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FRANCO
(1853-1919)
Anália Emília Franco foi uma professora, jornalista, poetisa, escritora e filantropa
brasileira que nasceu em Resende, no estado do Rio de Janeiro, em 1º de fevereiro de 1853.
Era filha do Sr. Antônio Mariano Franco Júnior (comerciante) e de Dona Teresa Franco
(professora).
Quando tinha cinco anos, seus pais, mudaram ‐se para São Paulo. Com doze anos, já
auxiliava sua mãe no magistério e desde cedo, demonstrava interesse pela leitura, e
influenciada por seus pais, valorizava o conhecimento e a autonomia, o que a levou à ser
aprovada aos 16 anos em um concurso da Câmara para exercer o cargo de professora
primária na capital de São Paulo.
ANÁLIA FRANCO: POSICIONAMENTOS
Anália refletia sobre as desigualdades sociais, de gênero e raciais, questionando o modo como a
sociedade funcionava, e por isso abraçou os ideais feministas e abolicionistas*.
Curiosidade: durante a infância e a adolescência, Anália comprava muitos livros e era criticada
por isso, pois naquela época, a mulher era vista como alguém que não precisava aprender a ler e
a escrever, porquanto deveria se casar e ficar responsável somente pelos afazeres domésticos.
Contudo, não havia nenhum suporte financeiro, tampouco emocional para essa população, e
então, Anália decidiu fazer algo a respeito dessa situação e primeiramente, trocou seu cargo na
capital de São Paulo por outro no interior e passou a acolher essas crianças que se encontravam
em situação de vulnerabilidade, porquanto a incomodou profundamente o fato de que muitas
morriam ou eram colocadas na roda da Santa Casa passando a viver em um convento.
No interior, ela conseguiu que uma fazendeira cedesse o espaço para ela utilizar, mas colocou
uma condição: que as crianças negras não ficassem no mesmo local que as crianças brancas. E
embora a gratuidade do local fosse muito importante para quem estava iniciando um projeto
social, Anália não abriu mão do seu ideal de equidade*, e portanto passou a buscar um outro
local para realizar o acolhimento, efetuando o pagamento com seu salário de professora.
Equidade*: enquanto a igualdade busca tratar todos da mesma forma, independentemente da sua necessidade,
a equidade trata as pessoas de formas diferentes, porém sempre humanas, levando em consideração o que elas precisam.
ANÁLIA FRANCO: CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO E PRIMEIRA AÇÃO SOCIAL
Contudo, ao realizar o pagamento do aluguel, não tinha dinheiro para alimentar a criança, e
como ela não recusava o acolhimento para nenhuma, o número de acolhidos foi aumentando e
decidiu reunir as crianças que andavam e pedir esmolas na cidade para sustenta-las.
Anália os chamava de “minhas crianças sem mãe” pois muitas não eram sequer registradas com
um nome, e no fim, toda a situação chamou a atenção da população pois se tratava de uma
mulher agindo fora das normas padrões para a época, e causou a revolta das pessoas mais
tradicionais, principalmente dos escravocratas, monarquistas e dos católicos, porém os grupos
de abolicionistas e republicanos reivindicaram e conseguiram o direito para que Anália
mantivesse o abrigo.
Em 1901 criou junto com outras colegas a Associação Feminina Beneficente e Instrutiva –
AFBI. A Associação foi responsável pela criação, no estado de São Paulo, de mais de uma
centena de entidades, entre escolas maternais, asilos e creches, liceus e escolas noturnas, tanto
para crianças abandonadas e órfãs, quanto para mulheres desamparadas e mães solos, e foi
dirigida por Anália Franco até o ano de seu desencarne em 1919.
ANÁLIA FRANCO: COLÔNIA REGENERADORA DOM ROMUALDO
Em 1911, conseguiu adquirir, mesmo sem recursos financeiros, a Chácara Paraíso. Nesse
espaço, fundou a Colônia Regeneradora Dom Romualdo, com o objetivo de servir como
internato para menores que iam trabalhar nas atividades agropastoris, e também retirando
mulheres que estavam envolvidas em situação de prostituição.
ANÁLIA FRANCO E O ESPIRITISMO
Entre 1897 e 1898 Anália teve uma cegueira temporária, e foi a ocasião em que entrou em
contato com o Espiritismo, e por meio dos tratamentos espirituais (complementando com os
tratamentos medicinais e psicológicos), voltou a enxergar mas passou a usar óculos.
Se sentiu extremamente interessada pelo caráter científico do Espiritismo, bem como o modo
como explicava as complexidades da vida humana.
Anália Franco conseguiu fazer algo que poucos realizam com maestria: lutar pelo bem do
próximo e contra as opressões, sem se amargurar e sem tomar atitudes semelhantes aos
opressores (por exemplo, “revidar com a mesma moeda”). Além disso, manteve a
esperança, sem que para isso precisasse se alienar, ou seja, ela compreendia a realidade
daquele momento no Brasil de uma maneira crítica, mas buscou fazer o que estava ao seu
alcance.
Poderíamos usar a metáfora de que Anália Franco foi uma combatente que dança (frase
utilizada pelo ator Antônio Pitanga que remete à lutar sem perder o afeto pelas pessoas e
pela vida).
Reflexão: Ensinamentos com a Vida de Anália Franco
O bem ao próximo pode ser feito de variadas formas. Anália ofereceu uma casa e alimento e precisou de doações, dinheiro
etc, porém também ofereceu afeto, e isso todos nós podemos fazer independente das circunstâncias em que nos
encontremos;
E principalmente, fazer o bem sem esperar nada em troca, e sem julgar caso as decisões da pessoa que recebeu a ajuda, for
https://www.youtube.com/watch?v=om_GhUSY0L4
https://www.uemmg.org.br/biografias/analia-franco-bastos
https://laf.org.br/quem-somos
https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2018/02/Analia-Franco.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lia_Franco