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ANDAP HOUSE COLLEGE

ESCOLA DE MAGISTÉRIO PRIVADO DE LÍNGUAS


Licença nº26/016

COORDENAÇÃO DE ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA / EMC


 
TRABALHO DE FIM DE CURSO EM CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS PARCIAIS PARA A
CONCLUSÃO DO II CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO NA ESPECIALIDADE DE
FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUAS, OPÇÃO DE ENSINO DO PORTUGUÊS/EMC.
RELATÓRIO DO QUADRIÉNIO

O AUTOR

João Daniel

O Orientador
Celso M. K. Praia, Lic. UKB

BENGUELA, 2021
INTRODUÇÃO

Este trabalho é um relatório que consta as experiências


vividas por mim durante os quatros anos de formação no ANDAP
HOUSE COLLEGE, bem com as actividades desenvolvidas no
estágio.
Escreve-se este documento por se tratar de um trabalho de
fim de curso em cumprimento dos requisitos parciais para a
conclusão do II Ciclo do Ensino Secundário na especialidade de
Formação de Professores de Línguas, opção de Ensino do
Português.
Este documento está estruturado da seguinte forma:
• Pré-textuais;
• Introdução;
• Caracterização do quadriénio;
• Conclusão;
• Sugestões
• Referências Bibliográficas;
• Anexos;
• Apêndices.

Objectivos do Relatório
• Objectivo geral:
• Relatar os quatros anos de formação no ANDAP HOUSE
COLLEGE.
Objectivos específicos:
• Caracterizar e descrever o ANDAP HOUSE COLLEGE;
• Explicar detalhadamente as dificuldades e os sucessos de
cada ano;
• Descrever as experiências e as aprendizagens obtidas no
estágio.
PERFIL DE ENTRADA E SAÍDA NA INSTITUIÇÃO

 
• Perfil de Entrada
Sempre quis ser professor, mas não de Língua Portuguesa.
Queria tanto seguir Educação Visual e Plástica, pois desde
cedo despertou em mim o gosto pelo desenho. Mas, como a
vida não é feita só do que nós queremos, surgiu a
oportunidade de estudar Língua Portuguesa no ANDAP
HOUSE COLLEGE.
• Ao sair do I Ciclo do Ensino Secundário, entrei no II Ciclo do
mesmo Ensino — o vulgo Ensino Médio — com o seguinte
perfil:

• Um jovem livre, autónomo, responsável e consciente de mim


próprio e do mundo que me rodeia;
• Capaz de lidar com as mudanças e com a incerteza num
mundo em rápida transformação;
• Já tinha noções básicas de Informática, ou seja, já sabia usar
as tecnologias de informação e comunicação (computador,
telefone, internet, etc.);
• Já estava acostumado a trabalhar em equipa, por possuir
tolerância e empatia.
DESCRIÇÃO DO PRIMEIRO ANO

No primeiro ano, isto em 2017, estive ansioso e tímido;


pois, quando saí do Iº Ciclo para ingressar no IIº, estava com
frio na barriga, porque ansiava conhecer a instituição e
enfrentar novos desafios, porque entraria numa nova fase da
minha vida, num novo nível, onde encontraria novos
professores, novos colegas e, obviamente, novas disciplina.
Foi difícil a minha adaptação. Ao apresentar ou defender os
trabalhos, era um problema sério. Tive boa prestação ou bom
rendimento em algumas disciplinas como Educação Visual e
Plástica e Educação Física. Mas, mesmo assim, tive sérias
dificuldades noutras que até fui ao recurso a três: Latim,
Retórica e Francês.
No início do ano lectivo, logo no primeiro trimestre,
sempre pensava em desistir por dois motivos: não queria
estudar na Instituição (queria estudar na Escola de Formação
de Professores de Benguela) e minha casa fica distante, isto
na Bela Vista Baixa. Mas, apartir do segundo trimestre fui
gostando de pertencer à minha nova casa do saber.
DESCRIÇÃO DO SEGUNDO ANO

Já no segundo ano, em mim a motivação ganhou raízes,


fruto da forte adaptação que se fez no ano anterior. Estive
mais motivado e seguro e passei a me dedicar mais, fazendo
esforço para ser assíduo e, apesar da distância, ser mais
pontual. Fui também mais participativo, e perdi o medo de
falar ao público e, por conseguinte, tive melhores notas em
relação ao primeiro ano. Fui encontrando dificuldades apenas
nas disciplinas de Latim, Inglês e Literatura.
Nesse mesmo ano, consegui ultrapassar o problema da
timidez, conversava com os colegas e os professores; quando
tivesse dúvidas acerca dos conteúdos, pedia sempre ao
delegado para esclarecer os mesmos, depois a um outro
colega que entendesse melhor e, por último, os meus
professores ajudaram-me neste processo de aprendizagem.
DESCRIÇÃO DO TERCEIRO ANO

No terceiro ano, apeguei-me mais aos conteúdos. Não


faltava e participava nas aulas. Familiarizei-me mais com os
colegas e professores, fui simpático e o engraçado da turma.
Ali começamos com as aulas simuladas em Práticas
Pedagógicas.
No meu primeiro dia de aula simulada, estava muito
nervoso perante os colegas, porque não é fácil dar aulas
perante os colegas. Mas, ao longo do tempo, fui ganhando
habilidade e estratégia e alcancei os objectivos propostos, e
no final senti-me bem, e dali, jurei que seria mesmo um
professor, pois é tão bonito ficar em frente de um aluno e
transmitir conhecimento.
DESCRIÇÃO DO QUARTO ANO

No presente ano (o quarto), ingressei à escola com uma


vontade tremenda de estudar. Sendo o último, jurei nunca
atrasar nem perder nenhuma aula. Os primeiros dias foram de
bastante emoção, porém, algo insólito surgiu e abalou o
mundo todo: a pandemia da COVID-19. O ano lectivo foi
suspenso, fiquei em casa, perdendo ritmo de aprendizagem.
Inicialmente, entristeci-me, porque a pandemia estragou os
meus planos, que era naquele ano de 2020 terminar o Ensino
Médio.
Depois, em Setembro, retomámos às aulas. No princípio,
não tinha motivação, mas, com o passar do tempo, me fui
reerguendo e me adaptando às circunstâncias, já que
devemos ser resilientes todo o tempo, como expressa o
ditado anónimo: marés bravas fazem bons marinheiros. Com
as novas medidas nunca antes pensadas, como o uso da
máscara facial, assistia às aulas e dava o melhor de mim.
Pedia sempre ajuda aos colegas, recorria aos professores
sempre que fosse necessário e esforçava-me nas provas.
DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO

O início do grande percurso que é a Cadeira de Práticas,


Seminários e Estágios Pedagógicos III começou no II Trimestre,
estagiei no Colégio 22 de Novembro — Massangarala —
Benguela, com algumas considerações e orientações por
parte do professor que nos acompanhou nesta actividade da
cadeira durante todo o período.
Não foi fácil encarar os alunos na sala de aula. A minha
primeira aula foi sobre a Leitura e Exploração Vocabular, e a
segunda foi sobre a Classificação dos Verbos. Na primeira
aula, estava nervoso, não conclui com as fases didácticas. Já
na segunda, cumpri com todas as fases didácticas e correu-me
bem. Ainda pude controlar as provas, foi uma maravilha.
Controlei a prova do II trimestre, também, e foi satisfatório,
no decorrer da prova, os alunos pediram-me para explicar
algumas perguntas nas quais tinham dificuldades, eu como
estagiário, fui sempre explicando a prova.
RESULTADOS OBTIDOS

Durante e depois dos estágios, tenho a referir que os resultados


obtidos foram salutares. Obtive uma boa experiência,
aperfeiçoei-me como estudante e como professor. Ambos
professores trataram-me bem, estavam sempre prontos para
me ajudar e este comportamento deles fez que eu aprendesse
muito e que tivesse a intenção de me comportar do mesmo
jeito quando eu tiver os meus próprios alunos na escola em que
vier a trabalhar. Os alunos gostaram de mim não só pelo saber
ser e estar, mas também pelo saber fazer. Outro dado muito
importante, não que os outros não o sejam, é que perdi medo
de leccionar e de falar em público. Portanto, já estou pronto
para leccionar qualitativamente conforme orientam as normas
didáctico-profissionais.
AULAS MINISTRADAS PELO ESTAGIÁRIO

Durante os meus estágios na escola de aplicação, pude


leccionar 6 aulas nas Sétimas classes conforme a tabela
abaixo. Enfatiza-se que a última aula foi exame.
SUMÁRIOS DAS AULAS MINISTRADAS E RESPECTIVOS
MÉTODOS DE ENSINO

Nº DE UNIDADE MÉTODOS DE CLASSE/


SUMÁRIO DATA
ORDEM TEMÁTICA ENSINO TURMA
Leitura expressiva e Elaboração conjunta;
1ª Texto Descritivo exploração vocabular do texto Expositivo; 7ª Classe/B 16.01.2021
Explicativo.
“Namibe - O mar e a terra”
Expositivo;
Explicativo;
Classificação dos 7ª Classe/D 09.02.2021
2ª Morfologia Elaboração conjunta;
verbos Trabalho independente.
Expositivo;
Explicativo;
3ª Morfologia Modos verbais 7ª Classe/D 21.04.2021
Elaboração conjunta;
Trabalho independente.
Expositivo;
Modos verbais – Explicativo;
4ª Morfologia 7ª Classe D 21.04.2021
Exercícios Elaboração conjunta;
Trabalho independente.
Leitura expressiva e Expositivo;
Texto injuntivo\ exploração vocabular Explicativo;
5ª 7ª Classe C 15.03.2021
apelativo do texto: Arroz de Elaboração conjunta;
peixe seco. Trabalho independente.
Explicativo;
A frase, tipos e formas
6ª Sintaxe Elaboração conjunta; 7ª Classe A 03.05.2021
de frases
Trabalho independente.
MARCO TEÓRICO
O VERBO

Verbo é uma palavra com origem no termo em Latim


"verbum" que significa "palavra". Na Gramática da Língua
Portuguesa, designa a classe de palavras que indicam acção,
uma situação ou estado. https://www.significados.com.br/verbo/ 2021.
CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS (VERBOS REGULARES,
IRREGULARES E DEFECTIVOS)

Cunha e Cintra (2005, p.384), quanto a flexão, afirmam


que o verbo pode ser regular, irregular, defectivos e
abundante.
Os verbos regulares flexionam-se de acordo com o
paradigma, modelo que representa o tipo comum da
conjugação. Tomando-se, por exemplo, cantar, vender, e partir
como paradigmas da 1.ª, 2.ª e 3ª Conjugações, verificamos
que todos os verbos regulares da 1ª Conjugação formam os
seus tempos como cantar, os da 2ª, como vender, os da 3ª,
como partir.
São irregulares os verbos que se afastam do paradigma da
sua conjugação, como dar, fazer, estar, ser, pedir, ir e vários
outros, que no lugar próprio estudaremos.
Verbos defectivos são aqueles que não tem certas formas,
como abolir, falir e mais alguns de que tratamos adiante.
Entre os defectivos , costumam os gramáticos incluir os
unipessoais, especialmente, os impessoais, usados apenas na
3ª. pessoa do singular: chover, ventar, etc.
Abundantes são os verbos que possuem duas ou mais
formas equivalentes. De regra, essa abundancia ocorre no
particípio. Assim, o verbo aceitar apresenta os particípios
aceitados, aceito e aceite; o verbo entregar, os particípios
entregados e entregue; o verbo matar, os particípios matado e
morto.
PROBLEMAS DIDÁCTICO-PEDAGÓGICOS OBSERVADOS NAS
AULAS

Os problemas didáctico-pedagógicos observados nas aulas


são: problemas na escrita, na leitura e na interpretação dos
textos, por parte dos alunos. Uns alunos eram indisciplinados,
outros eram tímidos.
ESTRATÉGIAS PARA A MITIGAÇÃO DA DIFICULDADE DE LEITURA

Escolhi abordar o problema de leitura, por parecer o mais


grave, visto que a maior parte dos alunos lia com bastante
dificuldade. Cientificamente, falar de problema de leitura é o
mesmo que falar de dislexia, uma das dificuldades de
aprendizagem mais conhecida. 
Baseando-me no que foi dito acima, para resolver esse
problema, eu usaria as seguintes estratégias:

– Estimularia aos alunos o gosto pela leitura, bem como sua


importância;
– Ao orientar leitura, dizia como deve ser lido: com calma e
respeitando os sinais de pontuação; isto é, faria sempre
uma leitura modelo, depois orientaria uma leitura
silenciosa, depois uma por fileira e depois uma coletiva;
– Resumiria a fim de facilitar a compreensão global do texto,
pois implica na seleção e destaque das informações mais
relevantes contidas no texto;
– Recomendaria que procurassem mais as bibliotecas;
lessem mais livros, jornais ou revistas;
– Conversaria com os pais e encarregados de educacação
para ajudarem a resolver o mesmo problema.
– Também chamaria os encarregados e procuraria saber se
também são assim em casa, e qual é a causa, pois talvez
seja a separação dos pais, a violência doméstica ou então
os pais não os apoiam. Com essas todas medidas, saberia
melhor trabalhar com os mesmos.
CONCLUSÃO

Tudo que tem uma introdução e desenvolvimento tem, obviamente, uma


conclusão. Assim sendo, a seguir constam os itens que concluem o
presente relatório.

De maneira geral, o quadriénio foi muito bom, apesar dos altos e baixos.
Foi uma experiência que, certamente, marcará a minha vida para
sempre. Foi uma oportunidade para conhecer as pessoas, pois fiz muita
amizade, aprendi muita coisa que antes não sabia, ou seja, os 4 anos no
ANDAP HOUSE COLLEGE permitiram-me obter uma formação técnico-
profissional que me possibilitará conseguir, posteriormente, um trabalho,
quer na função pública que na privada, ou ainda na criação de meu
centro, caso algum dia eu pense nisso. Hoje, mesmo tendo o estágio
terminado, muitos alunos chamam-me de professor, quando cruzam
comigo pela rua, e é satisfatório ouvir isso de alguém a quem um dia tive
a oportunidade de ensinar.
SUGESTÕES

Tendo em conta a conclusão obtida, humildemente, sugiro


que:
– As escolas de Formação de Professores prestem devida
atenção aos seus educandos para que venham a ter um
perfil de saída desejável, isto é, não os vejam como meros
alunos matriculados na Instituição, mas sim como seres
humanos que precisam aprender a ciência e arte de
educar e/ou ensinar;
– O ANDAP HOUSE COLLEGE seja mais flexível no que toca
ao pagamento das propinas em épocas de provas,
especialmente, em fase de exames práticos;
– As escolas de aplicação sensibilizem os seus alunos a
olharem com bons olhos o professor estagiário, pois
muitas vezes estes agem indisciplinadamente durante o
estágio, desrespeitando o mesmo ou pela pouca idade ou
por saber que é ainda um aprendente, e não um professor
propriamente dito;
– Aqueles que pretendam ingressar numa escola de
Formação de Professores saibam exactamente o que
querem cursar, pois essa profissão é tão nobre que exige
amor, comprometimento, alegria e esperança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•AZEREDO, M. O. et al. (2012). Da Comunicação à Expressão – Gramática
Prática de Português. Lisboa: rais editora.
•COSTA, Márcia; ROTHES, Eva Areal. (2015). A nossa Gramática de Língua
Portuguesa:Ensino Secundário. Luanda: Plural Editores.
•CUNHA C., Cintra, L. F. L. (2005). Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Lisboa: João Sá da Costa.
•FERREIRA, C. S. S. (2011). Dislexia: Um Estudo de Caso. Coimbra: Instituto
Politéncino de Coimbra.
•HENNIG, P. (2005). Compreender a Dislexia. Porto: Porto Editora
•MESQUITA, H. (2007). Manual do Aluno Língua Portuguesa 7ª Classe.
Luanda: Texto Editores.
•PINTO, J. M. C. (2007). Gramática de Português para Todos. Lisboa: Plátano
Editora, SA.
•REBELO, J. (1993). Dificuldades da Leitura e da Escrita em Alunos do Ensino
básico. Lisboa: Edições Asa.
NETGRAFIA
• Imaginie. Temas de Redação. 
A educação como veículo de mudança na sociedade.
Disponível em
https://www.imaginie.com.br/enem/exemplo-de-redacao/a-e
ducacao-como-veiculo-de-mudanca-na-sociedade/772749
. Acesssado em junho de 2021.
• Brasil Escola. Como orientar os alunos com dificuldades na
leitura. Disponível em
https://educador.brasilescola.uol.com.br/sugestoes-pais-pro
fessores/como-orientar-os-alunos-com-dificuldades-na-leitu
ra.htm
. Acessado em junho de 2021
MUITO OBRIGADO

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