Você está na página 1de 173

DISCIPLINA INFECTOLOGIA

O QUE PENSAR QUANDO SEU PACIENTE


EXANTEMA E COMO INVESTIGAR ?

Prof. Breno César Diniz Pontes


Infectologia UNIFENAS
EXANTEMAS
Fonte:COVER/SVS/MS
Enfermidades infecciosas sistêmicas cuja
característica principal é a manifestação cutânea

Enantema: manifestação em mucosa

Diversas enfermidades podem apresentar


exantema, porém essa manifestação não as
caracteriza.
TIPOS DE EXANTEMA:
Máculo-papular:
 Morbiliforme
 Escarlatiniforme
 Rubeoliforme
 Urticariforme
Pápulo-vesicular
Petequial ou Purpúrico
Nodular / ulcerativo
DADOS IMPORTANTES:
 Faixa etária
 História vacinal
 Procedência
 Fontes de contágio
 Manifestações prodrômicas
 Época do ano
 Estado geral do paciente
 Evolução
SARAMPO
RUBÉOLA
ESCARLATINA
VARICELA
ERITEMA INFECCIOSO
EXANTEMA SÚBITO
a
CASO CLÍNICO 1
• Lactente de 8 meses de idade, feminino, natural e procedente da
Alemanha, muda-se para Cacoal na primavera de 2003. Cinco
dias após chegar no Brasil inicia com febre de até 39,5oC, tosse
produtiva, coriza, intensa hiperemia conjuntival e queda
importante do estado geral.
Ao ser levado ao pronto socorro o pediatra observa a presença de
pequenos pontos esbranquiçados na mucosa oral. A criança
foi medicada com sintomáticos e a família orientada para
retornar em caso de mudança ou piora do quadro.
Um dia após a criança retorna com manchas vermelhas, que
iniciam em região retroauricular e posteriormente se
disseminam para todo o corpo.
Três dias após ocorre descamação fina.
CASO CLÍNICO 1

PRÓDROMOS:

 Febre de até 39,5oC


 Tosse produtiva
 Coriza
 Hiperemia conjuntival
CASO CLÍNICO 1

Pequenos pontos
esbranquiçados
na mucosa oral
CASO CLÍNICO 1

EXANTEMA
Máculo-papular
Morbiliforme
Confluência
Disseminação
Descamação
furfurácea
DEFINIÇÃO:
Enfermidade infecto-contagiosa caracterizada
como uma doença exantemática típica com
alguns sinais e sintomas bastante
sugestivos ou característicos

EPIDEMIOLOGIA:
 Contágio: secreções naso-faríngeas
Brasil: 2001: 1 caso 2002: 1 caso (Japão)
2003: 2 casos (Alemanha)
2005: 6 casos (Maldivas)
EPIDEMIOLOGIA:
 Transmissibilidade:
• Alta contagiosidade no período prodrômico
• Até 4 dias do exantema
• Isolamento respiratório
 Ocorrência máxima no inverno e primavera
ETIOLOGIA:
 Vírus RNA, família Paramyxovidae
 Gênero Morbillivirus
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Período de Incubação: 8 a 12 dias
 Período Prodrômico (3 a 5 dias):
• Febre alta
• Coriza
• Conjuntivite
• Tosse
• Queda do estado geral
 Manchas de Koplik
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Tipo de exantema:
Máculo-papular, morbiliforme
Início retroauricular
Confluência após disseminação
Máximo em 3 dias
Descamação fina e furfurácea
COMPLICAÇÕES:
 Encefalite (0,1%)
 Miocardite e pericardite (ocasionais)
 Pneumonia de células gigantes
 Panencefalite esclerosante subaguda:
• Efeito tardio do vírus
• Crianças maiores e adolescentes.
TRATAMENTO:
 Sintomáticos
 Vitamina A: 100.000 A 200.000 UI, VO
PREVENÇÃO:
 Vacina:
• 12 meses isolada ou combinada com vacina
contra rubéola e caxumba
• Até 72 h após a exposição
 Gamaglobulina até 6 dias do contágio:
• < 9 meses
• Imunodeficientes
• Gestantes
RESUMO
 Sinais e sintomas sugestivos e característicos
 Altamente contagioso, PP ao 4o dia exantema
 Febre alta, coriza, conjuntivite, tosse, queda do
estado geral
 Manchas de Koplik
 Exantema máculo-papular, eritematoso intenso,
confluência, acastanhado, descamação furfurácea
 Complicações: otite, pneumonia
 Sintomáticos e vitamina A, vacina com 12 m.
a
CASO CLÍNICO 2
 Pré-escolar, 3 anos de idade, história de 20 dias
antes ter tido contato com criança com manchas
vermelhas no corpo. Após este período, no início
do inverno, iniciou com febre baixa e “garganta
vermelha” (sic) durante 3 dias, aparecendo
manchas róseas no corpo, iniciando pelo rosto,
após tronco e membros, persistindo por 3 dias,
desaparecendo sem descamação. A mãe
observou a presença de ínguas atrás da orelha.
 A criança é tratada por homeopata e não recebeu
todas as vacinas.
 A família estava bastante preocupada pois a mãe
estava no terceiro mês de gestação.
CASO CLÍNICO 2
Exantema máculo-papular
Róseo, início na face
Após tronco e membros
Sem descamação
Gânglios retroauriculares
Doença infecto-contagiosa
geralmente leve
Morbidade e mortalidade
usualmente mínimas
PREOCUPAÇÃO: Infecção na
gravidez - infecção fetal
Família : Togavírus
Gênero : Rubivírus
Vírus RNA
 Ser humano: único hospedeiro
 Transmissão: contato direto ou
secreções de nasofaringe
 Idade: pré-escolares, escolares,
adolescentes e adultos jovens.
(Rara no primeiro ano de vida ??)
 Pico de incidência: final do inverno
e início da primavera
Período de incubação: 14 a 21 dias
Transmissibilidade máxima: poucos
dias antes até 5 a 7 dias do exantema
Isolamento: contato
Adquirida: até 7 dias do exantema
Congênita: até 1 ano de idade
RESUMO
 Morbimortalidade mínima na forma adquirida
 PI de 14 a 21 dias
 Transmissão até 5 a 7 dias do exantema, 1 ano na forma
congênita, isolamento de contato
 Pré-escolares, escolares, adolescentes
 Maior risco de Infecção fetal no início da gestação
 Exantema não característico, róseo leve, não descama,
adenomegalia, artralgia (cças maiores)
 Malformações na forma congênita
 Diag. sorológico, fase aguda e convalescente
 Vacina 12 m: tríplice viral
a
CASO CLÍNICO 3
 Escolar, 8 anos de idade, inicia com faringite
aguda com presença de placa amarelada e
pontos vermelhos no pálato e febre alta. Dois dias
após iniciou com “vermelhão” no corpo que
iniciou no tronco, puntiforme, áspero, que
desaparecia à compressão. O exantema se
estendeu para face e membros, observando-se
palidez perioral e acentuação do rush em dobras
de flexão. A língua da criança apresentou-se
inicialmente com uma secreção espessa
esbranquiçada e posteriormente com vários
pontos vermelhos intensos. Após 7 dias do início
do quadro a pele soltou-se em placas.
Faringite aguda
Petéquias em pálato
DEFINIÇÃO:
Enfermidade infecto-contagiosa causada
por uma ou várias das exotoxinas
eritrogênicas

ETIOLOGIA:
Streptococcus Beta-hemolítico do
Grupo A
EPIDEMIOLOGIA:
Rara em lactentes:
• Transferência de anticorpos da mãe ?
• Hiperssensibilização às toxinas ?
Faringite prévia, pouco freqüente após
infecção de pele
Período de incubação: 2 a 5 dias
Transmissão: PP até 24 a 48 horas após
instituído terapêutica eficaz
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Período Prodrômico: 12 a 24h:
• Febre alta
• Odinofagia
• Adenomegalia cervical e
submandibular
 Período Exantemático:
Exantema difuso:
 Micropapular, áspero
 Vermelho intenso
 Desaparece à compressão
 Início no tórax
 Poupa palmas e plantas
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Sinal de Filatow: palidez perioral
Sinal de Pastia: exantema mais intenso
nas dobras cutâneas, sobretudo nas
dobras de flexão onde aparecem linhas
transversais
Língua saburrosa e em framboesa
Após 7 dias descamação em lâminas
RESUMO
 Exotoxina do Streptococcus -hemolítico G A
 Rara em lactentes: Acs maternos, sensibilização
 Faringite aguda, transmissão até 24 a 48 h de ATB
 Exantema micropapular, áspero, vermelho intenso,
desaparece à compressão
 Língua em “framboesa”, Filatow, Pastia
 Descamação em lâminas
 Tratamento: penicilina, eritromicina
 Profilaxia para contatos íntimos
a
CASO CLÍNICO 4
 Pré-Escolar, 6 anos de idade, inicia com febre baixa e mal
estar durante 2 dias. Após este período aparecem
manchas vermelhas na pele, iniciando-se na face e couro
cabeludo. Sobre estas manchas aparecem pequenas
bolhas contendo um líquido claro. O conteúdo das
vesículas vai ficando mais espesso, evidenciando-se uma
umbilicação central, até secar e formar uma crosta. As
lesões evoluem para o tronco e membros, ocorrendo
também na mucosa oral, conjuntiva, conduto auditivo e
em genitais. Ao mesmo tempo em que se formam as
crostas aparecem novas vesículas, observando-se em um
mesmo momento, máculas, pápulas, vesículas e crostas.
As lesões são pruriginosas, com um número aproximado
de 300. A mãe da criança refere que 15 dias antes a
criança brincou com um primo que tinha as mesmas
bolhas no corpo.
CASO CLÍNICO 4
CASO CLÍNICO 4
DEFINIÇÃO:
Enfermidade infecto-contagiosa de
alta transmissibilidade, geralmente
de curso benigno em crianças
imunocompetentes, caracterizada
por um exantema
vesicular ou bolhoso.

Catapora = designação popular: do


Tupi “Tata pora” = fogo que salta
ETIOLOGIA:
Vírus Varicella-zoster ou Herpes zoster,
membro da família Herpesvirus
Infecção primária
EPIDEMIOLOGIA:
Alta contagiosidade
Taxa de ataque secundário em contatos
domiciliares de 90%
EPIDEMIOLOGIA:
Seres humanos única fonte
Inverno e início da primavera
Transmissão:
• Conteúdo das vesículas, trato respiratório,
conjuntivas
• 2 dias antes do exantema até crostas
Período de incubação: 10 a 21 dias
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
PP ausente ou 1 a 2 dias com febre baixa e
mal estar
Período Exantemático:
• Máculas, pápulas, vesículas e crostas
• Vesículas superficiais inicialmente em
face, couro cabeludo e tronco;
• (“Gota de Orvalho em Pétala de Rosa”),
umbilicação central
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Cerca de 250 a 500 lesões
Pruriginoso
Polimorfismo = Vários estágios evolutivos
em um mesmo momento
Mais grave em adolescentes e adultos
Infecção assintomática rara
Reinfecção sintomática rara em
imunocompetentes
COMPLICAÇÕES:
Infecções bacterianas secundárias:
piodermite, celulite, abscessos
Pneumonia
Neurológicas
Meningoencefalite
Ataxia cerebelar aguda
Síndrome de Reye
Neurite
PREVENÇÃO:
Vacina contra Varicella-zoster:
• Vírus vivo atenuado
• Cepa Oka
•  12 meses: 1 dose
• Dose: 0,5 ml, subcutânea
•  13 anos: 2 doses, intervalo
de 4 sem.
a
CASO CLÍNICO 5
 Escolar, 10 anos de idade, inicia com dor de
garganta e febre baixa.Três dias após inicia
com rush cutâneo em região das bochechas,
bastante eritematoso, poupando a região
perioral. Dois dias após o exantema dissemina-
se para o tronco e membros, evoluindo com um
clareamento central das lesões, conferindo um
aspecto rendilhado. O rush desaparece em 5
dias e 2 semanas após reaparece um
exantema máculo-papular discreto em tronco e
membros que a mãe da criança relaciona com
a ingestão de salgadinho amarelo.
CASO CLÍNICO 5
CASO
CLÍNICO 5
DEFINIÇÃO:
Enfermidade infecto-contagiosa, de baixa
contagiosidade, também conhecida como
quinta moléstia

ETIOLOGIA:
Parvovirus humano B19
EPIDEMIOLOGIA:
Distribuição universal, todo o ano, surtos
na primavera
Idade: + freqüente de 5 a 14 anos
Período de Incubação: 4 a 14 dias
Transmissão: secreções respiratórias,
transfusões de sangue, vertical
Transmissibilidade: antes do exantema
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Ausência de pródromos ou discretos (20% a 30%)
 Dor de garganta e febre baixa
 Exantema em 3 estágios:
1o ) Rush facial nas bochechas, palidez perioral:
“Sinal da Bofetada”
2o ) 1 a 4 dias após, rush em tronco e membros,
após clareamento central (rendilhado)
3o ) 1 a 3 sem. após, exantema variável,
fatores relacionados
a
CASO CLÍNICO 6
 Lactente de 8 meses de idade apresenta
febre alta de até 40oC durante 3 dias,
com ocorrência de um episódio de
convulsão. A família procura atendimento
médico, tendo sido efetuado punção
lombar com obtenção de líqüor normal. A
febre desaparece abruptamente quando
observa-se o surgimento de um
exantema róseo em face, pescoço e
tronco. Durante todo o quadro a criança
se mantém em bom estado geral.
CASO
CLÍNICO 6
DEFINIÇÃO:
Enfermidade infecto-contagiosa conhecida como
sexta moléstia ocorrendo em cerca de 20% das
crianças com infecção pelo Herpesvirus humano
6 (HHV-6)

ETIOLOGIA:
• Herpesvirus humano 6 (HHV-6)
Herpesvirus humano 7 (HHV-7)
EPIDEMIOLOGIA:
Homem hospedeiro natural
Transmissão: secreções respiratórias de
pessoas assintomáticas
Idade: entre 6 e 24 meses
Ocorrência todo o ano
Período de incubação: 9 a 10 dias
Baixa contagiosidade
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Período prodrômico: (3 a 7 dias) febre muito
alta (> 39,5º C), convulsões
Pode ocorrer:
• Infecção inaparente
• Febre, linfadenopatia, sintomas
gastrointestinais ou respiratórios
• Febre sem erupção
• Erupções cutâneas sem febre
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
 Quadros típicos de exantema súbito (20%):
• Febre desaparece em lise
• Exantema eritematoso, máculo-papular,
com lesões discretas
• Face, pescoço e tronco
DIAGNÓSTICO:
 Cultura de sangue ou líquor, PCR
 Sorologia
Willian, 2 anos
Há 12 horas febre, prostração. Hoje manchas
no corpo, vômitos e sonolência.
HD: Meningococcemia

Exames:
 Hemocultura
 LCR – cultura, Latex, PCR
 Soro – PCR, Latex
 Outros – hemograma, PCR, TAP, Creatinina...
Conduta:
 Precaução de gotículas
 Ceftriaxona Diagnóstico: Neisseria
 Expansão.... meningitidis
Notificação imediata
Laura, 4 anos
Há 3 dias com febre e diminuição do
apetite.
Hoje cansaço e manchas pelo corpo, que
iniciaram em tronco e espalharam para face e
membros.
Portadora de S. Down, POT de correção de
cardiopatia
congênita. Nega: viagens, familiares doentes,
animais
Ao exame: estertores bolhosos bilateralmente,
hepatoesplenomegalia discretas, sem sinais meníngeos
Exames:
Hb = 10 Ht = 42 Leuc = 1.800 (Seg 70% Linf 25%
Mon5%)
HD: Sepse de foco pulmonar Conduta: Diagnóstico: Sepse por S.
Plaq = 96.000 PCR = 248 Albumina = 2,2 Lactato
 Precaução =
de gotículas pneumoniae
3,2 Teste rápido Dengue = negativo
 Ceftriaxona
RX Tórax = Focos de condensação bilateral
Hemocultura (3 amostras)
Carlos, 15 meses
Há 2 dias com febre, irritabilidade. Há 1 dia
bolhas que que facilmente se rompem. Ao exame:
Desidratado, choroso, Sinal de Nikolsky +
Exames:
 Hemograma = normal
 PCR = 4,5 (< 6,0)
 Cultura de swab de orofaringe, axilar e inguinal
 Hemocultura = negativa

HD: Síndrome da pele escaldada


Conduta:
 Oxacilina
 Expansão e cuidados com a
pele Cultura de swab = Staphylococcus aureus (OXA – S)
Mário, 3 anos

Há 1 dia, febre, dor de garganta e dor na barriga

Ao exame: hiperemia de orofaringe com hipertrofia


com amígdalas, gânglios com 1,5 a 2 cm de diâmetro
em cadeias submandibular e cervical anterior.
Exames:
Hb = 12,8 Leucócitos: 16.800 (Seg 65%, Linf 27%
Eos 8%) Plaq = 430.000
PCR = 28
Cultura de swab orofaringe
HD: Escarlatina (Streptococcus do grupo A)

Conduta: Penicilina benzatina


Estreptococcias
Aparecida, 13 anos
Há 7 dias com febre alta, dor de garganta, obstrução
nasal, olhos mais inchados. Há 5 dias com amoxicilina.
Há 1 dia com grosseiro no corpo. Refere vacinação em dia.

Ao exame: adenomegalia cervical anterior e posterior, bilateral,


adenomegalia submandibular. Baço palpável a 2 cm do rebordo
costal.

Exames:
Leuc = 21.000
(Seg 45% Linf 35% Atíp 15% Mon 5%)
PCR = 72 ALT = 210 AST = 180

Sorologia para MNI = reagente


José, 9 anos
Há 7 dias início de febre e dor de garganta.
Há 5 dias foi atendido na UPA com diagnóstico
de faringite e prescrito amoxicilina, com
melhora da febre. Nega tosse.
Há 2 dias com manchas em braços, plantas
e palmas, dolorosas, que vão aumentando
de
tamanho. Hoje voltou a ter febre, feridas
na boca e não está conseguindo se
alimentar.
Ao exame: Lesões difusas em cavidade
oral e gengiva hiperemiada
HD: Eritema multiforme
(Coxsachievirus A? Herpes simles? )
Cond
uta:
 Aci
clo
José, 9 anos
.....Evoluiu com piora das lesões orais, sangrantes, com
secreção amarelada em fundo e sem conseguir se alimentar.
Fez febre de 38,9 C.
Exames:
Hb = 11 Leucócitos = 18.700 (Bast 5% Seg 70% Linf 15%
Eos 10%) Plaq = 230.000 PCR = 65
RX Tórax = normal
Hemocultura =
negativa
Sorologia Herpes 1 + 2
= IgG neg e IgM neg
Não
HD: autorizado
Síndrome de Stevens-Jonhson Conduta:
sorologia par  Anti-histamínico
enterovírus pelo  Clindamicina
hospital
Maria, 10 anos
Há 3 dias com inchaço e manchas em face, que espalhou
para todo o corpo no mesmo dia . Nega: febre, prurido e
outras queixas. Mãe estava dando anti-histamínico (Histamin)
sem melhora, então no dia seguinte foi na UPA onde foi
administraram corticoide, com resolução do quadro por
poucas horas.

Há 4 dias comeu vários doces na casa da amiga.


Nega uso de medicamentos

Refere que apresentou quadro semelhante há 2 anos,


Investigado alergia alimentar com IgE Rast, sem definição
Etiológica (SIC)
HD: Eritema
multiforme (reação
a corantes?)
Maria, 10 anos

Conduta:
 Manter anti-histamínico
 Encaminhada para
alergista
Larissa, 10 meses
Há 1 dia com febre, hoje “grosseiro” no corpo que espalhou
para o rosto e braços. Refere um episódio de vômito.
Nega outras queixas.
Exame físico sem adenomegalias e visceromegalias
Avó refere que a criança fica na creche e que tem
várias crianças doentes, com febre, tosse e vômitos.
Outra criança da sala também está com grosseiro no
corpo.
Conduta:
 Notificar vigilância epidemiológica - surto
Possibilidades de exames:
 Sorologia (painel para os enterovírus): IgG e IgM
 Amostras pareadas de IgG (IFI)
Diagnóstico:
IgG reagente
para Echovírus
(Eco 9 - 1: 640)
Amauri, 18 meses
Há 3 dias com febre (até 38,5 C) e diminuição do apetite.
Há 1 dia com “aftas” na boca.
Hoje afebril, evacuações mais amolecidas e não
está se alimentando
HD: Síndrome mão-pé-boca

Possibilidades de exames:
 Sorologia (painel para os enterovírus): IgG e IgM
 Amostras pareadas de IgG

Diagnóstico: Coxsackie A (A16) IgM reagente (Elisa)


Exantemas por Enterovírus:
macular, maculopapular, morbiliforme,
roséola-like, rubeoliforme, escarlatiniforme,
petequial, urticariforme,
papulovesicular, vesicular, papulopustular

Feigin and Cherry, 2018


Sofia, 6 meses
Há 5 dias com febre de até 39 C, sem outras
queixas. Mamando bem e dormindo bem.
Hoje desapareceu a febre e surgiram
manchas
no corpo. Nega prurido.
Há 2 dias foi atendida pelo pediatra que
solicitou hemograma e PCR, que estavam
normais, mas prescreveu amoxicilina.
HD: Exantema súbito (roseola infantum)
Possibilidades de exames:
 Imunofluorescência indirecta (IFI):
elevação dos títulos de IgG (amostras
pareadas)
 IFI:
PCRIgM
para HHV-6 (sangue)  Não rotular a criança como alérgica a penicilina....
 IgG de baixa avidez
Gabriel, 6 anos
Há 6 dias teve 2 dias de febre, mal estar, cefaleia e dor nos
olhos. Há 2 dias as bochechas começaram a ficar
vermelhas. Ontem surgiram manchas no peito e raiz de
membros, pouco pruriginosas. Hoje com dor nos joelhos,
que melhorou com dipirona.
Ao exame: gânglios sabmandibulares com 1,5 cm de
diâmetro, articulações sem dor à mobilização e
sem sinais inflamatórios, sem visceromegalias
HD: Eritema infeccioso (Parvovírus B19)
Exames:
 Dengue: IgM negativo
 PCR para Parvovírus B19 (sangue):
positivo
 Após o 10º dia da doença: IgM
Exantema em Meias e Luvas (Soks and gloves) – Parvovirus B19
Lactente de 12 meses,
Há 5 dias com febre e muito choroso. Há 3
dias com grosseiro no corpo. Nega outros
sintomas.
Exames:
Hb = 11,2 Leucócitos = 23.400 (Bast 2% Seg
80% Linf 18%)
PCR = 120
ALT = 120 AST = 85

HD: Doença de Kawasaki


Conduta:
 Ecocardiograma
 AAS
 Imunoglobulina EV
Doença de Kawasaki
Pedro, 12 anos
Há 3 dias com febre, dor no corpo, cefaleia e dor retrorbitária.
Há 1 dia com “grosseiro” no corpo, que começou nas pernas e
espalhou para o corpo, pruriginoso. Hoje afebril.
Ao exame: pouco depletado, restante: sp
PA = 100/60 Prova do Laço =
positiva
Exames:
Hb = 43% Leucócitos = 3.600 (Seg 55%
Linf 40% Mon 5%)
PCR = 8 ALT = 24 AST = 32
Teste rápido para Dengue= Antígeno NS1
reagente
HD: Dengue
Conduta:
 Internaçã
o para
hidrataçã
o EV
Lucas, 30 dias
Há 1 dia com febre.
BEG, exame
físico normal.
Ht = 33,7%
Leucócitos = 2.100
(seg 561)
Plaquetas = 334.000 Urina 1
= normal.
PCR = normal. Com 33 dias de vida
Internado. Ht = 33% Leucócitos = 3.710
(seg 519) Plaquetas =
Com 32 dias de
54.000 Com 34dias
vida, início de exantema
Ht = 33,9% Leucócitos =
Ht = 32% 4.810
Leucócitos = 3.260 (seg 319) (seg 650) Plaquetas =
Plaquetas = 36 dias de vida = Dengue IgM reagente
60.000
97.000 CMV IgG:reag igM:neg Plaquetas: normal

HD:
CMV?
Arbovirose? Enterovirose?
Definição de caso - DENGUE
Febre até 7 dias
+
2 ou mais dos seguintes:
• Náusea, Vômitos
• Exantema
• Mialgias e/ou artralgia
• Cefaléia com dor retro-orbital
• Petéquias
• Prova do laço positiva
• Leucopenia
+ Viver ou ter viajado nos últimos 14 dias para área
com dengue

Guia Vig Saude, 2017


Escolar, com 1 dia de febre baixa e
exantema pruriginoso em tronco e membros.
Ao exame: BEG, hidratado, edema de mãos,
gânglios aumentados em região
retroauricular bilateral.
Prova do Laço = negativa
Hipóteses Diagnósticas:
 Arbovirose ?
 Rubéola?
 Enterovírus ?
 Parvovírus?
Exames:
Hemograma com plaquetas normal
PCR = normal ALT/AST =
normais
Teste rápido para Dengue= Ag NS1
negativo
No 7º dia IgM para Zika = reagente
Definição de caso - ZIKA
Exantema maculopapular
(pruriginoso ou não)
+
um dos seguintes:

• Febre
•Hiperemia conjuntival
(sem secreção e sem
prurido)
• Poliartralgia
• Edema periarticular
Guia Vig Saude, 2017
Adolescente, há 3 dias com febre alta, dor no corpo e nas costas,
dor intensa em mãos, pés e joelhos.
Hoje surgimento de exantema em mãos, braços,
pernas e tronco.
Exame físico: normal PA =
normal Prova do Laço= negativa

Exames:
Hemograma com linfopenia e plaquetas normais
AST/ALT = normais
Hipóteses Diagnósticas:
 Arbovirose ?
Conduta: CDC. Preparedness and Response for Introduction in the
Americas Chikungunya Virus, 2011
 Parvovírus?  Teste rápido para Dengue = AgNS1 negativo
 Hidratação em casa
 Sorologia IgG e IgM para Chikungunya no 7º dia = IgM reagente
Lactente com
exantema bolhoso
por Chikungunya

CDC. Preparedness and Response for Introduction in the


Americas Chikungunya Virus, 2011
Definição de caso - CHIKUNGUNYA
Febre
+
um dos seguintes:

• Artralgia
intensa
súbita ou
•Artrite intensa súbita
+ Viver ou ter viajado nos últimos 14 dias Guia Vig Saude, 2017
para área com dengue
Isabel, 7 anos
Há 4 dias com febre, dor no corpo,
lesões que coçam – começaram
no peito e espalharam para
cabeça e membros
Exame físico: gânglios de 1,5 cm
em cadeias cervicais, axilares e
inguinais. Fígado a 3 cm RCD, baço
não palpável.

HD: Varicela

Conduta: Sintomáticos
Varicela

Notificar:
 Surtos
 Casos graves que internam
 Óbito
Adolescente, com febre baixa (não medida), coriza e ínguas
atrás das orelhas. Após alguns dias surgiu manchas no pescoço,
face e tronco. Nega prurido. Nega artralgia.
Ao exame: adenomegalia cervical e retroauricular bilateral,
esplenomegalia discreta.
Refere que recebeu vacinas somente até os 3 anos de idade
HD: Conduta:
 Arbovirose?  Sintomáticos e hidratação
 Rubéola?  swab nasofaríngeo e/ou urina para
isolamento viral

 Exames no 7º. dia (> 5 dias):


Dengue: IgM negativo  Zika IgM: negativo 
Rubéola IgM reagente/ IgG negativo 
Repetir sorologia rubéola após 14 dias
Rubéola - Caso suspeito:
febre + exantema máculopapular +
linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical*

ou suspeito com viagem para o exterior nos


últimos 30 dias

ou suspeito com contato com alguém que viajou


para o exterior nos últimos 30 dias

Doença de notificação obrigatória (24 hs)


*independente da situação vacinal

Brasil. Guia de Vigilância Epidemiológica, 2017


Pré-escolar, com febre alta, tosse, coriza,
olhos vermelhos, dor de garganta, comendo
pouco. Após aproximadamente 3 dias surge
exantema em pescoço, que evolui para face
e tronco e depois lentamente para membros.
Refere vacinação atrasada.
Apresenta hiperemia de orofaringe,
adenomegalia cervical
e submandibular bilateral, esplenomegalia
discreta. Prova do Laço: neg
Exames:
HD: Hemograma com linfocitose,
Conduta:plaquetas normais.
Hidratação
Teste rápido para
 Arbovirose ? Dengue= AgNS1 swabnão reagente e urina para isolamento viral
nasofaríngeo
 Sarampo ?  Exames no 7º. dia (> 5 dias)
 Parvovirose? Dengue: IgM negativo  Zika IgM: negativo  Rubéola IgM:
 Enterovirose? negativo/IgG positivo  Sarampo IgM: reagente/ IgG negativo 
Repetir sorologia sarampo após 14 dias
Quadro clínico
Sarampo - Caso suspeito:
Febre + exantema máculo papular +
tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite *

ou suspeito com viagem para o exterior nos últimos 30


dias

ou suspeito com contato com viajante, que viajou para o


exterior nos últimos 30 dias

Doença de notificação obrigatória (24 hs)


*independente da situação vacinal

Brasil. Guia de Vigilância Epidemiológica, 2017


Sarampo e Rubéola
material disponível
ABORDAGEM EM DOENÇAS
INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS

Raciocínio Clínico em Doenças Infecciosas e Parasitárias


O que podemos prever para esta PANDEMIA?

2021?
COVID-19 é
imprevisível
e as
variantes?

Você também pode gostar