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O QUE SÃO AS EXÉQUIAS?

COMPREEDENDO A LUZ DA FÉ!


Significado de Exéquias
• Funerais; cerimônias prestadas aos mortos.
• Orações com o auxílio das quais a comunidade cristã acompanha e
homenageia seus mortos.

A palavra exéquias provém do verbo latino exsequi, que significa


“seguir” e refere-se ao cortejo fúnebre que segue o corpo do defunto
até o túmulo.

As exéquias são uma celebração da liturgia da Igreja Católica,


destinada aos fiéis defuntos.
De acordo com o Livro de ritual das exéquias, na celebração das
exéquias “a Igreja oferece pelos defuntos o Sacrifício Eucarístico,
memorial da Páscoa de Cristo, eleva orações e faz sufrágios por eles,
para que, pela comunhão de todos os membros de Cristo, todos
aproveitem os frutos desta liturgia: auxílio espiritual para os
defuntos, consolação e esperança para os que choram a morte.”
O Catecismo da Igreja fala que o ritual romano recomenda que sejam
feitos três tipos de celebrações exéquias, em três lugares ao qual o
corpo do defunto irá passar: a casa do fiel, a igreja e o cemitério.

O livro do rito exequial faz alguns adendos importantes, ele diz que “a
celebração da Missa exequial é proibida somente no Tríduo Pascal,
nas solenidades de preceito e nos domingos do Advento, da Quaresma
e da Páscoa”. Além disso, “O rito da Última Encomendação e
Despedida só se pode efetuar na própria celebração exequial, na
presença do cadáver”.
O que é a Pastoral da Esperança?
A Pastoral da Esperança, situa-se no contexto de uma igreja
comprometida com o serviço aos mais sofridos da sociedade, atuando
nesses momentos de grande dor para as pessoas.

“A missão é levar consolo aos enlutados, por meio da presença


confortadora do Cristo Ressuscitado. Essa é a motivação da
articulação da Pastoral da Esperança na que nasce do empenho da
Igreja em valorizar a atuação dos ministros leigos nas diversas
realidades”.
Onde acontecem as exéquias?
A Celebração das Exéquias, aqui no Brasil, acontece, frequentemente,
em três lugares: o velório na casa da família ou lugar público, onde os
parentes recebem os amigos do falecido; o cemitério, onde se sepulta o
corpo do falecido e a Igreja onde se celebra as exéquias, missa do 7º
dia, 30º dia e 1 ano de falecimento.
Nesses três lugares, muitos cristãos escutam a Palavra de Deus,
especialmente os Evangelhos, e rezam.

A Palavra nos transmite o sentido da morte para o cristão, como


acima lembrado.

E a oração expressa a nossa fé na “comunhão dos santos”.

“Santos” são os santificados pelo batismo, que procuram viver


sua fé de maneira coerente.
A morte não nos separa dos falecidos: nós permanecemos “em
comunhão” com eles. Eles estão em Deus e rezam por nós; e vice-
versa.

Nos três lugares das exéquias, nós cristãos somos chamados a ser
missionários, quer dizer, anunciadores da morte-ressurreição de
Cristo, que dá um novo sentido à vida e à morte.

As exéquias são, pois, um “momento de graça” para renovar a nossa


fé e para proclamá-la.
O que significa a palavra cemitério?
A origem da palavra “cemitério”, na língua grega koimeterion
(κοιμητήριον) significa “lugar de repouso”, dormitório. Sim, mas quem vai
dormir, depois do descanso, levanta. E nós levantaremos, no dia da
ressurreição: para viver com Cristo, que destruirá a morte para sempre. A
palavra “cemitério” aponta, pois, para o sentido profundamente cristão da
morte.
O que é a ressurreição dos mortos?
A ressurreição dos mortos é uma doutrina ensinada claramente na Bíblia
relacionada ao estágio final da obra da redenção. Na verdade, a doutrina
da ressurreição expressa a grande base da esperança futura do cristão.
No Antigo Testamento:
Isaías 26,19: Que os vossos mortos revivam! Que seus cadáveres
ressuscitem! Que despertem e cantem aqueles que jazem sepultos, porque
vosso orvalho é um orvalho de luz e a terra restituirá o dia às sombras.

Daniel 12,2: Muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, uns


para uma vida eterna, outros para a ignomínia (desonra), a infâmia eterna.
O que Jesus disse:
Jo 5, 25: Em verdade, em verdade vos digo: vem a hora, e já está aí, em
que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.

Jo 6,39-40: Ora, esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não deixe
perecer nenhum daqueles que me deu, mas que os ressuscite no último dia.
Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê,
tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.
O que Paulo disse:
1 Coríntios 15,51-52: Eis que vos revelo um mistério: nem todos
morreremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir
e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará).
Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
O que Paulo disse:
1 Tessalonicenses 4,13-16: Irmãos, não queremos que ignoreis coisa
alguma a respeito dos mortos, para que não vos entristeçais, como os
outros homens que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e
ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele
morreram. Eis o que vos declaramos, conforme a palavra do Senhor:
por ocasião da vinda do Senhor, nós que ficamos ainda vivos não
precederemos os mortos. Quando for dado o sinal, à voz do arcanjo e
ao som da trombeta de Deus, o mesmo Senhor descerá do céu e os que
morreram em Cristo ressurgirão primeiro.
O que a Igreja diz:
CIC §989: Cremos firmemente - e assim esperamos - que, da mesma
forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para
sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para
sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último
dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da
Santíssima Trindade: Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus
dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus
dentre os mortos dar vida também aos vossos corpos mortais,
mediante o seu Espírito que habita em vós (Rm 8,11).
O que é o Céu?
O Céu é a morada de Deus. Isso significa que o Céu é o lugar onde a
presença de Deus habita de forma especial e de onde Ele governa
todas as coisas.

O Céu é o objetivo de toda nossa vida!


O céu é um lugar, não apenas um estado da alma
“O céu não é apenas um estado, é um lugar. O céu, em certo sentido, é
um lugar”. Quando Jesus estava falando disso com os apóstolos na
última ceia (Jo 14, 2: Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não
fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar.).

Em certo sentido, o céu é um lugar. “Não um lugar no sentido das


dimensões espaço-temporais que conhecemos. É um mistério”.
O céu é o lugar da perfeita alegria.
“Nosso coração sempre tem desejo da plenitude”. “Nunca vamos
preencher o desejo humano. Você pode ter o mundo inteiro e ainda
assim vai ter um buraco no coração necessitado de plenitude. O céu é
o lugar onde tudo isso é preenchido por Deus”.
É um lugar permanente, durará para sempre
Isso também é dito por São Paulo na segunda carta aos coríntios:
2 Cor 5, 1: Sabemos, com efeito, que ao se desfazer a tenda que
habitamos neste mundo, recebemos uma casa preparada por Deus e
não por mãos humanas, uma habitação eterna no céu.

“Isso nunca vai acabar. A Vida eterna, nós a chamamos assim, porque
ela é definitiva. Às vezes perguntamos como Deus não acabou com o
sofrimento. Ele vai acabar sim, não aqui nessa vida, mas na outra
vida”.
É um lugar reservado só para Deus e para sua
família
O céu “não é um parque público que entra todo mundo. É
propriedade privada. Você tem que ser convidado para entrar no
céu”.
É difícil entrar no céu?
“Deus não condena ninguém”. “É uma escolha que nós fazemos e
Deus respeita nossa liberdade. Assim como existe o céu, e nós
podemos ir ao céu e ter essa alegria infinita por toda a eternidade com
Deus, nós também podemos perder a única oportunidade de entrar no
céu que vai acontecer ao final de nossa vida, e nunca mais poder
entrar. A condenação é por toda a eternidade”.
O que é o inferno?
A palavra inferno é de origem latina e significa “profundezas”. Essa
palavra não aparece originalmente na Bíblia, mas foi utilizada para
traduzir quatro termos originais nas Escrituras, sendo eles: Sheol,
Hades, Gehenna e Tártaro.

O inferno é um lugar de intenso sofrimento que, segundo a Bíblia,


serve de habitação para todos aqueles que foram condenados ao
castigo eterno.
O que é o inferno?
A Bíblia se refere ao inferno tanto em seu estado atual, onde os ímpios
já estão sob tormento enquanto aguardam a ressurreição de seus
corpos, como em seu estado final (também chamado de “lago de
fogo”), onde os ímpios juntamente com o diabo e seus anjos serão
eternamente castigados após o julgamento final.

Mateus 8,12: ...enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas


exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.
O que é o purgatório?
1. que purga, limpa, purifica; purificatório, expiatório.
2. Teologia: lugar onde as almas dos que cometeram pecados leves
acabam de purgar suas faltas, antes de ir para o paraíso.
CIC 1030: Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não
de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem
depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade
necessária para entrar na alegria do céu.

CIC 1031: A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos


eleitos, que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. A
Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao Purgatório
sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A
Tradição da Igreja, referindo-se a certos textos da Escritura (624) fala
dum fogo purificador:
“Pelo que diz respeito a certas faltas leves, deve crer-se que existe,
antes do julgamento, um fogo purificador, conforme afirma Aquele
que é a verdade, quando diz que, se alguém proferir uma blasfémia
contra o Espírito Santo, isso não lhe será perdoado nem neste século
nem no século futuro (Mt 12, 32). Desta afirmação podemos deduzir
que certas faltas podem ser perdoadas neste mundo e outras no
mundo que há-de vir”.
Deve-se rezar pelos mortos?
2 Mac 12,44-46: Porque, se ele não julgasse que os mortos
ressuscitariam, teria sido vão e supérfluo rezar por eles. Mas, se ele
acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem
piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; eis por que
ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de
suas faltas.
Porque celebrar missa de 7º dia, 30º dia e 1 ano de
falecimento?
Gn 50,10: Chegando à eira de Atad, além do Jordão, fizeram uma
grande e solene lamentação, e José celebrou, em honra de seu pai, um
pranto de sete dias.

Dt 34,8: Os israelitas choraram-no durante trinta dias nas planícies


de Moab; e, passado esse tempo, acabaram-se os dias de pranto
consagrados ao luto por Moisés.
Por que ajudar uma família enlutada?
Rm 12,15: Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que
choram.
Símbolos e ritos nas exéquias:
Cor Roxa:
a cor roxa dos paramentos litúrgicos expressa a misericórdia;

A posição do corpo na igreja*:


Se leigo com o rosto voltado para o altar, se padre ou bispo com o
rosto voltado para o povo, pois foi esta a posição durante as
celebrações dos sacramentos.
Símbolos e ritos nas exéquias:
Círio Pascal:
O “círio pascal” lembrando o Cristo ressuscitado.

A Cruz:
A cruz recorda que a morte de Cristo é paradigma da morte do
cristão.
Símbolos e ritos nas exéquias:
Bíblia:
A bíblia mostra que a Palavra de Deus foi luz para os pés daquele que
acaba de chegar no fim de sua peregrinação terrena. A Palavra de
Deus, está acima das orações e outros ritos, pois assegura a dimensão
pascal.

Flores:
As flores falam dos sentimentos dos familiares, das pessoas amigas do
defunto e de todos os enlutados. Expressam participação na dor e no
luto e, ao mesmo tempo, indicam esperança de vida.
Símbolos e ritos nas exéquias:
Água Benta: A água benta e sua aspersão lembra o batismo que nos
faz entrar na dinâmica pascal e participar da paixão, morte e
ressurreição do Senhor. Assim como no batismo os familiares
traçaram o sinal da cruz na fronte da criança, agora todos são
convidados a fazer a mesma coisa sobre o corpo do que morreu,
enquanto o aspergem.

Procissões: As procissões recordam que todos vivemos como


peregrinos nesta terra e que a morte é também uma viagem para a
eternidade.
Dúvidas ou sugestões?
Deus nos abençoe!

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