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Celulite em crianças e adolescentes
Celulite em crianças e adolescentes
1. DEFINIÇÃO
A celulite é uma infecção da pele e tecido celular subcutâneo que se desenvolve pela
penetração bacteriana através da barreira cutânea. A incidência é de cerca de 200 casos a cada
100.000 pacientes1. Os agentes etiológicos mais frequentemente encontrados são: Streptococcus
pyogenes e S. aures. Nos Estados Unidos, entre 1998 e 2006, a celulite foi responsável por 10%
das internações relacionadas a doenças infecciosas2.
OBJETIVOS
POPULAÇÃO ALVO:
Crianças entre seis meses e 16 anos incompletos com sinais e sintomas de celulite.
POPULAÇÃO EXCLUÍDA:
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2. DIAGNÓSTICO
Como fatores predisponentes podemos citar a ruptura da barreira cutânea decorrente de:
trauma (picadas de inseto, abrasões ou injeções), inflamação (eczema) e doenças cutâneas pré-
existentes (tinea, impetigo, dermatite atópica ou varicela)4,5
Os membros inferiores são os mais acometidos, mas a celulite pode envolver: membros
superiores, tronco, região perineal, cabeça e pescoço. A febre é encontrada em cerca de 25 a 75%
dos casos6 e leucocitose com aumento de provas inflamatórias em 50% dos casos6.
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Eritema multiforme Síndrome da pele escaldada
Abscesso cutâneo
3. TRATAMENTO
Nos pacientes afebris, sem adenopatia ou sinais de sepse, o tratamento pode ser iniciado
por via oral com acompanhamento ambulatorial. As drogas recomendadas estão na Tabela 2, e o
tratamento tem a duração de 7 a 10 dias.
Atenção especial deve ser dada aos pacientes que apresentam infecções próximas às
articulações, pelo risco de acometimento do líquido sinovial. Em caso de dúvida diagnóstica,
sugere-se avaliação do ortopedista e realização de USG para detecção de alterações intra-
articulares.
A celulite pós varicela deve ser tratada com antibiótico endovenoso em ambiente hospitalar,
com cobertura adequada para o S. aureus.
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Definida como infecção de partes moles, anterior ao septo orbital, sem envolvimento de
órbita ou outras estruturas oculares (gordura e musculatura ocular). É a infecção periorbital mais
frequente, responsável por cerca de 87 a 94% dos casos10,11 e frequentemente causada por ruptura
da barreira cutânea, sendo o S. aureus e o Streptococcus, os maiores responsáveis por esta
infecção.
Pacientes acima de um ano, com infecção local leve e sem sinais de infecção sistêmica,
podem ser tratadas ambulatorialmente, com antibióticos via oral por 10 dias (Tabela 4), porém
devem ter reavaliação em 24 horas assegurada.
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Droga Apresentação Dose Via Intervalo
Cefadroxila (se porta entrada+) 250mg/5ml 30-50mg/kg/dia VO 12/12hs
Cefalexina (se porta entrada+) 250mg/5ml 50-100mg/kg/dia VO Cada 6-8hs
Cefuroxime 250mg/5ml 20-30mg/kg/dia VO 12/12hs
A celulite pós-septal é definida como infecção que acomete a gordura e/ou a musculatura
orbital, causada por bactérias (S. aureus, Streptococcus e H. influenzae) e raramente por fungos
(Mucorales e Aspergilus) ou micobactérias. A celulite pós-septal pode ser diferenciada da celulite
pré-septal através dos seus sintomas clínicos: oftalmoplegia, dor à movimentação ocular e
proptose; além das alterações radiológicas presentes na Tomografia. As complicações podem ser
graves e incluem: perda de visão em 3 a 11% dos casos, morte em 1 a 2% dos casos e raramente
trombose do seio cavernoso.
A celulite pós-septal é mais frequente em crianças jovens, sendo que a rinossinusite está
associada ao diagnóstico em 86 a 98% dos casos. Outros fatores de risco incluem: cirurgias
oftalmológicas, anestesia peribulbar, trauma com fratura orbital, infecções dentárias ou de ouvido.
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3.5 Celulites extensas
São excluídos deste grupo aqueles que apresentarem: idade inferior a 1 ano, febre, sinais
de sepse, imunossupressão, celulite pós-septal, abscesso retrofaríngeo ou peritonsilar, varicela,
suspeita de fasceíte ou miosite, mordidas de animais e qualquer celulite de rápida progressão,
definida como aumento de 2x no diâmetro da lesão em 4 horas12.
Pacientes com celulite não complicada podem iniciar tratamento ambulatorial, e em caso de
piora clínica após 24 horas, está indicada internação hospitalar e antibioticoterapia intravenosa.
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Sulfametoxazol + 200mg+40mg/5ml 40-60mg VO 12/12hs
trimetoprima SMX/kg/dia
Cefuroxime 250mg/5ml 20-30mg/kg/dia VO 12/12hs
+ Uma droga contra anaeróbios
Metronidazol 30mg/kg/dia 30mk/kg/dia VO 8/8hs
Clindamicina Cp 300mg 30 mg/kg/dia VO 8/8hs
3.7 Celulite com risco de infecção por Pseudomonas aeruginosa
Pacientes com infecções de orelha (associadas a uso de brincos/ piercing) ou com lesões
em região plantar decorrentes de ferimentos perfurocortantes apresentam maior risco de infecção
por Pseudomonas aeruginosa. Normalmente, quanto maior o período entre a lesão e o início dos
sintomas, maior o risco de presença de corpo estranho e/ou osteomielite associada. Outra
apresentação da infecção por Pseudomonas aeruginosa é o ectima gangrenoso que começa como
uma mácula avermelhada e indolor, que evolui para uma área de enduração e posteriormente uma
pústula e/ou bolha. Esta se torna uma úlcera gangrenosa. As lesões progridem rapidamente (12-18
horas), e podem envolver pele e mucosas; podem ser únicas ou múltiplas. O tratamento deve ter a
duração de 10-14 dias (Tabela 7).
3.8 Celulite com risco de infecção por S. aureus meticilino resistentes adquiridos na
comunidade (CA-MRSA Community aquired Methicillin-resistant S. aureus)
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Tabela 8 – Tratamento da celulite com risco de infecção por S. aureus meticilino resistentes
Droga Apresentação Dose Via Intervalo
Sulfametoxazol + trimetoprima 200mg+40mg/5ml 40-60mgSMX/kg/dia VO 12/12hs
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. McNamara, D.R., I.M. Tleyjeh, E.F. Berbari, B.D. Lahr, J. Martinez, S.A. Mirzoyev, et al., A
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Med, 2007. 167(7): p. 709-15.
2. Bailey, E. and D. Kroshinsky, Cellulitis: diagnosis and management. Dermatol Ther, 2011.
24(2): p. 229-39.
3. Fritz, S.A., E.K. Epplin, J. Garbutt and G.A. Storch, Skin infection in children colonized with
community-associated methicillin-resistant Staphylococcus aureus. J Infect, 2009. 59(6): p.
394-401.
4. Dupuy, A., H. Benchikhi, J.C. Roujeau, P. Bernard, L. Vaillant, O. Chosidow, et al., Risk factors
for erysipelas of the leg (cellulitis): case-control study. BMJ, 1999. 318(7198): p. 1591-4.
5. McNamara, D.R., I.M. Tleyjeh, E.F. Berbari, B.D. Lahr, J.W. Martinez, S.A. Mirzoyev, et al.,
Incidence of lower-extremity cellulitis: a population-based study in Olmsted county, Minnesota.
Mayo Clin Proc, 2007. 82(7): p. 817-21.
6. Gunderson, C.G., Cellulitis: definition, etiology, and clinical features. Am J Med, 2011. 124(12):
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7. Stevens, D.L., A.L. Bisno, H.F. Chambers, E.D. Everett, P. Dellinger, E.J. Goldstein, et al.,
Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft-tissue infections. Clin
Infect Dis, 2005. 41(10): p. 1373-406.
8. Abrahamian, F.M., D.A. Talan and G.J. Moran, Management of skin and soft-tissue infections in
the emergency department. Infect Dis Clin North Am, 2008. 22(1): p. 89-116, vi.
9. Weiss, C., P. Kaminsky, J. Boggs and C. Ley, Skin and soft-tissue infections in suburban
primary care: epidemiology of methicillin-resistant Staphylococcus aureus and observations on
abscess management. BMC Res Notes, 2011. 4(1): p. 33.
10. Ambati, B.K., J. Ambati, N. Azar, L. Stratton and E.V. Schmidt, Periorbital and orbital cellulitis
before and after the advent of Haemophilus influenzae type B vaccination. Ophthalmology,
2000. 107(8): p. 1450-3.
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11. Botting, A.M., D. McIntosh and M. Mahadevan, Paediatric pre- and post-septal peri-orbital
infections are different diseases. A retrospective review of 262 cases. Int J Pediatr
Otorhinolaryngol, 2008. 72(3): p. 377-83.
12. Gouin, S., I. Chevalier, M. Gauthier and V. Lamarre, Prospective evaluation of the management
of moderate to severe cellulitis with parenteral antibiotics at a paediatric day treatment centre. J
Paediatr Child Health, 2008. 44(4): p. 214-8.
Núcleo de Protocolos da Pediatria UPA (à época da discussão): Adriana Vada Souza Ferreira,
Cristina Quagio Grassiotto, Fábio Pereira Muchão; Edwin Adolfo Silva Tito, Fernanda Viveiros
Moreira de Sa, Fausto Yoshio Matsumoto, Anna Julia Sapienza, Elda Maria Stafuzza Gonçalves
Pires.
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CELULITE EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES
A celulite é uma infecção da pele e do tecido celular subcutâneo que se desenvolve pela
penetração bacteriana através da barreira cutânea. A celulite manifesta-se como uma lesão
caracterizada por edema, calor, vermelhidão e endurecimento da pele acometida.
Sobre o tratamento
O tratamento com antibiótico tem como objetivo melhora dos sintomas assim como redução
de complicações que pode acontecer em alguns casos podem ocorrer complicações locais como
vesículas, bolhas ou necrose. Por este motivo é importante terminar o tratamento completamente
pelo tempo determinado, mesmo que ocorra melhora significativa dos sintomas.
- Piora da lesão nas primeiras 24hs após o início do antibiótico (aparecimento de bolhas,
escurecimento da lesão);
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RESUMO
Descrição em forma de resumo para acesso em meios alternativos de conectividade como tablets ou
celulares
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