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LESÕES CORPORAIS

Direito Penal III – Módulo Virtual


Prof. Colimar Dias Braga Junior
DAS LESÕES CORPORAIS
 Dividem-se em duas categorias: a das lesões dolosas e a
das culposas.
 A modalidade dolosa possui quatro figuras, cuja
configuração depende do resultado provocado na vítima,
podendo:
 leve (art. 129, caput),

 grave (art. 129, § 1º),

 gravíssima (art. 129, § 2º) ou

 seguida de morte (art. 129, § 3º).

 A lesão corporal dolosa, de qualquer espécie, pode ser


ainda privilegiada (art. 129, § 4º).
LESÕES CORPORAIS DOLOSAS
LESÕES LEVES
 Lesão corporal
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano.

 Objetividade jurídica: a integridade física e a saúde das


pessoas.
 Tipo objetivo: o Código Penal somente descreve as
hipóteses em que a lesão é considerada grave (art. 129, § 1º)
ou gravíssima (art. 129, § 2º).
 Não existe definição legal a respeito do que seja lesão
corporal de natureza leve, sendo por exclusão que se
conclui, nos casos concretos.
 Ofensa à integridade corporal é o dano anatômico
decorrente de uma agressão, ou seja, a alteração
anatômica prejudicial ao corpo da vítima.
 Pressupõe, assim, que o ato agressivo rompa ou dilacere
algum tecido interno ou externo do corpo da pessoa
ofendida. Podem ser citados como exemplos as
escoriações, as equimoses, os cortes, as fraturas ou
fissuras ósseas, os hematomas, as luxações, os
rompimentos de tendões ou ligamentos, as queimaduras
etc.
 Ofensa à saúde, por sua vez, é a provocação de
perturbação fisiológica ou mental.
 Provocar perturbação fisiológica significa causar mal
funcionamento de algum órgão que compõe o corpo
humano. Exemplo: transmissão intencional de doença
que afete o sistema respiratório, ministração de alimento
ou medicamento que provoque diarreia ou vômito,
ministração de diurético que aumente o fluxo urinário,
uso de aparelho de choque elétrico que provoque
paralisia muscular etc.
 Costuma-se dizer que a incolumidade física é bem
indisponível, de forma que o consentimento da vítima
não exclui o crime, exceto nas situações social e
culturalmente aceitas, como no caso de colocação de
brincos em meninas e na circuncisão realizada em
recém-nascidos em algumas religiões.
 Não existe delito na realização de cirurgia de
emergência, na qual a necessidade da intervenção
decorre da existência de risco para a vida do paciente,
ainda que ausente o consentimento deste ou de seu
representante legal.
 Em certos esportes em que a lesão é uma consequência
normal de sua prática (boxe, lutas marciais), também não
há crime em face do exercício regular de direito.
 Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime
comum.
 Quanto o agressor for policial em serviço, responde
também por abuso de autoridade, não reconhecendo a
jurisprudência bis in idem em tais casos já que os bens
jurídicos afetados são diversos.
 Nesse sentido: “Lesões corporais e abuso de autoridade.
Se o agente, além do crime de abuso de autoridade (art.
3º, I, da Lei n. 4.898, de 9-12-1965) também praticar
lesões corporais na vítima, aplicar-se-á a regra do
concurso material” (STF, HC,Rel. Cordeiro Guerra, RTJ
101/595).
 Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa.
 Consumação: no momento em que ocorre a ofensa à
integridade corporal ou à saúde da vítima. Trata-se de
crime material.
 A materialidade necessita ser comprovada por exame
pericial, denominado exame de corpo de delito, que deve
atestar a ocorrência da lesão, sua extensão e as causas
prováveis.
 Caso o exame de corpo de delito, direto ou indireto, reste
impossibilitado, a prova testemunhal, desde que cabal,
poderá suprir-lhe a falta, nos termos do art. 167 do
Código de Processo Penal.
 Tentativa: é possível, desde que se prove que o agente
queria lesionar a vítima e que não conseguiu concretizar
seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade.
LESÃO LEVE QUALIFICADA PELA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

 Art. 129, § 9º – Se a lesão for praticada contra


ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,
ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
 Pena – detenção, de três meses a três anos.
 Introduzido no Código Penal pela Lei n. 10.884/2004
com a nomenclatura “violência doméstica”.
 Não se trata de delito autônomo, mas previsão de uma
pena maior quando a lesão corporal tiver como vítima
uma das pessoas elencadas no texto legal ou for
praticada em uma das circunstâncias nele elencadas.
 Na primeira parte do dispositivo, a pena é maior sempre
que o crime tiver como sujeito passivo ascendente,
descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou pessoa
com quem o agressor conviva ou tenha convivido.
 Nas últimas figuras do dispositivo, ou seja, quando o
agente cometer o crime prevalecendo-se “de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade”, é que se
pressupõe que o fato ocorra no ambiente doméstico, mas
nestas hipóteses a vítima não precisa ser ascendente,
descendente, cônjuge etc.
 Exemplos: agressão do patrão contra a empregada
doméstica; do hóspede visitante contra o anfitrião; de um
estudante contra outro que mora na mesma pensão ou
casa de estudantes etc.
 Podem ter como sujeito passivo homens ou mulheres
(marido ou esposa, filho ou filha, irmão ou irmã,
companheiro ou companheira etc.), bem como pode ser
praticado, igualmente, por pessoa de qualquer sexo.
 Todavia, caso a vítima seja do sexo feminino, incidirão
as regras da chamada Lei Maria da Penha (Lei n.
11.340/2006), que prevê medidas específicas para crimes
que envolvam violência doméstica ou familiar contra
mulheres.
 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se
as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo,
aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

 O § 10 prevê a majoração da pena nas mesmas hipóteses


quando se tratar de lesão grave, gravíssima ou seguida de
morte.
 § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.

 O § 11 do art. 129 estabelece que, no caso de lesão


contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge etc., a
pena sofrerá, ainda, acréscimo de 1/3 se a vítima for
pessoa portadora de deficiência, seja física ou mental.
LESÕES CORPORAIS GRAVES
 § 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de
trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
 A expressão “lesão corporal de natureza grave” abrange,
no texto legal, os §§ 1º e 2º do art. 129 do Código Penal,
constituindo figuras qualificadas do crime de lesão
corporal pelo resultado.
 Nas hipóteses do § 1º, a pena é reclusão de um a cinco
anos, enquanto naquelas do § 2º, é de reclusão de dois a
oito anos.
 Embora não exista no Código Penal a denominação
“lesão gravíssima”, é ela utilizada por toda doutrina e
jurisprudência para se referir às figuras do § 2º, que
possuem pena maior. Por isso, na prática, a expressão
“lesão grave” é usada para as figuras do § 1º.
 Incapacidade para as ocupações habituais por mais
de 30 dias
 Ocupação habitual é qualquer ocupação rotineira da
vítima, como, por exemplo, trabalhar, estudar, caminhar,
praticar esportes, alimentar-se etc.
 Constitui crime a prazo, denominação que se dá às
infrações penais que dependem de um prazo para sua
configuração.
 O art. 168, § 2º, do Código de Processo Penal contém
regra específica a respeito do tema: “Se o exame tiver
por fim precisar a classificação do delito no art. 129, §
1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra
o prazo de trinta dias, contado da data do crime”.
 “Sendo processado o agente por lesão corporal de
natureza grave, e não realizado exame complementar na
forma prevista no § 2º do art. 168 do Código de Processo
Penal, impõe-se a desclassificação para lesão corporal
leve, se a acusação não produziu prova testemunhal
bastante da incapacidade para as ocupações habituais por
mais de trinta dias, sendo insuficiente a só afirmação da
vítima nesse sentido” (TJSP, Rel. Luiz Pantaleão,
RJTJSP 146/287).
 Perigo de vida
 É a possibilidade grave e imediata de morte.

 Depende de perigo efetivo, concreto, comprovado por


perícia, em cujo laudo o médico legista deve especificar
em que consistiu o perigo sofrido.
 “Esta Corte tem afirmado ser desnecessário o laudo
complementar do art. 168, § 2º do CPP quando se cuidar
da hipótese do inciso II do § 1º do artigo 129 do CPB
(perigo de vida). HC 108.265/MS, Rel. Min. Laurita Vaz,
DJe 30-11-2009)
 Mostra-se necessário que haja laudo pericial declarando
a existência do perigo e que, no caso concreto, se
conclua que o agente não queria matar a vítima.
 Debilidade permanente de membro, sentido ou
função
 Debilidade é sinônimo de redução ou enfraquecimento
na capacidade de utilização do membro, sentido ou
função, que, todavia, deve manter, em parte, sua
capacidade funcional.
 Ex.: se em razão da agressão a vítima passa a ter
dificuldade permanente para caminhar a lesão é
considerada grave.
 Exige que a debilidade seja permanente, sendo, assim,
necessário um prognóstico médico oficial no sentido de
que a debilidade é irreversível.
 Agressões que provocam a perda de um dedo ou a
diminuição na mobilidade de um braço ou de uma perna,
desde que permanentes, configuram a lesão grave.
 Agressões que trazem como consequência uma redução
de 20 ou 30% na respectiva capacidade visual ou
auditiva são consideradas graves.
 “A lesão de um olho, de um ouvido, de um testículo, de
um ovário, de um rim, mantido o outro íntegro,
debilitada, mas não abolida da função respectiva, deve
ser catalogada, não como gravíssima, mas sim grave”
(Tacrim-SP, Rel. Costa Mendes, Jutacrim 43/236)
 “A perda de quatro dentes e ossos do maxilar acarreta,
obrigatoriamente, uma permanente debilidade da função
mastigatória” (Tacrim-SP, Rel. Prestes Barra, RT
418/279);
 “Para que se configure a gravidade da lesão, resultante
da perda de um dente, precisam os peritos justificar
‘quantum satis’ a conclusão de que ela acarretou
debilidade permanente da função mastigatória” (TJSP,
Rel. Cunha Camargo, RT 612/317)
 Aceleração do parto
 Nascimento prematuro como consequência de uma
agressão sofrida pela gestante.
 Necessário que o bebê sobreviva, pois a agressão que
causa aborto (morte do feto) constitui lesão gravíssima
(art. 129, § 2º, V).
 “Se o agente ignora a gravidez da vítima, não se lhe pode
imputar o crime de lesão grave se de sua ação delituosa
resultar aceleração do parto, nem o delito de lesão
gravíssima se resultar aborto” (Tacrim-SP – Rel. Silva
Leme – Jutacrim 10/249).
 Trata-se de modalidade exclusivamente preterdolosa, em
que o agente tem apenas dolo de lesionar a gestante mas,
culposamente, provoca o nascimento prematuro.
LESÕES CORPORAIS GRAVÍSSIMAS
 § 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
         Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 Caso o laudo pericial aponte, concomitantemente, a
existência de uma espécie de lesão grave e também de
uma modalidade de lesão gravíssima, o réu responderá
por crime único, aplicando-se a qualificadora de maior
pena – lesão gravíssima.
 Quando as consequências de uma agressão enquadram-
se em diversas hipóteses de lesões gravíssimas, o fato só
pode ser levado em conta pelo juiz na fixação da pena-
base, pois trata-se de crime único.
 Incapacidade permanente para o trabalho
 É preciso que a vítima fique incapacitada para o trabalho
em geral, não sendo suficiente a incapacitação específica
para o trabalho até então exercido.
 Se a vítima trabalha como atleta profissional e uma lesão
nas pernas inviabiliza a continuidade dessas atividades,
mas a perícia conclui que ela é apta para qualquer outro
tipo de profissão, a lesão não é tida como gravíssima.
 Essa modalidade de lesão gravíssima ocorre quer tenha
havido a específica intenção de provocar o resultado,
quer tenha sido decorrência culposa da agressão, ou seja,
pode ser preterdolosa ou não.
 Enfermidade incurável
 O agente transmite ou provoca intencionalmente a instalação de uma
moléstia no organismo da vítima para a qual não existe cura no atual
estágio da ciência médica.
 “Art. 129, § 2º, inciso II, do Código Penal. Paciente que transmitiu
enfermidade incurável à ofendida (Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida). Vítima cuja moléstia permanece assintomática.
Desinfluência para a caracterização da conduta. [...] Na hipótese de
transmissão dolosa de doença incurável, a conduta deverá será apenada
com mais rigor do que o ato de contaminar outra pessoa com moléstia
grave, conforme previsão clara do art. 129, § 2º, inciso II, do Código
Penal. 4. A alegação de que a vítima não manifestou sintomas não serve
para afastar a configuração do delito previsto no art. 129, § 2, inciso II,
do Código Penal. É de notória sabença que o contaminado pelo vírus
do HIV necessita de constante acompanhamento médico e de
administração de remédios específicos, o que aumenta as
probabilidades de que a enfermidade permaneça assintomática. Porém,
o tratamento não enseja a cura da moléstia” (STJ, HC 160.982/DF, Rel.
Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, julgado em 17-5- 2012, DJe 28-5-2012).
 Perda ou inutilização de membro, sentido ou função
 A perda de um membro pode ocorrer por mutilação ou
amputação. Em ambos os casos, haverá lesão gravíssima.
 A inutilização de membro pressupõe que este permaneça,
ainda que parcialmente, ligado ao corpo da vítima,
porém completamente incapacitado de realizar suas
atividades próprias. Ocorre, por exemplo, quando a
vítima fica paraplégica ou perde por completo o
movimento do braço.
 A utilização de próteses (de mão, de braço) não exclui
obviamente o crime em análise.
 Já o reimplante imediato, desde que a vítima tenha os
movimentos recompostos, implica desclassificação para
modalidade mais branda do delito.
 No que pertine aos sentidos, ocorre perda da visão ou
audição quando a vítima fica totalmente cega ou surda e
inutilização quando lhe resta tão pouca capacidade visual
ou auditiva, que só consegue enxergar vultos ou
sombras, ou só consegue ouvir sons distorcidos sem
poder compreendê-los.
 “Não age dolosamente o médico que, através de cirurgia,
faz ablação de órgãos genitais externos de transexual,
procurando curá-lo ou reduzir seu sofrimento físico ou
mental. Semelhante cirurgia não é vedada por lei, nem
mesmo pelo Código de Ética Médica” (Tacrim-SP, Rel.
Denser de Sá, RT 545/355).
 A extirpação do pênis também é exemplo de lesão
gravíssima – perda de função sexual e reprodutora.
 Deformidade permanente
 Relacionada ao dano estético, ou seja, a atos agressivos
que deixam marcas antiestéticas permanentes no corpo
da vítima.
 Fazer cortes profundos no corpo da vítima, com uma
navalha ou uma garrafa quebrada, deixando cicatrizes
permanentes, provocar fraturas nos ossos da face, marcar
o rosto da vítima com ferro em brasa, lançar ácido ou
líquido fervendo em seu corpo deixando queimaduras na
pele, decepar uma orelha etc.
 Requisitos: a) que o dano estético seja de certa monta; b)
que seja permanente; c) que seja visível; e d) que seja
capaz de provocar impressão vexatória.
 A deformidade permanente pode ter sido provocada de
forma intencional (lesão gravíssima não preterdolosa) ou
como consequência culposa da agressão – dolo na
agressão e culpa na provocação da deformidade –,
hipótese em que o crime é preterdoloso.
 É irrelevante, na análise do delito, o fato de ser a vítima
pessoa jovem ou idosa, do sexo masculino ou feminino,
bela ou não.
 Aborto
 Figura exclusivamente preterdolosa, somente se
configurando quando houver dolo de agredir a gestante e
meramente culpa em relação ao aborto.
 O agente que dá um único soco no rosto de uma gestante
e esta acaba sofrendo uma queda da qual resulta o
aborto, incorre na lesão gravíssima.
 O agente deve saber que a vítima está grávida.
LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE
MORTE

 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que


o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de
produzí-lo:
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 Só permite sua configuração quando a agressão
perpetrada provocar a morte da vítima e as
circunstâncias demonstrarem que o agente não quis e não
assumiu o risco de causá-la, ou seja, se não agiu com
dolo direto ou eventual em relação ao resultado.
 Pressupõe dolo de agredir a vítima a fim de lhe provocar
lesões e culpa em relação ao resultado agravador
(morte).
 Alguém desfere um golpe de faca na perna da vítima e
esta acaba morrendo por hemorragia devido ao
seccionamento da artéria femoral.
 O crime de lesão corporal seguida de morte, por ser
exclusivamente preterdoloso, é incompatível com a
figura da tentativa.
 Como a morte é consequência culposa da agressão, o
julgamento é feito pelo juízo singular, e não pelo
Tribunal do Júri.
LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA

 § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de


relevante valor social ou moral ou sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um
terço.
 Segue estritamente as regras já estudadas em relação ao
homicídio privilegiado.
 O privilégio é cabível em todas as formas de lesão
dolosa – leve, grave, gravíssima e seguida de morte –
quando o crime for cometido por motivo de relevante
valor social ou moral ou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA DA LESÃO
LEVE

 § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda


substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos
mil réis a dois contos de réis:
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II - se as lesões são recíprocas.
 A substituição da pena de detenção por multa terá
incidência, por exemplo, se uma pessoa agredir outra no
início de um show de música e, após cessada a agressão,
a vítima, ao término do evento, for à desforra e agredir o
primeiro, em situação em que não pode mais alegar
legítima defesa.
 Nesse caso, os dois cometeram crimes de lesões
corporais leves, e ambos podem ter a pena substituída
por multa.
MAJORANTES
 § 7o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer
qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste
Código.

 Vítima for menor de 14 ou maior de 60 anos (art. 121, §


4º) ou se o crime for cometido por milícia privada a
pretexto de prestação de serviço de segurança ou grupo
de extermínio.
LESÕES MAJORADAS CONTRA POLICIAIS OU
INTEGRANTES DAS FORÇAS
ARMADAS OU SEUS FAMILIARES

 § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente


descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição, a pena é aumentada de um a dois terços.
 a) integrante das Forças Armadas (Exército, Marinha e
Aeronáutica) – art.142 da Constituição Federal;
 b) integrante da polícia federal, da polícia rodoviária
federal, da polícia ferroviária federal, da polícia civil ou
da polícia militar ou corpo de bombeiros militares – art.
144 da Constituição Federal;
 c) integrante do sistema prisional;

 d) integrante da Força Nacional de Segurança Pública;

 e) cônjuge ou companheiro de qualquer das autoridades


ou agentes mencionados nos tópicos anteriores em razão
dessa condição;
 f) parente consanguíneo até terceiro grau de qualquer das
autoridades ou agentes mencionados nos tópicos
anteriores em razão dessa condição.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
 § 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

 Mesmas regras do homicídio culposo no que tange à


tipificação.
 A gravidade da lesão só deve ser levada em consideração
pelo juiz na fixação da pena-base, uma vez que o art. 59
do Código Penal diz que o juiz deve levar em conta as
consequências do crime nessa fase da dosimetria.
 A ação penal na lesão culposa é pública condicionada à
representação nos termos do art. 88 da Lei n. 9.099/95.

 § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.


121.

 Perdão judicial no homicídio culposo, de modo que as


regras lá estudadas aplicam-se também à lesão culposa.
 Pessoa que provoca um acidente com água fervendo do
qual resultam lesões corporais em um terceiro e que
acaba também sofrendo graves queimaduras.

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