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Evolução de um folículo

 Em cada ciclo ovárico, enquanto as células da linha germinativa


evoluem, também as restantes formações dos folículos ovários
experimentam transformações.
 Durante a evolução de um folículo, para além da oogénese
(multiplicação, crescimento e maturação), pode salientar-se:
- multiplicação das células foliculares (crescimento)
- formação de uma zona não celular, a zona pelúcida, e torno do oócito,
constituída por glicoproteínas (é reconhecida pelo espermatozoide,
atrai-o)
- Aparecimento de cavidades, entre as células foliculares, cheias de
líquido e que acabam por se fundir numa só (cavidade folicular).
- - diferenciação do tecido ovárico que rodeia o folículo em camadas, as
tecas, tendo a teca interna uma função glandular (produz estrogénio).
Evolução de um folículo
- Na criança recém-nascida, cada oócito I está envolvido por células
foliculares, constituindo os folículos primários.
- Entre a puberdade e a menopausa, alguns desses folículos recomeçam
um processo de evolução todos os meses, no entanto, em regra,
apenas um completa a sua maturação, enquanto os outros degeneram.
- Ao aproximar-se o final da evolução de um folículo, durante o qual
houve um aumento progressivo do seu tamanho, a cavidade folicular
aumenta muito, designando-se então esse folículo por folículo maduro
ou de Graaf.
- O folículo maduro acaba por provocar uma saliência na superfície do
ovário. Por pressão da cavidade folicular sobre a parede do ovário, o
folículo rompe, bem como a parede do ovário e o oócito II, rodeado
pela zona pelúcida e por células foliculares, é libertado, sendo
recolhido pelo pavilhão da trompa de Falópio- ovulação.
Evolução de um folículo
- Após a ovulação a parede do ovário cicatriza e o folículo
experimenta modificações estruturais e bioquímicas, constituindo o
corpo amarelo ou lúteo, que degenera no fim do ciclo se não houver
fecundação.
Fase folicular (14 dias)
 Ocorre o
crescimento de
alguns folículos
primordiais,
dos quais
normalmente
um atinge a
maturação.
 Produzem-se
estrogénios.
Ovulação (ao 14ºdia)
 Por pressão da cavidade folicular sobre a
parede do ovário, o folículo rompe, bem
como a parede do ovário e o oócito II,
rodeado pela zona pelúcida e por células
foliculares, é libertado, sendo recolhido pelo
pavilhão da trompa de Falópio
Fase luteínica ( 14 dias)
 Formação do corpo amarelo ou corpo lúteo,
que regride no caso de não ocorrer
fecundação.
 Produzem-se estrogénios e progesterona.
Fase menstrual
 Caso não ocorra fecundação, o corpo lúteo atrofia,
deixando de segregar estrogénio e progesterona,
pelo que baixa a sua concentração. Ocorre então a
destruição parcial do endométrio uterino
(consequência da baixa concentração de
hormonas ováricas) visto que as células, devido à
contração dos vasos sanguíneos dessa estrutura,
deixam de receber os nutrientes necessários e
morrem. O sangue e os fragmentos do tecido são
expulsos, constituindo a menstruação.
Fase proliferativa
 Ocorre em simultâneo com a fase folicular.
Verifica-se o crescimento em espessura do
endométrio, com o desenvolvimento de
glândulas e de vasos sanguíneos, devido ao
estímulo provocado pelo aumento da taxa de
estrogénios que ocorre durante a fase
folicular.
Fase secretora
 Ocorre em simultâneo com a fase luteínica.
 Prossegue o aumento da espessura do
endométrio, bem como a atividade secretora
das glândulas nele existentes, devido à ação
conjunta dos estrogénios e da
progesterona produzidas durante a fase
luteínica.
Controlo hormonal
 O funcionamento dos sistemas reprodutores depende de mecanismos
neurológicos e hormonais.
 Os mecanismos hormonais envolvem o hipotálamo, a hipófise (ou glândula
pituitária) e as gónadas e são controlados por retroalimentação.
 A reprodução é controlada pelos sistemas nervoso e endócrino
através da interação entre o complexo hipotálamo-hipófise e as
gónadas.
 O hipotálamo encontra-se ligado ao lobo posterior da hipófise e
produz hormonas (hipotalâmicas) que estimulam a hipófise.
 A hipófise, ou pituitária, é uma glândula endócrina situada na base
do encéfalo.
 As gonadrotopinas, hormonas produzidas na hipófise, controlam a
síntese da maior parte das hormonas produzidas nas gónadas. As
hormonas segregadas pelas gónadas são de natureza esteróide e
podem ser agrupadas em três grandes grupos: androgénios,
estrogénios e progestinas produzidas quer pelo homem quer pela
mulher.
 No caso dos sistemas reprodutores a
regulação ocorre devido à interação do
complexo hipotálamo-hipófise e das gónadas
através de hormonas.
 As hormonas hipofisárias ligadas à
reprodução são:
 FSH – foliculoestimulina e
 LH – luteoestimulina
Controlo hormonal
 Hipotálamo  hormonas hipotalâmicas  hormonas de libertação –
GnRH (gonadotropin releasing hormone) – estimulam a hipófise.
 Hipófise  hormonas hipofisárias (gonadoestimulinas):
 Luteo-estimulina (LH)
 Foliculo-estimulina (FSH)

 Gónadas  hormonas de natureza esteróide, agrupadas em três


grandes grupos: androgénios, estrogénios e progestinas (tanto o
homem como a mulher produzem os três tipos de hormonas, mas em
proporções distintas).
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal no homem
 A testosterona influencia os seguintes processos/características:
GnRH – são hormonas libertadoras de gonadotrofinas; são segregadas
pelo hipotálamo; estimulam a síntese e libertação de gonadotrofinas (FSH
e LH) pela hipófise
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal no homem
Retroalimentação ou feed-back negativo
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal no homem
Controlo hormonal no homem
 Ainda durante o desenvolvimento embrionário, há
produção de testosterona, a principal hormona
masculina.
 Esta hormona é produzida pelas células de Leydig nos
testículos por ação da hormona hipofisária lúteo-
estimulina LH (hormona luteinizante , responsável pelo
desenvolvimento e diferenciação dos órgãos sexuais.
Controlo hormonal no homem
 A partir da puberdade, os níveis de
testosterona aumentam, tendo como
consequência o desenvolvimento dos órgãos
sexuais primários (aumento do tamanho do
pénis dos testículos, das vesículas seminais,
da próstata e dos epidídimos) e dos caracteres
sexuais secundários (aumento da pilosidade,
mudança de voz, aumento da massa muscular
e crescimento em geral) e início da
espermatogénese.
Controlo hormonal no homem
 A espermatogénese durará de forma ininterrupta o resto
da vida e os níveis de testosterona no sangue são
regulados pelo funcionamento do complexo hipotálamo-
hipófise, num mecanismo de retroacção negativa (do
inglês negative feedback). As hormonas
gonadotrópicas, segregadas pela hipófise, regulam o
funcionamento testicular, quer ao nível da
espermatogénese quer da produção de testosterona.
Controlo hormonal no homem
 Destas hormonas destacam-se a folículo-
estimulina, FSH (do inglês folicle-stimulating
hormone) e a LH. O hipotálamo, por seu
lado, produz as designadas hormonas de
libertação, RH ou GnRH (do inglês releasing
hormone ou gonadotropin-releasing
hormone), que atuam na hipófise
estimulando a produção da FSH e LH.
Controlo hormonal no homem
 Este mecanismo de retroação negativa é induzido
quando a testosterona atinge concentrações
elevadas no sangue, reduzindo ou inibindo a
libertação de GnRH pelo hipotálamo, que por sua
vez fará diminuir a produção, na hipófise, de LH e
FSH.
 A redução dos níveis destas hormonas no sangue
faz diminuir a secreção de testosterona, o que
leva a um novo aumento de produção de GnRH.
 Nas células de Sertoli é produzida a inibina, que participa no
controlo da produção hormonal do complexo hipotálamo-
hipófise.
 Níveis elevados desta hormona inibem o funcionamento
do hipotálamo, diminuindo a produção de GnRH e,
consequentemente, a produção das hormonas hipofisárias,
FSH e LH, reduzindo os níveis de testosterona no sangue.
 Os níveis hormonais no sangue são mantidos relativamente
constantes através dos mecanismos de retroação
permitindo um funcionamento equilibrado do sistema
reprodutor masculino.
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal no homem
1- Os neurónios do
hipotálamo libertam GnRH
para a hipófise.
2- Em resposta ao aumento
de concentração de GnRH,
a hipófise anterior segrega
duas hormonas
gonadotrópicas: LH e FSH.
3- A LH estimula as células de
Leydig dos testículos a
produzir androgénios,
nomeadamente
testosterona.
4- A FSH ativa indiretamente a espermatogénese: liga-se às células de Sertoli estimulando-
as; estas atuam como intermediárias entre a testosterona e as células da linha germinativa.
5- A testosterona estimula o desenvolvimento dos caracteres sexuais e a produção de
espermatozoides.
6- Níveis elevados de testosterona inibem a secreção de GnRH pelo hipotálamo e,
consequentemente, fazem baixar as concentrações de LH e FSH, através de um
mecanismo de retroalimentação negativa.
O sistema genital da
mulher é caraterizado
por um
funcionamento cíclico
que se inicia na
puberdade e termina
na menopausa.
Em cada ciclo ocorre
uma série de
transformações no
útero e nos ovários,
perfeitamente
sincronizadas.
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher
 Puberdade

Aumento da atividade do Aumento da produção de


complexo hipotálamo-hipófise. GnRH, FSH e LH.

Desenvolvimento dos Maior produção de


carateres sexuais estrogénio e
secundários. progesterona.
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher
 Ciclo sexual feminino (duração média de 28 dias) – padrão rítmico de
alterações mensais nas taxas de secreção das hormonas femininas e
alterações nos ovários (ciclo ovárico) e no útero (ciclo uterino).
 Os ciclos sexuais iniciam-se na puberdade e, por convenção, o 1º dia do
ciclo sexual feminino é o 1º dia de menstruação.
 O controlo do ciclo sexual feminino envolve mecanismos de
retroalimentação negativa e positiva, com a participação das seguintes
hormonas:
 GnRH
 FSH e LH (vão atuar nos ovários)
 Estrogénio e progesterona (atuam no endométrio e são responsáveis
pelo desenvolvimento de características femininas)
 Estas hormonas coordenam os ciclos ovárico e uterino de modo a que,
mensalmente se verifique: (1) a libertação de um oócito pelos ovários; (2) a
preparação do endométrio uterino para a implantação do embrião.
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher – ciclo ovárico
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher – ciclo uterino
Gametogénese e fecundação
Controlo hormonal na mulher
Controlo hormonal
Hormona Local de Local de atuação Efeitos
produção
GnRH Hipotálamo Hipófise anterior • Estimula a libertação de FSH e de LH.

FSH Hipófise Tubos seminíferos • Espermatogénese.


anterior Folículos ováricos • Estimula a maturação dos folículos
ováricos.
LH Hipófise Células de Leydig • Aumento da síntese e secreção de
anterior Folículos ováricos testosterona.
• Maturação final dos folículos ováricos;
ovulação; formação do corpo lúteo.
Testosterona Testículo A maioria dos tecidos • Promove o desenvolvimento e a
(células de manutenção das características
Leydig) masculinas.
• Espermatogénese.
Estradiol Folículo A maioria dos tecidos • Promove o desenvolvimento e maturação
(estrogénio) ovárico e das características femininas.
corpo lúteo • Maturação dos oócitos; proliferação do
endométrio feminino.
Progesterona Corpo lúteo Útero e glândulas • Manutenção da secreção uterina;
mamárias estimula a formação dos ductos
mamários.
Encontro de gâmetas e fecundação
 A fecundação, na espécie humana, é interna e ocorre,
normalmente, no 1º terço das trompas de Falópio.
 Para que ocorra fecundação tem de haver um comportamento
sexual que permita o encontro de um gâmeta ♂ com um gâmeta
♀.
 A sexualidade humana é caracterizada por uma série de estímulos
e respostas, muitas vezes condicionadas por fatores diversos 
objetivo: união das células gaméticas.
 A cópula permite que o esperma seja depositado no trato genital
feminino.
 Para que o espermatozoide consiga penetrar no oócito II tem de
ultrapassar algumas barreiras:
 Secreções produzidas pela vagina e pelo colo do útero (muco mais ou menos
viscoso);
 Zona pelúcida e membrana celular do oócito II.
Encontro de gâmetas e fecundação
 Reação acrossómica

 ligação de glicoproteínas
específicas da zona pelúcida com
moléculas de reconhecimento
existentes na cabeça do
espermatozoide;
 fusões entre a membrana externa
do acrossoma e a membrana
plasmática;
 libertação de enzimas proteolíticas;
 fusão entre a membrana do
espermatozoide e a membrana do
oócito II.
Encontro de gâmetas e fecundação
 Fecundação

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