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3.1 INTRODUÇÃO
49
+ R0
+ +
vd A vd A vd
Ri RL v0
v1 - v1 -
RL vo= A vd
v2 -
v2
a) b)
50
3.3 MONTAGENS BÁSICAS COM AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
+
A
-
vi R2 vo
v1 R1
R1
realimentação. Sendo b = - . A figura 3.3 apresenta o seu circuito equivalente.
R1 + R 2
51
R1//R2
+
bV0 R1+R2
-
Fig. 3.3 – Esquema equivalente do bloco de realimentação da montagem não inversora da fig.3.2.
Ri R1//R2 R0
+ +
vi vd bV0 R1+R2 RL v0
- - A vd
æ Ri ö é R L // ( R1 + R 2 ) ù
A ´ vi ´ ç ÷´ ê ú
V0 è R i + R1 // R 2 ø ë R 0 + R L // ( R 1 + R 2 ) û
A ma = = (3.3)
Vi b= 0
vi
52
Como o ganho em malha fechada é dado por:
A ma
A mf = (3.4)
1 - A ma b
Substituindo o ganho em malha aberta e o factor de realimentação, obteremos o ganho
em malha fechada. No caso de o ganho em malha aberta ser muito maior que 1/b, como
acontecerá geralmente, virá:
1 R1 + R 2
A mf = - = (3.5)
b R1
Quanto à resistência de entrada do circuito realimentado, teremos, como vimos na
secção 2.4.4 do capítulo anterior:
æ R1 ö
R if = R i (1 - A b) @ R i ´ çç A ÷÷ (3.6)
è R1 + R 2 ø
No caso de estarmos perante um amplificador operacional com Ri=2MW e A=100000,
valores típicos do Amp. Op. mais popular, o 741, e considerando uma ganho de 10 para a
montagem, teremos uma resistência de entrada em malha fechada igual a
2 ´106 ´105 /10 = 2 ´1010 W , ou seja, virtualmente infinita.
No que diz respeito à resistência de saída teremos:
R0 R R + R2
R 0f = @ 0´ 1 (3.7)
1 - Ab A R1
Para uma resistência de saída de 75W como no 741, e nas mesmas circunstâncias do
exemplo anterior, teríamos uma resistência de saída em malha fechada igual a
75
´10 = 7,5mW , ou seja, seguramente menos do que a dos fios de ligação da saída do
100000
amplificador à carga.
+
A
-
vi vo
53
A figura 3.5, apresenta um caso particular da montagem não inversora, em que R2=0 e
R1= ¥. Como a tensão diferencial de entrada se pode considerar nula então v0=vi e portanto o
ganho da montagem é igual a 1. Como b=1, a resistência de entrada dada por (3.6) será a
maior que se consegue realizar com um dado amplificador básico. Pela mesma razão, a
resistência de saída dada por (3.7) será a mais baixa possível. Esta montagem conhecida por
montagem seguidora é geralmente utilizada, pelas propriedades descritas, para isolar uma
fonte da respectiva carga, nas situações em que é necessário providenciar a adaptação de um
circuito gerador a uma carga. É o caso, por exemplo, de situações em que uma carga de baixo
valor é ligada a um gerador com impedância de saída média ou alta. Na literatura anglo-
saxónica este circuito é designado por “Buffer” (circuito tampão).
i1 R1 i2
-
A
vi +
vo
R2
v0 = - vi (3.8)
R1
54
Neste circuito, dizemos que temos uma terra virtual na entrada negativa do amplificador
operacional, pelo facto de o potencial desta ser igual ao da massa, mas a impedância entre
estes dois pontos ser muito elevada (igual à resistência de entrada do amplificador
operacional).
A montagem diz-se inversora, por a saída estar sempre em oposição de fase em relação
à entrada.
A impedância de entrada deste circuito é aproximadamente igual a R1, podendo
portanto, nos casos em que o valor desta resistência seja baixo, carregar o gerador. Quanto à
resistência de saída, continua a ser dada por (3.7), apresentando portanto o comportamento
ideal dum amplificador de tensão realimentado.
R3
i1 R1 i3
-
i2 A
v1 R2 +
v2 v0
æR R ö
v 0 = - ç 3 v1 + 3 v 2 ÷ (3.9)
è R1 R2 ø
As impedâncias de entrada serão neste caso R1 e R2 para cada uma das entradas e a de
saída continua a ser dada por (3.7)
55
3.3.4 MONTAGEM SOMADORA NÃO INVERSORA
æ R4 R4 ö
ç v1 - R + R v 0 v 2 - R + R v 0 ÷ R4
v 0 = -i3R 3 + v + = -R 3 ç 4 5
+ 4 5
÷+ v0 (3.10)
ç R1 R2 ÷ R4 + R5
ç ÷
è ø
R4 R R
Sendo k 0 = , k1 = 3 e k 2 = 3 , teremos que
R4 + R5 R1 R2
v 0 = - éë k1 ( v1 - k 0 v 0 ) + k 2 ( v 2 - k 0 v 0 ) ùû + k 0 v 0 (3.11)
Ou seja,
k1v1 + k 2 v 2
v0 = (3.12)
k 0 ( k1 + k 2 + 1) - 1
R3
i1 R1 i3
+
i2 A
R2 -
v1
v2 R5
v+ v0
R4
56
3.3.5 MONTAGEM SUBTRACTORA
æ R4 ö
ç v1 - R + R v 2 ÷ R4
v 0 = -iR 2 + v + = -R 2 ç 3 4
÷+ v2 (3.13)
ç R1 ÷ R3 + R4
ç ÷
è ø
Pelo que
R1 + R 2 R4 R
v0 = ´ v 2 - 2 v1 (3.14)
R1 R3 + R4 R1
R2
i R1 i
-
A
+
R3
v1 R4 v0
v2
v+
57
3.3.6 MONTAGEM INTEGRADORA
i R
i
-
A
vi +
vo
A constante v0i depende da carga inicial do condensador, sendo nula se ela o for.
i C i
-
A
vi +
vo
d ( vi )
Neste caso, a corrente de entrada será i = C . Como v 0 = -Ri , teremos:
dt
d ( vi )
v 0 = -RC (3.17)
dt
58
3.3.8 COMPARADOR
vi E
+
A vi t
-
vi v0
v0
E
t
a) b)
59
+VCC
T8 T9 T12 T13
I0 I5 T14
I4
v+ T1 T2 v- R1
39kW C T15
25W
T3 R2
T4 v0
I1 Id I3
I2
T7 25W
I
T16
T5 T6 T10 T11
T17
T18
1kW 50kW 1kW 5kW 50kW 50W
-VEE
60
de transístores bipolares de junção utilizam transístores de efeito de campo, permitem a
construção de AmpOps com resistências de entrada que chegam a atingir valores da ordem
1012W.
Quando a tensão diferencial de entrada é nula (v+=v-), I1=I2=I0/2. Devido à acção do
repetidor de corrente I=I1 pelo que Id=I2 -I=I2 -I1=0. Consideremos que v+ aumenta e v-
diminui, nestas circunstâncias I1 e portanto I aumentam, diminuindo I2. Nestas circunstâncias
Id deixa de ser zero passando a ter um valor negativo proporcional a v+ -v-, Id=gm(v+ -v-),
comportando-se portanto como um amplificador de transcondutância, como foi visto quando
se estudou esta montagem em Electrónica I.
O andar intermédio de ganho é constituído pelo par Darlington constituído por T16 e T17.
Apresenta uma elevada resistência de entrada que não carrega o amplificador diferencial e um
ganho igual a b2, que em conjunto com o ganho do andar diferencial de entrada permite
atingir ganhos da ordem de 100.000 a 200.000 para este amplificador operacional.
Como já foi referido, o andar de saída deste amplificador, é um circuito push-pull, já
estudado no capítulo 1. Como se sabe é necessário eliminar a distorção de travessia
(“crossover”), o que se consegue aplicando entre a base de T14 e T18 uma tensão de
polarização igual a duas vezes o VBE de condução destes transístores complementares. No
circuito da fig. 3.13, tal objectivo é conseguido pela utilização de T15 em conjunto com R1 e
R2, que actuam como um “multiplicador de VBE”, já que desprezando a corrente de base de
R1 + R 2
T15 em relação à corrente que percorre R1 e R2, podemos dizer que VCE ( T15 ) = VBE .
R2
No presente caso R1 e R2 têm valores tais que VCE(T15) »1,1V.
Uma das aproximações que geralmente utilizamos na análise dos circuitos com
amplificadores operacionais, é a de considerar nula a corrente de entrada. Esta aproximação,
facilita extraordinariamente a análise dos circuitos e conduz geralmente a bons resultados,
como vimos. Existem no entanto situações, em que temos que nos preocupar com as correntes
de entrada. É por exemplo o caso das montagens com um ganho dc muito elevado, ou as
montagens integradoras.
Consideremos o circuito da Fig. 3.14, correspondente a uma versão simplificada do
61
andar diferencial de entrada do 741. Para o andar diferencial funcionar convenientemente, é
necessário colocar os transístores T1 e T2 na zona activa directa, pelo que as respectivas
correntes de base (Ip e In) terão de ser positivas e portanto diferentes de zero. Idealmente Ip e
In deveriam ser iguais. No entanto, na prática isso não acontece, por não ser possível garantir
que os b dos dois transístores sejam exactamente iguais. A corrente de polarização da entrada,
IB, designada na literatura de língua inglesa por “input bias current”, é definida como sendo a
semi-soma das duas correntes de entrada. Isto é,
Ip + In
IB = (3.18)
2
À diferença entre Ip e In, chamamos corrente de “offset” à entrada, Ii0.
I i0 = I p - I n (3.19)
+VCC
T8
I0
Ip In
vp T1 T2 vn
T3
T4
T7 Saída para o
andar seguinte
T5 T6
Terminal para Terminal para
compensação de compensação de
offset offset
-VEE
Fig. 3.14 – Esquema eléctrico simplificado do andar diferencial de entrada do 741, incluindo o
potenciómetro de compensação de offset.
62
Normalmente Ii0 é cerca de uma ordem de grandeza menor que IB. No caso do 741 os
valores típicos são: I B = 80 nA e I i 0 = 20 nA . De notar que estes valores correspondem à
temperatura ambiente, já que IB e Ii0 variam com a temperatura.
Consideremos os circuitos da Fig. 3.15, correspondentes às montagens inversora e não
inversora. Ambos os circuitos apresentam uma resistência, Rp, adicional em relação às
configurações que estudámos até aqui. A sua função será clarificada mais adiante.
R2 Rp
+
R1 A
- -
A
+ vi R2 vo
vi
Rp
vo
R1
(a) (b)
Fig. 3.15 – Amplificador Operacional em montagem inversora (a) e não inversora (b).
Uma análise do efeito das correntes IB e Ii0, passa pela determinação da tensão de saída,
quando a entrada é curto-circuitada. A Fig. 3.16 apresenta o circuito que se obtém, nos dois
casos da Fig. 3.15, quando curto-circuitamos a entrada.
R2
R1 In
Vn -
A
Vp +
Ip Rp
vo
Fig. 3.16 – Circuito correspondente às montagens inversora e não inversora com as entradas curto-
circuitadas.
É óbvio que
Vp = -R p I p (3.20)
e que
V0 - Vn - Vn
In = + (3.21)
R2 R1
63
explicitando Vn:
Vn (R 1 + R 2 ) = R 1V 0 -R 1R 2 I n (3.23)
æ R1 ö
Vn = çç ÷÷V0 - (R 1 // R 2 ) I n (3.24)
è R1 + R 2 ø
como Vn é aproximadamente igual a Vp podemos igualar (3.20) e (3.24) donde resulta
æ R ö
[
V0 = çç1 + 2 ÷÷ ´ (R1 // R 2 ) I n - R p I p ] (3.25)
è R1 ø
claro que num amplificador operacional ideal, o valor de V0 em (3.25) seria zero, pois, quer In
quer Ip seriam nulos. Num amplificador operacional real, em que se conseguisse ter
I n = I p , V0 também seria nulo, desde que R p = R 1 // R 2 . Na prática tal não acontece e
temos uma tensão de saída diferente de zero. O circuito amplifica a diferença entre duas
tensões de entrada, uma devida a I n passar no paralelo de R 1 com R 2 e outra, I p , atravessar
R p . O ganho é æç1 + 2 ö÷ .
R
è R1 ø
R2
V0 = - Vi + e 0 (3.26)
R1
æ R ö
V0 = çç1 + 2 ÷÷ Vi + e 0 (3.27)
è R1 ø
64
æI ö
R p = (R 1 // R 2 )ç n ÷ (3.28)
ç Ip ÷
è ø
poderíamos tornar V0 nulo em (3.25). No entanto, I n e I p variam com o amplificador
operacional, pelo que R p deverá ser ajustada em cada caso. Usando uma resistência variável
æ R ö
V0 = çç1 + 2 ÷÷[- (R 1 // R 2 ) I i 0 ] (3.29)
è R1 ø
ou seja, o erro é agora proporcional a I i 0 que é uma ordem de grandeza mais pequena que I n
e Ip .
( )
R 2 = R 1 teremos V0 = (1 + 1) - 10 3 ´ 20 ´ 10 -9 = -40 µV. No entanto, se o 741 tiver o I i 0
máximo que é de 200 nA, teremos nas mesmas condições V0 = -0,4 mV. Quando o ganho
o aparecimento duma tensão de saída diferente de zero. Esta tensão à saída pode ser forçada a
ser zero, se aplicarmos entre as duas entradas do amplificador operacional uma tensão
adequada. A esta tensão chamamos tensão de offset à entrada, Vi0 .
65
duma tensão de erro à saída
æ R ö
V0 = çç1 + 2 ÷÷ Vi 0 (3.30)
è R1 ø
-
A
+
Vi0 vo
Fig. 3.17 – Circuito correspondente às montagens inversora e não inversora com a entrada curto-
circuitadas e considerando a tensão de offset à entrada.
Para uma configuração com ganho 1000 teremos V0 @ 2 V, o que será certamente um erro
importante.
tensão de erro total pode no entanto ser obtida aplicando o princípio da sobreposição. Sendo
assim teremos de (3.29) e (3.30):
æ R ö
V0 = çç1 + 2 ÷÷ ´ [Vi0 - (R1 // R 2 ) I i0 ] (3.31)
è R1 ø
De notar que Vi 0 e I i 0 podem ter qualquer polaridade, pelo que não devemos tirar
conclusões precipitadas relativamente à compensação dos dois erros devido ao sinal “–“ na
expressão (3.31).
66
Nas aplicações de precisão, ou duma forma geral quando os erros devido ao offset à
entrada são demasiado grandes é necessário proceder à compensação de offset. Há duas
técnicas de compensação, as internas e as externas.
A compensação interna pode ser efectuada quando o fabricante providencia dois
terminais para colocação dum potenciómetro, como é o caso do 741. Trata-se de compensar a
assimetria dos dois circuitos de entrada, colocando em paralelo com cada um deles uma
resistência diferente, ver Fig. 3.14. Ajustando o potenciómetro, podemos compensar a
desigualdade dos circuitos, dando uma aparência de inexistência de offset.
A Fig. 3.18 apresenta o circuito para a compensação interna de offset no caso das
montagens inversora ou não-inversora.
R1 R2
2
- 6
3 5
+
1 V0
R1//R2
10 kW
-15 V
Quando num circuito com vários amplificadores operacionais for necessário ajustar o
offset, basta ajustar o offset num dos amplificadores operacionais, medindo a tensão de saída
final do circuito.
Alguns amplificadores operacionais não permitem realizar a compensação interna. É o
caso das embalagens de 8 pinos com dois amplificadores operacionais, nestas situações não
há pinos disponíveis para efectuar a compensação. Torna-se então necessário realizar uma
compensação externa.
A ideia de base da compensação externa é a de aplicar uma tensão dc ajustável no
circuito de entrada, de modo a compensar o erro de offset existente.
67
A Fig. 3.19, apresenta uma montagem que permite efectuar a compensação externa do
offset à entrada na montagem inversora. Em vez de ligar R p à massa, liga-se a um ponto
onde se promove o aparecimento duma tensão igual e de sinal contrário à tensão de erro à
entrada. A tensão de compensação é obtida a partir dum potenciómetro cujos terminais são
ligados às tensões de alimentação do amplificador operacional.
R2
R1
-
+VCC +
Vi V0
RB Rp
RC
RA
-VEE
Fig. 3.19 – Montagem inversora com compensação externa do offset.
maior que RA, pois, o objectivo é passar a tensão do ponto médio do potenciómetro que é a
ordem dos volt para uma tensão da ordem dos mV no divisor resistivo formado por RB e RA.
+VCC
RC1 RB R1 R2
RC
RC2
RA
-VEE -
V1 Rp V0
68
A Fig. 3.20 apresenta a montagem destinada a promover a compensação externa do
offset na montagem não inversora. Neste caso, é necessário manter R A << R 1 para não
alterar o ganho de montagem. De notar que o ganho passa a ser dado por
R2
A = 1+ (3.32)
R 1 + R A //[R B + (R C1 // R C2 )]
A Fig. 3.21 apresenta um circuito que permite a medida da tensão de desvio à entrada.
10 kW
A - I1 100 kW VB -
Vi0 10 W A1
+
A2
B +
V" V0
100 kW
V
( )
V0 = i0 10 ´103 + 10 = 1001Vi0
10
(3.33)
69
Se alterarmos o circuito da fig. 3.21, colocando uma resistência de 10kW entre o ponto
B e a entrada não inversora, podemos medir a corrente de polarização Ip. De facto, a tensão
entre os pontos A e B passa a ser Vi0 - 10 ´103 Ip , já que Vi0 continuará a estar entre as
entradas inversora e não inversora. Sendo assim,
V0 =
Vi0 - 10 ´ 10 3 I p
10
(10 ´ 103 + 10) (3.34)
deste modo, medindo V0 e tendo medido anteriormente Vi0 recorrendo a (3.33) podemos obter
Ip. Utilizando um processo análogo, colocando a resistência de 10 kW entre o ponto A e a
entrada menos obteríamos In, utilizando (3.18) e (3.19) poderíamos obter IB e Ii0.
Algumas das limitações mais críticas dum amplificador operacional real são as que
resultam da sua resposta em frequência. Como era de esperar, em vez da desejada “largura de
banda infinita”, característica dum amplificador operacional ideal, teremos sempre uma
resposta em frequência que se caracterizará por apresentar um ganho finito que diminui com o
aumento de frequência. Comecemos por considerar que o amplificador apresenta uma função
de transferência com um só pólo, dada por:
A0
A (s) = (3.35)
æ s ö
1+ ç ÷
ç w1 ÷
è ø
A0
A = (3.36)
2
æ wö
1+ ç ÷
ç w1 ÷
è ø
70
106
Ganho de Tensão
104
100
ft
Frequência (Hz)
Fig. 3.22 – Módulo da resposta em frequência dum amplificador operacional em que a função de
transferência apresenta um pólo em 5Hz, e o ganho em dc é igual a 100000.
w
w1
Quanto à fase, dada por f = -artg e que se representa na fig. 3.23, teremos para
1
w<<w1, f @ 0 . Para w>>w1, f @ -90º .
20
-20
Fase(º)
Fase
-40
-60
-80
-100
-2 0 2 4 6
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Fig. 3.23 – Fase da resposta em frequência dum amplificador operacional em que a função de
transferência apresenta um pólo em 5Hz, e o ganho em dc é igual a 100000.
71
A0
Para w = w1, temos A = = 0,707 A 0 e f = -arctg 1 = -45º .
2
Dada a grande gama de variação dos valores de A0, a amplitude expressa-se geralmente
æ 2 ö
æ ö
em decibéis. Isto é, em vez de |A|, utilizamos. 20log A = 20log A0 - 20log ç 1 + çç w ÷÷ ÷
ç ÷
ç è w1 ø ÷
è ø
No presente caso, quando w = 10w1 teremos
20 log A = 20 log A 0 - 20 logæç 1 + 10 2 ö÷ @ 20 log A 0 - 20 log10 ,
è ø
para, w = 100w1 vem
A0
1 + A 0b
A (s) = (3.37)
s
1+
w1 (1 + A 0b )
72
A0 1
uma resposta em dc dada por @ , que se manterá aproximadamente constante até
1 + A 0b b
resposta em frequência duma montagem não inversora com b=0,1 (ganho 10 em dc), em que
as características do amplificador operacional são as da fig. 3.22. Neste caso, f1=5Hz, pelo
que a frequência de corte desta montagem será f c = f 1 (1 + A 0b ) @ 5 ´105 ´ 0,1 = 50kHz . Outra
forma de chegar ao mesmo resultado seria utilizar a propriedade de o produto ganho largura
de banda ser constante. Como neste caso ft=500kHz e o ganho é 10 vem fc=50kHz.
6
10
100000
4
10
Ganho de Tensão
(1)
2
10
10
0
10 (2)
-2
10 10
0
f1 10
2
10
4 fc 6
10
Fig. 3.24 –Módulo da resposta em frequência (1) dum amplificador operacional igual ao de 3.22,
(2) duma montagem não inversora com b=0,1 utilizando aquele amplificador operacional.
A traço ponto representam-se as correspondentes respostas assimptóticas.
73
du
que atravessa um condensador e a tensão aos seus terminais dada por i = C , para uma dada
dt
corrente máxima, imax (limitada por construção do circuito integrado) que passar num dado
æ du ö
SR = ç s ÷ (3.38)
è dt ømax
No caso do 741, a taxa de crescimento típica é de 0,5V/µs. Isto significa que o tempo
mínimo para ter uma variação de 10V na saída é de 20µs.
Imaginemos uma aplicação dum amplificador operacional, em que a tensão de saída
fosse alternada sinusoidal dada por u s ( t ) = U max cos ( wt + j ) . Para um dado valor da taxa de
crescimento teremos
æ du ö
SR = ç s ÷ = wU max (3.39)
è dt ømax
pelo que a frequência máxima a que se pode operar sem distorção, neste caso, será
SR
f max = (3.40)
2pU max
0,5 ´106
operação igual a = 7,96kHz .
2p´10
Até agora temos considerado que a saída dum amplificador era igual ao ganho vezes a
tensão diferencial de entrada. Em qualquer amplificador operacional real, não será assim e
teremos sempre um factor de modo comum, pelo que a tensão de saída será dada por
74
æv +v ö
v o = A d ´ v d + A mc ´ v mc = A d ´ ( v1 - v 2 ) + A mc ´ ç 1 2 ÷ (3.41)
è 2 ø
Onde Ad é o ganho diferencial, Amc o ganho de modo comum, v1 e v2 são
respectivamente às tensões da entrada não inversora e inversora do amplificador.
Idealmente Ad deveria ser infinito e Amc nulo. O quociente Ad / Amc é o factor de mérito
do amplificador, relativamente a este aspecto. Normalmente expressa-se em dB e é designado
por factor de rejeição de modo comum, CMRR (do inglês, Commom-mode rejection ratio)
Ad
CMRR = 20 log10 (3.42)
A mc
+ v3 R1 R2
A1
v1 - Ra
-
v1 A3
i Rb +
v2
v0
v2 Ra
-
A2
+ v4 R1 R2
75
entrada nos amplificadores são nulas, podemos determinar v3 e v4.
vd v v
v3 = v1 + R a ´ = v mc + d + R a ´ d (3.45)
Rb 2 Rb
e
vd v v
v4 = v2 - R a ´ = v mc - d - R a ´ d (3.46)
Rb 2 Rb
A relação entre v0, v3 e v4 é conhecida, já que foi deduzida na secção 3.3.5. Estamos
perante um subtractor, pelo que
R2
v0 = ( v 4 - v3 ) (3.47)
R1
substituindo (3.45) e (3.46) em (3.47) obtemos:
R2 æ Ra ö
v0 = - ç1 + 2 ÷ vd (3.48)
R1 è Rb ø
R 2 æ R a1 + R a 2 ö
designadas por Ra1 e Ra2 a tensão de saída viria igual a v 0 = - ç1 + ÷ vd .
R1 è Rb ø
Além do elevadíssimo factor de rejeição de modo comum que se consegue nos
amplificadores operacionais, este apresentam também uma resistência de entrada muitíssimo
elevada, como resultado das duas montagens do tipo não inversor de A1 e A2.
Como exemplo de aplicação consideremos o seguinte problema: temos um transdutor de
deformação que apresenta uma resistência eléctrica que varia do valor em repouso igual a
100W, para 100,3W quando a deformação é a máxima admissível pelo transdutor. Imaginemos
76
que para medir esta variação de resistência, se colocou o transdutor num dos ramos duma
ponte de Wheatstone de corrente contínua, alimentada a 5V e com resistências todas iguais a
100W nos restantes 3 ramos da ponte. A tensão de desequilíbrio da ponte apresentaria no caso
de deformação igual a um décimo da máxima (R=100,03W) uma tensão diferencial de
0,37mV e uma tensão de modo comum aproximadamente igual a 2,5V, fig. 3.26. Ou seja, a
tensão de modo comum é 6667 vezes superior à tensão diferencial, pelo que necessitamos
utilizar um amplificador com um elevadíssimo CMRR de modo a amplificar a tensão
diferencial de entrada (que é a que contém a informação relativa à deformação) sem termos à
saída do amplificador uma parcela importante devida ao modo comum. Se utilizássemos um
Ad
amplificador com um CMRR de 80, teríamos 80 = 20 log , logo Ad=10000Amc, pelo que a
A mc
100,03W 100W
+
5V A
-
0,37mV v0
100W 100W
Fig. 3.26 – Ponte de Wheatstone incluindo um extensómetro no ramo 1, seguida dum amplificador de
instrumentação.
77
3.9 ESTABILIDADE E COMPENSAÇÃO
s s
20 log A(s ) = 20 log A 0 - 20 log 1 + - 20 log 1 + (3.50.a)
w1 w2
para cada pólo podemos tomar como boa a aproximação assimptótica, em que se considera
que a fase é igual a zero para uma frequência igual a 1/10 da frequência do pólo, cai a
45º/década até ser –90º para uma frequência igual a 10 vezes a frequência do pólo. No
exemplo que estamos a considerar, se w2 > w1,mas (w2 10 ) < 10 w1 , a fase começa por ser
zero desde a frequência zero até w1/10, a partir daí decresce a um ritmo igual a 45º/década até
w2/10, diminuindo depois a 90º/década até 10w1 , voltando a decrescer a 45º/década até
em que as frequências dos pólos são respectivamente 100kHz, 1MHz e 10Mz. Esta situação
hipotética, poderia facilmente corresponder ao que se obteria após a construção dum dado
amplificador operacional. As montagens a efectuar com um amplificador com estas
características, são, como veremos, potencialmente instáveis.
78
120
100 -20dB/década
80
(dB)
-40dB/década
Amplitude (dB)
60
Amplitude
40
-60dB/década
Margem de ganho
20
0
a)
-20
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
0
-45º/década
-50
-90º/década
-100
(º)
Fase(º)
Fase
-150
-180
-200
Margem de fase
-250
-45º/década b)
-300
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Fig. 3.27 – Amplitude a) e fase b) da resposta em frequência dum amplificador com 3 pólos em:
100kHz, 1MHz e 10MHz.
Como vimos no capítulo anterior, o produto –Ab da equação 2.7 é designado por ganho
em anel. Quando Ab < 0 a realimentação diz-se negativa ou degenerativa. Nesta situação,
1 - Ab > 1 e portanto A F < A . Apresentando o amplificador uma resposta em frequência
com mais de dois pólos, como a da figura 3.27, existe uma frequência para a qual um sinal
que se propague ao longo da malha de realimentação sofre um desfasamento de 180º, ou seja,
uma inversão. Nestas circunstâncias estão criadas as condições para que o produto Ab se
torne maior do que zero e portanto a realimentação passe a ser positiva, tornando as
79
montagens instáveis. Em particular quando Ab = 1, resulta que 1 -Ab = 0 e portanto o ganho
do amplificador realimentado vem igual a infinito, ou seja, poremos ter sinal de saída, mesmo
na ausência de sinal à entrada do amplificador realimentado.
120
-20dB/década
100
80
(dB)
-40dB/década
Amplitude (dB)
60
Amplitude
40 -60dB/década
20
-20
4 5 6 7 8
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Fig. 3.28 – Amplitude da resposta em frequência igual à de 3.27, mas noutra escala de frequências, de
modo a evidenciar o ritmo de descida da aproximação assimptótica.
onde f(ft) representa a fase para a frequência de ganho unitário, ser positiva. Ou seja, é
necessário que para a frequência de ganho unitário a fase não exceda os –180º. Se assim não
fosse, teríamos criado condições de oscilação.
Podemos usar também como critério de estabilidade a margem de ganho ser menor do
que zero. A margem de ganho, ver fig. 3.27, é igual ao valor da amplitude da resposta em
frequência em dB para a frequência em que a fase é igual a -180º.
Para evitar estas situações é frequente os fabricantes de AmpOps efectuarem a
compensação interna dos amplificadores operacionais, ou indicarem uma forma de fazer a
compensação externa, de modo a evitar a possibilidade de realizar com eles montagens
instáveis, pelo menos para as situações mais vulgares de amplificadores com malhas de
realimentação resistivas, ou circuitos integradores.
80
Um exemplo da compensação interna é a inclusão do condensador C no circuito da fig.
3.13, que representa o esquema eléctrico do 741, entre a saída do andar diferencial e a base de
T14 no andar de saída de simetria complementar. Esta compensação é a mais frequente, sendo
designada por compensação por pólo dominante. A ideia é modificar o amplificador,
introduzindo um pólo a uma frequência muito menor que a de todos os outros pólos, de modo
a ser o efeito resultante deste pólo que domina a função de transferência. A compensação é
geralmente efectuada de tal modo, que o 2º pólo vai ocorrer para frequências onde a
amplitude da resposta em frequência é inferior a 0dB.
Um circuito como o 741 cuja resposta em frequência cai a 20 dB/década até ft, como
resultado da compensação por pólo dominante, diz-se incondicionalmente estável e o preço
que se pagou por isso foi a redução da largura de banda em malha aberta para 5 Hz.
Consideremos agora, de novo, o exemplo da fig. 3.27 e 3.28, correspondente à função
de transferência dada por (3.49). Imaginemos que se efectuava a compensação por pólo
dominante, de modo a introduzir um novo pólo em 5Hz, como no 741. A figura 3.29
representa a amplitude e a fase da resposta em frequência do amplificador. A função de
transferência passa a ser:
A0
A(s ) = (3.53)
æ1 + s öæ1 + s ö æ1 + s ö æ1 + s ö
ç w ÷ç w ÷ ç w ÷ ç w ÷
è 0 øè 1øè 2 øè 3ø
com f0=5Hz e em que as frequências dos outros pólos continuam a ser respectivamente
100kHz, 1MHz e 10Mz.
Como se pode verificar, após compensação, a margem de fase passou a ser positiva e a
margem de ganho negativa, o que significa que o amplificador após compensação se tornou
estável. As linhas a tracejado indicam as frequências (respectivamente 210kHz e 300kHz)
onde o ganho é igual a 0dB, a que corresponde uma fase de 168º (margem de fase +12º) e
também onde a fase é igual a 180º, a que corresponde uma margem de ganho de –14dB.
No exemplo que apresentamos, as condições de estabilidade são obtidas com uma
pequena margem. Em geral, como acontece no 741, a compensação por pólo dominante
permite obter uma resposta em frequência com valores superiores para a margem de fase. No
741, o 2º pólo que se segue ao dominante, aparece para uma frequência superior a 1,5MHz, o
que faz com que a amplitude da resposta em frequência passa por 0dB antes de atingir a
frequência do pólo, pelo que a margem de fase será sempre superior a 45º.
81
120
100
(Não compensado)
80
Amplitude(dB)
60
Amplitude
(Compensado)
40
20
0 a)
-20
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
0
(Não compensado)
-50
(Compensado)
-100
-150
Fase(º)
Fase
-180
-200
-250
-300
-350 b)
-400
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
A fig. 3.30, apresenta um circuito utilizado para efectuar a compensação externa por
pólo dominante. Neste caso, a resposta em frequência do amplificador é multiplicada por
1 1
, com w0 = . De notar que para incluir um pólo dominante a uma frequência
æ s ö RC
ç1 + ÷
è w0 ø
muito baixa, teremos geralmente de utilizar valores elevados de R e C.
82
R
-
A
+
Por vezes os fabricantes incluem um pino do circuito integrado com acesso directo à
entrada do segundo andar (de ganho) do amplificador operacional, de modo a que o utilizador
possa efectuar a compensação externa por inclusão dum condensador entre esse pino e a
massa. Nestas condições, deve ser indicado o valor da resistência equivalente nesse ponto. No
caso do 741, se a entrada do par Darlington estivesse disponível, a resistência equivalente
seria da ordem dos 2MW, pelo que o valor da capacidade a incluir para que o pólo dominante
estivesse nos 5Hz, seria de 16nF. Este valor seria demasiado elevado para incluir no interior
do circuito integrado, onde é difícil incluir capacidades de valor superior a 100pF. Em vez
desta solução, a compensação efectuada no caso do 741 é conseguida explorando o efeito de
Miller, por inclusão dum condensador na malha de realimentação do par Darlington. O ganho
deste andar, AD, é igual ao valor da transconductância do par multiplicado pela resistência de
saída, AD= - GD ´ R0D. Visto da entrada do par Darlington, o condensador comporta-se como
uma capacidade de valor dado por C´(1+ AD). Os valores típicos no 741 são: GD=6.4mA/V,
R0D=86kW, C=30pF, pelo que AD=550 e portanto a frequência do pólo vem dada por
f0=1/(2p´2´106´551´30´10-12) @5Hz.
A maior parte dos amplificadores estão disponíveis em versões compensadas e não
compensadas. Por exemplo o 748 é a versão não compensada do 741, o 301 do 307, etc..
Outra variante é a existência de amplificadores subcompensados, em que conseguiremos obter
circuitos estáveis desde que os ganhos das montagens sejam elevados, mas que o não serão
para ganhos inferiores a um dado valor. Por exemplo, o 356 é um circuito incondicionalmente
estável, por inclusão duma capacidade interna de compensação igual a 10pF. Existe porém
uma versão subcompensada do circuito, o 357, que inclui uma capacidade de 2pF para
efectuar a compensação. O 357 só pode ser utilizado para montagens em que o factor de
realimentação seja (1/b)>5, no entanto, a diferença dos valores das capacidades de
83
compensação tem outras consequências. O 357 tem uma frequência de ganho unitário de
20MHz e uma taxa de crescimento máxima (Slew rate) de 50V/µs, enquanto que no 356 a
frequência de ganho unitário é de 5MHz e a taxa de crescimento máxima se reduz a 12V/µs.
Outra possibilidade de efectuar a compensação dos amplificadores operacionais, é
forçar o aparecimento no circuito de um zero de frequência igual à de um dos pólos (por
exemplo o 1º ou o 2º). Chama-se compensação pólo-zero. A fig. 3.31 apresenta um circuito
para efectuar esta compensação. Em vez de efectuar a compensação à saída, podemos também
efectuá-la à entrada do 2º andar do Amp Op se esse ponto estiver acessível.
R
-
A
+
RC
1 RC
onde wz = e wp = wz . Ou seja, introduzimos um zero em wz e um pólo em wp.
R CC RC + R
Claro que a frequência do pólo é inferior à frequência do zero. No entanto, podemos
conseguir um ganho significativo da largura de banda em relação à compensação por pólo
dominante, se fizermos a frequência do zero igual à frequência do primeiro pólo antes da
compensação e a frequência do pólo agora introduzido tal que faça com que a margem de fase
do novo amplificador seja positiva.
84
120
100
(Não compensado)
Amplitude(dB) 80 (Compensacão
pólo-zero)
60 (Compensacão
Amplitude
20
0 a)
-20
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
0
(Compensacão (Não compensado)
-50 pólo-zero)
-100
-150
Fase(º)
Fase
-180
-200
-250
(Compensacão
-300 por pólo dominante) b)
-350
-400
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Fig. 3.32 – Amplitude a) e fase b) da resposta em frequência do amplificador da fig. 3.27, após
compensação pólo-zero, por introdução dum zero na frequência do primeiro pólo (100kHz) e um novo
pólo em 100Hz de modo a manter a mesma margem de fase da compensação apresentada em 3.29.
85
1
na entrada (“input lag compensation”). Neste caso, a frequência do zero é wz = e a do
R CC
RC
pólo wp = wz . A vantagem desta compensação é que melhora a taxa de
R C + R1 // R 2
crescimento do amplificador, já que o condensador de compensação foi incluído entre dois
pontos onde a tensão é aproximadamente nula, pelo que a corrente necessária para carregar o
condensador de compensação é muito pequena, muito menor do que nos casos em que a
malha de compensação é incluída entre pontos onde a variação do sinal seja elevada.
R2
+
RC A
R1
-
C -
RC A
vi R2 vo vi +
vo
C
R1
a) b)
Fig. 3.33 – Compensação por atraso na entrada para as montagens não inversora (a) e inversora (b).
Para terminar referiremos uma técnica de compensação, que ao contrário das anteriores
não actua sobre a função de transferência do amplificador básico, mas antes sobre a malha de
realimentação. É geralmente designada por compensação por avanço (“lead compensation”),
pode ser utilizada em montagens inversoras ou não-inversoras. Consiste em modificar a malha
de realimentação de modo a adicionar um termo positivo à resposta de fase do amplificador
na proximidade da frequência de ganho unitário, de modo a fazer aumentar a margem de fase.
A fig. 3.34 representa a aplicação desta técnica a uma montagem inversora.
C
R2
R1
-
A
vi
+ vo
86
Fig. 3.34 – Compensação por avanço na montagem inversora.
120
100
80
(1)
60
(dB)
Amplitude
40
Amplitude
(2)
20
0 (3)
-20
-40 a)
-60
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
0
(1)
-50
(3)
-100
Fase(º)
Fase
-150
-180
-200 (2)
-250 b)
-300
0 2 4 6 8
10 10 10 10 10
Frequência (Hz)
Fig. 3.35 – Amplitude a) e fase b) da resposta em frequência do amplificador da fig. 3.27 (1), duma
montagem inversora com ganho 10 sem compensação (2) e com compensação por avanço (3) por
introdução dum pólo em 1MHz e dum zero em 11MHz.
1 R + R2
Neste caso, a frequência do pólo é wp = e a do zero wz = 1 wp .
R 2C R1
Na figura 3.35, representam-se as respostas de amplitude e fase duma montagem
inversora com ganho 10, realizada com o amplificador com que temos vindo a ilustrar o texto
desde a figura 3.27. Na montagem não compensada, representada pelas curvas assinaladas
com (2) na figura, temos uma margem de fase de cerca de –70º (fase igual a –250º para a
87
frequência de ganho unitário). Após inclusão do condensador em paralelo com a resistência
R2 na montagem da fig. 3.34, obtemos as curvas assinaladas com (3). Como se pode verificar
a fase subiu acima dos –100º, pelo que a margem de fase passou a ser positiva em mais de
80º, tornando a montagem estável. Os valores das frequências do novo pólo e do zero
introduzidos foram respectivamente de 1MHz e 11MHz.
88