas terão como missão aguardar pelos marinheiros e recebê-los com cânticos e danças, para despertarem neles
“secretas afeições” (est.22).
3ª parte: A ajuda de Cupido – est.23-24
Cupido é o ajudante ideal, pois já tinha colaborado com Vénus numa situação similar: tinha levado Dido a
apaixonar-se por Eneias.
Vénus vai, então, procurar Cupido nos seu carro puxado por cisnes (“as aves que na vida/Vão da morte as
exéquias celebrando” – est.24) e rodeado de pombas que se beijam.
Cupido encontrava-se em Idália, cidade da ilha de Chipre, famosa pelo culto de Vénus, procurando reunir um
exército de cupidos para realizar uma expedição com o fim de emendar os erros dos humanos, pois “então, /
Amando coisas que nos foram dadas, / Não pera ser amadas, mas usadas” est.25
São apresentados vários exemplos de situações em que se ama mal:
O caçador Actéon, que não soube amar a «bela forma humana» est.26 – representa os que não sabem mar;
Os aduladores est.27
Os tiranos est.28
Afirma-se, em síntese, que a expedição de Cupido tinha lugar porque «ninguém ama o que deve» (est. 29).
Por estas razões, Cupido juntou os «Seus ministros» para ajudar a «mal regida gente» (est. 29) a evoluir no
campo do amor.
Ilha dos Amores – Canto IX
• Azarento no amor
Análise:
Est.76: Temos a informação de que havia uma ninfa diferente das outras, pois enquanto que as outras se encontravam
a seduzir, animar etc… os outros navegadores, esta chamada Efire fugia. Mas sendo esta uma das mais belas
neiredes, Lionardo corria atras dela tentando seduzi-la.
Nesta estância (76) Lionardo dirige-se à Neirede dizendo: *Ventura – Má sorte de Leonardo
- ainda que Efire esperasse por ele, o azar do nauta impedi-lo-ia de a alcançar;
- ele gostaria de saber o que faria a sorte para o impedir de apanhar a ninfa;
- ela estava a colocar-se do lado da má sorte do marinheiro, quando se deveria colocar do lado do mais fraco; - ela levava,
com ela, a alma de Leonardo, que até ao momento tinha sido livre;
- ele continuava a persegui-la apenas porque tinha esperança de que ela mudasse o destino dele, apaixonando-se.
Est.76: “Não fujas de quem já te entregou a alma”
Est.78: “ É inútil fugires, porque ainda que esperes, a minha má sorte não me deixará usufruir do
prazer de te ter”
Est.80: “ Deixa o meu coração ser livre como antes e deixarei de te perseguir.”
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Na opinião de Leonardo, Éfire fugia porque pensava que ela já sabia do seu infeliz passado amoroso,
que a sua má sorte é tanta que mesmo que a alcance, alguma coisa o impedirá de a tocar.
Est.82: Éfire já não fugia, assim que ouve as palavras de Leonardo, abranda a corrida e cai aos seus pés.
As palavras que a fizeram parar foram:
“- Como por ir ouvindo o doce canto,
As namoradas mágoas que dizia.”
Est.83 e 84: Ouvem-se beijos na floresta, risinhos alegres. A estância 84 termina com o casamento
entre os navegadores e as ninfas.
“ Que Vénus com prazeres inflamava,
Estância 83
Melhor é esprimentá-lo que julga-lo;
Mas julgue-o quem não pode esprimentá-lo.”
Significa que só quem vive um amor assim o conhece
Ao contrário dos episódios da Inês de Castro e do Adamastor, este é o episódio da Epopeia e um exemplo
raro da obra camoniana, em geral, em que existe a plenitude amorosa, onde existe o prémio e não o
castigo por amor. É através do amor físico que os navegadores interagem com as ninfas imortais, depois
das provas que representam o amor pela pátria, a devoção e a superação das dificuldades que os tornam
também divinos, provando assim que nada resiste à força do amor.
Canto X – Despedida de Tétis e Regresso a Portugal
- Parte: Dedicatória
Est.146 – Crítica continua: Os portugueses não se orgulham nem têm gosto que os anime e leve adiante.
Est.154 – Camões continua com o seu discurso, mas ele apresenta-se como alguém humilde. Centra o
discurso em si e apresenta-se como alguém que apresenta um perfil pouco comum, pois estudou muito e
experimentou muito também. “Saber de experiência feito”
Est. 155 – Camões coloca-se à disposição do Rei, como verdadeiro vassalo, pronto para o servir pelas
armas (“braço”) quer pelo louvor poético (“mente”) Mostra-se disponível para continuar a cantar os
feitos / as novas empresas do rei (África)
Tem a sua Musa/Inspiração disponível para continuar a cantar os feitos portugueses que continuarão
a ser dignos de um canto épico superior aos grandiosos heróis clássicos da História.