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COMPANHIA DE BOMBEIROS SAPADORES DE SETÚBAL

Curso de Formação para Ingresso na Carreira de Sapador


Bombeiro – Recruta 2021

Eletricidade

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 1


Objetivos Gerais

Desenvolvimento dos conhecimentos necessários para reconhecer a


eletricidade como um perigo e os seus riscos associados, assim como adotar
as posturas e medidas adequadas na presença de eletricidade na profissão de
bombeiro.

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Avaliação

• Avaliação contínua: 10%;


• Avaliação teórica: 60% (teste final);
• Avaliação prática: 30% (trabalho).

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Introdução
O termo eletricidade é bastante amplo e pode ter várias definições, a depender do contexto em
que se está a usá-lo. Entre os leigos, o termo eletricidade é empregado no lugar de energia
elétrica. Porém, é preciso compreender que esses são conceitos distintos.

Podemos dizer que a eletricidade é um fenômeno natural, pelo qual se formam cargas elétricas
positivas e negativas que se atraem ou se repelem, desprendendo eletrões do núcleo do átomo.
Esse movimento acaba por produzir a eletricidade.

Já quando estamos a falar de energia elétrica, na verdade, dizemos sobre a eletricidade


convertida em outra forma de energia, como a energia luminosa, sonora, entre outras. É
importante que possamos compreender que a eletricidade não nos é útil quando estamos a
buscar uma forma de fazer funcionar nossos eletrodomésticos ou eletroeletrônicos, por exemplo.
Nesse caso, o que estamos a buscar é a energia elétrica convertida em uma corrente elétrica
capaz de acionar todos esses aparelhos.
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Introdução
A Eletricidade é o ramo da Física que estuda os fenómenos elétricos estáticos e dinâmicos, a
nível microscópico, nanoscópico ou a nível macroscópico, bem como as suas aplicações. Os
fenómenos elétricos estáticos são estudados na Eletrostática – é o caso, por exemplo, da
interação entre cargas elétricas estáticas nas armaduras dos condensadores elétricos. Os
fenómenos eletrodinâmicos são estudados no Eletromagnetismo e na Corrente Elétrica, onde
existem cargas elétricas em movimento, contínuo, com a criação de campos elétricos e
magnéticos, interdependentes – é o caso de todos os circuitos elétricos e instalações elétricas,
em baixa tensão, média tensão e alta tensão, em corrente contínua ou alternada, monofásica
ou trifásica.

Portanto, a Eletricidade divide-se em Eletrostática e Eletrodinâmica. A Eletrodinâmica divide-


se, por sua vez, em Eletrónica e Eletrotecnia.

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Introdução
A eletrónica estuda a corrente elétrica a um nível mais microscópico e nanoscópico,
nomeadamente o funcionamento dos semicondutores e de dispositivos
elétricos/eletrónicos no vazio. Os dispositivos semicondutores que fazem parte deste
estudo são, entre outros, o díodo, o transístor, o tiristor, o triac, células fotoelétricas e
semicondutores opto acopladores.

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Introdução
A eletrotecnia é o ramo da Eletrodinâmica – sub-ramo da Eletricidade – que estuda a
produção, transformação, transporte e distribuição da energia elétrica, bem como as
suas aplicações. Digamos que a Eletrotecnia é o estudo efetuado na Eletricidade no
âmbito das correntes e tensões elevadas, enquanto que a Eletrónica é o estudo
efetuado na Eletricidade no âmbito das correntes fracas e tensões reduzidas.

Por isso, na prática, costuma falar-se em correntes fracas quando se trata da


Eletrónicas e correntes fortes quando se trata da Eletrotecnia.

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Eletricidade - Perigo
O perigo da eletricidade está associado às suas características físicas que permite a
passagem de corrente elétrica entre dois pontos (quando existem condições para
tal).
Os fatores que aumentam exponencialmente a perigosidade da eletricidade são os
seguinte:
• A eletricidade não se vê;
• A eletricidade não se ouve;
• A eletricidade não tem cheiro.

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Eletricidade - Riscos
Os riscos associados à eletricidade são:
• Para o Homem através de contacto direto ou indireto:
– Eletrização.
– Eletrocussão.

• Para instalações:
– Incêndio.
– Explosão.

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Eletricidade - Riscos

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

Para compreender o funcionamento de um circuito elétrico compara-se este ao de um


circuito hidráulico.
Um reservatório de água é sempre colocado no ponto mais alto de um terreno,
porque sabemos que a água corre do nível mais alto para o mais baixo.

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

Quando dois reservatórios têm o mesmo nível, será que a água corre de um para
outro?

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

Quando há diferença de nível entre os reservatórios, dizemos que há diferença de


potencial entre os mesmos.
Para que a água passe de um reservatório para outro, é necessário que haja uma
diferença de potencial entre eles?

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico
Quando há diferença de potencial (diferença de níveis) entre os reservatórios, um
caudal passa pelo tubo.
Se não houver diferença de potencial entre os reservatório, haverá caudal?
Para que haja um caudal, é necessário que exista uma diferença de potencial entre os
reservatórios?

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico
Para haver um caudal no sistema hidráulico, é necessário existir uma diferença de nível
entre dois pontos (reservatórios).
No circuito elétrico, para haver uma passagem de corrente, é necessário ser aplicada
uma tensão (ddp) e ter-se um circuito fechado. (aplicar a Lei de Ohm).

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico
O caudal na conduta é maior quanto maior for o diâmetro da conduta.
Quanto menor for o diâmetro da conduta maior será a resistência à passagem da água
e vice-versa.

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico
Os diâmetros dos condutores são iguais?
A diferença de potencial é maior em qual das situações?
Em qual dos casos o caudal é maior?

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico
As diferenças de potencial são iguais ou diferentes?
Qual a conduta que oferece maior resistência à passagem da água?
Em qual dos casos circula mais água?

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

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Analogia circuito elétrico com circuito hidráulico

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Estrutura atómica da matéria
A matéria quer se encontre no estado sólido, liquido ou gasoso é constituída
por moléculas, as moléculas por átomos e os átomos por eletrões, protões e
neutrões.
Os protões e os neutrões
encontram-se no núcleo dos
átomos.
Os eletrões têm carga elétrica
negativa e giram em órbitas
eletrónicas à volta do núcleo dos
átomos.
Os eletrões das últimas órbitas
eletrónicas que conseguem sair
ficam livres e designam-se por
eletrões livres.

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Intensidade da corrente elétrica
A intensidade da corrente elétrica (I) é o movimento orientado desses eletrões
livres ao longo dos condutores elétricos.
Eletrões livres
Condutor elétrico

Os condutores elétricos (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres


por isso são usados para conduzir a corrente elétrica.
Os isoladores elétricos (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres
por isso não conduzem a corrente elétrica.

Grandeza elétrica Unidade Aparelho de medida


Intensidade da corrente elétrica (I) Ampére (A) Amperímetro

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Sentido da corrente elétrica

O sentido convencional da corrente elétrica é do potencial positivo (+) para o


potencial negativo (-) do gerador.
Electrões livres
Condutor eléctrico

+ _

O sentido real da corrente elétrica é do potencial negativo (-) para o potencial


positivo (+) do gerador.

_
+

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Corrente contínua e corrente alternada

Corrente contínua: é aquela cuja intensidade e sentido se mantem constante ao


longo do tempo. Ex: pilhas, baterias, etc…

Corrente alternada: é aquela cuja intensidade e sentido variam periodicamente.


Ex: energia existente nas habitações, postos de transformação, linha elétricas, etc.

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Tensão ou diferença de potencial (ddp)
Para que haja um movimento orientado dos eletrões livres
é necessário aplicar ao condutor elétrico uma tensão (U)
através da utilização de um gerador elétrico (pilha, bateria,
dínamo ou alternador).
Na figura vemos o gerador (bateria) que é responsável por
criar uma tensão (U) ou diferença de potencial que vai ser
responsável pelo movimento orientado dos eletrões livres
que se encontram nos condutores elétricos e que ao
passarem no filamento da lâmpada (recetor) vão provocar
a emissão de luz.

Grandeza elétrica Unidade Aparelho de medida


Tensão ou diferença de potencial (U) Volt (V) Voltímetro

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Resistência elétrica

A resistência elétrica (R) consiste na dificuldade que os materiais apresentam à


passagem da corrente elétrica.

Os materiais condutores (cobre, prata, alumínio) têm muitos eletrões livres por
isso são usados para conduzir a corrente elétrica, já que apresentam uma
resistência praticamente nula (R ≈ 0).

Os materiais isoladores (plástico, borracha, baquelite) não têm eletrões livres por
isso não conduzem a corrente elétrica oferecendo uma grande resistência à sua
passagem (R ≈ ∞).

Grandeza elétrica Unidade Aparelho de medida


Resistência elétrica (R) Ohm () Ohmímetro

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Circuito elétrico
Qualquer circuito elétrico é constituído por gerador, recetor,
condutores elétricos e geralmente por um aparelho de comando.

Geradores de corrente contínua:


Pilha, bateria de acumuladores ou dínamo.

Gerador de corrente alternada:


Alternador.

Recetores:
Lâmpada, campainha, motor, eletrodomésticos.

Aparelhos de comando:
Interruptor, botão de pressão.

Condutores elétricos:
Condutor de cobre com um isolamento exterior de plástico.

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Efeitos da corrente elétrica
A passagem da corrente elétrica através dos condutores acarreta diferentes efeitos,
dependendo da natureza do condutor e da intensidade da corrente.

Efeito químico: O efeito químico corresponde a certas


reações químicas que ocorrem quando a corrente elétrica
atravessa as soluções eletrolíticas. É muito aplicado, por
exemplo, no recobrimento de matais (niquelação,
cromação, prateação, etc).

Efeito magnético: O efeito magnético é aquele que se


manifesta pela criação de um campo magnético na região
em torno do condutor onde passa a corrente (verificável
através de bússola). Este é o efeito mais importante da
corrente elétrica, constituindo a base do funcionamento
dos motores, transformadores, relés, etc.
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Efeitos da corrente elétrica
A passagem da corrente elétrica através dos condutores acarreta diferentes efeitos,
dependendo da natureza do condutor e da intensidade da corrente.

Efeito luminoso: Também é um fenômeno elétrico em


nível molecular. A excitação eletrônica pode dar margem à
emissão de radiação visível, tal como observamos nas
lâmpadas fluorescentes. E, determinadas condições, a
passagem da corrente elétrica através de um gás rarefeito
faz com que ele emita luz. As lâmpadas fluorescentes e os
anúncios luminosos são aplicações desse efeito. Neles há
transformação direta de energia elétrica em energia
luminosa.

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Efeitos da corrente elétrica
A passagem da corrente elétrica através dos condutores acarreta diferentes efeitos,
dependendo da natureza do condutor e da intensidade da corrente.

Efeito calorífico: O efeito calorífico é causado pelo choque dos


eletrões livres contra os átomos dos condutores. Ao receberem
energia, os átomos vibram mais intensamente. Quando maior for
a vibração dos átomos, maior será a temperatura do condutor.
Todo o condutor sofre um aquecimento ao ser atravessado por
uma corrente elétrica. Nos condutores dá-se a transformação da
energia elétrica em energia térmica. Esse efeito é a base de
funcionamento dos aquecedores elétricos, secadores da cabelo,
lâmpadas térmicas, etc.

O efeito calorífico tem particular importância porque pode estar na origem de um


incêndio quando o aumento da temperatura dos condutores é tal que provoca a
deterioração do isolamento, podendo provocar a sua inflamação. Para evitar esses
aquecimentos, os circuitos elétricos são protegidos com disjuntores ou fusíveis, os
quais limitam o valor máximo da corrente.
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Lei de Ohm
Quando aos terminais de um circuito de resistência R [Ω] é aplicada
uma diferença de potencial U [V], produz-se nele uma corrente de
intensidade I [A], cujo valor obedece à expressão:

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Potência elétrica

A potência elétrica de um equipamento pode ser calculada através da tensão


aplicada e da corrente consumida.

A energia elétrica (W) consumida por um equipamento é definida como sendo o


produto da potência elétrica pelo tempo.

A unidade de potência elétrica (P) é o watt (W), do tempo (t) é a hora (h)
logo, a unidade de energia elétrica é o Watt-hora (Wh)

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Lei de Ohm

Qual o valor da resistência elétrica?

Qual o valor da potência elétrica da resistência?

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Lei de Ohm

Qual o valor da intensidade da corrente elétrica que percorre o


circuito?

Qual o valor da potência elétrica da lâmpada?

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Lei de Ohm

Qual o valor da tensão aplicada aos terminais da resistência?

Qual o valor da potência elétrica da resistência?

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Efeito de Joule
Já foi referido que um dos efeitos da corrente elétrica é o efeito calorífico, ou seja,
esta provoca o aquecimento de todos os condutores e aparelhos que percorre. Este
efeito toma o nome de Efeito de Joule e representa a energia dissipada (perdida)
pelo circuito.

A energia elétrica transformada em energia calorífica no circuito elétrico de um


recetor é diretamente proporcional à resistência deste, ao quadrado da intensidade
da corrente que o percorre e ao tempo de passagem desta.

A corrente é expressa em amperes (A), a resistência em ohm (Ω), o tempo em


segundos (s) e a energia dissipada (E) é expresso em joules (J).

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Efeito de Joule

Qual a energia dissipada durante 30 segundos por um condutor elétrico de um


circuito percorrido por uma corrente de 3 A, sendo a resistência do mesmo de
0,25 Ω?

Qual a tensão aplicada aos terminais do condutor?

Qual a potência do condutor?

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Risco de incêndio de origem elétrica
Tal como acontece com outras formas de energia, a eletricidade apresenta riscos e
pode causar acidentes cujas consequências podem resultar em danos pessoais,
materiais ou ambos.

Os danos materiais são, normalmente, resultantes de incêndios e/ou explosões


provocados por deficiências na instalação.

Os danos pessoais são resultantes da passagem de corrente elétrica pelo corpo


humano.

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Risco de incêndio de origem elétrica - Sobreaquecimento
Sobreaquecimentos: são devidos à deterioração do material isolante dos condutores
elétricos, por efeito de Joule.

As principais causas de sobreaquecimento, são as sobreintensidades, ou seja,


correntes elétricas de intensidade excessiva, em relação ao valor calculado para o
respetivo condutor. As sobreintensidade podem ter as seguintes origens: sobrecargas
elétricas, curto-circuito e defeitos de isolamento.

Para além das sobreintensidade, o sobreaquecimento pode ter origem numa


resistência de contacto.

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Risco de incêndio de origem elétrica - Sobreaquecimento
Sobrecargas: quando a corrente que percorre o condutor é superior à intensidade para a
qual ele foi projetado (intensidade nominal). Esta situação ocorre habitualmente quando se
ligam cargas em excesso.

Curto-circuitos: quando se tocam dois condutores entre os quais


existe uma determinada diferença de potencial e entre os quais
a resistência é muito pequena ou nula. Esta situação que
provoca a passagem instantânea de correntes de valor elevado,
provoca quase sempre a fusão dos condutores, acompanhada de
pequenas explosões.

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Risco de incêndio de origem elétrica - Sobreaquecimento
Defeito de isolamento: devidos à má execução da instalação ou de equipamentos elétricos,
ao envelhecimento do material, ou ao tratamento negligente dos cabos de ligação,
permitindo que os veículos passem por cima provocando trilhamentos.

Resistência de contacto: Resultante de ligações elétricas através de contactos imperfeitos,


como ligações mal apertadas ou terminais algo soltos, provocando uma resistência elevada
à passagem da corrente.

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Risco de incêndio de origem elétrica - Sobreaquecimento
Proteção contra sobreaquecimentos devido a sobreintensidades:
As medidas de proteção contra sobreintensidades residem, para além de projeto, execução
e exploração criteriosas das instalações (por exemplo não sobrecarregar tomadas nem
circuitos), na montagem de instrumentos que interrompam automática e seletivamente os
circuitos em caso de anomalia. Estes instrumentos são os fusíveis e os disjuntores.
Os fusíveis atuam pela fusão de condutores calibrados neles contidos, quando a corrente
que os percorre ultrapassa certo limite admissível durante um dado intervalo de tempo.
Os disjuntores interrompem automática e rapidamente a corrente em caso de uma
sobreintensidade, por ação eletromagnética.
Tal como nas sobrecargas, a proteção contra curto-circuitos é feita tanto por meio de
fusíveis, como por disjuntores.

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Risco de incêndio de origem elétrica - Sobreaquecimento
Proteção contra sobreaquecimentos devido a resistência de contacto:
A proteção contra resistências de contacto só é possível de fazer através de uma
manutenção cuidada e revisões constantes e programadas das ligações elétricas.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Arco Elétrico
Arco elétrico produzido por equipamentos elétricos

Os equipamentos que podem produzir arco são os motores elétricos, os aparelhos de


manobra de corte e proteção (seccionadores e disjuntores), quando acionados em carga,
interruptores, etc.

Uma ficha de um equipamento que está em carga retirada de uma tomada provoca
normalmente um arco o qual, numa atmosfera explosiva, pode provocar um acidente. Os
seccionadores, quando abertos em carga, também produzem arcos elétricos violentos.

Aparelhos de comando (interruptores, seccionadores e disjuntores), sem poder de corte


(capacidade de interromper o circuito sem provocar um arco elétrico) adequado ao circuito
em que estão inseridos, são sempre geradores de arcos elétricos.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Arco Elétrico
Arco elétrico produzido por efeito de eletricidade estática

A energia elétrica criada por cargas estáticas é normalmente muito pequena e por
isso não oferece risco para as pessoas, apesar das tensões em jogo atingirem por
vezes milhares de Volts. No entanto, o arco elétrico produzido durante uma descarga
electroestática em meios carregados de gases inflamáveis pode originar graves
explosões; estes arcos podem ser produzidos por fricção entre materiais sólidos,
líquidos e gasosos ou ainda pelo simples contacto ou rutura de contacto entre dois
corpos.

Armazenam-se também cargas electroestáticas em correias de transmissão e tapetes


rolantes, máquinas de fabricação de papel e têxteis, fotocopiadoras, na pintura por
pulverização, no armazenamento e transporte de hidrocarbonetos e materiais
polvorentos, silos, etc.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Arco Elétrico
Medidas de prevenção contra o arco elétrico

A proteção contra arcos elétricos faz-se fundamentalmente:


• Afastando todos os materiais inflamáveis que estejam junto do equipamento produtor
de faíscas;
• Interpondo obstáculos que evitem a propagação do arco à distância, tais como
armários e outras blindagens;
• Utilizando, em ambiente explosivo, aparelhagem especialmente concebida para esses
locais (equipamentos antideflagrantes).

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Risco de incêndio de origem elétrica – Arco Elétrico
Medidas de prevenção contra o arco elétrico

Quanto à proteção contra o arco produzido pela eletricidade estática, há que evitar a
produção de cargas electroestáticas ou, quando tal não for possível, eliminá-las de um
modo contínuo, de forma a evitar a sua acumulação.

Os métodos para eliminar as cargas electroestáticas são a ligação à terra e a


desionização do ar. A ligação à terra dos equipamentos geradores de cargas
electroestáticas provoca o seu escoamento constante para a terra. A ionização do ar
provoca o aumento da condutibilidade das cargas junto à fonte geradora das mesmas.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

Para que se dê um acidente de origem elétrica com o Homem é necessário:


• O circuito estar sob tensão.
• A pessoa estar em contacto com dois pontos do seu corpo a elementos sobre
tensão (cabos, estruturas metálicas, outros) sob tensão, ou, pelo menos, muito
próxima deles, sobretudo para altas tensões (possibilidade de surgimento de arco
elétrico).
• Fechar o circuito elétrico, ou seja, passar corrente.

Quando um individuo recebe um choque elétrico diz-se que foi eletrizado


(eletrização). Se o choque elétrico recebido levou à morte deste, diz-se que foi
eletrocutado (eletrocussão).

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

O contacto entre Homem e o elemento sobre tensão pode ser do seguinte tipo:
• Contacto direto: Acontece quando um indivíduo entra em contacto com uma parte
ativa de um circuito que está sob tensão. É o tipo de contacto que acontece quando
alguém toca num elemento condutor de um circuito. Ex: Quando ao furarmos uma
parede o berbequim atinge uma ligação elétrica.
• Contacto Indireto: Acontece quando um indivíduo entra em contacto com massas
(partes metálicas) acidentalmente sob tensão. Ocorre, por exemplo, quando se toca
na cobertura metálica de uma máquina elétrica que por deficiência no isolamento
está sob tensão elétrica. Este tipo de contacto resulta de falhas no isolamento dos
equipamentos elétricos, geralmente causados pelo envelhecimento dos materiais
dos mesmos.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

CONTACTO DIRETO

Contacto entre um elementos


ativo (sob tensão) e a Terra* -
Contacto Direto Unipolar.
(muito frequente)

Contacto entre um elementos


ativo (sob tensão) e um outro
elemento ativo sob tensão
diferente - Contacto Direto
Bipolar. (frequente)

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

CONTACTO INDIRETO
Contacto entre uma massa
acidentalmente sob tensão, por
exemplo, a carapaça metálica
de um eletrodoméstico, e um
elemento condutor ligado à
terra (relativamente frequente)

Contacto entre duas massas


que acidentalmente estão
sob tensão e essa tensão é
diferente. (muito raro)

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Os efeitos da corrente elétrica no corpo humano dependem:
• Da intensidade da corrente.
• Do tempo de exposição.
• Da frequência da corrente.
• Da tensão.
• Do trajeto da corrente através do corpo humano.
• Da resistência.

Quanto maior for a intensidade da corrente, tanto maiores serão


os efeitos resultantes; igualmente, quanto maior for o tempo de
exposição, maiores serão os efeitos obtidos.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Os efeitos da corrente elétrica no corpo humano – Intensidade da corrente
A intensidade é o fator mais importante no fenómeno do choque elétrico. A CEI 479-1, define 5
zonas de efeitos para correntes alternadas de 15 a 100 HZ, considerando pessoas de 50 Kg e um
trajeto de corrente entre mão-mão ou mão-pé.
Intensidade da Efeitos no corpo humano
corrente elétrica (mA)
De 0,1 a 0,5 Leve perceção superficial, normalmente sem nenhum efeito
patológico (zona 1)
De 0,5 a 10 Pode provocar uma paralisia ligeira nos músculos dos braços com
princípio de tetanização (zona 2)
De 10 a 30 Não se verifica nenhum efeito fisiológico perigoso se a corrente for
interrompida no prazo de 5 segundos (zona 2 e 3)
De 30 a 500 Provoca a paralisia dos músculos do tórax com sensação de
sufocamento. Existe a possibilidade de fibrilação cardíaca (zona 4)
Superior a 500 Provoca lesões cardíacas irreversíveis ou mortais

Atente-se que, em determinadas circunstâncias, correntes entre 25 - 30 mA já são


perigosas, podendo provocar tetanização (contração prolongada e sustentada do músculo).
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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Tensão: Analisando a lei de Ohm, para um corpo com uma determinada resistência e
supondo que essa resistência é constante:
 
𝐔 𝐔
𝐑= =
𝐈 ?
Quanto maior for a tensão ou diferença de potencial aplicada num condutor, maior será a
intensidade da corrente que circula nesse condutor. Por isso as instalações com tensões elevadas
são mais perigosas porque são suscetíveis de fazer passar pelo corpo humano correntes de maior
intensidade.
 
Assim, uma tensão baixa aplicada a uma pessoa mal isolada pode ser mais perigosa do que uma
mais elevada aplicada a uma pessoa bem isolada.
Regulamentarmente, as instalações designam-se de tensão reduzida se a tensão nominal entre
quaisquer condutores ativos não exceder:
  - os 75 V para corrente contínua.
  - os 50 V para corrente alternada.
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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
A humidade da pele: a humidade diminui a resistência da pele; a pele seca e calosa oferece maior
resistência.

Superfície de contacto: o aumento da área de contacto diminui a resistência do corpo.

Tempo de contacto: a resistência diminui com o tempo de contacto.

Pressão de contacto: a maior pressão de contacto corresponde uma menor resistência.

Tensão de contacto: a resistência do corpo diminui com o aumento da tensão aplicada. Na


realidade, as medidas de proteção são tomadas tendo em conta a diferença de potencial a que
estão submetidos dois pontos diferentes do corpo humano.

Tensão de segurança: é o valor da tensão de contacto que pode ser indefinidamente suportada
pelo organismo sem acarretar efeitos fisiopatológicos perigosos. O RSIUEE, refere os seguintes
valores:
- 50 V, quando não há massas suscetíveis de serem empunhadas.
- 25 V, se houver massas suscetíveis de serem empunhadas ou aparelhos portáteis com massas
acessíveis.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Os principais efeitos fisiológicos da passagem da corrente elétrica pelo corpo humano,


são os seguintes:
• Perceção
• Tetanização
• Paragem respiratória
• Queimaduras
• Fibrilação ventricular

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Perceção
O limiar de perceção representa o valor mínimo da corrente sentida por uma pessoa e
que apenas representa uma sensação de formigueiro.
A publicação IEC 479 (Comissão Eletrotécnica Internacional) aceita como valor médio do
limiar de perceção 0,005 Ampere ou 5 mA.

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Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Tetanização
É um fenómeno decorrente da contração muscular produzida por um impulso elétrico.
O limite de “não largar” define-se como o valor máximo da corrente que um indivíduo
pode suportar e largar um condutor ativo (condutor afeto à passagem da corrente
elétrica).
Experiências indicam para este limite os seguintes valores médios:
Em corrente alternada 50/60 Hz:... 10 mA para mulheres; 16 mA para homens;
Em corrente contínua:.....................51 mA para mulheres; 76 mA para homens
A CEI 479 indica como limiar de “largar” 10 mA.
Correntes inferiores a este limite, mesmo não ocasionando graves lesões diretas
no organismo, podem estar na origem de quedas, acidentes com partes móveis
de máquinas, etc.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 63


Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Paragem respiratória
Correntes superiores ao limite de “largar” podem provocar nas vítimas uma
paragem respiratória. A passagem da corrente leva à contração dos músculos
ligados à respiração e/ou aos centros nervosos que os comandam, produzindo
asfixia que, permanecendo a passagem da corrente, levam à perda de consciência
e morte por sufocamento.
Por este motivo, é necessário fazer respiração artificial num curto lapso de tempo (3 a 4
minutos no máximo) para evitar a asfixia e lesões irreversíveis no cérebro.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 64


Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Queimaduras
Sendo a passagem da corrente elétrica acompanhada por desenvolvimento de calor,
por efeito de Joule, uma das consequências mais frequentes dos acidentes elétricos
são as queimaduras.
Estas queimaduras revelam-se mais intensas nas zonas de entrada e saída da corrente
porque:
• A pele, quando comparada com os tecidos internos, apresenta uma elevada
resistência elétrica;
• À resistência da pele soma-se a resistência de contacto entre a pele e as partes sob
tensão;
• Os pontos de entrada e saída da corrente, sobretudo se as áreas de contacto forem
pequenas, a densidade de corrente é maior.
Existem ainda as queimaduras provocadas pela libertação de calor por arco elétrico.
Estas queimaduras assumem graves proporções nos acidentes elétricos com alta tensão, são
as de mais difícil tratamento, podendo provocar a morte por insuficiência renal.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 65


Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Fibrilação ventricular

Este fenómeno fisiológico é o mais grave que pode ocorrer devido à passagem da
corrente elétrica. Deve-se ao facto de aos impulsos elétricos naturais que provocam a
contração muscular do músculo cardíaco, se sobrepor uma corrente externa que faz
com que as fibras ventriculares passem a contrair-se de modo descontrolado.

Embora atualmente se consiga parar o fenómeno com um desfibrilador, para efeitos


práticos a fibrilação é considerada irreversível.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 66


Risco de incêndio de origem elétrica – Efeitos da corrente elétrica
sobre o corpo humano
Consequências da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano

Fibrilação ventricular
Limiar da fibrilação: este limite é de difícil determinação porque há que ter em conta os
seguintes aspetos:
• Só uma parte da corrente que circula no corpo humano é que atinge o coração;
• O percurso da corrente é importante, e é necessário introduzir o designado fator de
corrente de coração (F), que relaciona a intensidade de campo elétrico no coração
para um dado percurso de corrente com a intensidade do campo elétrico para
uma corrente da mesma intensidade circulando da mão esquerda aos pés, que é o
percurso de referência. Assim, por exemplo, uma corrente de 300 mA de mão a mão (F=0,4) tem
o mesmo efeito que uma corrente de 120 mA (0,4 x 300) da mão esquerda aos pés.
• A importância do momento do ciclo cardíaco em que se dá a passagem da corrente. Em
corrente alternada a 50 Hz existe uma redução considerável da fibrilação se a
circulação da corrente se prolongar para além de um ciclo cardíaco. Para tempos de
passagem com duração inferior a 0,1 seg., a fibrilação pode ocorrer para correntes
acima dos 500 mA. Correntes elevadas não provocam, de um modo geral, fibrilação;
podem, no entanto provocar uma paragem cardíaca ou produzir alterações orgânicas
irreversíveis no sistema cardíaco.
01/06/2022 DAVID DOMINGUES 67
Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteção contra contactos diretos


Proteger os circuitos com:
• Disjuntores.
• Fusíveis.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 68


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteção contra contactos diretos

Quadro elétricos e equipamentos


devem ser protegidos contra
contactos indiretos:
• Classe I de isolamento.
• Classe II de isolamento.
• Classe III de isolamento (não
aplicável para quadros
elétricos).
• Cumprirem as normas e
regulamentações em vigor.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 69


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteção contra contactos diretos
Quadro elétricos e equipamentos devem possuírem IP XX (Índice de proteção) adequado
ao local onde estão instalados.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 70


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteção contra contactos diretos
Quadro elétricos e equipamentos devem possuírem IP XX (Índice de proteção) adequado
ao local onde estão instalados.
IPXX Primeiro dígito (IPXX) Segundo dígito (IPXX)
0 Desprotegido. Desprotegido.
1 Proteção contra objetos de  > 50 mm. Proteção contra água pingando verticalmente.
2 Proteção contra objetos de  > 12,5 mm. Proteção contra gotejamento inclinado água até 15°.
Proteção contra água projetada a partir de qualquer
3 Proteção contra objetos de  > 2 mm. direção, até 60°.
4 Proteção contra objetos de  > 1 mm. Protecção contra salpicos de água qualquer direção.

5 Protegido contra penetração de poeiras, podendo Proteção contra jatos de água.


ainda assim entrarem algumas poeiras residuais

6 Totalmente protegido contra penetração de Proteção contra fortes jatos de água.


poeiras.
Proteção contra imersão completa até 1 metro por
7
30 minutos.
8 Proteção contra imersão completa e prolongada.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 71


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de
pessoas contra risco elétrico
Proteção contra contactos diretos

Isolamento: as partes ativas são recobertas de uma material isolante.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 72


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteção contra contactos diretos

Afastamento: afastar as partes ativas.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 73


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteção contra contactos diretos

Colocação de obstáculos: Impedir uma


aproximação fortuita das partes ativas
não protegidas.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 74


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteção contra contactos diretos

Transformadores de tensão reduzida:


• Minimiza o valor máximo da Intensidade de corrente (Lei de Ohm).
• Os transformadores devem ser, preferencialmente, da classe II de isolamento.
• Utilizados na iluminação de piscinas, fontes, campainhas, etc.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 75


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteger as instalações contra contactos indiretos:


• Diferenciais.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 76


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteger as instalações contra contactos indiretos:


• Diferenciais.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 77


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteger as instalações contra contactos indiretos:
• Diferenciais.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 78


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteger as instalações contra contactos indiretos:


• Emprego de material de classe II.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 79


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteger as instalações contra contactos indiretos:


• Afastar.
• Colocação de obstáculos.
• Utilização de tensões reduzidas de segurança, inferiores aos limites considerados
perigosos.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 80


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico

Proteger as instalações contra contactos indiretos:

Assegurar a equipotencialidade à terra Duas massas simultâneamente


de todas as partes conductoras dos acessiveis devem ser religadas a uma
equipamentos mesma tomada de terra.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 81


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Proteger as instalações contra contactos indiretos: Ligação equipotencial

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 82


Risco de incêndio de origem elétrica – Proteção de pessoas contra
risco elétrico
Outras medidas preventivas (quer para contactos diretos, quer para contactos indiretos:
• Formação adequada, de acordo com as funções a desempenhar.
• Sinalização de segurança.
• Cumprimentos das normas de segurança.
• Se não tem conhecimentos => não mexer => aguardar a chegada de um especialista
(eletricistas, etc.).
• Uso de EPI’s adequados.

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Tensão de toque (ou contacto) e tensão de passe
Tensão de toque ou de contacto: é a
diferença de potencial entre uma estrutura
metálica ligada à terra e um ponto na
superfície do solo a uma distância igual à
distância horizontal máxima normal a que
esta se pode tocar, aproximadamente 1
metro.

Tensão de passo: É a tensão entre os pés do


ser vivo, ou seja, um passo do mesmo (com
os pés separados), com isto ele ficara com os
pés em linhas equipotenciais diferentes
provocando passagem de corrente pelo seu
tronco, num ser vivo bípede isto raramente
provoca a morte, pois a parcela de corrente
é pequena (linhas equipotenciais próximas),
já nos quadrúpedes geralmente é fatal
(linhas equipotenciais distantes) maior
diferença de potencial, logo maior corrente
passando pelo tronco do ser vivo.
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Tensão de toque e tensão de passe

Tensão de contacto Tensão de passo

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Tensão de toque e tensão de passe

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Tensão de toque e tensão de passe

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Tensão de toque e tensão de passe

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Tensão de toque e tensão de passe

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Tensão de toque e tensão de passe

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Produção, transporte e distribuição de energia elétrica

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Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

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Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 93


Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar
Quadro alimentado, em trifásico, diretamente por um ramal ou por intermédio de um
troço comum (da instalação coletiva) e destinado a alimentar colunas e entradas.

O Quadro de colunas é constituído por:

Caixas de proteção das saídas (equipadas com


fusíveis de alto poder de corte);

Caixa de barramentos (equipadas com 4


barramentos de cobre nu para fazer a interligação
da caixa de corte geral e as caixas de proteção de
saídas);

Caixa de corte geral (equipada com um interruptor


tetrapolar).
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Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 95


Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

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Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 97


Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 98


Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar
As caixas de coluna contêm os ligadores para aperto dos condutores e corta-circuitos
fusíveis de alto poder de corte para proteção contra sobreintensidades das entradas.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 99


Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

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Instalação coletiva de um edifício de habitação multifamiliar

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Instalação entrada de habitação uni ou bifamiliar

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Instalação entrada de habitação uni ou bifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 103


Instalação entrada de habitação uni ou bifamiliar

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 104


Procedimento segurança - genérico
• As intervenções em instalações elétricas deverão ser exclusivamente efetuadas por
pessoal devidamente habilitado (eletricistas)
• Antes do início de qualquer tipo de intervenção numa instalação elétrica, proceder
ao corte geral de energia ou do circuito onde se vai intervir.
• Nunca se deve modificar uma instalação (salvo por pessoal devidamente habilitado).
• Não sobrecarregar circuitos elétricos.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 105


Procedimento segurança - genérico
Precauções a tomar:
• Cada vez que se abandone o edifício por um período largo de tempo, será desligado
o interruptor geral, verificando que não afeta nenhum aparelho eletrodoméstico.
• Antes de realizar um furo numa parede, deve assegurar-se de que não exista uma
canalização elétrica inserida na parede.
• Qualquer aparelho recetor que se pretenda ligar à rede apresentará os adaptadores
adequados para uma correta ligação, com a correspondente linha de terra.
• Ao utilizar ou ligar algum aparelho elétrico, deverá ter-se sempre as mãos secas e
evitar estar descalço ou com os pés húmidos.
• Sempre que utilizar um novo aparelho e/ou equipamento elétrico, deverá proceder à
leitura do manual.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 106


Procedimento segurança - genérico
Prescrições a seguir:
• Perante qualquer modificação na instalação ou nas suas condições de utilização
(ampliação da instalação ou alteração do tipo de utilização do edifício) um técnico
competente especialista na matéria deverá realizar um estudo prévio.
• Quando saltar algum interruptor automático, será localizada a causa que o produziu
antes de proceder ao seu rearme. Se teve origem na ligação de algum aparelho
defeituoso, este será desligado da corrente elétrica. Se, apesar disso, o mecanismo
não se deixa rearmar ou a incidência for motivada por qualquer outra causa
complexa, será avisado um profissional qualificado.
• Depois de se produzir algum incidente na instalação, será verificado através de
inspeção visual o estado do interruptor de corte e dos fusíveis de proteção, o estado
de corrosão da porta do armário e a continuidade do condutor de ligação à terra do
aro metálico da mesma.
• O utilizador deverá dispor da planta atualizada e definitiva da instalação elétrica
interior, para que na referida planta se encontrem identificados os vários
componentes da instalação particular, tais como quadro geral de distribuição,
circuitos interiores e pontos de luz, mediante um símbolo e/ou número específico.
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Procedimento segurança - genérico
Prescrições a seguir:
• Antes de ligar um novo aparelho elétrico é recomendável verificar se a tensão de
alimentação coincide com aquela que a rede fornece.
• Antes de manipular qualquer aparelho elétrico, será desligado da rede.
• Se um aparelho dá choques elétricos, deve-se desligá-lo imediatamente e avisar um
técnico ou instalador autorizado. Se a operação de o desligar puder ser perigosa,
convém desligar o interruptor geral antes de desligar o aparelho.
• As fichas que possuam ligação à terra serão ligadas exclusivamente a uma tomada de
corrente com ligação à terra, para que o aparelho ligado através dela fique protegido
e assim se proteja a integridade do utilizador.
• É obrigatória a ligação ao circuito de terra de todos os eletrodomésticos, iluminações
e outro equipamentos que disponham da ligação correspondente. Todo o aparelho
que possua uma ficha com linha de terra deverá ser ligado exclusivamente a tomadas
que possuam o circuito de terra.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 108


Procedimento segurança - genérico
Prescrições a seguir:
• Serão mantidos desligados da rede durante a sua limpeza os aparelhos elétricos e os
mecanismos.
• Os aparelhos elétricos serão desligados removendo a ficha, nunca puxando o
respetivo cabo. Uma boa manutenção inclui a ausência de golpes e roturas. Perante
qualquer indício de incêndio (queimadura por altas temperaturas devido a ligações
defeituosas), deverá substituir-se a ficha (e a tomada se também se encontrar
danificada).

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 109


Procedimento segurança - genérico
Proibições a cumprir:
• Os quadros elétricos não serão manuseados com as mãos molhadas ou húmidas,
nem será acionado nenhum dos seus mecanismos.
• Os fusíveis e interruptores diferenciais não serão removidos de forma alguma.
• A intensidade dos disjuntores não será suprimida nem aumentada unilateralmente.
• Não será permitido o prolongamento de um circuito através de um cabo estendido
sobre a parede ou pavimento.
• Os cabos dos circuitos e as respetivas caixas de ligação ou derivação não serão
manuseados.
• Não será tocado nenhum aparelho elétrico estando a utilizar água e, em geral,
dentro do volume de proibição de casas de banho.
• Não se deverá ligar uma ficha cujas cavilhas não estejam perfeitamente alinhadas
com os alvéolos da tomada, já que este efeito origina avarias que podem ser
bastante graves.
• Não se deverá forçar a introdução de uma ficha numa tomada inadequada de
menores dimensões.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 110


Procedimento segurança - genérico
Proibições a cumprir:
• Não serão ligadas fichas a tomadas múltiplas, exceto as que possuam as suas
proteções específicas.
• As fichas e os recetores não serão tocados com as mãos molhadas ou húmidas.
• O utilizador não manipulará os fios dos cabos, pelo que nunca conectará nenhum
aparelho que não possua a cavilha correspondente.
• Não serão premidos de forma repetida e desnecessária os mecanismos interiores,
pois para além dos prejuízos que se possam causar no recetor alimentado, também
se está a desgastar desnecessariamente o mecanismo.
• Não serão ligados aparelhos de iluminação ou qualquer outro recetor que alcance os
220 watts de potência, uma vez que a consequência imediata é possibilitar o início
de um incêndio no mecanismo.
• O utilizador não retirará nem manipulará os mecanismos da instalação.
• Os alvéolos das tomadas não serão manuseados com nenhum objeto nem tocados
com líquidos.
• Não serão ligados recetores que superem a potência da própria tomada nem serão
ligadas tomadas múltiplas cuja potência total supere a da própria tomada.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 111


Procedimento segurança - genérico

Quando surgir uma avaria nas instalações elétricas, dever-se-á


contactar com um técnico credenciado, cabendo a este a reparação da
anomalia. Até à sua reparação, os circuitos afetados pela avaria
deverão encontrar-se consignados, assim como o respetivo quadro
elétrico.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 112


Procedimento segurança em operações de socorro
• No combate a Incêndios Urbanos e Industriais, garantir o corte geral de energia
elétrica (e de gás também) – na dúvida ou em caso de falta de informação, proceder
sempre como se as instalações estivessem sob tensão.
• O COS (comandante operacional de socorro) deve garantir que estão reunidas as
condições de segurança para atuar, devendo adotar a tática adequada de acordo
com as condições existentes, devendo proceder à sua reavaliação permanente.
• Utilizar os EPI’s adequados.
• Num edifício ou industria onde não se tenha efetuado o corte de energia ou se
desconhecer se a mesma está cortada, avançar tateando com as costas das mãos
(prevenir a tetanização).
• Não se levantar ou trabalhar em áreas onde se verifica a existência de fumos densos.
Estes podem ocultar equipamentos ou linhas sob tensão e podem facilitar a
ocorrência de arco elétrico.
• Em PT’s (postos de transformação), linhas elétricas caídas, postos de transporte de
energia elétrico caídos, etc., isolar/interditar, chamar o piquete de serviço e aguardar
a desativação da linha/PT para atuar.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 113


Procedimento segurança em operações de socorro
• Ter cuidados redobrados quando a humidade do ar é elevada (chuva, neblinas,
nevoeiro, etc.), existe o risco acrescido de surgimento de arco elétrico.
• Ter cuidados redobrados quando se existirem ventos fortes: cabos caídos sob tensão
podem deslocar-se.
• Respeitar as seguintes distâncias mínimas de segurança aos cabos elétricos aéreos
(aplicável a linhas de distribuição aéreas e a linhas de alimentação de comboios):
• Se a tensão for ≤60 kV, a distância de segurança será de 3,00 m.
• Se a tensão for >60 kV, a distância de segurança será de 5,00 m.
• Se a tensão for ≥220 kV, então a distância de segurança será de 6 m;
• Se necessário deslocar-se (para sair da zona de risco) numa zona onde exista cabo de
energia caído, dar passos muito curtos ou pequenos saltos de modo a evitar a queda,
a qual pode ser fatal.
• Manter-se a uma distância mínima de segurança de 15 m de linhas elétricas caídas
ou de subestações que se desconheça as condições de segurança. Só atuar depois de
garantido o corte da energia, consignação da linha e “autorização” por parte da
entidade responsável (da linha ou subestação).

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 114


Procedimento segurança em operações de socorro
• Delimitar as zonas de risco.
• Caso haja água junto a fontes de energia elétrica (cabos caídos, geradores,
transformadores, geradores, etc.), não se aproximar das mesmas sem ter a garantia
de que as fontes estão desativadas.
• Não utilizar água para o combate a incêndios em equipamentos sob tensão. Recorrer
a pó químico e/ou CO2, para baixas tensões. Para média e alta tensão aguardar o
corte de energia. Nota: Poderão ser utilizados extintores de água (preferencialemnet
com aditivos), desde que os mesmo tenham essa informação no seu “rótulo”. Ainda
assim, só utilizar para baixa tensão (230V / 400V). Nota: Baixa tensão: 230 V e 400 V,
Média tensão: até 60 kV; Alta tensão: mais de 60 kV.
• Limitar as ações de salvamento (ou outras) ao estritamente necessário, nunca pondo
em risco a própria segurança – Não há socorro sem socorrista.
• Nunca atuar sozinho.
• Ter especiais precauções na aproximação com veículos ou equipamentos a linhas
aéreas, existindo o risco de contacto direto ou de surgimento de arco elétrico.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 115


Procedimento segurança em operações de socorro
• Se uma veículo entrar em contacto com uma linha elétrica:
• Permanecer na cabine manobrando o veículo, se possível, até deixar de haver
contacto.
• O chefe da guarnição deve ordenar a todos que se mantenham no veículo até
cessar o contacto ou até que seja garantida a desativação da linha.
• Se o veículo se incendiar, exigindo a evacuação do mesmo:
• Verificar que não existem cabos caídos no chão junto ao veículo e dar um
salto de pés juntos para o chão sem tocar no veículo, e distanciar-se do
mesmo, aos saltos curtos ou passos muito curtos, até atingir uma distancia
mínima de segurança de 15m.
• Nunca tocar no veículo e no chão ao mesmo tempo, afastando-se do
mesmo com passos curtos e/ou aos saltos.
• Se houver um cabo caído no chão sair pelo lado oposto onde se encontra o
cabo, saltando do veículo e dando saltos curtos ou passos muito curtos, até
atingir uma distancia mínima de segurança de 15m.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 116


Procedimento segurança em operações de socorro
• Em operações de socorro em veículos híbridos ou elétricos (incêndio,
desencarceramento), nunca cortar os cabos laranjas – a desenvolver no modulo de
desencarceramento.

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 117


COMPANHIA DE BOMBEIROS SAPADORES DE SETÚBAL

OBRIGADO

01/06/2022 DAVID DOMINGUES 118

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