Você está na página 1de 21

Títulos de

Créditos

CONTRATOS
EMPRESARIAIS
Contratos Empresariais

Para Ricardo Negrão (2015, p.222):


“Contrato é o negócio jurídico que envolve duas ou mais
partes contratantes que, por essas características, é
classificado como contratos bilaterais e contratos
plurilaterais. No contrato, as partes (sempre mais de uma)
manifestam, de forma convergente, sua vontade visando à
realização de um determinado negócio jurídico”.

O contrato será empresarial quando todas as partes forem


empresárias, ou seja, nos termos do art. 966 do Código Civil,
quando  exercem profissionalmente atividade econômica
organizada para produção ou circulação de bens ou serviços.
princípios dos contratos empresariais

Autonomia da Vontade:
Trata-se do direito que as partes têm de contratar da
maneira que melhor lhes provier. Sabemos que, nos
dias atuais, a autonomia não é absoluta, tendo as
partes que respeitar a ordem pública, a moral e os
bons costumes.
Relatividade dos pactos:
O contrato produz efeitos apenas em relação às partes
contratantes.
Função Social:
Considerando que alguns contratos
podem gerar efeitos em terceiros, já que
as relações jurídicas manifestam-se
dentro de um contexto social, os
contratantes devem agir de forma a
respeitar os interesses sociais que
possam ser afetados pelo contrato.
Força obrigatória:
Este princípio impõe àquele que contratou permanecer
sob o contrato vinculado até que se cumpra o que restou
estabelecido.

Boa-fé Objetiva:
Este princípio possui três funções: (i) função
interpretativa, as cláusulas contratuais são interpretadas
em harmonia com o que as partes pretendem com o
contrato; (ii) função restritiva, pois cria limites para o
exercício do direito das partes, devendo estar atentas aos
bons costumes, ao seu fim econômico ou social; e (iii)
função de criar deveres anexos, como o dever de
cooperação, lealdade, proteção e cuidado.
Os contratos empresariais podem ser classificados em contratos de sociedade,
contratos de intercâmbio e contratos de colaboração. Explore a galeria e veja
as principais características de cada um deles.

Contratos de sociedade

São aqueles utilizados para a formação de sociedades


empresarias que visam à união de esforços para atingir
uma finalidade comum.
Contratos de intercâmbio

São aqueles em que os interesses dos empresários


são divergentes e opostos, sendo o interesse a
maximização do seu próprio benefício.

São contratos que possibilitam a composição dos


interesses divergentes entre as partes, tais como a
compra e venda mercantil, em que o comprador quer
pagar o menor valor possível e o vendedor quer
vender pelo maior valor possível. A composição
ocorre quando as duas partes se sentem satisfeitas
com o valor acordado.
Contratos de colaboração

Também chamados de híbridos, porque ao mesmo tempo


possui características dos contratos de intercâmbio e de
sociedade. Isso porque, muito embora diferentes
empresas tenham interesses opostos, pode haver
interesse e uma colaboração mútua que contribua com a
atividade uma da outra.

Outra característica do contrato de colaboração é o fato


de serem de trato continuado, ou seja, se estendem no
tempo, enquanto os contratos de intercâmbio se
exaurem.
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
MERCANTIL/EMPRESARIAL
Para Caio Mário da Silva Pereira (2012, p. 146):
“Compra e venda é o contrato pelo qual uma das partes se
obriga a transferir a propriedade de uma coisa à outra,
recebendo em contraprestação determinada soma em dinheiro
ou valor fiduciário equivalente”.

Tal qual uma compra e venda comum, nesse contrato uma


pessoa se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa,
tendo direito, em contrapartida ao valor estipulado pelas partes
da referida coisa. A distinção entre a compra e venda comum
pode ser feita pelo aspecto:
(i) das partes, já que ambas necessariamente serão
empresárias.
(ii) de a coisa ser utilizada pelo empresário no exercício de sua
atividade.
ELEMENTOS
Consentimento
O consentimento deverá ser expresso,
e as partes devem chegar a um
consenso em relação ao objeto e ao
preço a ser pago por ele.

Preço
O preço a ser pago deve ser em dinheiro e
em quantia suficiente, não podendo ser
irrisório, sob pena de caracterizar outro
tipo de contrato.
Coisa/Objeto
O objeto deve ser algo determinado ou determinável, que
esteja disponível, podendo ser tanto bens tangíveis como
intangíveis, como marca, patentes, etc.

É possível que as partes celebrem a compra e venda de


coisa futura, ou seja, na data de celebração do contrato, a
coisa ainda não existe, mas o vendedor tem condições de
adquiri-lo ou produzi-lo para o cumprimento do contrato.
CARACTERÍSTICAS
CONTRATO DE FRANQUIA
O modelo de franquias tem crescido muito nos últimos
anos, com os mais variados tipos de negócio, como
alimentação, escolas de idiomas, mercados, entre tantos
outros.
Para garantir os direitos e deveres dos envolvidos no
negócio, é necessário que haja um contrato que defina
claramente seus papéis.
O objeto deste contrato pode ser verificado pela análise
do art. 2º da Lei nº 8.955/94.
Por este contrato, o franqueador licencia por certo tempo
a utilização da sua marca e/ou patentes pelo franqueado,
prestando-lhe ainda serviços de organização empresarial,
como a forma de preparação dos produtos, organização
do estabelecimento, atendimento ao cliente, etc.

É possível perceber a existência de duas figuras centrais


neste contrato:
Franqueador - titular da marca com exclusividade de
exploração da marca.
Franqueado - pessoa que utilizará a marca ou produto e
pagará ao franqueador por isso.
Tanto o franqueador como o franqueado possuem
direitos e deveres que devem ser observados

Franqueador Franqueado

Oferece: licença de uso de direitos de Recebe, para expansão de sua empresa,


propriedade industrial, distribuição de esses recursos.
produtos ou serviços, tecnologia para
implantação e administração da empresa Paga remuneração (royalties) ao
e sistema operacional adequado à franqueador.
atividade.
Obriga-se a respeitar certas regras
Recebe remuneração (royalties) do fixadas pelo franqueador, durante o
franqueado. período de franquia.
Espécies de Contratos de Franquia
Na franquia industrial, o franqueador se obriga a auxiliar o
franqueado na construção de uma unidade industrial,
informando-lhe sobre sua tecnologia e licenciando sua marca
por meio de toda a assistência técnica necessária.

Na franquia de comércio, há a venda de produtos do


franqueador pelo franqueado. Compete ao franqueador a
criação de novos métodos de comercialização e criação.

Na franquia de serviços, compete ao franqueado produzir e


vender as prestações de serviço do franqueador, que tem por
objetivo atingir certos tipos de cliente.
Um exemplo conhecido de todos são as escolas de inglês de
determinada marca.
Embora o contrato de franquia seja um contrato atípico, já
que é regulado pelas cláusulas contratuais, existem alguns
requisitos exigidos por lei, como a obrigatoriedade de
elaboração pelo franqueador de uma circular de oferta de
franquia (COF) para que o negócio seja celebrado. É o que
prevê o art. 3º da Lei nº 8.955/94.

A circular de oferta de franquia, em suma, possui


informações relevantes sobre o franqueador, o negócio a
ser exercido, as cláusulas que serão inseridas no contrato
que posteriormente será celebrado, os custos do contrato
e a extensão territorial de exclusividade do contrato.
Cartão de Crédito
O cartão de crédito é um contrato por meio do qual
uma instituição financeira, chamada de operadora de
cartão de crédito, autoriza seus clientes a realizarem
compras de bens e serviços em estabelecimentos
comerciais cadastrados, que serão remunerados
diretamente pela operadora. Esta, por sua vez, cobra
mensalmente do seu cliente o pagamento referente
ao crédito por ele utilizado. Em caso de pagamento
parcial ou fora do prazo, são cobrados juros na fatura
do mês seguinte.
Como nesse modelo de contrato não há garantia alguma, os
juros praticados, caso o titular do cartão pague apenas o
mínimo, deixando o restante para o mês subsequente, é
bastante alto.
Essa prática tão comum e bem aceita no mercado traz algumas
vantagens, como:
1 - Dispensabilidade de dinheiro físico ou cheque no ato da
compra;
2 - Prazo para que o titular do cartão pague a respectiva
compra;
3 - Isenção de pagamento da anuidade em alguns acordos de
contratação do cartão;
4 - Possibilidade de parcelamento das compras;
5 - Caução (garantia ou segurança) na locação de veículos,
hospedagem, etc.
É importante destacar que o cartão de crédito possui um
limite mensal, após o qual será recusada sua utilização.

O emissor assume a obrigação de cobrar o titular do


cartão e pagar o fornecedor do bem ou serviço,
recebendo taxas tanto do titular quanto do fornecedor do
produto ou serviço. Ou seja, no momento da compra, o
fornecedor passa a ser o credor do emissor e não do
titular do cartão (cliente).

Você também pode gostar