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2 - Divisor de Tensão Resistivo

O divisor de tensão resistivo é, talvez, o circuito mais simples que se pode


montar. Utiliza-se essa configuração para criar uma tensão de saída (Vout) que
é proporcional a tensão de entrada (Vin) e possui, em geral, apenas dois
resistores, conforme a figura abaixo. No entanto, a maioria dos circuitos, mesmo
os mais complexos, podem ser levados a essa forma, e daí vem a importância
de seu estudo.

Vin

R1

Vout

R2

Figura 1. Divisor de tensão resistivo.

Se considerarmos a corrente de saída (Iout) = 0 teremos: Vout = VR2, ou seja


a tensão de saída é igual à tensão sobre o resistor de resistência R2. A lei de
Ohm nos diz que a razão de V/I é constante em resistores ditos Ôhmicos, no
caso em que a temperatura não varia. Nesse caso, define-se a resistência do
resistor como sendo o valor de tal constante (V/I = R). Assim, a tensão sobre o
resistor R2 é:

(1) Vout = VR2 = R2 × I .

2
Sabemos que a corrente que passa por todo o circuito é

Vin
(2) I = .
R1 + R2

Logo, retornando a equação (2) em (1) temos a tensão de saída em função


da tensão de entrada:

R2
(3) V out = R1+R2 V in .

Deve-se notar que estes cálculos só servem para se ter uma noção da
tensão na saída. Quando a corrente de saída for grande haverá uma queda de
tensão maior sobre R1 o que fará com que a tensão de saída seja menor do que
a calculada. Corrente nula significa dizer que não há nenhuma ligação adicional
no ponto onde se mede Vout. Isso é uma idealização, pois mesmo um voltímetro
ligado naquela posição representaria uma resistência adicional em paralelo
como R2 e, portanto, haveria uma corrente diferente de zero no terminal onde
se mede Vout. Há limites para que esses cálculos sejam considerados válidos e
serão discutidos mais adiante.
Percebamos também que os potenciais são medidos com relação ao
potencial de Terra ( ), que é a denominação utilizada para um ponto de
referência onde se tenha potencial elétrico de 0 volt.
O circuito discutido acima pode ser a simplificação de outro mais
complexo, como por exemplo, o representado na figura baixo.

3
+V

R1

V4

R2
V3
R3

V2

R4
V1

R5

Fig. 2. Divisor de tensão com várias saídas.

Esse circuito, apesar de aparentemente mais complicado, pode ser


levado àquele da Fig. 1, lembrando as regras de associação de resistores em
série ou paralelo. Considerando, novamente, que as correntes de saída são
nulas qualquer um dos potenciais pode ser facilmente calculado. Por exemplo,
V3:

V
Usando V3 = I(R3 + R4 + R5) e I = , logo
(R1 + R2 + R3 + R4 + R5)

R3 + R4 + R5
V3 = V
(R1 + R2 + R3 + R4 + R5)

4
Exercícios

1. Considere o circuito da Figura 1, com Vin = 12 V, R1 = 1 kΩ e R2 = 3 kΩ.


Calcule o valor de Vout.
2. Considere o circuito da Figura 2, e calcule os valores de V1, V2 e V4 em
função de (+V), ou seja, a tensão de entrada.
3. Considere o circuito da Figura 2, com V = 20 V, R1 = R2 = 1 kΩ, R3 = R4 = 3
kΩ e R5 = 5 kΩ. Calcule o valor de V2 e V3.
4. Imagine que no circuito do problema 1 foi colocado um resistor (R3 = 1 kΩ)
em paralelo com R2. Calcule o novo valor de Vout.
5. Considere o circuito da Figura 2, com os valores descritos no problema 3.
Recalcule V3 considerando que você colocou um voltímetro para realizar a
medida e esse voltímetro tem uma resistência interna de 10 kΩ.

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