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Vigilância

Epidemiológica
da Hanseníase
Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças
em Eliminação
cghde@saude.gov.br
O que é Vigilância Epidemiológica?

É a coleta, comparação, análise e interpretação


sistemática de dados e a disseminação da
informação a quem necessita conhecê-la para que
a ação possa ser tomada.

É um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a


detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos
(Lei 8.080/90)
Funções da Vigilância Epidemiológica

· coleta de dados

· processamento dos dados

· análise e interpretação dos dados

· recomendação de medidas apropriadas

· promoção das ações indicadas

· avaliação da eficácia das medidas de controle

· divulgação de informações pertinentes


VIGILÂNCIA EPIDEMIOLOGICA DA
HANSENÍASE

1 – DESCOBERTA DE CASOS:
 É feita por meio de:

-Detecção Ativa (investigação epidemiologica


de contatos, inquéritos e campanhas)

-Detecção Passiva (demanda espontânea,


encaminhamento)

Caso Novo – caso de hanseníase que não


recebeu qualquer tratamento específico
Definição de Caso

Quando uma pessoa apresenta um ou mais dos seguintes sinais


cardinais e que necessita de tratamento poliquimioterápico:

a) lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração da


sensibilidade térmica e/ ou dolorosa e/ou tátil; ou

b) Comprometimento do nervo periférico, geralmente


espessamento, associado a alterações sensitivas e/ou
motoras e/ou autonômicas; ou

c) presença de bacilos M. leprae, confirmada na


baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia
de pele.

Obs.: a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico de hanseníase.


NOTIFICAÇÃO:
• Hanseníase é doença de notificação compulsória
em todo território nacional e de investigação
obrigatória.

 Cada caso deve ser notificado através da ficha


de notificação/investigação do Sistema de Informações
de Agravo de Notificação (SINAN), e enviado ao órgão de
vigilância epidemiológica hierarquicamente superior,
segundo fluxo e periodicidade estabelecidos na UF.

SINANW

SINANNET
€
26 09 2011
Recife

Unidade 23 09 2011

Patrono da Silva Xavier 1 6 0 8 1 9 72


M 6 1
39 4
6

Petrolina da Silva Xavier

Petrolina

€€
 10
Professor

4 2 0

0
1

2
23 09 2011
04


Investigação Epidemiológica
Investigação epidemiológica é um trabalho de
campo, realizado a partir de casos notificados
(clinicamente declarados ou suspeitos) e seus
contatos, que tem por principais objetivos:

• identificar a fonte de infecção e o modo de


transmissão;

• os grupos expostos a maior risco e os fatores de


risco;

• bem como confirmar o diagnóstico e determinar as


principais características epidemiológicas.

O seu propósito final é orientar medidas de controle


para impedir a ocorrência de novos casos.
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLOGICA PARA DIAGNOSTICO
PRECOCE DE CASOS

• Atendimento da demanda espontânea.


• Busca ativa de casos novos.
• Vigilância de contatos.

CENTRO DE SAÚDE

MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase


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Contatos
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Considera-se contato domiciliar toda e qualquer
pessoa que resida ou tenha residido com o
doente de hanseníase, no âmbito domiciliar, nos
últimos 5 anos anteriores ao diagnostico da
doença, podendo ser familiar ou não.

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MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase
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
Contatos
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Contato social é qualquer pessoa que conviva ou
tenha convivido em relações sociais (familiares
ou não), de forma próxima e prolongada com o
caso notificado.

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MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase

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Contatos 
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
Os contatos sociais, vizinhos, colegas de trabalhos e de
escola, entre outros, devem ser investigados de acordo
com o grau e tipo de convivência, ou seja, aqueles que
tiveram contato muito próximo e prolongado com o
paciente não tratado.

Atenção especial deve ser dada aos contatos familiares do paciente


(pais, irmãos, avós, tios etc.).
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MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase 
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Contatos 
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Recomenda-se a avaliação dermatoneurológica pelo
menos uma vez ao ano, por pelo menos cinco anos, de
todos os contatos domiciliares e sociais que não foram
identificados como casos de hanseníase na avaliação
inicial, independente da classificação clinica.

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MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase
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Contatos 
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Investigação de contatos consiste em:

• Anamnese dirigida aos sinais e sintomas da hanseníase


• Exame dermatoneurologico de todos os contatos
• Vacinação BCG para os contatos sem presença de sinais
e sintomas de hanseníase no momento da investigação

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MS/SVS/DVDT/CGHDE - Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase
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Governo do Estado do Amazonas
FUNDAÇÃO "ALFREDO DA MATTA" - FUAM
PROGRAMA DE HANSENÍASE
FICHA DE CONTROLE DE CONTATOS
MUNICÍPIO:
UNIDADE DE SAÚDE:
Nº REGISTRO NO SINAN: Nº DO PRONTUÁRIO:
NOME:

Exame Dermatológico
Grau de Cictriz BCG
Nome dos Contatos Idade
Parentesco Resul Resul Resul Resul Resul BCG DATA
Ano tado Ano tado Ano tado Ano tado Ano tado

1- ___/___/___
2- ___/___/___
3- ___/___/___
4- ___/___/___
5- ___/___/___
6- ___/___/___
7- ___/___/___
8- ___/___/___
9- ___/___/___
10- ___/___/___
11- ___/___/___
12- ___/___/___
PROFISSIONAL:
Obs: Deverão ser considerados contatos todas as pessoas que RESIDAM ou tenha RESIDIDO, CONVIVA OU tenha CONVIVIDO com o doente nos últimos cinco anos
anteriores ao diagnostico
Resultado: N - sem sinais/sintomas de hanseníase, S - suspeito de hanseníase, C - caso de hanseníase
BCG : Sem cicatriz ou com uma cicatriz de BCG prescrever uma dose. Com duas cicatrizes de BCG não prescrever nenhuma dose. MOD. FUAM-231
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DE CONTATOS

A vacina BCG-ID deve ser aplicada nos contatos examinados sem


presença de sinais e sintomas de hanseníase independente da
classificação operacional do caso índice.

Após o exame, se o contato for considerado não doente,


deve-se avaliar cicatriz de BCG e seguir as orientações
abaixo:
CICATRIZ VACINAL CONDUTA

Ausência de Cicatriz BCG Uma Dose

Uma Cicatriz de BCG Uma Dose

Duas Cicatrizes de BCG Nenhuma Dose

Fonte: Brasil, 2008


DADOS DE ACOMPANHAMENTO

BOLETIM DE ACOMPANHAMENTO DE CASOS – SINAN

Este Boletim deve ser atualizado os dados


de:
data de ultimo comparecimento,
número de contatos examinados,
número de doses supervisionadas,
avaliação do grau de incapacidade na alta,
tipo da alta
data da alta
BOLETIM DE ACOMPANHAMENTO - HANSENÍASE
TIPOS DE DESENLACE POSSÍVEIS NO MOMENTO
DA AVALIAÇÃO DO RESULTADO DO TRATAMENTO

• Cura: 6 doses tomadas em até 9 meses para os pacientes


PB e 12 doses tomadas em até 18 meses para os MB.

• Óbito

• Transferência: saída do paciente da esfera de


responsabilidade da base geográfica que definiu a coorte.

• Abandono: pacientes PB que não compareceram ao


tratamento por mais de três meses
pacientes MB que não compareceram ao
tratamento por mais de seis meses.
Coleta de dados
Ficha de notificação
Lembrete:
Crítica dos Dt. Not.
dados deve ser
antes da na mesma
digitação!!! SE do
diagnóstic
o

Lembrete:
TODOS os
campos
preenchido
s!!!

http://
portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hanseniase/Ha
nseniase_v5_instr.pdf
Coleta de dados
Ficha de investigação
Lembrete: Lembrete:
TODOS os Crítica dos
campos dados
preenchido antes da
s!!! digitação!!!
Dt. Início
trat.
deve ser
no
mesmo
dia da
data do
diag.

http://
portalsinan.saude.gov.br/images/documentos/Agravos/Hanseniase/Ha
nseniase_v5_instr.pdf
Coleta de dados
Boletim de Acompanhamento
Lembrete:
Crítica dos
dados
antes da
digitação!!
!

Emissão e atualização mensal pelo menu NOTIFICAÇÃO!!


Coleta de dados
Fluxo da informação - município

Preenchimento – Distrito Sanitário


UBS • Crítica e digitação no
• FIN (semanal) e BA Sinan
(mensal) • Emissão do BA
• Manual e/ou Sinan

Vigilância municipal
Transferência para • Crítica e digitação no
outros níveis Sinan
• Emissão do BA
Duplicidades

• Objetivos:
• Qualificar as ações de vigilância da hanseníase:
• Obtenção de dados reais para cálculo dos indicadores;
• Acompanhamento dos pacientes nos serviços de saúde;
• Correção de dados.
• A identificação de duplicidades deve ser realizada em todos os níveis;

• O sistema seleciona registros possivelmente duplicados utilizando como


critério padrão os seguintes campos:
• Nome/ sobrenome (último nome do paciente);
• Data de nascimento;
• Sexo;
• Nome do paciente (nome completo do paciente);
• Idade;
• Nome da mãe;
• Pesquisa fonética.
Duplicidades

• Duplicidade Verdadeira

• Pessoas: =

• Unidade de Saúde: =
• Modo de entrada: =
• Tratamentos: =
• Procedimento: Complementar a 1ª com dados da 2ª e EXCLUIR a 2ª ficha

• Duplo Registro
• Por transferência:

• Pessoas: =

• Unidade de saúde/Município/Regional: ≠
• Modo de entrada: = (ajustar) ou ≠
• Tratamentos: =
• Procedimento: Vincular os registros no 1º nível informatizado. Permanece no banco apenas
uma ficha de notificação, a mais antiga, e o acompanhamento da ficha mais recente.
Duplicidades
Importante: deve ser
solicitado à 1ª unidade de
• Vinculação no mesmo município saúde que notificou o caso
novo, para registrar saída
por transferência (2) e à 2ª
unidade de saúde para
• Pessoas: =
1 2 notificar o caso com o
• Unidade de saúde/Município ª ª modo de entrada

transferência (2).

Notificação/Inve Notificação/Inve
Notificação/Inve
s-tigação s-tigação
s-tigação

Acompanhament Acompanhament Acompanhament


o o o
Duplicidades
Importante: deve ser
solicitado ao 1º município
• Vinculação entre municípios que notificou o caso novo,
para registrar saída por
transferência (3) e ao 2º
• Pessoas: = município para notificar o
1 2 caso com o modo de entrada
• Regionais/Estado: º ≠ º transferência (3).

Notificação/Inve Notificação/Inve Notificação/Inve


s-tigação s-tigação s-tigação

Acompanhament Acompanhament Acompanhament


o o o
Duplicidades

• Duplo Registro
• Por Recidiva ou Outros Reingressos

• Pessoas: =

• Unidade de Saúde/Município/Regional: = ou ≠
• Modo de entrada: = ou ≠, exceto casos novos
• Tratamentos: ≠
• Procedimento: Não listar

• Por Homônimos:

• Pessoas: ≠

• Unidade de saúde/Município/Regional: = ou ≠
• Procedimento: Não listar
Duplicidades

• ATENÇÃO!!!!!!
• Ao procedimento incorreto:
• Excluir o registro resultante da vinculação e redigitar os dois registros
originais.

• As Secretarias Municipais de Saúde (SMS) deverão vincular as


notificações dos casos transferidos para as unidades de saúde do
mesmo município;
• As Regionais de Saúde deverão vincular as notificações dos casos
transferidos para as unidades de saúde de municípios pertencentes à
mesma regional;
• As Secretarias Estaduais de Saúde (SES) deverão vincular as
notificações dos casos transferidos para as unidades de saúde de
municípios pertencentes a diferentes regionais ou diferentes
municípios, quando não tiver regional;
Duplicidades X Indicadores

Boletim de acompanhamento de hanseníase


Consistências

• Análises:

• Faixa etária X Ano Diagnóstico


• Classificação Operacional X Esquema Terapêutico Inicial
• Classificação Operacional X Baciloscopia
• Classificação Operacional Atual X Esquema Terapêutico Atual
• Contato Registrado X Contato Examinado
• Avaliação GIF Cura x Tipo Saída Cura
Completitude

• Campos essenciais:
• Notificação/investigação:
• Avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico (cuidado)
• Esquema terapêutico inicial (cuidado)
• Número de contatos registrados (vigilância)

• Acompanhamento:
• Data do último comparecimento (cuidado)
• Classificação operacional atual (vigilância)
• Esquema terapêutico atual (cuidado)
• Número de doses supervisionadas recebidas (cuidado)
• Episódio reacional durante o tratamento (cuidado/previsão de
medicamentos)
• Número de contatos examinados (vigilância)
• Avaliação de incapacidade física no momento da cura (cuidado)
• Tipo de saída (vigilância)
• Data da alta (obrigatório quando tipo de saída preenchido)
Planejamento das Rotinas de Vigilância Epidemiológica da Hanseníase

Cronograma
Rotina Periodicidade Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
1. Análise da completitude                          
Forma Clínica X Class Opera Not                          
Class Opera Not X Esq Terap Inicial                          
Form Clin Notif X Baciloscopia                          
2. Análise da consistência Form Clin Notif X Aval Incap Notif                          
Contato Registrado X Contato  
Examinado                        
Aval GI Cura x Tipo Saída Cura                          
3. Análise das Duplicidades                          
4. Atualização do Boletim de Acompanhamento                          
E-SUS                          
5. Relacionamento de dados SIM/Sinan
SIH/Sinan                          
Casos em menores 15 anos                          
Casos em menores 15 anos com GIF  
2                        
Recidivas                          
6. Investigação Falência por resistência  
medicamentosa                        
Casos transferidos que não constam  
no relatório de duplicidade                        
Contatos                          
7. Monitoramento do encerramento dos casos                          
8. Análise epidemiológica e operacional (cálculo e análise dos indicadores)                          
9. Supervisão às unidades de saúde                          
10. Retroalimentação (Boletim epidemiológico)                          
Vamos pensar em como posso melhorar as
Ações de Hanseníase em meu Município

1- busca de casos novos para o diagnostico oportuno


2- aumentar a cobertura de exames de contatos nos
municípios de vocês
3- alta cura
4 – Sistema de Informação

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