O documento descreve as lesões corporais dolosas no direito penal brasileiro. Ele divide as lesões corporais em quatro categorias de acordo com o resultado na vítima: leve, grave, gravíssima e seguida de morte. Também aborda a lesão corporal privilegiada e qualificada pela violência doméstica.
O documento descreve as lesões corporais dolosas no direito penal brasileiro. Ele divide as lesões corporais em quatro categorias de acordo com o resultado na vítima: leve, grave, gravíssima e seguida de morte. Também aborda a lesão corporal privilegiada e qualificada pela violência doméstica.
O documento descreve as lesões corporais dolosas no direito penal brasileiro. Ele divide as lesões corporais em quatro categorias de acordo com o resultado na vítima: leve, grave, gravíssima e seguida de morte. Também aborda a lesão corporal privilegiada e qualificada pela violência doméstica.
Prof. Colimar Dias Braga Junior DAS LESÕES CORPORAIS Dividem-se em duas categorias: a das lesões dolosas e a das culposas. A modalidade dolosa possui quatro figuras, cuja configuração depende do resultado provocado na vítima, podendo: leve (art. 129, caput),
grave (art. 129, § 1º),
gravíssima (art. 129, § 2º) ou
seguida de morte (art. 129, § 3º).
A lesão corporal dolosa, de qualquer espécie, pode ser
ainda privilegiada (art. 129, § 4º). LESÕES CORPORAIS DOLOSAS LESÕES LEVES Lesão corporal Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano.
Objetividade jurídica: a integridade física e a saúde das
pessoas. Tipo objetivo: o Código Penal somente descreve as hipóteses em que a lesão é considerada grave (art. 129, § 1º) ou gravíssima (art. 129, § 2º). Não existe definição legal a respeito do que seja lesão corporal de natureza leve, sendo por exclusão que se conclui, nos casos concretos. Ofensa à integridade corporal é o dano anatômico decorrente de uma agressão, ou seja, a alteração anatômica prejudicial ao corpo da vítima. Pressupõe, assim, que o ato agressivo rompa ou dilacere algum tecido interno ou externo do corpo da pessoa ofendida. Podem ser citados como exemplos as escoriações, as equimoses, os cortes, as fraturas ou fissuras ósseas, os hematomas, as luxações, os rompimentos de tendões ou ligamentos, as queimaduras etc. Ofensa à saúde, por sua vez, é a provocação de perturbação fisiológica ou mental. Provocar perturbação fisiológica significa causar mal funcionamento de algum órgão que compõe o corpo humano. Exemplo: transmissão intencional de doença que afete o sistema respiratório, ministração de alimento ou medicamento que provoque diarreia ou vômito, ministração de diurético que aumente o fluxo urinário, uso de aparelho de choque elétrico que provoque paralisia muscular etc. Costuma-se dizer que a incolumidade física é bem indisponível, de forma que o consentimento da vítima não exclui o crime, exceto nas situações social e culturalmente aceitas, como no caso de colocação de brincos em meninas e na circuncisão realizada em recém-nascidos em algumas religiões. Não existe delito na realização de cirurgia de emergência, na qual a necessidade da intervenção decorre da existência de risco para a vida do paciente, ainda que ausente o consentimento deste ou de seu representante legal. Em certos esportes em que a lesão é uma consequência normal de sua prática (boxe, lutas marciais), também não há crime em face do exercício regular de direito. Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa, trata-se de crime comum. Quanto o agressor for policial em serviço, responde também por abuso de autoridade, não reconhecendo a jurisprudência bis in idem em tais casos já que os bens jurídicos afetados são diversos. Nesse sentido: “Lesões corporais e abuso de autoridade. Se o agente, além do crime de abuso de autoridade (art. 3º, I, da Lei n. 4.898, de 9-12-1965) também praticar lesões corporais na vítima, aplicar-se-á a regra do concurso material” (STF, HC,Rel. Cordeiro Guerra, RTJ 101/595). Sujeito passivo: pode ser qualquer pessoa. Consumação: no momento em que ocorre a ofensa à integridade corporal ou à saúde da vítima. Trata-se de crime material. A materialidade necessita ser comprovada por exame pericial, denominado exame de corpo de delito, que deve atestar a ocorrência da lesão, sua extensão e as causas prováveis. Caso o exame de corpo de delito, direto ou indireto, reste impossibilitado, a prova testemunhal, desde que cabal, poderá suprir-lhe a falta, nos termos do art. 167 do Código de Processo Penal. Tentativa: é possível, desde que se prove que o agente queria lesionar a vítima e que não conseguiu concretizar seu intento por circunstâncias alheias à sua vontade. LESÃO LEVE QUALIFICADA PELA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Art. 129, § 9º – Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena – detenção, de três meses a três anos. Introduzido no Código Penal pela Lei n. 10.884/2004 com a nomenclatura “violência doméstica”. Não se trata de delito autônomo, mas previsão de uma pena maior quando a lesão corporal tiver como vítima uma das pessoas elencadas no texto legal ou for praticada em uma das circunstâncias nele elencadas. Na primeira parte do dispositivo, a pena é maior sempre que o crime tiver como sujeito passivo ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou pessoa com quem o agressor conviva ou tenha convivido. Nas últimas figuras do dispositivo, ou seja, quando o agente cometer o crime prevalecendo-se “de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade”, é que se pressupõe que o fato ocorra no ambiente doméstico, mas nestas hipóteses a vítima não precisa ser ascendente, descendente, cônjuge etc. Exemplos: agressão do patrão contra a empregada doméstica; do hóspede visitante contra o anfitrião; de um estudante contra outro que mora na mesma pensão ou casa de estudantes etc. Podem ter como sujeito passivo homens ou mulheres (marido ou esposa, filho ou filha, irmão ou irmã, companheiro ou companheira etc.), bem como pode ser praticado, igualmente, por pessoa de qualquer sexo. Todavia, caso a vítima seja do sexo feminino, incidirão as regras da chamada Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006), que prevê medidas específicas para crimes que envolvam violência doméstica ou familiar contra mulheres. § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
O § 10 prevê a majoração da pena nas mesmas hipóteses
quando se tratar de lesão grave, gravíssima ou seguida de morte. § 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência.
O § 11 do art. 129 estabelece que, no caso de lesão
contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge etc., a pena sofrerá, ainda, acréscimo de 1/3 se a vítima for pessoa portadora de deficiência, seja física ou mental. LESÕES CORPORAIS GRAVES § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. A expressão “lesão corporal de natureza grave” abrange, no texto legal, os §§ 1º e 2º do art. 129 do Código Penal, constituindo figuras qualificadas do crime de lesão corporal pelo resultado. Nas hipóteses do § 1º, a pena é reclusão de um a cinco anos, enquanto naquelas do § 2º, é de reclusão de dois a oito anos. Embora não exista no Código Penal a denominação “lesão gravíssima”, é ela utilizada por toda doutrina e jurisprudência para se referir às figuras do § 2º, que possuem pena maior. Por isso, na prática, a expressão “lesão grave” é usada para as figuras do § 1º. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias Ocupação habitual é qualquer ocupação rotineira da vítima, como, por exemplo, trabalhar, estudar, caminhar, praticar esportes, alimentar-se etc. Constitui crime a prazo, denominação que se dá às infrações penais que dependem de um prazo para sua configuração. O art. 168, § 2º, do Código de Processo Penal contém regra específica a respeito do tema: “Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de trinta dias, contado da data do crime”. “Sendo processado o agente por lesão corporal de natureza grave, e não realizado exame complementar na forma prevista no § 2º do art. 168 do Código de Processo Penal, impõe-se a desclassificação para lesão corporal leve, se a acusação não produziu prova testemunhal bastante da incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias, sendo insuficiente a só afirmação da vítima nesse sentido” (TJSP, Rel. Luiz Pantaleão, RJTJSP 146/287). Perigo de vida É a possibilidade grave e imediata de morte.
Depende de perigo efetivo, concreto, comprovado por
perícia, em cujo laudo o médico legista deve especificar em que consistiu o perigo sofrido. “Esta Corte tem afirmado ser desnecessário o laudo complementar do art. 168, § 2º do CPP quando se cuidar da hipótese do inciso II do § 1º do artigo 129 do CPB (perigo de vida). HC 108.265/MS, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe 30-11-2009) Mostra-se necessário que haja laudo pericial declarando a existência do perigo e que, no caso concreto, se conclua que o agente não queria matar a vítima. Debilidade permanente de membro, sentido ou função Debilidade é sinônimo de redução ou enfraquecimento na capacidade de utilização do membro, sentido ou função, que, todavia, deve manter, em parte, sua capacidade funcional. Ex.: se em razão da agressão a vítima passa a ter dificuldade permanente para caminhar a lesão é considerada grave. Exige que a debilidade seja permanente, sendo, assim, necessário um prognóstico médico oficial no sentido de que a debilidade é irreversível. Agressões que provocam a perda de um dedo ou a diminuição na mobilidade de um braço ou de uma perna, desde que permanentes, configuram a lesão grave. Agressões que trazem como consequência uma redução de 20 ou 30% na respectiva capacidade visual ou auditiva são consideradas graves. “A lesão de um olho, de um ouvido, de um testículo, de um ovário, de um rim, mantido o outro íntegro, debilitada, mas não abolida da função respectiva, deve ser catalogada, não como gravíssima, mas sim grave” (Tacrim-SP, Rel. Costa Mendes, Jutacrim 43/236) “A perda de quatro dentes e ossos do maxilar acarreta, obrigatoriamente, uma permanente debilidade da função mastigatória” (Tacrim-SP, Rel. Prestes Barra, RT 418/279); “Para que se configure a gravidade da lesão, resultante da perda de um dente, precisam os peritos justificar ‘quantum satis’ a conclusão de que ela acarretou debilidade permanente da função mastigatória” (TJSP, Rel. Cunha Camargo, RT 612/317) Aceleração do parto Nascimento prematuro como consequência de uma agressão sofrida pela gestante. Necessário que o bebê sobreviva, pois a agressão que causa aborto (morte do feto) constitui lesão gravíssima (art. 129, § 2º, V). “Se o agente ignora a gravidez da vítima, não se lhe pode imputar o crime de lesão grave se de sua ação delituosa resultar aceleração do parto, nem o delito de lesão gravíssima se resultar aborto” (Tacrim-SP – Rel. Silva Leme – Jutacrim 10/249). Trata-se de modalidade exclusivamente preterdolosa, em que o agente tem apenas dolo de lesionar a gestante mas, culposamente, provoca o nascimento prematuro. LESÕES CORPORAIS GRAVÍSSIMAS § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. Caso o laudo pericial aponte, concomitantemente, a existência de uma espécie de lesão grave e também de uma modalidade de lesão gravíssima, o réu responderá por crime único, aplicando-se a qualificadora de maior pena – lesão gravíssima. Quando as consequências de uma agressão enquadram- se em diversas hipóteses de lesões gravíssimas, o fato só pode ser levado em conta pelo juiz na fixação da pena- base, pois trata-se de crime único. Incapacidade permanente para o trabalho É preciso que a vítima fique incapacitada para o trabalho em geral, não sendo suficiente a incapacitação específica para o trabalho até então exercido. Se a vítima trabalha como atleta profissional e uma lesão nas pernas inviabiliza a continuidade dessas atividades, mas a perícia conclui que ela é apta para qualquer outro tipo de profissão, a lesão não é tida como gravíssima. Essa modalidade de lesão gravíssima ocorre quer tenha havido a específica intenção de provocar o resultado, quer tenha sido decorrência culposa da agressão, ou seja, pode ser preterdolosa ou não. Enfermidade incurável O agente transmite ou provoca intencionalmente a instalação de uma moléstia no organismo da vítima para a qual não existe cura no atual estágio da ciência médica. “Art. 129, § 2º, inciso II, do Código Penal. Paciente que transmitiu enfermidade incurável à ofendida (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Vítima cuja moléstia permanece assintomática. Desinfluência para a caracterização da conduta. [...] Na hipótese de transmissão dolosa de doença incurável, a conduta deverá será apenada com mais rigor do que o ato de contaminar outra pessoa com moléstia grave, conforme previsão clara do art. 129, § 2º, inciso II, do Código Penal. 4. A alegação de que a vítima não manifestou sintomas não serve para afastar a configuração do delito previsto no art. 129, § 2, inciso II, do Código Penal. É de notória sabença que o contaminado pelo vírus do HIV necessita de constante acompanhamento médico e de administração de remédios específicos, o que aumenta as probabilidades de que a enfermidade permaneça assintomática. Porém, o tratamento não enseja a cura da moléstia” (STJ, HC 160.982/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª Turma, julgado em 17-5- 2012, DJe 28-5-2012). Perda ou inutilização de membro, sentido ou função A perda de um membro pode ocorrer por mutilação ou amputação. Em ambos os casos, haverá lesão gravíssima. A inutilização de membro pressupõe que este permaneça, ainda que parcialmente, ligado ao corpo da vítima, porém completamente incapacitado de realizar suas atividades próprias. Ocorre, por exemplo, quando a vítima fica paraplégica ou perde por completo o movimento do braço. A utilização de próteses (de mão, de braço) não exclui obviamente o crime em análise. Já o reimplante imediato, desde que a vítima tenha os movimentos recompostos, implica desclassificação para modalidade mais branda do delito. No que pertine aos sentidos, ocorre perda da visão ou audição quando a vítima fica totalmente cega ou surda e inutilização quando lhe resta tão pouca capacidade visual ou auditiva, que só consegue enxergar vultos ou sombras, ou só consegue ouvir sons distorcidos sem poder compreendê-los. “Não age dolosamente o médico que, através de cirurgia, faz ablação de órgãos genitais externos de transexual, procurando curá-lo ou reduzir seu sofrimento físico ou mental. Semelhante cirurgia não é vedada por lei, nem mesmo pelo Código de Ética Médica” (Tacrim-SP, Rel. Denser de Sá, RT 545/355). A extirpação do pênis também é exemplo de lesão gravíssima – perda de função sexual e reprodutora. Deformidade permanente Relacionada ao dano estético, ou seja, a atos agressivos que deixam marcas antiestéticas permanentes no corpo da vítima. Fazer cortes profundos no corpo da vítima, com uma navalha ou uma garrafa quebrada, deixando cicatrizes permanentes, provocar fraturas nos ossos da face, marcar o rosto da vítima com ferro em brasa, lançar ácido ou líquido fervendo em seu corpo deixando queimaduras na pele, decepar uma orelha etc. Requisitos: a) que o dano estético seja de certa monta; b) que seja permanente; c) que seja visível; e d) que seja capaz de provocar impressão vexatória. A deformidade permanente pode ter sido provocada de forma intencional (lesão gravíssima não preterdolosa) ou como consequência culposa da agressão – dolo na agressão e culpa na provocação da deformidade –, hipótese em que o crime é preterdoloso. É irrelevante, na análise do delito, o fato de ser a vítima pessoa jovem ou idosa, do sexo masculino ou feminino, bela ou não. Aborto Figura exclusivamente preterdolosa, somente se configurando quando houver dolo de agredir a gestante e meramente culpa em relação ao aborto. O agente que dá um único soco no rosto de uma gestante e esta acaba sofrendo uma queda da qual resulta o aborto, incorre na lesão gravíssima. O agente deve saber que a vítima está grávida. LESÕES CORPORAIS SEGUIDAS DE MORTE
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que
o agente não quís o resultado, nem assumiu o risco de produzí-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Só permite sua configuração quando a agressão perpetrada provocar a morte da vítima e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis e não assumiu o risco de causá-la, ou seja, se não agiu com dolo direto ou eventual em relação ao resultado. Pressupõe dolo de agredir a vítima a fim de lhe provocar lesões e culpa em relação ao resultado agravador (morte). Alguém desfere um golpe de faca na perna da vítima e esta acaba morrendo por hemorragia devido ao seccionamento da artéria femoral. O crime de lesão corporal seguida de morte, por ser exclusivamente preterdoloso, é incompatível com a figura da tentativa. Como a morte é consequência culposa da agressão, o julgamento é feito pelo juízo singular, e não pelo Tribunal do Júri. LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Segue estritamente as regras já estudadas em relação ao homicídio privilegiado. O privilégio é cabível em todas as formas de lesão dolosa – leve, grave, gravíssima e seguida de morte – quando o crime for cometido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. SUBSTITUIÇÃO DA PENA DA LESÃO LEVE
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II - se as lesões são recíprocas. A substituição da pena de detenção por multa terá incidência, por exemplo, se uma pessoa agredir outra no início de um show de música e, após cessada a agressão, a vítima, ao término do evento, for à desforra e agredir o primeiro, em situação em que não pode mais alegar legítima defesa. Nesse caso, os dois cometeram crimes de lesões corporais leves, e ambos podem ter a pena substituída por multa. MAJORANTES § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.
Vítima for menor de 14 ou maior de 60 anos (art. 121, §
4º) ou se o crime for cometido por milícia privada a pretexto de prestação de serviço de segurança ou grupo de extermínio. LESÕES MAJORADAS CONTRA POLICIAIS OU INTEGRANTES DAS FORÇAS ARMADAS OU SEUS FAMILIARES
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente
descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. a) integrante das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) – art.142 da Constituição Federal; b) integrante da polícia federal, da polícia rodoviária federal, da polícia ferroviária federal, da polícia civil ou da polícia militar ou corpo de bombeiros militares – art. 144 da Constituição Federal; c) integrante do sistema prisional;
d) integrante da Força Nacional de Segurança Pública;
e) cônjuge ou companheiro de qualquer das autoridades
ou agentes mencionados nos tópicos anteriores em razão dessa condição; f) parente consanguíneo até terceiro grau de qualquer das autoridades ou agentes mencionados nos tópicos anteriores em razão dessa condição. LESÃO CORPORAL CULPOSA § 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Mesmas regras do homicídio culposo no que tange à
tipificação. A gravidade da lesão só deve ser levada em consideração pelo juiz na fixação da pena-base, uma vez que o art. 59 do Código Penal diz que o juiz deve levar em conta as consequências do crime nessa fase da dosimetria. A ação penal na lesão culposa é pública condicionada à representação nos termos do art. 88 da Lei n. 9.099/95.
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art.
121.
Perdão judicial no homicídio culposo, de modo que as
regras lá estudadas aplicam-se também à lesão culposa. Pessoa que provoca um acidente com água fervendo do qual resultam lesões corporais em um terceiro e que acaba também sofrendo graves queimaduras.