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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL

DISCIPLINA: Metodologia da Pesquisa

DOCENTES: Emanuel Luíz Pereira da silva


Antônia Picornell Lucas

DISCENTES:
Graziela Tolentino
Isadora Soares
Patrícia Albuquerque
Sthephane Santos

João Pessoa – PB
2021
Émile
 Durkheim foi um psicólogo e sociólogo
francês, considerado o fundador da sociologia,
pelo fato de ter sido o primeiro a criar um
método sociológico.
Seus estudos incluíam Direito e Economia (sua
formação acadêmica inicial),
Filosofia (disciplina que lecionou em liceus
franceses), Ciências da Natureza,
principalmente a Biologia de Herbert Spencer,
pensador que marcou profundamente os seus
estudos em relação aos modelos biológicos de
aplicação sociológica, e a Psicologia, por meio
do Laboratório de Psicologia Experimental, de
Wilhelm Wundt.
Principais obras:  A divisão do trabalho
social (1893), As regras do método
sociológico (1895), O suicídio (1897) escritas
durante sua atuação na Universidade de
EMILE DURKHEIM Bordeaux na França.
FUNCIONALISMO
 Funcionalismo é
uma teoria adaptada para diferentes
campos de conhecimento, como a
filosofia, a psicologia e a antropologia.
Seu principal objetivo é explicar a
sociedade, as ações coletivas e
individuais, a partir de causalidades,
ou seja, de funções.

 O funcionalismo na sociologia é
discutido primeiramente por Émile
Durkheim que se baseou em
princípios da biologia para explicar o
funcionamento das sociedades. Ele
as comparava com um organismo
vivo, em que cada órgão tem uma
função específica.
 Em 1895, Durkheim publicou sua
obra fundamental, “As Regras do
Método Sociológico”, que constitui
uma síntese da Sociologia como
uma nova ciência social. Nele,
Durkheim delimita o campo da
nova ciência e propõe uma
metodologia de estudo, condição
indispensável ao estabelecimento
da legitimidade de qualquer
ciência.
 Para ele, o objetivo do estudo da
Sociologia não pode ser baseado
em uma soma de indivíduos e sim
em um fato social.

As regras do Método Sociológico, Emile Durkheim


FATOS SOCIAIS

- A Sociologia pode ser definida como a ciência “das instituições,


da sua gênese e do seu funcionamento”, ou seja, de “toda crença,
todo comportamento instituído pela coletividade” - A Sociologia tem
que estudar os fatos sociais;
“Na fase positivista, para tornar-se uma ciência autônoma, essa
esfera do conhecimento precisava delimitar seu objeto próprio: os
fatos sociais”;
“Constituem, pois, uma espécie nova e a eles se deve atribuir e
reservar a qualificação de sociais” (DURKHEIM, 1995, p. 39);
Pensamentos, ideais, ações, crenças que são externos e coercitivos
aos indivíduos, mas que possuem uma relevância na sociedade;
Os fatos sociais podem ser menos consolidados, mais fluidos, são
as maneiras de agir;
- Coercitividade; Generalidade; Exterioridade.
COERCITIVIDADE: Suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior,
independente das manifestações individuais que possa ter;
- Maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, dotadas de um poder de
coerção sobre as consciências particulares e suas ações;
- Sobre seus corações e mentes uma autoridade que os leva a agir, a pensar e a sentir de
determinadas maneiras;

EXTERIORIDADE: Influencia da ideologia por meio da educação;


“Desde muito pequenas, as crianças são constrangidas (ou educadas) a seguir horários, a
desenvolver certos comportamentos e maneiras de ser e, mais tarde, a trabalhar. Elas
passam por uma socialização metódica e “é uma ilusão pensar que educamos nossos filhos
como queremos. Somos forçados a seguir regras estabelecidas no meio social em que
vivemos” (DURKHEIM, p. 39);

GENERALIDADE: É comum na sociedade, é um valor social aceito pela maioria; Quem não
segue, sobre sanções;

- Tropeçará com os demais membros da sociedade que tentarão impedi-lo, convencê-lo ou


restringir sua ação, usarão de punições, da censura, do riso, do opróbrio e de outras sanções,
incluindo a violência, advertindo-o de que está diante de algo que não depende dele.
MÉTODO SOCIOLÓGICO FUNCIONALISTA:
NEUTRALIDADE CIENTÍFICA; OBJETIVIDADE;
IMPARCIALIDADE.
 CONSIDERAR OS FATOS SOCIAIS COMO COISAS 
 [...] É coisa, com efeito, tudo o que é dado, tudo o que se oferece,
ou antes, se impõe à observação. Tratar fenômenos como coisas é
tratá-los na qualidade de data que constituem o ponto de partida da
ciência. Os fenômenos sociais apresentam incontestavelmente esta
característica. O que nos é dado não é a ideia que os homens têm
do valor, pois ela é inacessível; são os valores que se trocam
realmente no decurso das relações [...] (DURKHEIM, p.60)

 Devemos considerar os fenômenos sociais desligados dos sujeitos, é preciso


estuda-los como coisas exteriores, porque é assim que se apresentam;

 Estamos de frente de algo que não depende de nós, “portanto, considerando os


fenômenos sociais como coisas, não faremos mais que conformarmo-nos com a
sua natureza” (DURKHEIM, p.61); 

 Cientistas naturais – fenômenos físicos = cientistas sociais – fenômenos sociais. 


 
AFASTAR AS PRÉ-NOÇÕES
(NOTIONOS VULGARES OU PRAENOTIONES)

 O homem vive no seu meio constituindo ideias; 


 Resultam na falta de resultados objetivos; impossibilidade de conhecer as leis da
realidade;
 A sociologia trata de coisas, não de conceitos, posto isso, essas pré-noções
substituem a realidade e “são espécies de fantasmas (idola) que desfiguram o
verdadeiro aspecto das coisas e que, no entanto, nós confundimos com as
verdadeiras coisas (DURKHEIM, p.51)

Não é apenas na base da ciência que se encontram estas noções vulgares [...] No estado
actual dos nossos conhecimentos, não sabemos com exatidão o que é o Estado, a
soberania, a liberdade política, a democracia, o socialismo, o comunismo, etc.; o método
exigiria, pois, que evitássemos qualquer uso destes conceitos, enquanto não estão
cientificamente construídos (DURKHEIM, p.56).
 Por quê?
As ideias que temos, tomamo-las a peito, tal como aquilo que constitui o seu objecto, e
adquirem assim uma autoridade tal que não suportam a contradição. Qualquer opinião que
as incomode é tratada como inimiga. Uma proposição não está de acordo com a ideia que
temos do patriotismo ou da dignidade individual, por exemplo? É negada, quaisquer que
sejam as provas sobre quem assenta (DURKHEIM, p.64).
DEFINIR AS COISAS DE QUE SE TRATA

 Para ser objetiva, deve exprimir os fenômenos em função de propriedades que lhe são
inerentes;

 Deve-se caracterizá-lo por meio de elementos integrantes da sua natureza e não por noções
ideais;
[...] o que é preciso é constituir conceitos integralmente novos, apropriados às
necessidades da ciência e expressos por meio de uma terminologia especial
(DURKHEIM, p.68)

 Regra não observada: nos referimos a coisas tão constantemente que elas parecem
desnecessárias de definição prévia e rigorosa, como por exemplo, a família, a propriedade e
o crime;

 Parece inútil oferecer o sentido dessas palavras, porém, não as definir é atribuí-las ao senso
comum e sob um mesmo nome podem resultar explicações diferentes;

 Exemplo: monogamia (direito) x monogamia (facto).


ISOLAR OS FATOS SOCIAIS DE SUAS MANIFESTAÇÕES INDIVIDUAIS

 É necessário afastar as manifestações sensíveis e


pessoais para obtenção de dados objetivos;

 Quanto mais separados dos fatos individuais, mais


objetivo os fatos sociais serão representados.
FATOS SOCIAIS – NORMAIS / PATOLÓGICOS

SAÚDE

Saúde
Adaptação ao
Meio
ORGANISMO

EQUILÍBRIO
EQUILÍBRIO UTLILIDADE

Doença
Enfraquecimento
dos órgãos
“A doença nem sempre nos deixa desamparados,
num estado irremediável de desadaptação, pois
obriga-nos a adaptarmos de forma diferente da
maior parte dos nossos semelhantes” (DURKEIN,
p.83);
FATOS SOCIAIS – NORMAIS / PATOLÓGICOS

 O crime /inevitável (maldade humana) – todas


sociedades – está ligado às condições da vida
coletiva;

 A criminalidade não é uma doença social – é


constitutivo do ser vivo;

 Aumento do crime = mórbido;

 Crime é um fator de saúde pública – é uma parte


integrante de uma sociedade sã;

 O crime é normal - porque uma sociedade isenta


dele é impossível;

 O crime é necessário – está ligado as funções de


qualquer vida social, por isso é ÚTIL, a condição
de solidariedade é essencial para evolução da moral
e do direito, sendo controlado pelas instituições.
 
FATOS SOCIAIS – NORMAIS / PATOLÓGICOS

CRÍTICA DE "LOWY’’ (1987), BEHRING E BOSCHETTI

 Para Löwy a diferenciação de fatos sociais normais e patológicos não é neutra,


considerando os conflitos entre as classes sociais = “estado mórbido do corpo
social”, o órgão social – a classe operária – teria a errônea pretensão de
construir uma sociedade superior/diferente;

Os fatos naturais = coisas, cuja natureza não se modifica pela vontade humana,
justifica a ordem burguesa, desconsidera a história e o Modo de Produção;

Neutralidade do pesquisador.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

 BEHRING, Elaine Rossetti. BOSCHETTI, Ivanete. Política Social:


Fundamentos e história. 9ª edição. São Paulo: Cortez, 2006.

 DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Tradução


de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

 CABRAL, Augusto. A sociologia funcionalista nos estudos


organizacionais: foco em Durkheim. Cadernos EBAPE.BR
[online]. 2004, v. 2, n. 2 [Acessado 3 Outubro 2021] , pp. 01-15.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1679-
39512004000200002>. Epub 18 Jul 2012. ISSN 1679-3951.
https://doi.org/10.1590/S1679-39512004000200002.
É preciso sentir a necessidade da experiência, da
observação, ou seja, a necessidade de sair de nós
próprios para aceder à escola das coisas, se as
queremos conhecer e compreender.

Émile Durkheim

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