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DIREITO AGRÁRIO – PARTE 2

Profª: Tamires Lima


O DIREITO AGRÁRIO

 O Direito Agrário, busca-se e ressaltando-se a


pertinência com a questão ambiental.
 A destruição do ambiente pelo homem é antiga.
 O próprio homem, no entanto, levado por motivos e
interesses da época, procurou evitar, contornar ou
reparar agressões ao ambiente, razão pela qual são
encontradas normas da evolução da humanidade,
pertinentes à proteção dos recursos naturais,
especialmente com objetivo de produzir alimento.
A TERRA

 A terra é a base física do homem que sobre


ela vive e dela tira o seu sustento.
 O homem é um ser eminentemente social,
um ser dependente dos outros integrantes
da sociedade a que pertence, mas, também,
detentor de responsabilidade ante os demais
membros da referida sociedade, por isso
deve usar de todos os meios para proteger e
conservar a terra.
Numa visão mais consciente, dentro do
âmbito jurídico, verifica-se que a terra é uma
necessidade vital para o homem, não
apenas no sentido de que da terra se obtém
provisões essenciais à existência, mas num
sentido filosófico, numa concepção agrário-
geográfica.
JURISTA-GEÓGRAFO: EIDORFE
MOREIRA

“todo ser tem necessidade de um certo apoio


ou aconchego seja um ninho, uma toca, uma
gruta, um traço de terra ou um abrigo
qualquer. É por aí que se começa a
incorporalidade de todos eles à paisagem, a
fixação das suas relações com a vida”
 Essa perspectiva se torna latente no âmbito agrário,
onde estão conjugados o homem e os recursos
naturais.
 Desta forma, deve haver um total equilíbrio na
sociedade, para que o homem do campo possa
fazer a terra produzir bem.
 Caso o homem do campo não disponha destas
condições, elas deverão ser-lhes oferecidas, pois o
que não se deve permitir e nem aceitar é uma terra
improdutiva, numa sociedade faminta.
O HOMEM E A TERRA

 Num estudo histórico da humanidade,


verifica-se que as primeiras relações do
homem foram com a terra.
 Após o homem se organizar em grupos, as
primeiras normas foram pertinentes as
“agro”.
 Com o próprio surgimento do homem,
surgem as relações agrárias.
NORMAS INDERENCIADAS
 Deve-se ter em mete, no entanto, que as primeiras
normas reguladoras dos povos dos povos antigos
eram normas indiferenciadas.
 Desta forma, o envolvimento do homem com a terra
excede os limites do jurídico, para receber uma
concepção religiosa.
 Por isso, encontram-se normas jurídico-agrárias nos
principais livros sagrados como o Código de Manu e
a Bíblia.
 Mitos religiosos de criação pela mãe-terra são
encontrados no Japão, no Egito, na China etc.
CÓDIGO DE HAMMURABI

 Do povo babilônico, o Código de Hammurabi


é considerado o primeiro o primeiro Código
Agrário da humanidade.
 O Direito Romano, com a lei das XII Tábuas
e as Ordenações Portuguesas, são os
marcos da história do direito Agrário.
 Dados importantes também são encontrados
nas principais civilizações da América pré-
colombiana – Incas e Astecas.
DIREITO AGRÁRIO MODERNO

 O grande marco do direito agrário moderno é o


professor italiano Gian-gastone Bolla.
 Em 1922, o agrarista fundou em Florença, o
“Observatório Italiano de Direito Agrário”, depois
chamado “Instituto de Direito Agrário Internacionale
e Comparato (IDAIC)
 Fundou ainda nesse mesmo ano a “Rivista di Diritto
Agrário”, ógão do IDAIC, da qual foi seu diretor até o
ano de 1971, quando veio a falecer.
A “rivista”, tinha, inicialmente, quanto a finalidade:

1 – Estudo científico do direito agrário;


2 – Unificação legislativa no sentido de disciplinar a produção
agrária, como um corpo de normas baseado nos princípios,
instituições e fins que são próprias e particulares do direito
agrário;
3 – Criação do Centro de Estudos Jurídicos-Agrários,
baseados nos antecedentes históricos, políticos, econômicos e
jurídicos desses países;
4 – Criação de cátedras universitárias para o ensino do dereito
agrário.
O que é Direito Agrário?

 O sentido eminentemente
sócio/ecológico/econômico do Direito Agrário é
delimitador, haja vista que objetiva regular as
relações jurídico- agrárias, para suprir de alimentos
toda a sociedade.
 Porém, deve-se ter como parâmetro o sentido social
que a terra deve cumprir, onde o destaque é o
desenvolvimento do homem, observando-se,
sempre, a conservação dos recursos naturais
renováveis.
 Normalmente os jusagraristas que escrevem algum trabalho
sobre Direito Agrário, procuram elaborar o seu próprio
conceito, o que faz surgir conceituações bem diferentes.

 É verdade, porém, que a peculiaridade de cada país, e, ainda,


a influência social, econômica e política que o homem sofre em
dado momento, faz surgir conceitos diversos, nos diversos
locais.

 Verifica-se, assim, que os conceitos formulados são de acordo


com as estruturas agrárias e sim e o ordenamento jurídico dos
países de seus respectivos autores.
ALBERTO BALLARIN MARCIAL

Diz que:

“As numerosas definições dadas até o


momento, constituem prova de falta de
segurança e de maturidade nos estudos dos
conceitos gerais do Direito Agrário”
CONCEITO UNIVERSAL

O jusagrarista argentino Antonio Vivanco, em


sua obra Teoria de Derecho Agrario, oferece
um conceito considerado universal:

“ O Direito Agrário é o ordenamento jurídico


que rege as relações sociais e econômicas,
que surgem entre os sujeitos intervenientes
na atividade agrária.”
 Direito Agrário é o ramo jurídico que regula
as relações agrárias, observando-se
homem/terra/produção/sociedade.
 Esta relação, não envolve apenas o homem,
pessoa física, mas, ainda, o grupo familiar,
as comunidades, as cooperativas, os índios;
todos no labutar com a terra devem estar
produzindo para beneficiar, também, a
sociedade.
 No Direito Agrário, o importante é que se trabalhe a
terra, racionalmente, não importando a existência ou
não de um título formal característico do poder
vigente, para que seja executado este trabalho.
 Deve-se observar, inclusive, que quando o homem
em sua terra, procura preservar os recursos
naturais, ele estará beneficiando não apenas as
suas terras, mas, também, beneficiando toda a
sociedade.
OBJETO

O objeto do Direito Agrário seria, assim, o


fato jurídico que emerge do campo,
consequência da atividade agrária, da
estrutura agrária, da empresa agrária e da
política agrária: o que caracteriza a relação
jurídica, agrária. É, assim, a exploração do
“agro” e o que lhe seja pertinente.
ATIVIDADE AGRÁRIA

 É o âmbito de ação, em que um a pessoa


desenvolve suas aptidões. Diz-se, assim, da
atividade comercial, atividade industrial,
atividade econômica, atividade social,
atividade política, atividade agrária etc...
 Agrário, por sua vez, do latim, vem de
agrarius, originado de ager/agri, referindo-se
à vida e ao trabalho no campo.
 Atividade agrária, portanto, é a ação que a pessoa
desenvolve no campo.
 Na doutrina jusagrarista, um dos conceitos que mais
reflete o objetivo do estudo é o de Vivanco, quando
ensina:

“A atividade agrária constitui uma forma de atividade


humana que tem por objetivo fazer a natureza
orgânica produzir certos tipos de vegetais e de
animais, com a finalidade de aproveitar seus frutos e
produtos”.
 A atividade agrária consiste essencialmente na ação
humana, intencionalmente dirigida a produzir com a
participação ativa da natureza e a conservar as
fontes produtivas naturais.
 Em princípio, o seu fundamento, fixa-se em que a
atividade humana não se cumpre isoladamente, mas
com a participação da atividade natural.
 As atividades agrárias principais, agricultura e
pecuária, são processos que obedecem leis
biológicas e, portanto, não podem ser suspensos,
nem realizados parcialmente à vontade do homem.

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