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2.1 INTRODUÇÃO
Um amplificador ideal produz um sinal de saída que é uma réplica exacta do sinal de
entrada, afectado dum factor de escala que é o ganho do amplificador e dum certo
desfasamento. Na prática, os circuitos estudados até agora para implementar o amplificador,
apresentam um afastamento das características ideais por diversas razões. Entre as limitações
destes circuitos são de destacar: uma forte sensibilidade do ganho à variação dos parâmetros
do circuito (βF por exemplo); da tensão de alimentação e da temperatura; características de
transferência não lineares, o que origina distorção do sinal amplificado, tanto mais importante
quanto variar a amplitude do sinal, como se viu no capítulo anterior.
A utilização da realimentação, permite obter uma melhoria apreciável dos circuitos
relativamente às limitações referidas e ainda adaptar as impedâncias de entrada e de saída e
melhorar a relação sinal/ruído.
Realimentar um circuito, consiste em fazer somar (ou subtrair) ao sinal de entrada uma
amostra do sinal de saída de modo a que o amplificador corrija automaticamente os desvios
do comportamento ideal.
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I0
Fonte Amplificador
de Comparação Básico Amostragem V0 Carga
sinal (ganho A)
Bloco de
Realimentação
(factor de
transmissão β)
Amplificador realimentado
Fig. 2.1 – Estrutura do amplificador realimentado.
I0 I0
Amplificador Amplificador
V0 Carga V0 Carga
Básico Básico
Bloco de Bloco de
Realimentação Realimentação
(a) (b)
Vf Bloco de Bloco de
If
Realimentação Realimentação
(a) (b)
Xs + Xi X0 = AXi
Σ A
+ Carga
RL
β
Xf = βX0
(amplificador de transcondutância, A = I 0 Vi ).
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β é o factor de transmissão através da malha de realimentação, sendo igual a X f X 0 .
X0
AF = (2.1)
Xs
Como se viu
X0 = A Xi (2.2)
Xi = Xs + Xf = Xs + β X0 (2.3)
X 0 = A(X s + β X 0 ) (2.4)
e portanto
X 0 (1 − βA )
Xs = (2.5)
A
X0
AF = X 0 (1−β A )
(2.6)
A
ou seja
A
AF = (2.7)
1 − βA
De notar que quando β = 0, ou seja, quando não temos transmissão do sinal da saída
para a entrada, o ganho vem A F = A. Daí a designação de ganho em malha aberta para A.
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O produto –βA costuma ser designado por ganho em anel. Esta designação advém do
facto de que quando damos uma volta completa à malha, obtemos um ganho igual a βA. De
facto se começamos com o sinal de entrada do amplificador básico Xi, à saída desta temos
Axi, que está aplicada à entrada do bloco de realimentação que como tem um factor de
transmissão β faz aparecer um sinal igual a AβXi à sua saída, tendo terminado o percurso à
volta da malha.
Quando Aβ < 0 a realimentação diz-se negativa ou degenerativa. Nesta situação,
1 − Aβ > 1 e portanto A F < A . É neste tipo de realimentação que estamos particularmente
interessados neste capítulo, devido às propriedades notáveis que a sua utilização confere aos
amplificadores.
A realimentação é positiva, ou regenerativa, quando Aβ > 0. Apesar da instabilidade
que lhe está associada é particularmente interessante na construção de osciladores, como
veremos mais adiante. De notar, que no caso particular de βA = 1 vem 1 – βA = 0 e portanto
A F = ∞, ver (2.7). Sendo assim, o circuito consegue apresentar sinal à saída mesmo sem
sinal de entrada. Se esta condição se verificar somente para uma única frequência, estamos em
condições de construir um oscilador capaz de gerar uma tensão alternada sinusoidal.
Há três condições que estão implícitas no modelo do amplificador com realimentação
ideal, representado na figura 2.4 e que conduziu à expressão (2.7). São elas:
1) O sinal de entrada é transmitido para a saída através do amplificador básico e não
através do bloco de realimentação.
2) O sinal de realimentação é transmitido da saída para a entrada através do bloco de
realimentação e não através do amplificador básico.
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2.4 PROPRIEDADES DO AMPLIFICADOR COM REALIMENTAÇÃO NEGATIVA
Já vimos que com realimentação negativa A F < A . Esta redução do ganho é o preço a
(2.8) virá:
K1Δx
K1x
SA
x
f = Δx
=1 (2.9)
x
−β A 1 T T
AF = =− =k (2.10)
− β 1 − βA β 1+ T 1+ T
1
onde k = − .
β
Um incremento ΔT em T provoca uma variação em AF, ΔAF , dada por:
k (T + ΔT ) kT kΔT
ΔA F = − = (2.11)
1 + T + ΔT 1 + T (1 + T + ΔT )(1 + T )
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pelo que
ΔA F
=
kΔT
×
(1 + T ) = ΔT
(2.12)
AF (1 + T + ΔT )(1 + T ) kT (1 + T + ΔT ) T
e atendendo a (2.8)
ΔT
A (1+T + ΔT )T 1
ST F = ΔT
= (2.13)
T
1 + T + ΔT
Sendo assim, se tivermos um ganho em anel T=100 e este sofrer uma variação ΔT = 50,
1
teremos S TA F = , ou seja
151
ΔA F ΔT A F 1
= ST = 0,5 × = 0,0033 (2.14)
AF T 151
Pelo que, uma variação de 50% no ganho em anel, provoca uma variação de 0,33% no
1
ganho do amplificador com realimentação. De notar que se ΔT fosse –50, STA F = e a
51
variação no ganho AF seria de 0,98%.
Quanto maior for o valor do ganho em malha aberta, maior será a insensibilidade do
ganho do amplificador com realimentação em relação às variações do ganho do amplificador
básico.
Particularmente se βA >> 1 , (2.7) virá igual a:
A 1
AF ≅ =− (2.15)
− βA β
Chama-se ruído a qualquer sinal indesejável dum determinado circuito. No caso dos
amplificadores, é frequente o aparecimento de ruído de baixa frequência introduzido pelas
fontes de alimentação (50Hz e múltiplos), de sinais de frequências mais elevadas,
provenientes de circuitos adjacentes (diafonia, cross-talk em inglês) e de ruído térmico.
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Quando o ruído se apresenta à entrada, misturado com o sinal a amplificar, a separação
entre o sinal e o ruído é impossível, a menos que seja possível recorrer à filtragem ou a outras
técnicas caso se trate dum sinal digital.
Quando o ruído é introduzindo pelo próprio amplificador, é possível reduzi-lo
apreciavelmente utilizando a realimentação negativa.
Podemos descrever um amplificador do ponto de vista do ruído, como sendo um
amplificador ideal a que adicionamos à saída um sinal que representa o ruído, figura 2.5.
Vi +
A V0
+
Vn
Fig. 2.5 – Representação dum amplificador com ruído.
V0 = Av i + Vn (2.16)
Vn
Vi + Vx +
A V0
− +
Vx = Vi − β V0 (2.17)
À saída teremos:
V0 = AVx + Vn (2.18)
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V0 = AVi − Aβ V0 + Vn (2.19)
ou seja,
A 1
V0 = Vi + Vn (2.20)
1 + Aβ 1 + Aβ
e portanto
1
V0 = A F Vi + Vn (2.21)
1 + Aβ
Deste modo o ruído à saída vem dividido por 1 + Aβ . Sendo a redução do ruído tanto
maior, quanto maior for o ganho em anel. Claro está, que esta conclusão poderá deixar de ser
válida se o aumento do ganho em anel implicar o aumento do ruído à saída do amplificador
básico.
A figura 2.7 ilustra uma situação em que a tentativa de aumentar o ganho em anel, pela
introdução de um pré-amplificador faz aumentar o ruído à saída.
Vn1 Vn2
Vi + + +
A1 A2 V0
− + +
β’
Admitindo que o ruído não depende do nível do sinal à entrada dum dado amplificador,
o ruído introduzido pelo pré-amplificador será praticamente igual ao introduzido pelo
amplificador do andar seguinte. Na saída, temos pois um termo de ruído adicional, devido à
amplificação pelo segundo amplificador do ruído com origem no pré-amplificador.
O caminho a seguir para melhorar o desempenho do circuito, deverá ser o de elevar o
ganho do amplificador básico modificando a sua configuração. Claro que este procedimento
pode não ser inofensivo relativamente ao ruído. Basta lembrar que para aumentar o ganho um
amplificador de emissor comum podemos aumentar a resistência de colector. Como o ruído
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térmico aumenta com o valor da resistência, teremos um aumento do ruído. No entanto, neste
caso o ruído devido à fonte de alimentação não virá modificado e no final, o ruído à saída do
nosso amplificador, poderá ter sido aumentado duma forma ligeira.
X2
X1 +
Xi A X0
+
X 0 = X1 + X 2 = AX i + X 2 (2.22)
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30
Quando utilizamos a realimentação negativa, como no circuito da Fig. 2.9, obtemos:
A 1
X0 = Xi + X2 (2.23)
1 + βA 1 + βA
X2
+ X1 +
Xi A X0
_ +
ou seja,
1
X0 = AF Xi + X2 (2.24)
1 + βA
pelo que
1
X 0 = X1 + X2 (2.25)
1 + βA
donde se conclui que tal como no caso do ruído a realimentação negativa reduzimos a não
linearidade dum factor 1 + β A. Tal como anteriormente, não podemos aumentar o ganho em
anel introduzindo um novo amplificador na malha que introduza distorção. Deste modo,
estaríamos a amplificar o sinal já com distorção e a aumentar a distorção na saída.
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31
Ii
B B
+
VS Vi R i' A
−
Vf
Vf = β X 0 R i' β
β
−
V’f
+
VS
R if = Ii
Ii
+
VS Vi Ri
−
+ −
Vf = β X 0
O sinal de entrada está representado pela fonte da tensão ideal VS , R i representa a soma
realimentação, R i' β.
Pretende-se determinar a resistência de entrada do circuito com realimentação
VS
R if = Ii
. Consideremos então o circuito da Fig. 2.11.
Vi = VS + Vf (2.26)
Como Vf = β X 0 e X 0 = A Vi , temos
Vi = VS + A β Vi (2.27)
e portanto
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32
VS
Vi = (2.28)
1− Aβ
como
Vi = I i R i (2.29)
VS VS
R if = = V (2.30)
Ii i
Ri
VS R i
R if = VS
= R i (1 − A β ) (2.31)
1−Aβ
Temos então uma resistência de entrada maior que a que teríamos no amplificador sem
realimentação. Geralmente muito maior. Recordemos que R i = R i' + R i' β é maior que a
resistência de entrada do amplificador básico, R i' , e estamos a multiplicar esse valor por 1
mais o ganho em anel, sempre muito elevado.
Analisemos agora o caso de comparação paralelo, Fig. 2.12.
I’i
IS Vi R i' A
If β
R i' β
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33
O circuito equivalente para a malha de entrada está representado na Fig. 2.13. Ri
Vi
representa o paralelo de R i' com R iβ
'
. A resistência de entrada é neste caso R if = IS
.
Ii
IS Vi Ri
If
Neste caso
I i = IS + I f (2.32)
como
If = β X0 (2.33)
X 0 = A Ii (2.34)
então
I S = I i (1 − Aβ ) (2.35)
temos que
Vi R i Ii Ri
R if = = = (2.36)
I S I i (1 − Aβ) 1 − Aβ
No que respeita à resistência de saída, vamos verificar que a resistência de saída diminui
no caso da amostragem de tensão e aumenta no caso da amostragem de corrente.
Consideremos o circuito da Fig. 2.14. R0 representa a resistência de saída do
amplificador básico.
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34
R0
+
A Xi V0
−
R0f
A
V0 = XS (2.37)
1 − Aβ
A Xi
I CC = (2.38)
R0
A XS
I CC = (2.39)
R0
e
A X
V 1−Aβ S R0
R 0f = 0 = = (2.40)
I CC A XS 1 − Aβ
R0
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a resistência de saída do amplificador com realimentação e amostragem de tensão é portanto
muito menor que a do amplificador básico.
Consideremos agora o circuito da Fig. 2.15, que representa uma situação com
amostragem de corrente.
I0
A Xi R0
V0
R0f
A
− I CC = I 0 = XS (2.41)
1 − Aβ
V0 = −A X i R 0 (2.42)
V0 AX R
R 0f = = A i 0 = R 0 (1 − Aβ ) (2.43)
I CC X
1− Aβ i
e portanto a resistência de saída neste caso é maior que a resistência de saída no caso dos
amplificadores sem realimentação.
Note-se que os resultados obtidos para todos os casos, permitem concluir que quer no
que respeita à resistência de entrada, quer à de saída, o amplificador com realimentação
negativa se aproxima do conceito do amplificador ideal.
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2.5 ANÁLISE DE CIRCUITOS COM REALIMENTAÇÃO
RS
Vi
VS +− Vf RL
Quando a condição anterior não se verificar e existir ligação entre a saída e a entrada,
temos uma comparação paralelo. É o caso do circuito da Fig. 2.17 em que a corrente If
corresponde ao sinal de realimentação.
Ii
IS RS If
RL
VCC
RL
R1 RL V0
R1
Xf
V0
R2 R2
Xf
(a) (b)
Fig. 2.18 – (a) Circuito com amostragem de tensão. (b) Esquema equivalente para sinais.
CL RC RL V0
Xf Rf
RL V0 Re
Xf Rf
Re
(a) (b)
Fig. 2.19 – (a) Circuito com amostragem de corrente. (b) Esquema equivalente para sinais.
IS RS RL V0
I i' R '0
+
Vi R i' R 'm Ii' V0
−
igual a k1V'.
I'
V' R iβ kV0 R 0β V0
I i' R '0
+
IS RS Riβ R 'm I i' R0β RL V0
R i' (a)
kV0 −
Ii R0
+
V0 (b)
IS Ri RmIi RL
kV0 −
Fig. 2.23 – (a) Esquema equivalente do amplificador da Fig. 2.20. (b) Esquema simplificado.
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A relação entre as grandezas do esquema simplificado e do esquema completo, é o
seguinte:
R i = R i' // R S // R iβ (2.44)
R 0 = R '0 // R 0β (2.45)
⎛ R i' ⎞
I i = I i' ⎜1 + ⎟ (2.46)
⎜ R S // R iβ ⎟
⎝ ⎠
V0 R S // R iβ R 0β
Rm = = R 'm × (2.47)
Ii R L →∞ R S // R iβ + R i' R '0 + R 0β
V0
A= (2.48)
IS β =0
RL
A =R m × (2.49)
R0 + RL
Comecemos por considerar o circuito da Fig. 2.24. Trata-se duma montagem de emissor
comum com resistência de emissor.
Aplicando as regras apresentadas na secção 2.5, facilmente concluímos estar perante um
caso de realimentação corrente-série.
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+VCC
I0 RL I0
RS
RS
+ V0
VS Re RL
+
VS Re
V0 −
−
(a) (b)
Fig. 2.24 – (a) Montagem de emissor comum com resistência de emissor. (b) Circuito equivalente
para sinais.
Ib hie hfeIb
+ V0
VS RL
− Re
Fig. 2.25 – Esquema equivalente do circuito de emissor comum com resistência de emissor.
O bloco de realimentação está delimitado a tracejado.
Ib I0 Ib I0
Re (a) Re I0 Re (b)
Ib Re I0
+
Re (c)
− −ReI0
I0 − h fe I b
A= = (2.50)
VS β=0
VS
como
VS
Ib β=0
= (2.51)
R S + h ie + R e
temos que
I0 h fe
A= =− (2.52)
VS R S + h ie + R e
hfe Ib
RS hie Re I0
+ +
Ib
VS βI0 Re RL V0
− −
A −h fe −h fe
A MF = = = (2.53)
1 − Aβ R S + h ie + R e − h fe R e R S + h ie + (1 − h fe ) R e
Consideremos agora o circuito da Fig. 2.28. Trata-se dum circuito em que Rf assegura
uma realimentação tensão-paralelo entre a entrada e a saída dum amplificador com três
andares de emissor comum com T1, T2 e T3 supostos iguais. Para simplificar o esquema
eléctrico, omitiu-se a malha de polarização de cada andar, representada na Fig. 2.28.b).
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43
Rf
T1 T2 T3
RS V0
+ RC RC RC RL
VS
− T
(a)
VCC
R1 RC C
Vi V0
R2
Re C
(b)
Fig. 2.28 – (a) Amplificador de três andares com realimentação, omitindo as malhas de polarização.
(b) Malha de polarização para cada andar.
Rf
RS
Ib2 Ib3
+ Ib1 Rc Rc Rc
VS RL V0
− hie hfe Ib1 hie hfe Ib2 hie hfe Ib3
Fig. 2.29 – Esquema equivalente do circuito da Fig. 2.28, com o bloco de realimentação delimitado a
tracejado.
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Rf V
− R0
f
VbeT1 Rf Rf V0
VbeT1 V0
RS
Ib2 Ib3
+ Rf Ib1 Rc Rc Rc Rf RL
VS V0
− βV0 hie hfe Ib1 hie hfeIb2 hie hfeIb3
V0 I b1 I b 2 I b3 V0
A= = (2.54)
VS β=0
VS I b1 I b 2 I b3
ou seja
Rf − RC − RC
h fe × (− h fe R L // R C // R f ) (2.55)
1
A= × × h fe ×
R S + h ie // R f R f + h ie R C + h ie R C + h ie
1
e como β = − , teríamos
Rf
A
A MF = (2.56)
1 − Aβ
Na Fig. 2.32 apresenta-se o esquema de princípio dum circuito bem conhecido, trata-se
duma fonte de tensão regulada. O objectivo do circuito é fornecer uma tensão de saída, V0, de
valor constante independente das variações da carga, RL, das variações da tensão da rede, VS,
e das variações da temperatura.
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Fonte de tensão
não regulada Vi T1 V0
+A V0' R1
C − RL V0
VS
R2
VR
Desprezando a tensão base emissor do transistor de passagem T1, face à tensão V0' ,
V0 = A(VR − β V0 ) (2.57)
com
R2
β= (2.58)
R1 + R 2
pelo que
A
V0 = VR (2.59)
1 + Aβ
VR
V0 ≅ (2.60)
β
V0 =
R3 + R4
R4
(
VZ + VBE T
2
) (2.61)
De notar que a tensão do díodo Zener (desde que polarizado na região de Zener) mais a
tensão base emissor de condução do transistor T2 (desde que em condução franca) constituem
uma boa tensão de referência.
O funcionamento do circuito pode ser entendido com base na seguinte análise:
suponhamos que o valor de V0 tende a descer em relação ao valor desejado, então, a tensão
em R4 diminui e o transístor T2 passa a conduzir menos, sendo assim, a corrente em R2
diminui, diminuindo portanto a queda de tensão aos terminais de R2, desse modo a tensão na
base de T1 aumenta (já que Vi se mantém constante) e consequentemente aumenta o valor de
V0 opondo-se portanto à tendência inicial de diminuição da tensão de saída.
De notar que a tensão de entrada Vi tem que ser sempre superior (em 2 ou 3 Volt) à
tensão regulada, V0, de modo a manter o transistor de passagem T1, montado como seguidor
de emissor, na zona activa directa.
Para finalizar, é de referir que a fonte de tensão regulada é um circuito realimentado
com amostragem de tensão e comparação série. De notar que a tensão de entrada, tal como foi
entendida no estudo que fizemos dos amplificadores realimentados, é a tensão de referência
VR, ou VZ + VBET2 no segundo caso, e não a tensão Vi da fonte de tensão não regulada. Esta