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Fontes de Corrente
Em estudos de circuitos eletrônicos é comum representarmos a fonte de alimentação como uma fonte de
tensão constante. De fato são as formas mais comuns, fáceis de assimilar e praticar. Pilhas e baterias
pertencem ao grupo de fontes de tensão: nestas, a tensão tende a permanecer constante e, conforme a
carga é alterada, a corrente é quem varia.

Em fontes de correntes, a corrente é quem permanece constante. Conforme a carga tem seu valor alterado,
a tensão é quem varia de forma a manter a corrente constante. Assim, uma fonte de corrente constante é o
circuito que limita o valor da corrente elétrica mesmo que a fonte de tensão ou carga varie seu valor, dentro
dos limites estabelecidos pela Lei de Ohm.

O circuito seguinte mostra uma fonte de corrente constante, alimentada por uma fonte de tensão, composta
por transistor, diodo zener e resistores.

A corrente elétrica é definida em RE.

O diodo zener fornece a tensão de referência (Vz).

A junção base-emissor do transistor apresenta VEB quando


saturado.

A corrente de saída será dada por: i = (Vz-VEB) / RE.

Esse valor, assim calculado, determina a corrente fornecida pelo circuito.

A carga a ser alimentada é representada pelo potenciômetro RL (Resistor Load). Ajustar RL simula as
variações na carga. Ao mudar RL, a tensão sobre a carga muda, pois a corrente fornecida (coletor de Q1) é
constante. Utilizando o software de simulação Multisim®, construa o circuito indicado a seguir.

XMM1 XMM2

Q1
BC558B
43Ω
D1
1N748A 100Ω 50%
V1 Key=A
12 V

390Ω

Neste circuito, o diodo zener (3v9 para 1N748) e a tensão VEB do transistor (até 0,82V, segundo o datasheet
do BC558) tendem a permanecer constantes. Isto significa que a tensão sobre o resistor RE de 43Ω no
emissor do transistor tende a ser constante, mesmo que a tensão de alimentação V1 flutue (mas mantenha
o diodo zener D1 polarizado). Com isso, a corrente em RE fica fixa, determinando a corrente máxima no
coletor de Q1, que é a corrente máxima entregue à carga.

Determine o valor teórico para essa corrente e anote ao lado: IL = ___________ mA

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Ajuste os multímetros: XMM1 para ler corrente e XMM2 para tensão.

Ligue a simulação e verifique as leituras nos multímetros. Faça variar o valor do potenciômetro (carga) e
verifique o que muda. Altere o valor da fonte de alimentação V1 para 15V e depois para 18V. Verifique os
efeitos nas leituras dos multímetros e compare com o valor teórico calculado.

Note que a corrente tende a ser tolerante tanto com as alterações na carga como com a fonte de
alimentação. Com os valores sugeridos no circuito, a corrente fornecida permanece constante para qualquer
posição de R3 e para flutuações na alimentação, que poderá estar entre 11V e 20V.

O circuito seguinte opera segundo os mesmos princípios. Construa e execute a simulação.

XMM1 XMM2

R3
200Ω
55 %
Key=A
R1
V1 12kΩ
12V carga
Q1

R2
1kΩ BC548B
25 %
Key=A

Ajuste R2 para uma leitura de 4mA no multímetro. Faça variar a resistência na carga (R3) e acompanhe as
alterações pela leitura da corrente e tensão sobre a carga.

As fontes de corrente são representadas por uma seta no interior de um círculo, momo mostra o
símbolo ao lado. Embora não seja um consenso universal, essa é a representação mais utilizada.

Espelho de corrente

No circuito seguinte temos dois transistores idênticos (Q1 e Q2).

Ao interligar coletor e base de Q1, este passa a se comportar como um diodo,


mas de características idênticas à junção base-emissor de Q2. Ao fixar a corrente
por esse diodo, através de Rx, a tensão VBE de Q2 ficará fixa, tornando constante
a corrente que flui pela carga (RL).

Esse circuito é utilizado onde se necessita um funcionamento preciso e seu


emprego é muito comum em circuitos integrados (CIs).

Esta configuração permite que dois transistores do mesmo tipo sejam


conectados de tal forma que a corrente de coletor de um transistor seja
relacionada de forma razoavelmente precisa com a corrente de coletor do outro.
Por causa disso, essa configuração é conhecida como espelho de corrente.

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Construa o circuito a seguir no Multisim®. XMM1 e XMM2 são multímetros ajustados como amperímetros.

XMM1 XMM2

R2
330Ω

R1 R3
0%
V1 10kΩ 150Ω V2
12V Key=A 24V

Q1 Q2
BC548B BC548B

Execute a simulação. Atue sobre R1 fazendo a corrente de entrada variar. Verifique as alterações na corrente
do circuito da direita. Note que a corrente de saída não é exatamente a mesma da entrada, mas
proporcional.

O circuito seguinte mostra que a corrente de entrada pode ser espelhada em vários circuitos de saída.

5kΩ
Key=Z 10 %

R10
R9 R6 R7 R8
470Ω 100Ω 500Ω 1000Ω

+ + + + +
0 A 0 A 0 A 0 A 0 A
- - - - -

V1 V2
12V Key = A Key = B Key = C 24V
J1 J2 J3

Q1 Q2 Q3 Q4 Q5

BC548B BC548B BC548B BC548B BC548B


R1 R2 R3 R4 R5
100Ω 100Ω 100Ω 100Ω 100Ω

Neste circuito, a corrente é definida pelo potenciômetro R10.

Simule o circuito no Multisim®. Atue sobre o valor da corrente e veja a influência na saída. Atue sobre as
chaves J1, J2 e J3 e verifique o espelhamento em mais de uma saída.

Em 1967, os engenheiros George R. Wilson e Barrie Gilbert se desafiaram para encontrar uma forma de
espelho de corrente mais eficiente. George R. Wilson, engenheiro de design de circuitos integrados que
trabalhava para Tektronix, ganhou o desafio e criou o circuito que leva seu nome.

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O circuito a seguir mostra a estrutura denominada Espelho de Corrente Wilson.

Nesta estrutura, os transistores Q1 e Q2 formam um par combinado que


compartilham emissor e base. Assim, eles formam um espelho de corrente
básico. Alterando a corrente em R1, as correntes de coletor de Q1 e de base de
Q3 também são alteradas. Q3 age como um amplificador seguidor de emissor e a
tensão de base nos transistores Q1 e Q2 também mudam.

Como os transistores são iguais, as correntes tendem a serem iguais, fazendo


com que as correntes de coletor dos transistores sejam iguais (iC1 = iC2 = iC3), assim
como as correntes de base (iB1 = iB2 = iB3) . Nestas condições, o erro estático é
zero. Isto nos leva a crer que, quanto menores as diferenças entre os
transistores, menor a diferença entre as correntes citadas.

V1
mA mA V2
Adicionando um quarto transistor ao espelho de corrente
Wilson podemos equalizar as tensões de coletor de Q1 e Q2,
RE RL
removendo qualquer incompatibilidade entre Q1 e Q2. A
equalização das tensões de coletor também equaliza a
potência dissipada em Q1 e Q2 e tende a reduzir a
incompatibilidade dos efeitos da temperatura sobre as VBE.
Q4 Q3

Neste circuito, RE representa a resistência de entrada que,


em conjunto com a tensão V1, determina a corrente de
entrada. RL representa a carga (saída do circuito) na qual a
corrente de entrada é espelhada. Q1 Q2

O circuito abaixo mostra um circuito baseado no espelho de corrente Wilson.

+ - 100Ω - +
0 A 0 A

10kΩ
40 %
Key=A
12V 100Ω 24V

Construa o circuito sugerido. Para os transistores, utilize os virtuais disponíveis no Multisim®. Execute a
simulação. Altere a corrente de entrada atuando sobre o potenciômetro. Verifique as modificações na
corrente de saída (parte à direita do circuito).

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Modo Diferencial

O esquema a seguir mescla espelho de corrente com fonte de corrente


constante.

Neste diagrama a corrente de Q1 é determinada pelo valor da resistência RX.

A máxima corrente dos emissores é determinada pela fonte de corrente.

A fonte de corrente determina a coma das correntes de emissor de Q1 e Q2.


Uma vez estabelecido o valor de corrente desta fonte, qualquer variação na
corrente de Q1 deverá ser compensada com variação de corrente em Q2 de
forma a manter constante a soma das correntes de emissor.

Assim, um aumento de corrente em Q1 resultará em diminuição da corrente


em Q2 (e, consequentemente, sobre a carga RL) e vice-versa. Este
comportamento é denominado modo diferencial.

Para verificar este efeito, monte o circuito abaixo no Multisim®.

+ +
0 A 0 A
- -

R5
47Ω R4
Key=A 100Ω
0%

Q2 Q3
V1 BD135 BD135
24V R2
33kΩ

+
0 A
-

Q1
BD135
R1
5kΩ
70 %
Key=A

Ajuste R1 para uma indicação de corrente próxima de 65mA no coletor de Q1. Faça variar o potenciômetro
R5 e veja os efeitos sobre a corrente em R4.

Amplificador Diferencial
Um amplificador diferencial é composto por circuitos de fonte de corrente constante e espelho de corrente.

O circuito tem duas entradas: uma inversora e uma não inversora. Assim, ao aplicarmos sinais nas duas
entradas, a saída será um sinal amplificado correspondente à diferença entre as entradas.

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 Vcc = Tensão de alimentação, pode ser única ou não;


+Vcc  Q1 = Transistor 1;
RC1 RC2  R1 = Resistor de Coletor do Transistor Q1;
VC1 VC2  VB1 = Tensão na base do transistor Q1;
 VC1 = Tensão no coletor do transistor Q1;
VB1 Q1 Q2 VB2
 Q2 = Transistor 2;
 R2 = Resistor de Coletor do Transistor Q2;
RE
 VB2 = Tensão na base do transistor Q2;
 VC2 = Tensão no coletor do transistor Q2.
- Vee  RE = Resistor de Emissor (comum aos transistores);
 Vee = Tensão de polarização de emissor.

Podemos ter as seguintes possibilidades de se aplicar sinais em suas entradas:


+Vcc
RC1 RC2
VC1 VC2
 Terminação Simples: é quando um sinal é aplicado
Q1 Q2
numa entrada e a outra é conectada a terra; ENTRADA

RE

- Vee
+Vcc
RC1 RC2
 Terminação Dupla (modo diferencial): é quando dois VC1 VC2

sinais de polaridades opostas são aplicados nas Q1 Q2


entradas; ENTRADA 1 ENTRADA 2

RE

- Vee
+Vcc
RC1 RC2
VC1 VC2
 Modo Comum: é quando um mesmo sinal, podendo ser ENTRADA Q1 Q2
também de mesmo potencial e de defasagem nula entre
si, é aplicado nas entradas.
RE

- Vee

Estes circuitos são extremamente populares em circuitos integrados (CIs).

Para se analisar a polarização DC, as entradas devem estar com um +Vcc


potencial de 0V. Ambos os emissores estão conectados ao resistor
RE, sendo este o motivo que faz com que a corrente iRE seja
constante. Se os transistores forem perfeitamente iguais, as VC1 VC2
correntes em cada emissor serão também iguais à metade da
corrente em RE. Nos transistores temos: VB1 VB2
Q1 Q2

VBE = 0,7V =/(+1) iE1 = iRE iE2 = iRE


2 2

iRE
ic = iB = iE iE1 = (+1)iB1 iE2 = (+1)iB2 RE

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Para se melhorar o funcionamento do amplificador é preciso que aumente o valor dos resistores nos
coletores (RC) para aumentar o ganho diferencial, e o de RE, para aumentar o ganho em modo comum. Mas
aumentando o valor de RC e RE haverá uma modificação na polarização do transistor e isso afetará o
funcionamento do amplificador.

Para não afetar o desempenho e ao mesmo tempo melhorar o funcionamento do circuito, substituem-se os
resistores por fontes de corrente. No circuito a seguir a saída de sinal é obtida no coletor de Q2.

+Vcc Note que a tensão de base do transistor 1 (VB1) atua sobre a


corrente de emissor.

Com isso, a corrente em Q2 também é afetada, afetando o sinal


na saída.
SAÍDA

Percebemos então que o sinal na saída é dependente direto de


VB1 Q1 Q2 VB2
VB2 (tensão na base do transistor 2) mas também depende da
tensão VB1.

Concluindo: o sinal de saída presente no coletor de Q2 depende


dos sinais presentes nas duas entradas (VB1 e VB2).
- Vee

Estas fontes de corrente devem ter uma alta resistência interna, próxima do infinito. Para se obter uma
fonte de corrente física usa-se o circuito espelho de corrente.

A representação a seguir ilustra um amplificador diferencial onde os resistores de polarização foram


substituídos por fontes de corrente (na forma de espelhos de corrente).

Vcc

As fontes físicas possuem alta resistência


interna, onde a corrente iE é obtida usando a
expressão:
Rx
SAÍDA iE = (Vcc – VBE)/Rx

VB1 VB2 *** Não é foco desta apostila o


desenvolvimento de equações de polarização,
mas a compreensão dos diversos sinais
envolvidos e suas consequências. As equações
podem ser obtidas através das mesmas análises
desenvolvidas para polarização de transistores
bipolares.
Vee

O circuito seguinte é a simulação de um amplificador construída no Multisim® (para fins didáticos).

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XSC1
18kΩ
Ext T rig
+
_
A B
12 V + _ + _

XFG1
15kΩ

Monte a simulação no Multisim®. Para os transistores, use os transistores virtuais NPN.

Ajuste o gerador de sinais para onda quadrada de 100Hz e amplitude de 850mVp. Ajuste o osciloscópio de
forma a visualizar as formas de ondas na entrada e saída (Timebase = 10ms/Div; canal A = 5V/Div Ypos = 0;
canal B = 5V/Div Ypos = -1).

Execute a simulação. Note que a saída representa o inverso do sinal de entrada, porém amplificado.

O sinal mínimo de saída não é zero volt. Isto se dá por causa das tensões VCE dos transistores no modo
saturado (chave). Da mesma forma, a tensão máxima de saída é próxima à Vcc, mas não idêntica.

A escolha da onda quadrada no gerador de deu porque neste circuito não há controle sobre o ganho de
amplificação. Assim, o sinal de saída tende a se estabelecer no valor mínimo ou no máximo da Vcc.
Experimente outras formas de ondas (senoidal e triangular) e verifique o que acontece.

Coloque o gerador de funções novamente para onda quadrada. Execute a simulação. Reduza
gradativamente o nível do sinal e tente identificar o mínimo sinal de entrada que mantém as características
vistas no sinal de saída. Este mínimo sinal é a sensibilidade do circuito. Justifique este valor.

Comparador de tensão
Como o nome indica, é um circuito capaz de comparar dois níveis de tensão.

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A figura é uma cópia do diagrama apresentado no datasheet da Texas Instruments sobre o CI LM 2903. Este
CI é encapsulado em 8 pinos e é composto por dois comparadores de tensão, uma das aplicações do
amplificador diferencial.

Outro CI comercial que utiliza amplificadores diferenciais na


construção de comparadores de tensão é o 555. A figura ao
lado ilustra de forma simplificada (em blocos) sua
constituição interna:
As figuras triangulares marcadas como AD1 e AD2 no
diagrama representam as aplicações dos amplificadores
diferenciais (AD).

As figuras seguintes ilustram simulações das possíveis


configurações com comparador de tensão virtual do
Multisim®.

Construa esses circuitos e acompanhe em cada simulação o descrito nos parágrafos.

 Configuração Não Inversor

XSC1 Neste caso, o comparador considera 5V como sua tensão de


G alimentação e esta será a amplitude do sinal de saída. Por ser um
XFG2
T
circuito virtual, sinais de entrada muito pequenos já são
A B C D
suficientes (a sensibilidade é 25Vp).

Para a figura abaixo, foi utilizado 1Vp de entrada (forma de onda


U1
superior). Note que o sinal de saída é semelhante ao sinal de
entrada, porém amplificado.

COMPARATOR_VIRTUAL

 Configuração Inversor

XSC1
G Para esta simulação, o sinal é injetado na entrada inversora. Note
XFG2
T
a inversão de fase da saída em relação ao sinal de entrada.
A B C D

U1

Para este componente, o Multisim® considera também a


COMPARATOR_VIRTUAL sensibilidade de 25V para a entrada inversora.

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 Configuração Comparador

XSC1 Nesta simulação são injetados dois sinais. Ajuste os geradores


G para onda quadrada com 1Vp e frequências 20Hz (XFG1) e 5Hz
XFG1 XFG2
T
(XFG2). Execute a simulação e analise o sinal obtido. Procure
A B C D
justificar o porquê de sua forma.

U1

COMPARATOR_VIRTUAL

Altere a frequência gerada por XFG2 para 22Hz e execute a simulação novamente. Analise a forma de onda
do sinal na saída do comparador de tensão e justifique sua forma.

É muito comum encontrarmos comparadores de tensão na forma de circuitos integrados em quantidades de


dois, como o LM 2903 e quatro, como o LM 339.

LM339
Quad voltage
Comparator

O diagrama a seguir ilustra o circuito completo de cada comparador de tensão existente no LM 339. As setas
à direita do diagrama indicam os pontos de ligação em comum entre os quatro comparadores deste circuito
integrado.

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Exemplo de aplicação
 Projeto de um indicador de potência de áudio com barra de Leds (Bargraph) e comparadores de tensão.

O circuito proposto é apresentado a seguir e é um indicador da potência entregue por um amplificador a um


alto falante ou caixa acústica para 10W de pico sobre 2Ω de impedância (ou 5W sobre 4Ω ou ainda 2,5W
sobre 8Ω).

Para indicar potências maiores, as alterações no circuito são facilmente implementadas; basta alterar o valor
do diodo zener ou simplesmente incluir um trimpot de 1K na entrada de áudio.

A primeira preocupação no dimensionamento de um circuito é com as correntes envolvidas. Elas dependem


diretamente da tensão de alimentação. A alimentação escolhida é de 12V por ser bastante comum e versátil.
Em cima disto, dimensionamos os valores considerando uma tolerância para maior para garantir
longevidade ao funcionamento do circuito. Em aplicações automotivas, por exemplo, é comum a tensão
chegar a 14,4V embora seja denominada genericamente como 12V. Consideraremos uma margem de
segurança de até 17V.

O CI escolhido é o LM 339. Sua escolha se dá por ser comum em nosso mercado (fácil de encontrar), baixo
custo e comporta alimentação simples de até 36V conforme seu datasheet.

Outro fator é a faixa de indicação desejada. A princípio vamos considerar uma potência de áudio máxima de
apenas 10W.

Relembrando os conceitos, podemos dizer que quando a tensão presente na entrada


inversora ( - ) for maior que a presente na entrada não inversora ( + ), a saída
apresentará tensão negativa. Da mesma forma, quando a tensão presente na
entrada marcada inversora for menor que a tensão na entrada não inversora, a saída
apresentará tensão positiva.

Os CIs comerciais podem conter vários comparadores de tensão. O CI considerado neste exemplo é o
comparador de tensão quádruplo LM339.

Com quatro comparadores de tensão, podemos estabelecer quatro níveis de comparação para indicar
diferentes potências. Para isso, usamos uma tensão de referência estabilizada por um diodo zener e
divisores de tensão.

O sinal de entrada é retificado por um diodo e o resistor de 220 garante que a impedância vista pelo
amplificador seja pouco alterada em relação ao alto falante sozinho (o circuito de entrada opera em paralelo
com o alto falante). O valor desse resistor não é crítico, podendo ser adotado acima de 27Ω.

Aqui cabe ressaltar uma condição importante: o circuito aqui proposto foi pensado em amplificação simples
e não em ponte. Para amplificação em ponte (como nos auto rádios modernos), deve-se desacoplar a CC do
sinal através de um capacitor em série com a entrada de sinais; um capacitor eletrolítico bipolar de valor
entre 47F e 220F com tensão de isolação de pelo menos 25V deve ser usado. Nestas condições, a
indicação de potência será o quádruplo do indicado aqui nas tabelas.

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Lista de materiais:

 1 CI – LM 339
 1 Soquete para CI de 14 pinos
 1 resistor de 470 x 1/4W [ 470R ]
 1 resistor de 220 x 1/8W [ 220R ]
 5 resistores de 1K x 1/8W [ 1K ]
 2 resistores de 1,2K x 1/8W [ 1K2 ]
 1 resistor de 2,4K x 1/8W [ 2K4 ]
 1 resistor de 4,7K x 1/8W [ 4K7 ]
1
 1 resistor de 10K x /8W [ 10K ]
 1 capacitor eletrolítico de 4,7F x 25V
 1 diodo zener 1N748 – 3v9 x 1/2W
 1 diodo 1N4148
 1 Led vermelho
 1 Led amarelo
 3 Leds verdes
 2 conectores KRE 2 vias
 1 PCI de dimensões 5 cm x 6 cm

O capacitor de 4,7F fornece uma velocidade da indicação para melhor conforto de visualização. O tempo de
carga (“tempo de ataque”, na indicação) é dado pela carga do capacitor através do resistor de 220. Os
amplificadores diferenciais apresentam altas impedâncias de entrada (da ordem de centena de K), assim o
tempo de descarga do mesmo capacitor será dado pelo resistor de 10K. Valores diferentes para este
capacitor e para o resistor de descarga podem ser experimentados. A tensão armazenada neste capacitor é
aplicada a todas as entradas inversoras ( - ) dos comparadores de tensão.

Quando não houver sinal na entrada, a carga nesse capacitor será zero. Como as entradas não inversoras
recebem tensões positivas a saída de cada comparador permanecerá positiva. Como os Leds estão com
anodo no positivo do circuito a queda de tensão neles é nula e permanecem apagados.

Conforme o sinal de entrada se eleva, a tensão no capacitor também se eleva. Essa tensão, aplicada às
entradas inversoras, é comparada com as de referências (fornecidas pelo divisor resistivo e estabilizada pelo
diodo zener). Quando a tensão se torna maior que referência existente em cada comparador, sua saída
muda para zero volt ( 0V ). Com isso, o respectivo Led acenderá.

O resistor em série com cada Led limita sua corrente para que não queime. De acordo com seu datasheet, o
LM 339 permite até 16mA em cada saída. Considerando uma queda de tensão de pelo menos 1V em cada
Led, resistores 1K permitirão alimentação de até 17V. Valores maiores como 1K5 ou mesmo 2K2 podem ser
experimentados. Tal mudança permite elevar a tensão de alimentação do circuito para 24V ou mais.

Como cada comparador possui referência diferente (fornecida pelo divisor de tensão resistivo), o resultado é
que os Leds acenderão em sequência conforme a tensão de carga do capacitor aumentar.

Os valores escolhidos para os resistores do divisor de tensão temos uma escala aproximada de 6dB por
indicação (lembrando que a cada 3dB a potência dobra, portanto a cada 6dB ela quadruplica). Como
sabemos, a potência é dada por P = V2 / R e levando em consideração os valores dos resistores, o zener de
3,9V e 0,6V da barreira de potencial do diodo de entrada, a indicação de potência deste circuito é dada por:

P = ( V+VD )2 / R  P = ( V+0,6 )2 / R (onde R = impedância do alto falante)

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Tensão de referência Alto falante de 2 Alto falante de 4 Alto falante de 8


4° Led = 4,5V P = 10 W P=5W P = 2,5 W
3° Led = 2,5V P = 3,3 W P = 1,6 W P = 800 mW
2° Led = 1,5V P = 1,2 mW P = 620 mW P = 300 mW
1° Led = 1,1V P = 600 mW P = 300 mW P = 150 mW
 indicação de potência esperada considerando a perda de 0,6V do diodo de entrada e zener de 3V9.

Como as correntes envolvidas são pequenas, quase todos os resistores podem ser do tipo miniatura. Apenas
o resistor de polarização do diodo zener deve ser maior, com potência de 1/4W.

Layout de montagem Traçado para transferência térmica


As figuras apresentam, respectivamente, a sugestão de layout em tamanho real para a montagem do


indicador de potência numa PCI dedicada e o layout para confecção pelo método de transferência térmica.

No layout foi incluído um capacitor de 22


22F x 25V (posicionado entre R4 e R5) que deve ser usado quando a
alimentação deste circuito for independente do amplificador. Quando a alimentação for a mesma do
amplificador, esse capacitor pode ser dispensado.

Este circuito pode ser ampliado para indicação ccom maior quantidade de Leds. Exemplo:

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As imagens apresentam os layouts do circuito expandido para 9 Leds de indicação. Como incremento, há um
trimpot multivoltas para ajustar o medidor caso se deseje indicações de potência maiores que o inicialmente
projetado.

A seguir, o diagrama esquemático para este circuito.

Note que os valores dos componentes não estão representados. Como exercício de projeto, determine o
valor ideal para cada componente segundo o valor comercial (tabela E24 para resistores) para a escala de
indicação determinada pelo professor.

Como complemento deste estudo, pesquise os datasheets dos CIs LM3914, LM3915, LM3916 e BA6154.
Analise a constituição interna de cada um e verifique as aplicações sugeridas pelo fabricante para cada um
deles. Como são componentes com os mesmos princípios de funcionamento e constituição, identifique o
que os torna específicos para cada aplicação.

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Amplificadores Operacionais
O amplificador operacional recebeu este nome porque foi projetado inicialmente para realizar operações
matemáticas utilizando a tensão como uma analogia de outra grandeza. Esta é a base dos computadores
analógicos onde os AOs eram utilizados para realizar as operações matemáticas básicas (adição, subtração,
integração, diferenciação e outras). Neste sentido, um verdadeiro amplificador operacional é um elemento
ideal. Os amplificadores reais utilizados, feitos de transistores, válvulas, ou outros componentes
amplificadores, são aproximações deste modelo ideal.

Os AOs foram desenvolvidos na era das válvulas termo iônicas, onde eram usados em computadores
analógicos. Os AOs modernos são normalmente construídos em circuitos integrados (ocasionalmente são
feitos com transistores).

A maioria dos AOs simples, duplos ou quádruplos disponíveis possuem uma pinagem padronizada que
permite que um tipo seja substituído por outro sem mudanças na pinagem. Um AO específico pode ser
escolhido pelo seu ganho em malha aberta, largura de banda, nível de ruído, impedância de entrada,
consumo da potência, ou uma combinação de destes fatores.

Um amplificador operacional é um amplificador multiestágio com entrada diferencial. Apesar da


semelhança, é mais complexo que um comparador de tensão. Enquanto um comparador de tensão, como o
próprio nome indica, compara valores de entrada e decide entre uma saída de valor alto (Vcc) ou baixo (0V),
um amplificador operacional (AO) pode ter sua saída excursionando sobre todos os valores entre Vcc, GND
(0V) e –Vcc. Com isso, um amplificador operacional pode atuar como comparador de tensão. Porém, um
comparador não pode substituir um AO.

Analisando seus circuitos, é na etapa de saída que encontramos as principais diferenças e que levam
justamente aos usos diferentes para estes circuitos e também para seu comportamento diferente em muitas
aplicações. Os comparadores em geral trabalham com saída com coletor aberto, já os AOs não. Assim,
dizemos que os amplificadores operacionais são otimizados para uma operação linear enquanto que os
comparadores de tensão são otimizados para uma operação em regime saturado.

Compare as figuras abaixo, extraídas dos datasheets do LM339 (comparador) e do LM324 (AO).

Circuito equivalente do LM339 Circuito equivalente do LM324 (datasheet ST)


(datasheet Philips)

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Como já citado, o Amplificador Operacional (AO) é um amplificador multiestágio com entrada diferencial.
Suas características se aproximam às de um amplificador ideal. As características de um AO ideal são:

 Impedância de entrada infinita;


 Impedância de saída nula;
 Ganho de tensão infinito;
 Resposta de freqüência infinita;
 Insensibilidade à temperatura;
 Nenhum ruído.
alimentação positiva
O AO é representado por uma figura triangular, com entrada +Vcc
inversora, não inversora, alimentação simétrica (+Vcc e –Vcc) e
entrada não inversora
uma saída de sinal. saída
entrada inversora
Note a semelhança com os comparadores de tensão. Isto ocorre
porque os AOs também usam amplificadores diferenciais, porém -Vcc
os AOs são mais elaborados (complexos). alimentação negativa

Para compreender como atua um amplificador operacional, vejamos a atuação de um amplificador simples:

+ Vcc

RE RC3

Q11

D1
Q1 Q2
IN + OUT

D2
GND
IN -
Q12

CC
GND
Q3

RC1
- Vcc

Temos aqui os três blocos fundamentais de um amplificador operacional:

 Estágio de entrada diferencial (Q1, Q2);


 Estágio de ganho (Q3);
 Estágio de buffer de saída (conversor de impedâncias – Q11, Q12).

Estágio de entrada diferencial (Q1, Q2)

Uma entrada diferencial é necessária para possibilitar controlar o ganho do amplificador. O termo
"feedback" implica que nós realimentamos parte da saída para a entrada negativa (IN - ) através de um
divisor resistivo, como veremos adiante.

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17

Este é também um estágio de transcondutância: tensão, corrente. Transcondutância é a razão entre o sinal
de saída de corrente de um circuito em relação ao sinal de tensão de entrada.

A transcondutância (gm) de Q1, Q2 determina o ganho deste estágio. A entrada é um nível de tensão
elétrica e a saída é a corrente elétrica resultante no coletor do transistor Q1.

A corrente no coletor de Q1 (IC1) é dada por: IC1 = [ ( Vin+) – ( Vin- ) ] × Gm × 1/2


Onde:
 IC1 = corrente de coletor do transistor Q1
 Vin+ = tensão presente na entrada não inversora
 Vin- = tensão presente na entrada inversora
 gm = transcondutância do estágio de entrada diferencial

Q1 e Q2 são o seu amplificador diferencial básico. RE define a corrente de polarização do coletor de CC para
os transistores.
IC1 = IC2 = IE / 2 = [(VCC - VBE) / RE] × 1/2

IC1 ajusta o ganho de Q1 (ou transcondutância - tensão de entrada, corrente de saída) para um sinal de CA.

gm = IC1 / VT
Onde:
 gm = transcondutância do estágio de entrada diferencial
 VT = é a tensão de entrada resultante do par diferencial. Isto dá corrente de coletor de Q1. No caso
da entrada inversora estar conectada à terra (0V), VT representará a sensibilidade do amplificador
para máxima tensão de saída, a partir da qual ocorre o ceifamento do sinal.

O fator 1/2 é devido a entrada vin = (vin + - vin-) dividindo-se


IC1 = Vin × gm1 × 1/2 
igualmente entre vbe1 e vbe2.

O resistor RC1 ajuda a definir IC1 igual a IC2. A princípio, RC1 = VBE3 / IC1. Por exemplo, se desejado Ic1 = 0,5
mA, então RC1 = 0,7 V / 0,5 mA = 1,4 k. Podemos ter que ajustar esse valor para obter Ic1 ~ Ic2. Embora RC1
auxilie no balanceamento de correntes de coletores, ele também nos rouba o ganho de sinal, desviando
parte de IC1 da base do Q3. Para efeitos de cálculos, definimos o fator Ki se referindo à parcela de corrente
que efetivamente chega à Q3.

Estágio de ganho (Q3)

Este é um estágio de transimpedância: quando o sinal de saída é um nível de tensão dependente de uma
corrente de entrada, o estágio é chamado de amplificador de transimpedância ou transresistência. A maior
parte do ganho de tensão acontece neste estágio. O ganho de tensão geral deve ser elevado (> 1000) para
que o amplificador tenha um ganho de sinal preciso (+10) e baixa distorção quando trabalhando em laço
fechado (feedback), instalando os componentes de realimentação.

A tensão no coletor de Q3 (VC3) é dada por: VC3 = IC1 × Ki × β3 × RC3


Onde:
 VC3 = tensão no coletor do transistor Q3
 IC1 = corrente de coletor do transistor Q1
 Ki = A corrente de coletor ic1 de Q1 divide-se entre RC1 e a base de Q3. O fator Ki se refere à parte
da corrente que efetivamente chega à Q3
 β3 = ganho estático (de tensão) do transistor Q3
 RC3 = resistor que limita a corrente de coletor de Q3 (e polariza os diodos D1, D2 e a base de Q11)

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O estágio de ganho se parece com o um amplificador emissor comum básico. Sua corrente de coletor DC
pode ser calculada com a tensão de saída Vo = 0V, colocando o coletor de Q3 a 0.7V disso através do VBE de
Q11.
IC3 = (VCC – VBE11) / RC3

A corrente de coletor IC1 de Q1 divide-se entre RC1 e a base de Q3. Ki = IB3 / IC1 = RC1 / (RC1 + RIN3)

Onde RIN3 = IC3 / VT. Então, IB3 é multiplicado pelo ganho de corrente de Q3 e convertido de volta para
tensão por RC3. A tensão torna-se VC3 = IB3 × β3 × RC3.

Aplicando as equações acima, temos: VC3 = IC1 × Ki × β3 × RC3

O capacitor entre coletor e base de Q3 é incluído para evitar que o circuito entre em oscilação.

Estágio buffer de saída (Q11, Q12)

O estágio de buffer de saída tem um ganho de 1 permitindo alimentar cargas de baixa impedância sem
afetar o ganho. Obter a saída diretamente de RC3 afetaria seu ganho de tensão. O buffer transfere a tensão
de saída para a carga enquanto fornece a quantidade de corrente necessária, isolando a carga do estágio de
ganho.

A tensão de saída é dada por: Vo = 1 × VC3


Onde:
 Vo = tensão de saída
 VC3 = tensão no coletor do transistor Q3

Os diodos D1 e D2 ajudam a polarizar o estágio de saída Q11 e Q12. Esses diodos compensam a barreira de
potencial de VC3 para Vo quando a saída passa de positiva para negativa ou vice-versa. Essa distorção
cruzada (crossover) é corrigida principalmente pela realimentação (feedback), mas quanto menos
compensar, melhor.

Q11 e Q12 formam o estágio de saída “push-pull”. Eles são seguidores de emissor simples - um para as
variações de saída positiva (NPN) e um para a saída negativa (PNP).

Como o seu nome indica, o emissor segue a base (ganho unitário), exceto por 0,7V até a condução do
emissor. É por isso que D1 e D2 estão incluídos, para compensar uma queda de 0,7V em cada ciclo.

As bases dos seguidores de emissor apresentam uma alta impedância ao RC3, tendo pouco efeito no ganho.
Por outro lado, o emissor apresenta baixa impedância à carga RL, de modo a poder gerar grandes correntes,
se necessário. No entanto, à medida que a carga RL diminui, a impedância de entrada de Q11 e Q12 também
diminui. Esta impedância reduzida está em paralelo com o RC3, reduzindo o ganho do amplificador.

Realimentação e Ganho
Vin+
O ganho interno total do amplificador é da entrada diferencial para a saída.
Vo
Seja o ganho total AOL (Open Loop Gain), teremos:
Vin-
AOL = Vo / (vin + - vin-) = gm1 × Ki × beta3 × RC3 × 1/2

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AOL define o ganho de malha aberta do amplificador porque fizemos a análise sem a malha de
realimentação. O ganho em malha aberta (AOL) é tipicamente maior que 1000 V/V.
Vin+
Podemos definir seu ganho de sinal real pelos componentes de Vo
realimentação (feedback) RF2 e RF1.
RF2
ACL (Closed Loop Gain) define o ganho de malha fechada. Sejam RF2 e
RF1 os resistores de feedback (realimentam a saída para a entrada
negativa). RF1

ACL = Vo / Vin+ = RF2 / RF1 + 1

Exemplo de projeto de Amplificador

Vamos projetar um amplificador para a faixa de áudio, partindo dos parâmetros desejados:

Parâmetros iniciais:
 Ganho de tensão de 10 V/V (20 dB)
 Alimentação a partir de uma fonte simétrica de +/- 15V
 Corrente de polarização (DC bias) de Q1 e Q2 de 0,5mA
 Corrente de polarização (DC bias) de Q3 de 3,5mA
 Mínimo sinal na entrada quando operando em malha aberta de 25mV

Inicialmente, para obter IC1 = 0.5 mA, vemos que VBE3 (de Q3) está em paralelo com RC1, limitando-o a 0.7V.

Assim, temos RC1 = 0,7V/ 0.5mA = _______. (determine o valor teórico de RC1 e anote)

A corrente através de RE se divide em Q1 e Q2, então temos: IC1 = IC2 = IE / 2

IC1 = [ (VCC - VBE) / RE ] × ½  RE=[ (VCC - VBE1) / IC1 ] × ½  RE = [ (15 - 0,7) / 0,5mA ] × ½  RE = ______

A corrente de coletor do Q3 é calculada como:

IC3 = (VCC - VBE4) / RC3  RC3 = (VCC - VBE4) / IC3  RC3 = (15 - 0,7) / 3,5mA =_____

A transcondutância de Q1 é dada por:

gm1 = IC1 / VT  gm1 = 0,5 mA / 25mV  gm1 = 0,02 (A / V)

A saída atual do estágio de entrada diferencial será

IC1 = Vin × 1/2 × gm1  IC1 = Vin × 1/2 × 0,02  IC1 = Vin × 0,01 (A / V)

Cosiderando um β3 mínimo de 100, a resistência de entrada exibida por Q3 será

RIN3 = β / (IC3 / VT)  RIN3 = 100 / (3,5 mA / 25 mV)  RIN3 = 714Ω

A corrente de coletor ic1 será dividida entre RC1 e rin3, definida por

Ki = IB3 / IC1  Ki =RC1 / (RC1 + RIN3)  Ki = 1,4k / (1,4k + 714) = 0,662

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O transistor Q3 converte a saída de Q1 em tensão em: IBQ3 × β3 × RC3.

O ganho global em malha aberta torna-se

AOL = VC3 / Vin  AOL = gm1 × Ki × beta3 × RC3 × 1/2  AOL = 2705 (V / V)

Finalmente, com o ganho em malha aberta (AOL) tão grande, podemos fechar com segurança o loop com
RF1 e RF2 definindo o ganho de malha fechada. Neste caso, como veremos adiante, o ganho em malha
fechada (ACL) será dado por:

ACL = RF2/RF1 + 1  ACL = Vo / Vin+  ACL = RF2 / RF1 + 1

Como escolhemos inicialmente um ganho de 10 vezes (ACL = 10 V / V), adotando o resistor de realimentação
de 100K, teremos:

ACL = RF2 / RF1 + 1  10 = 100k / RF1 + 1  RF1 =________

Construa a simulação o circuito amplificador com os valores calculados.

A resistência RL, próxima ao osciloscópio, simula a carga alimentada pela saída do circuito.

V1 XSC1
XFG1
RE RC3 15 V
14300Ω 4085Ω Ext Trig
+
_
Q11 A B
+ _ + _
D1

RF2
Q1 Q2
10kΩ
RF1 D2
1.1kΩ RL
1kΩ
Q12
CC
470pF Q3

RC1 V2
1400Ω 15 V

Meça as correntes de coletor de Q1, Q2 e Q3 e compare com os valores escolhidos (teóricos):

IC1 TEORICO = 0,5 mA IC1 = ______________mA

IC2 TEORICO = 0,5 mA IC2 = ______________mA

IC3TEORICO = 3,5 mA IC3 = ______________mA

No gerador de funções, injete um sinal de 1KHz com 1Vp.

Verifique no osciloscópio a amplitude do sinal de saída. Anote Vs = __________

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Experimente outros valores para a malha de realimentação e verifique seu funcionamento na simulação.
Sugestões: ACL = 50; ACL=100.

Podemos estudar possíveis ajustes para aproximar o projeto para o de um amplificador ideal.

A figura seguinte mostra o mesmo projeto, mas sem os resistores de realimentação e carga e também com
as entradas conectadas a 0V (gnd).

Neste circuito foram incluídos amperímetros e um voltímetro para auxiliar nos ajustes.

V1
+
RC3 15 V
RE 0.000 A
-
14300Ω
XSC1

Ext T rig
+
Q11
_
B
D1 A
_ _
+ +

Q1 Q2 D2

Q12
+
+ +
CC 0.000 A
0.000 A 0.000 A
470pF - +
- -
0.000 A
-

Q3

+ V2
RC1 0.000 V 15 V
-

A tensão VBE de Q3 foi considerada 0,7V para fins de cálculo, mas na realidade este valor é apenas próximo
disto, como podemos ver pelo voltímetro. Isto significa que o valor calculado de RC1 é teórico, podendo ser
melhorado.

Podemos iniciar com a adoção de RE=14300 conforme calculado, e modificar o valor de RC1 para que a
diferença entre as correntes de coletor de Q1 e Q2 seja a menor possível. Anote o valor ajustado encontrado
para RC1.
RC1 = ______________

Para a saída, já que as entradas estão em 0V, a tensão de saída medida pelo osciloscópio deveria apresentar
0V, o que com os valores calculados não ocorre. Para que isso ocorra devemos ajustar o valor de RC3. Altere
o valor de RC3 para que a leitura na saída seja a mais próxima possível de zero volt.

Anote o valor ajustado encontrado para RC3. RC3 = ______________

Note que com o valor ideal, as correntes de coletor dos transistores de saída se igualam. Compare os valores
encontrados para os resistores e as correntes medidas ainda estão bem próximas do calculado.

Para finalizar, substitua RC1 por um espelho de corrente e refaça as análises.

O circuito a seguir mostra essa configuração.

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RE RC3 +
14300Ω 0.000 A V1
- 15 V
+
XSC1
0.000 A Q11
-
Ext T rig
+
_
B
D1 A
_ _
+ +

Q1 Q2

D2
+
Q12
0.000 A
-

+
+
0.000 A CC
-
470pF 0.000 A
-

+
Q3
0.000 A
-

Q4 Q5 +
0.000 V V2
- 15 V

Nesta nova configuração, o valor de RC3 deverá ser reajustado para que a saída se apresente a mais
simétrica possível. Na ausência de sinais de entrada, como na figura, a saída deve ficar em 0V. Experimente o
valor de 9k1 para RC3 e verifique o efeito na saída. Isto ocorre em malha aberta, onde o ganho é máximo e
diferenças entre o ideal e o real são amplificadas. Veremos esse efeito mais adiante, em correção de offset.

Com laço fechado em ganho 10, por exemplo, o valor anteriormente calculado pode ser aplicado.

Em um CI comercial, os resistores RE e RC3 são normalmente substituídos por fontes de corrente constante.

A figura a seguir foi obtida de um datasheet do CI LM386. Interprete o diagrama de sua constituição interna.

Os circuitos apresentados contêm os princípios dos amplificadores operacionais e são ótimos para baixas
frequências como a faixa de áudio. Porém, um amplificador operacional deve operar com ampla faixa de
tensão de alimentação e de sinais, ter precisão de funcionamento e ganho controlado com exatidão em uma

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faixa de freqüências muito mais ampla que a de áudio, além de trabalhar com qualquer tipo de forma de
onda. Então, um circuito mais elaborado se faz necessário.

O primeiro AO integrado a tornar-se largamente disponível foi o Fairchild UA-709, no final dos anos 60.
Porém foi ultrapassado pelo desempenho superior do 741 (é mais fácil de utilizar, e provavelmente o mais
conhecido da eletrônica – todos os principais fabricantes produzem uma versão deste chip). O 741 possui
transistores bipolares, e segundo os padrões modernos possui uma performance considerada média.

No final dos anos 70 surgiram projetos baseados em transistores FET e as versões com MOSFET no início dos
anos 80. Há ainda os chamados AOs Bi-FET, que combinam transistores bipolares e MOSFETs e que
aproveitam as melhores características de ambos. Bi-FETs típicos são os CA3130 e CA3140 da RCA.

A figura seguinte ilustra a constituição interna do 741.

Fontes de corrente

+Vcc

7
Q8 Q9 Q12 Q13

Entrada
Inversora
Q14
2
4K7Ω
3
Q1 Q2 39kΩ Q16 Q17
Entrada não
Inversora 7K5Ω
30pF 24Ω
Saída
Estágio de
Entrada Q3 Q4
6
diferencial Q15

Q7 51Ω
Q19
Estágio de saída
push-pull
Q5 Q6 Q10 Q11 Q22 Q20 (em classe AB)

1kΩ 51kΩ 1kΩ 4K7Ω 51kΩ 51Ω


4

1 5 -Vcc
Offset Offset
Fonte de Estágio de ganho
corrente (em classe A)

A seção tracejada que contém os transistores Q1 a Q7 é o amplificador diferencial. Q1 e Q2 são seguidores


de emissor e junto com o par “base comum” composto por Q3 e Q4, formam o estágio de entrada
diferencial. Q3 e Q4 funcionam também como registradores de nível e provêem ganho de tensão para
alimentar o amplificador classe A. Eles também ajudam a aumentar a taxa de VBE reverso nos transistores de
entrada.

O amplificador diferencial formado por Q1 a Q4 comanda uma fonte de corrente de carga ativa formadas
pelos transistores Q5/Q7. Q7 aumenta a precisão da fonte de corrente pela redução da quantia de corrente
de sinal necessária para Q3 controlar as bases de Q5 e Q6. Esta fonte de corrente provê a conversão de
estágio diferencial para saída única, descrito a seguir:

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A corrente de sinal de Q3 é a entrada para a fonte de corrente, enquanto a saída da fonte (o coletor do Q6) é
conectada ao coletor de Q4. Ali, as correntes de sinal de Q3 e Q4 são somadas. Para sinais de entrada
diferencial, os sinais de corrente de Q3 e Q4 são iguais e opostos. Desse modo, a soma é o dobro das
correntes individuais. Isto completa a conversão para uma saída única.

A tensão de sinal para um circuito aberto sobre este ponto é dada pelo produto das correntes de sinal
somadas pelo valor da associação paralela entre as resistências dos coletores de Q4 e Q6. Como os coletores
de Q4 e Q6 aparecem como altas resistências à corrente de sinal, o ganho de tensão de circuito aberto é
muito alto.

Deve se notar que a corrente de base nas entradas não é zero, e que a impedância efetiva das entradas
diferenciais do 741 é de cerca de 2 MΩ. Os pinos de ajuste de offset (offset null) podem ser usados em
conjunto com um potenciômetro para remover qualquer tensão de offset que iria existir na saída do AO
quando o sinal aplicado entre as entradas fosse igual a zero.

As seções em destaque formadas pelos pares Q8/Q9, Q10/Q11 e Q12/Q13 são as fontes de corrente. A
corrente primaria, da qual as outras correntes estáticas são geradas, é determinada pela alimentação do
chip e pelo resistor de 39 kΩ atuando (em conjunto com as duas junções de diodo dos transistores) como
uma fonte de corrente. A corrente gerada é de aproximadamente [ (VS+) – (VS−) – (2Vbe) ] / 39 kΩ.

As condições em CC do estágio de entrada são controladas pelas duas fontes de corrente à esquerda. A fonte
formada por Q8/Q9 permite tensões de modo-comum maiores nas entradas sem exceder a faixa ativa de
nenhum transistor no circuito. A fonte de corrente formada por Q10/Q11 é usada, indiretamente, para
determinar a corrente no estágio de entrada. A corrente é determinada pelo resistor de 5 kΩ.

O controle do estágio de entrada ocorre da seguinte maneira: As saídas das fontes de corrente Q8/Q9 e
Q10/Q11 juntas formam um circuito diferenciador de corrente com alta impedância. Se o estágio de entrada
tende a desviar (como detectado por Q8) do valor definido por Q10, isto é refletido por Q9 e qualquer
mudança do circuito é corrigida alterando a tensão nas bases de Q3 e Q4. Desta maneira, as condições de CC
do estágio de entrada são estabelecidas por um sistema de realimentação negativa de alto ganho.

A fonte de corrente no topo à direita, formada por Q12/Q13 provê uma carga de corrente constante para o
estágio de ganho classe A, através do coletor de Q13, que é largamente independente da tensão de saída.

A área tracejada que contêm os transistores Q15, Q19 e Q22 é o estágio de ganho classe A. Ele consiste de
dois transistores NPN em uma configuração Darlington (Q15/Q19) e utilizam a saída de fonte de corrente
como a sua carga de coletor para obter um alto ganho. O capacitor de 30 pF provê uma realimentação
negativa que varia com a frequência no estágio de ganho classe A para estabilizar o amplificador em
configurações de realimentação. Está técnica é chamada “compensação Miller” e funciona de uma maneira
similar ao circuito integrador com AO. É também conhecida como compensação de pólo dominante, porque
introduz um pólo dominante (que mascara os efeitos dos outros pólos) na resposta de frequência em malha
aberta. Este pólo pode ser baixo como 10 Hz em um amplificador 741 e introduz uma perda de −3dB na
resposta em malha aberta à esta frequência. Isto é feito para conseguir estabilidade incondicional no
amplificado até o ganho unitário de malha fechada e torna este tipo de amplificador mais fácil de utilizar.

A seção tracejada ao redor do transistor Q16 é um chaveador de nível de tensão ou um multiplicador de VBE
(um tipo de fonte de tensão). Q16 provê uma queda de tensão constante entre seu coletor e emissor
independente da corrente que passe pelo circuito. Se a corrente de base no transistor for tida como zero, e a
tensão VBE for de 0.625 V (um valor típico em um transistor bipolar na região ativa), a corrente no resistor de
4.5kΩ será a mesma que a do resistor de 7.5 kΩ, produzindo uma tensão de 0.375V sobre ela. Isto mantém a
tensão no transistor e nos dois resistores em 0.625 + 0.375 = 1 V. Isto serve para polarizar os dois

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transistores de saída levemente para prevenir a distorção por crossover. O problema da distorção de
crossover pode ser resolvido utilizando-se dois diodos de silício (2 × 0,6 V) em substituição a este estágio
(Q16 e resistores). Em amplificadores com componentes discretos, para se ter sucesso com esta técnica é
necessário que os diodos e os transistores de saída estejam em contato térmico.

O estágio de saída (tracejado que contém os transistores Q14, Q17 e Q20) é um amplificador seguidor de
emissor Classe AB push-pull (Q14/Q20) com a entrada definida pela fonte de tensão VBE de Q16 e seus
resistores de base. Este estágio é controlado pelos coletores de Q13 e Q19. A faixa de saída do amplificador
é de cerca de 1 volt a menos do que a tensão de alimentação, definido em parte pelo VCE(SAT) dos transistores
de saída.

O resistor de 25 ohms no estágio de saída atua com um sensor de corrente para prover a função de limite de
corrente de saída que limita o fluxo de corrente no seguidor de emissor Q14 para cerca de 25 mA no caso do
741. A limitação de corrente para a saída negativa é feita pela percepção da tensão no resistor do emissor do
Q19 e a utilizando para reduzir a carga na base de Q15. Versões posteriores deste esquema de amplificador
podem mostrar um método levemente diferente de limitar a corrente de saída. A resistência de saída não é
zero como em um AO ideal, porém com a realimentação negativa ela se aproxima de zero.

A figura abaixo é mais um exemplo de amplificador operacional na forma de circuito integrado. Foi obtida do
datasheet do CA3140 do fabricante Intersil.

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Offset nos Amplificadores Operacionais:

Como são componentes reais (não ideais), por maior que seja a precisão construtiva dos componentes
sempre haverá algum grau de imperfeição. Isto faz com que os AOs apresentem uma tensão DC em sua
saída mesmo sem nenhum estímulo nas entradas. Essa é a tensão de offset.

O cancelamento de offset é possível porque os terminais citados estão conectados ao estágio diferencial de
entrada do AO, permitindo o balanceamento das correntes de coletor dos transistores.

Quando o AO não possui os terminais para ajuste de offset, isso pode ser feito através de resistores
externos.

Em qualquer caso, a tensão de offset poderá ser reduzida (mas não anulada) colocando-se um resistor de
equalização no terminal não inversor. Esse procedimento é sugerido pelos próprios fabricantes.

A figura seguinte mostra a inclusão do resistor de equalização (RE) para as configurações do AO como
inversor e não inversor.

Muitos AOs têm dois terminais dedicados para correção de offset, aos quais se conecta um trimpot. O cursor
do trimpot é conectado a um dos pinos de alimentação para prover o ajuste ou o cancelamento dessa
tensão. No 741 esses terminais estão presentes nos pinos 1 e 5 do circuito integrado.

Na simulação do componente 741 existente Multisim®, embora os terminais 1 e 5 estejam disponíveis para
uso, essa correção não funciona.

Na prática, esse erro (offset) é corrigido com a inclusão de um potenciômetro com os extremos entre os
pinos 1 e 5 do 741 e com o terminal central em –Vcc.

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V1
12 V
Vejamos como isso se comprova. Utilizando o software de
simulação Multisim®, construa o circuito indicado ao lado. XMM1
Execute a simulação e meça a tensão de saída (pino 6). 7 1 5 U1
3

Anote: VS = ___________________ R1
6
2

15kΩ
Veja que as entradas estão ligadas a terra (0V). Com isso, a 5% R2
4 741
saída (pino 6) deveria apresentar tensão nula, o que não
150kΩ
ocorre. Esta é a tensão de offset. 5%

V2
Faça variar os valores dos resistores R1 e R2 conforme a 12 V
tabela abaixo e veja sua influência sobre a tensão de offset
na saída.

R1 R2 Vs Essa tensão (Vs) é resultado dos erros internos


10K 150K multiplicado pelo ganho do amplificador. Isto nos leva a
conclusão de que, para cada ganho programado pelo elo
5K 150K de realimentação (R2 e R1, neste circuito), teremos
diferentes níveis de offset.
15K 470K

10K 470K Por outro lado, se a realimentação for fixa (ganho fixo),
um ajuste pode eliminar o offset, tornando-o preciso
5K 470K (sem erros) para qualquer nível de sinal de entrada.

O circuito seguinte mostra o equivalente do 741 construído como simulação no Multisim®.


R15

1kΩ

+Vcc

7
Q8 Q9 Q12 Q13

Entrada
Inversora
Q14 V1
2 12 V
4K7Ω XMM1
3
Q1 Q2 39kΩ Q16 Q17
Entrada não
Inversora 7K5Ω
30pF 24Ω

Saída
Q3 Q4
6
Q15

Q7 51Ω
Q19
V2
12 V
Q5 Q6 Q10 Q11 Q22 Q20

1kΩ 51kΩ 1kΩ 4K7Ω 51kΩ 51Ω


4

1 Offset Offset 5 -Vcc


R12 R13

2K2Ω R14 2K2Ω


4K7Ω 9%
Key=A

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Note que a alimentação é simétrica: +12V / GND / -12V. Construa esse circuito ou pegue o arquivo com o
professor.

Execute a simulação. Um voltímetro mede a tensão na saída. Atue sobre o potenciômetro (R12, na
simulação) de forma a obter a mínima tensão de saída. Esse é o ajuste de offset.

A realimentação faz com que o ganho seja ajustado conforme o projeto de aplicação, de ganho unitário a
centenas de milhares de vezes, multiplicando por esse valor qualquer diferença entre os componentes da
entrada diferencial. Assim, mesmo que sejam injetados 0V (zero Volt) nas entradas, a saída exibirá uma
tensão. O ajuste de offset é para minimizar este erro.

O circuito apresentado possui um resistor de 1K (R15) no elo de realimentação. Como não há resistência de
entrada, o AO atua como seguidor de tensão.

O AO em Corrente Contínua e em Corrente Alternada:

O ganho em malha aberta é definido como a amplificação da entrada para a saída sem nenhuma
realimentação (feedback) aplicada. Para a maioria dos cálculos práticos, o ganho em malha aberta é definido
como infinito; na realidade, entretanto, ele é limitado pela quantidade de tensão aplicada à alimentação do
amplificador operacional, (terminais +Vcc e -Vcc).

Os dispositivos típicos possuem um ganho de malha aberta em Corrente Contínua entre cem mil (100.000) e
um milhão (1.000.000). Isto permite que seu ganho seja ajustado utilizando a realimentação negativa. Os
AOs possuem limites de performance que o projetista deve manter em mente e muitas vezes trabalhar em
torno disto.

O ganho do AO calculado em CC não se aplica a corrente alternada quando operando em frequências altas.
Isto ocorre devido às limitações do componente, tais como sua largura de banda finita, e às características
em CA do circuito ao qual é colocado.

O problema melhor conhecido no desenvolvimento de projetos com AOs é a tendência de estes ressonarem
em altas frequências, em que mudanças na realimentação negativa mudam para realimentação positiva
devido à mudança de fase.

Os AOs típicos, de baixo custo, possuem uma largura de banda de alguns MHz (mega Hertz). AOs específicos
e de alta velocidade podem atingir uma largura de banda de centenas de MHz. Para circuitos de frequência
muito alta, um tipo completamente diferente de AO, chamado amplificador operacional de realimentação
de corrente é frequentemente usado.

Amplificador Não Inversor com AO:

O amplificador operacional genérico possui duas entradas e uma saída. Consideremos V+ como o sinal
aplicado à entrada não inversora e V- o sinal aplicado à entrada inversora. A tensão de saída (Vs) é um
múltiplo da diferença entre as duas entradas.

Nas equações a seguir, G é o ganho em malha aberta, isto é, sem circuito de realimentação e A é o ganho de
amplificação em malha fechada.

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29

Em uma primeira análise, temos: Vs = G ( V+ – V- )

Onde:
Vs = tensão de saída
G = ganho em malha aberta
V+ = tensão na entrada + (não inversora)
V- = tensão na entrada – (inversora)

Se a saída é conectada à entrada inversora (realimentação), após passar por um divisor de tensão, então:

R1 R2 Vs = G ( V+ – V- );

V+ = V E ;
V R1
S
V V = Vs
E
R1 + R2

Vs = G ( VE – Vs )  aplicando a regra distributiva e reagrupando, chegamos em:

G.VE = ( 1 + G ) Vs  definindo o ganho em malha fechada como A = temos:

Sendo G (ganho em malha aberta) de valor muito


VS G
= elevado, maior que 100.000 e fazendo as devidas R2
VE R1  passagens matemáticas, veremos que o ganho em
 A= 1+
1 + G R1 + R2 R1
malha fechada (A) pode ser aproximado a:

Esta configuração, também chamada de amplificador não inversor, é um dos usos mais comuns de um AO.
No entanto, muitas configurações diferentes são possíveis, fazendo dele um dos mais versáteis blocos de
construção em eletrônica.

A configuração vista é denominada amplificador não inversor porque a forma de onda na saída (Vs) procura
corresponder à mesma fase do sinal de entrada (VE).

A figura ao lado ilustra o visualizado no osciloscópio num


amplificador não inversor com resistor de entrada (R1) de
mesmo valor que o resistor de realimentação (R2). A
onda superior representa o sinal de entrada (VE). A onda
inferior mostra o sinal obtido na saída (Vs). Note que Vs
segue fielmente a fase de VE e resulta no dobro de
amplitude (amplificação de ganho 2).

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30

No software de simulação Multisim®, construa o circuito a seguir.

V1
12 V XMM1

7 1 5 U1
3
6

4 741
V3 R2
1V
150kΩ
R1 V2
15kΩ 12 V

Execute a simulação e anote a tensão de saída no multímetro: Vs = ___________

Com base no cálculo do ganho, determine qual o valor teórico que a saída deveria apresentar nesta
simulação.
Vs (teórica) = ____________

 Note que para que seja possível que a saída excursione entre valores de tensões positivas e
negativas o amplificador operacional deve receber alimentação simétrica (+V, gnd, -V). No circuito
sugerido temos +V = 12V, gnd (0V) e –V = -12V.

Faça variar a tensão de entrada da simulação e complete a tabela a seguir.

Ve Vs (medida) Vs (teórica) Diferença


0.1V

0.2V

0.4V

0.6V

0.8V

 Conclua a respeito da diferença entre a tensão medida e a calculada.

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

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31

Na simulação, substitua a tensão de entrada por um sinal alternado de 0.5Vrms, como indicado a seguir.

V1 XSC1
12 V
Ext T rig
+
_
A B
7 1 5 U1 + _ + _

3
6
2

R2
4 741
V3
150kΩ
0.5 Vrms
R15%
60 Hz
0° 15kΩ
V2
5% 12 V

Execute a simulação e analise o obtido no osciloscópio. Verifique a não inversão de fase da saída em relação
ao sinal injetado e o ganho de amplificação. Aumente a tensão de entrada para 1,5Vrms. Verifique a forma de
onda resultante e conclua a respeito.

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

Amplificador Somador Não Inversor com AO:

O amplificador operacional pode ser usado de forma a apresentar, em sua saída, a amplificação da soma dos
valores presentes em sua entrada. Caso o sinal de saída apresente a mesma polaridade ou fase do maior
sinal de entrada, temos um somador não inversor.

A figura seguinte mostra a configuração de um somador no qual a tensão de saída não sofre inversão.

Vs = 1 + VB


VB =

V1 V2 V3 Vn
Vs = 1 +
Rx R1 + R2 + R3 + ⋯ + Rn
R 1 1 1 1
R1 + R2 + R3 + ⋯ + Rn

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32

Simule o circuito sugerido abaixo no Multisim®.


XMM1

R1 U1

V1 1kΩ
1V
R2
OPAMP_3T_VIRTUAL
V2 1kΩ
2V R4
R3
1kΩ
1kΩ R5
V3
3V 1kΩ

Execute a simulação e verifique o valor indicado no multímetro. Comprove que o valor está correto
demonstrando pela equação vista.

 Sugestão do Professor: programe a equação na calculadora ou em planilha (excel, por exemplo), experimente
outros valores na simulação e comprove com o calculado.

O mesmo princípio pode ser aplicado em sinais complexos.

O circuito a seguir ilustra uma simulação da soma de sinais alternados.

Construa a simulação no Multisim®.

XSC1
XFG1 XFG2 XFG3
G

A B C D

R3 R2 R1
1kΩ 1kΩ 1kΩ
U1

OPAMP_3T_VIRTUAL

R4

1kΩ
R5
1kΩ

Ajuste os geradores para 1KHz senoidais com as seguintes amplitudes: XFG1 = 1Vp, XFG2 = 2Vp e XFG3 =
3Vp.

Ajuste os canais do osciloscópio para 5V/Div. Posicione os traços (canais) do osciloscópio para: (A) Y.Pos =
2.7, (B) Y.Pos = 1.8, (C) Y.Pos = 0 e (D) Y.Pos = -2.

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33

Execute a simulação e verifique a amplitude do sinal resultante.

A metodologia de cálculo deste circuito é idêntica ao anterior.

Altere os valores dos geradores para: XFG1 = 6Vp e 1KHz; XFG2 = 2Vp e 3KHz; XFG3 = 1.2Vp e 5KHz.

Execute novamente a simulação e verifique a forma de onda resultante.

A figura seguinte é a obtida em um circuito semelhante, porém somando seis frequências (uma fundamental
e seus harmônicos 3, 5, 7, 9 e 11, com respectiva atenuação de amplitude em cada).

Percebe-se claramente a forma aproximada a uma onda quadrada. A onda quadrada perfeita é formada pela
soma da frequência fundamental com seus infinitos harmônicos ímpares.

Seguidor de Tensão com AO:

Este circuito apresenta um ganho unitário sem inversão de fase. Portanto, o sinal de saída Vs apresenta
mesma amplitude, polaridade e fase do sinal de entrada VE.

O circuito seguidor de tensão atua como isolador


(buffer) de estágio, reforçador de correntes e
V
V S casador de impedâncias.
E

Amplificador Inversor com AO:

Assim como no comparador de tensão, podemos usar a entrada inversora para a entrada de sinais. Nestas
condições, o sinal de saída apresentará a fase oposta à de entrada.

A figura abaixo mostra um circuito que aplica um AO como amplificador inversor:


R1 R2
V Nesta configuração, o ganho de amplificação em malha
E
fechada (com realimentação) é dado por:

V
R2
S A=
R1

A figura ao lado ilustra o visualizado no osciloscópio. O


traçado superior é da entrada VE e o inferior é da saída
Vs. Os sinais têm amplitudes semelhantes (ganho
unitário). A inversão de fase da saída em relação à
entrada é característica do amplificador inversor.

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34

Construa, no Multisim®, o circuito a seguir:


V1
12 V

XMM1

7 1 5 U1
3
6
2

R1 R2
4 741

15kΩ 150kΩ
V3 5% 5%
1V
V2
12 V

Execute a simulação e anote a tensão de saída no multímetro: Vs = ___________

Com base na teoria estudada em sala de aula, determine qual o valor teórico que a saída deveria apresentar
nesta simulação.
Vs (teórica) = ____________

Faça variar a tensão de entrada da simulação e complete a tabela a seguir.

Ve Vs (medida) Vs (teórica) diferença


0.1V

0.2V

0.4V

0.6V

0.8V

1.2V

1.4V

1.6V

Responda:
 Como você explica a diferença entre as medições calculadas e as medidas?

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

 Conclua a respeito do obtido a partir de 1.2V de entrada (últimas três medições da tabela)

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

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35

Na simulação, substitua a tensão de entrada por um sinal alternado de 0.8Vrms, como indicado no próximo
circuito.
V1 XSC1
12 V
Ext Trig
+
_
A B
7 1 5 U1 + _ + _

3
6

R1 R2
4 741
V3
15kΩ 150kΩ
0.8 Vrms
5% 5%
60 Hz
0° V2
12 V

Execute a simulação e analise o obtido no osciloscópio. Verifique a inversão de fase da saída em relação ao
sinal injetado e o ganho de amplificação. Verifique também o que ocorre se aumentarmos a tensão de
entrada. Qual o máximo valor antes que comece a ocorrer o ceifamento na saída?

VEmax = ______ Vrms (valor eficaz)

VEmax = ______ VP (valor de pico)

A figura seguinte ilustra um amplificador operacional operando como inversor, com ajuste de offset.
XSC1

Ext T rig
+
_
A B
+ _ + _

XFG1 100kΩ
R14
1kΩ

Entrada
Inversora

1kΩ
4K5Ω V1
39kΩ 12 V

Entrada não
Inversora 7K5Ω
25Ω
C1
30pF saída

50Ω V2
12 V

1kΩ 50kΩ 1kΩ 5kΩ 50kΩ 50Ω

R15 R16

4.7kΩ R17 4.7kΩ


2kΩ 20%
Key=A

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36

Construa essa simulação no Multisim®. Ajuste o gerador de áudio para 1KHz senoidal e 100mVp de
amplitude. Execute a simulação. Verifique e compare as fases das formas de ondas da entrada e da saída.
Verifique também as amplitudes de entrada e da saída.

Responda:
 Qual o ganho linear deste circuito? A = _______

 Qual o ganho em dB deste circuito? G(dB) = ________

 Quais os componentes responsáveis por definir o ganho? Explique.

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

Amplificador Somador Inversor:

O circuito a seguir atua como um amplificador inversor de n entradas. Esse circuito fornece um meio de
somar algebricamente n tensões de entradas multiplicadas por fatores de ganho. A tensão de saída Vs pode
ser determinada analisando-se individualmente o ganho x tensão de cada entrada e somando os resultados.

Rx
Vs = − Vi
Ri

Rx Rx Rx Rx
Vs = − V1 + V2 + V3 + ⋯ + Vn
R1 R2 R3 Rn

V1
12 V
No circuito sugerido ao lado, o resistor de XMM1
realimentação e os resistores de entrada
têm valores iguais, o que caracteriza ganho 7 1 5 U1
unitário (x1) para cada entrada. 3
6

2
Dessa forma, a tensão resultante na saída
será a soma direta dos valores de tensão R1 R2
4 741

das entradas, acrescida do erro de offset. 15kΩ 15kΩ


5% 5%
V3
R3
Monte o circuito e execute a simulação. 1V V2
15kΩ 12 V
5%
Após as verificações citadas, faça variar as V4
2V R4
tensões de entrada e complete a tabela 15kΩ
dada. 5%
V5
3V
Confira se o valor obtido está próximo do
teórico.

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37

V3 V4 V5 Vs (teórico) Vs (medido)
1V 1V 1V

3V - 2V 1V

8V - 2V - 4V

- 1V - 1V - 1V

8V - 6V - 6V

3V - 1V 2V

- 4V 8V - 4V

4V - 3V - 3V

Uma aplicação comum deste circuito consiste em escolher adequadamente os resistores de entrada, onde o
seguinte representa o dobro do anterior (1R, 2R, 4R, 8R, ... etc.). Esta composição é denominada como
sendo de resistores ponderados e é especialmente útil na conversão de sinais digitais para analógicos.

O circuito seguinte é um conversor DA de resistores ponderados. Com os valores sugeridos no circuito, as


entradas digitais TTL (nível 0 = 0V, nível 1 = 5V) tem sua combinação de entrada traduzida no respectivo
valor de tensão.
R13 XMM1

1K6Ω
U2 R1 U1
0
Key = 8 1kΩ

U3 R2 OPAMP_3T_VIRTUAL
0
Key = 4 2kΩ

U4 R3
0
Key = 2 4kΩ

U5 R4
0
Key = 1 8kΩ

Para este circuito, é sugerido o uso de um amplificador operacional virtual (ideal). Para que atue em toda a
gama (até 15V), clique sobre ele duas vezes e altere o valor da alimentação para +18V e -18V.

As variáveis de entrada podem ser encontradas no Multisim® em:

place sources -> digital sources -> interactive digital Constant

Faça variar as entradas conforme a contagem binária das variáveis de uma tabela da verdade e confira a
tensão de saída no multímetro.

 Responda: O que ocorre com as tensões obtidas na saída se os resistores de entrada tiverem seus
valores alterados para R1 = 10K, R2 = 20K, R3 = 40K e R4 = 80K?

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38

____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________

Amplificador Diferencial ou Subtrator:

Neste circuito a tensão de saída Vs será determinada pela diferença entre os sinais nas entradas,
multiplicados por um ganho.

Vs (V2 – V1 )

Amplificador Diferenciador:

O amplificador diferenciador é um circuito cuja saída Vs obedece à operação matemática da diferenciação


(taxa de variação).

dVE(t)
Vs = −RC
dt

Amplificador Integrador:
Como o próprio nome sugere, neste circuito a tensão de
saída obedece a operação matemática de integração. Ao
aplicar uma tensão fixa VE em sua entrada, a tensão de saída
Vs cresce por um período de tempo, fornecendo uma tensão
em forma de rampa.
1
Vs = − ʃ VE(t)dt
RC
Na prática, devido à corrente de polarização e tensão de
Rx offset diferente de zero, um resistor que limita o ganho em
C
CC é colocado em paralelo com o capacitor C.

1
R1 = 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑛𝑠 𝐻𝑒𝑟𝑡𝑧 (𝑏𝑎𝑖𝑥𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎)
VE 2𝜋. 𝑅𝑥. 𝐶
Vs
𝑅𝑥
ganho em CC = −
𝑅1

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39

Retificador de precisão com Amplificadores Operacionais:

São circuitos capazes de realizar a retificação de um sinal sem as perdas inerentes aos retificadores
convencionais com diodos. Sua principal aplicação é na retificação de sinais CA de pequena amplitude como,
por exemplo, sinais de áudio.

 Retificador de meia onda de precisão

No circuito ao lado vemos que, quando a entrada é positiva, o AO Vs


fornece a tensão de polarização direta necessária ao diodo para VE
que entre em condução. Isso transforma o circuito num seguidor RL
de tensão, porém com compensação da barreira de potencial do
diodo.

Assim, a saída Vs apresentará a mesma tensão de entrada VE, sem perdas.

Durante o semiciclo negativo da entrada (VE), a saída do AO polarizará o diodo reversamente, fazendo com
que a tensão de saída Vs seja nula.

A figura ao lado seguinte ilustra uma


variação do circuito visto sugerida pela
National Semiconductor no datasheet
do CI LM3915.

Neste caso, o semiciclo negativo do


sinal de entrada transforma o AO num
amplificador inversor e o diodo fornece
a referencia para compensar sua
barreira de potencial.

No Multisim®, construa a simulação abaixo.


XSC1

Ext T rig
+
_
XFG1 A B
_ _
OPAMP_3T_VIRTUAL + +

Vs
VE
DIODE_VIRTUAL
RL
10kΩ

Configure o gerador para 1KHz, senoidal e 100mVp.

Configure o osciloscópio para uma base de tempo (Timebase) de 1ms/Div. Ajuste o canal A para 100mV/Div
e Y pos = -2. Ajuste o canal B para 100mV/Div e Y pos = 1.

Execute a simulação. Note que apesar de a amplitude do sinal ser muito inferior a barreira de potencial do
diodo, ele é retificado sem perdas, em meia onda.

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40

 Retificador de onda completa de precisão

Vo
VE Vs

Ro
RL

R1 R2

A retificação em onda completa com precisão é obtida ao somar o sinal retificado em meia onda ao inverso
do sinal de entrada VE.

No circuito, o primeiro AO opera de forma idêntica ao retificador de meia onda. O segundo AO opera como
um amplificador subtrator. Neste circuito, R1 e R2 são de valores iguais.

Durante o semiciclo positivo do sinal de entrada VE, o primeiro AO confere a retificação como visto
anteriormente (retificador de meia onda). Este sinal é aplicado na entrada não inversora do segundo AO e
aparece na saída sem inversão de fase.

Durante o semiciclo negativo do sinal de entrada VE, o primeiro AO não opera (diodo em polarização
reversa) e o segundo AO opera como amplificador inversor de ganho unitário (R2 = R1). Com isso, o
semiciclo negativo de VE aparece como positivo em Vs.

Assim, o sinal de saída Vs sobre a carga RL aparece como retificação em onda completa, sem perdas.

Construa o circuito sugerido para um retificador em onda completa no Multisim®. Adote R1 = R2 = 100KΩ e
R0 = RL = 10KΩ. Utilize AOs virtuais e diodo virtual. Insira um sinal senoidal de 100mV e 1KHz com um
gerador de funções e verifique a forma de onda na saída com o osciloscópio.

Outras aplicações dos Amplificadores Operacionais em sinais alternados (CA):

Há situações onde se é necessário bloquear a componente contínua (CC) de um sinal e amplificar apenas a
sua componente alternada (CA). Para isso podemos fazer uso das configurações já mencionadas com a
inclusão de capacitores de acoplamento. A figura seguinte mostra um AO na configuração de amplificador
inversor.
Rx
C1 R1
VE C2
Vs (saída)

RL
(carga)

No projeto do circuito deve-se levar em consideração que os capacitores não apresentem reatância muito
elevadas para a frequência desejada. Como regra prática, costuma-se adotar XC1 dez vezes menor que R1 e
XC2 dez vezes maior que o valor da carga (RL) conectada à saída do circuito. Considerando essas
proposições, temos:

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41

Capacitor de entrada C1  ≥ XC1  ≥  C1 ≥


. .

Capacitor de saída C2  ≥ XC1  ≥  C2 ≥


. .

Rx
Para a configuração não inversora se usa um resistor R1
(R2, na figura) em paralelo com a entrada não inversora C2
Vs (saída)
para garantir a polarização dessa entrada e garantir o C1
funcionamento do circuito. VE RL
(carga)
R2
A impedância de entrada para essa configuração não é
tão elevada e costuma-se adotar um valor entre 10K
e 100K para esse resistor.
C2
Vs (saída)
Da mesma forma podemos obter um seguidor de C1
tensão (buffer) para CA. A figura ao lado mostra essa VE RL
configuração. (carga)
R

Com a correta aplicação de malhas RC o AO pode


operar como oscilador e também como filtro ativo.

Proteções:

Como qualquer componente eletrônico, os AOs possuem especificações máximas que devem ser respeitadas
para evitar danos e prejuízo de funcionamento.

 Proteção das entradas de sinais:

O estágio de entrada diferencial de um AO pode ser danificado se sua máxima tensão diferencial de entrada
for excedida. Para o 741 essa tensão é de ±30V. Essa tensão é a medida entre a entrada não inversora e a
entrada inversora do AO.

A forma mai comum de proteção das entradas do AO consiste na utilização de dois diodos em antiparalelo
como indica a figura a seguir.
Qualquer que seja a polaridade do sinal de entrada, este fica
VE+ limitado à tensão da barreira de potencial do diodo utilizado:
entre 0,6V e 0,7V.
Vs

VE- Os resistores nas entradas garantem baixas correntes nos


diodos.
 Proteção de saída:

A maioria dos AOs possuem proteção interna contra curto circuito na saída. O CI-741, por exemplo, tem essa
proteção sob a forma de limitação da corrente de saída para um valor de 25mA. O fabricante garante que,
desde que a capacidade de dissipação térmica do CI não seja excedida, a duração do curto circuito é
ilimitada. O CI-709 (obsoleto) não possui essa proteção; nesse caso o fabricante recomenda o uso de um
resistor externo para limitar a corrente elétrica.

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42

+Vcc
 Proteção nas entradas de alimentação:

Caso a polaridade da tensão de alimentação de um AO seja invertida, os componentes


internos são polarizados de forma incorreta danificando o CI. Isto pode ser evitado com o uso
de diodos, com mostra a figura ao lado.
-Vcc
 Proteção contra ruídos:
+Vcc
A proximidade de fontes geradoras de ruídos ou interferências pode alterar o nível de tensão
CC de alimentação do AO, a qual deve ser estabilizada e com baixo ripple.

As interferências, mesmo de baixa intensidade, são amplificadas pelo AO e podem


desestabilizar o circuito causando oscilações.

Para proteger o AO dessa situação, costuma-se colocar um capacitor de 0,1µF entre o ponto
de terra (GND) e cada um dos terminais de alimentação. Os capacitores permitem a
-Vcc
passagem de correntes parasitas de alta frequência produzidas ao longo dos condutores
entre a fonte de alimentação e o circuito.

Limitações dos Amplificadores Operacionais:

 Ganho finito – este efeito é mais evidente quando se tenta atingir um ganho próximo ao ganho inerente
do AO (ganho em malha aberta);

 Impedância de entrada finita – isto limita superiormente as resistências no circuito de realimentação.

 Impedância de saída maior que zero – importante para cargas de baixa resistência. Exceto para saídas de
baixa tensão, as considerações com consumo geralmente são mais importantes.

 Corrente de entrada – é necessária uma pequena quantia de corrente (tipicamente 10nA) fluindo nos
pinos de entrada para o funcionamento apropriado. Este efeito é agravado pelo fato de a corrente se
levemente diferente entre os pinos de entrada. Este efeito geralmente só é importante para circuito de
potência muito baixa.

 Tensão de offset de entrada – o AO irá produzir uma tensão de saída mesmo que os pinos de entrada
estejam com exatamente a mesma tensão. Para circuitos que necessitam de uma operação precisa em
corrente contínua, este efeito deve ser compensado. A maioria dos AOs comerciais dispõe de um pino
de offset para este propósito.

 Largura de banda Finita – todos os amplificadores possuem uma largura de banda finita. Entretanto isto
é mais evidente nos AOs, que utilizam compensação de frequência interna para evita a produção não
intencional de realimentação positiva.

 Capacitância de entrada – o mais importante para a operação em alta frequência.

 Saturação – a tensão de saída é limitada a um valor de pico levemente menor do que o valor da tensão
de alimentação.

 Taxa de renovação – a taxa de mudança da tensão de saída é limitada (geralmente pela compensação
interna utilizada).

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43

 Potência elétrica limitada – se uma saída com um alto valor de potência é desejada, deve-se utilizar um
AO especificamente projetado para este propósito. A maioria dos AOs são desenvolvidos para operações
de baixa potência e são tipicamente capazes de alimentar cargas de resistência com o valor mínimo de
2K.

 Proteção contra curto-circuito – isto caracteriza mais uma capacidade do que uma limitação, apesar de
impor limites nos projetos. A maioria dos AOs comerciais limitam a corrente de saída quando ela excede
um valor específico (cerca de 25 mA para o 741).

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