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Departamento: Gestão de Saúde Versão: 01

Tipo de Documento: Protocolo Data: 17/08/2023


Código do Documento: PRO.DINST.020 Prox. Revisão: 17/08/2025
Nome do Documento: Prevenção ao Suicídio

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

Controle de Emissão
ELABORADO POR: REVISADO POR: APROVADO POR:
(NOME E SETOR) (NOME E SETOR) (ASSINATURA ELETRÔNICA)

Ana Carolina Silva – Apoio Técnico Assistencial


Shirley Iannuzzi – Apoio Técnico Assistencial Eduardo Prezotto – Educação Permanente Vera Maria
Alzira Castro – Área Técnica
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SUMÁRIO

1 OBJETIVO .................................................................................................................. 3
2 ABRANGÊNCIA .......................................................................................................... 3
3 RESPONSÁVEL ........................................................................................................... 3
4 APLICAÇÃO................................................................................................................ 3
5 SIGLAS E ABREVIAÇÕES ............................................................................................ 3
6 MATERIAL ................................................................................................................. 3
7 EQUIPAMENTO ......................................................................................................... 4
8 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ................................................................................... 4
9 DESCRIÇÃO ............................................................................................................... 4
9.1 Como Identificar a Pessoa sob Risco de Suicídio Durante Atendimento .......... 5
9.2 Como Abordar o Paciente .................................................................................. 5
9.2.1 Como Perguntar.......................................................................................... 5
9.2.2 Quando Perguntar ...................................................................................... 6
9.2.3 O que Perguntar ......................................................................................... 6
9.3 Como Classificar o Risco e Encaminhamentos................................................... 6
9.3.1 Baixo Risco .................................................................................................. 6
9.3.2 Médio Risco ................................................................................................ 7
9.3.3 Alto Risco .................................................................................................... 7
9.4 Tentativa de Suicídio .......................................................................................... 7
10 INDICADORES......................................................................................................... 8
11 DOCUMENTOS RELACIONADOS ............................................................................ 8
12 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 8
13 ANEXOS .................................................................................................................. 8
14 HISTÓRICO DE REVISÕES ..................................................................................... 13

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1 OBJETIVO

O objetivo desse protocolo consiste em estabelecer fluxo de identificação, prevenção e


acompanhamento do risco de suicídio em todas as unidades básicas de saúde da Rede
Assistencial do Distrito Administrativo Jardim São Luiz da Supervisão Técnica de Saúde M’ Boi
Mirim, geridas pela Associação Comunitária Monte Azul.

2 ABRANGÊNCIA

Colaboradores da Associação Comunitária Monte Azul.

3 RESPONSÁVEL

Todos os profissionais dos serviços de saúde da Rede Assistencial do Distrito Administrativo


Jardim São Luiz da Supervisão Técnica de Saúde M’ Boi Mirim, geridas pela Associação
Comunitária Monte Azul.

4 APLICAÇÃO

Não se aplica

5 SIGLAS E ABREVIAÇÕES

CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

NPV – Núcleo de Prevenção de Violência

SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação

6 MATERIAL

Não se aplica.

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7 EQUIPAMENTO

Não se aplica

8 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Esse protocolo se aplica a todos os usuários que possam ter algum pensamento de morte e/ou
tentativa de suicídio.

Contudo, existem alguns fatores que são considerados de risco para o suicídio: transtornos
mentais, fatores sociodemográficos, fatores psicológicos e condições clínicas impactantes.

Dentre os transtornos mentais se destacam os transtornos de humor, principalmente a


depressão, transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de substâncias
psicoativas, transtornos de personalidade, esquizofrenia e transtornos de ansiedade. Cabe
ressaltar que as comorbidades entre esses transtornos potencializam os riscos ao suicídio.

Como fatores sociodemográficos de risco são considerados: sexo masculino, faixa etária entre
15 e 35 anos e acima de 75 anos, estratos econômicos extremos, residentes em áreas urbanas,
desempregados (principalmente perda recente do emprego), aposentados, isolamento social,
solteiros ou separados e migrantes.

Os fatores de risco psicológico são: perdas recentes, perdas de figuras parentais na infância,
dinâmica familiar conturbada, datas importantes, reações de aniversário, personalidade com
traços significativos de impulsividade, agressividade, humor lábil e histórico prévio de tentativa
de suicídio.

E por fim, condições clínicas impactantes: doenças orgânicas incapacitantes, dor crônica, lesões
desfigurantes perenes, epilepsia, trauma medular, neoplasias malignas e aids.

9 DESCRIÇÃO

O fenômeno do suicídio é um grave problema de saúde pública que tem afetado cada vez mais
a população e que pode ser prevenido. Ele consiste no ato da pessoa causar sua própria morte
de forma intencional, sendo um ato complexo e multicausal, que possuem como determinantes
fatores sociais, econômicos, culturais, biológicos e a história de vida da pessoa.

Apesar das diversas ações realizadas pelo Ministério da Saúde as taxas continuam
constantemente altas, sendo um desafio para as políticas públicas, em especial para a saúde
pública e para a sociedade como um todo. O suicídio contribui para a diminuição da expectativa
de vida das pessoas, principalmente aquelas com transtornos mentais e causa um impacto social
significativo, seja emocional ou financeiro.

Assim, é fundamental que todos os profissionais dos serviços de saúde abordem o tema e
saibam como conduzir os casos de ideações e tentativas de suicídio. De acordo com a Portaria

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nº 1271, de 6 de junho de 2014, a tentativa de suicídio é de notificação compulsória em até 24


horas após o fato, devendo ser preenchida por qualquer profissional de saúde.

9.1 Como Identificar a Pessoa sob Risco de Suicídio Durante Atendimento

Ao longo dos atendimentos os profissionais dos serviços de saúde devem investigar e ficar
atentos a alguns sinais na história de vida e no comportamento do paciente.

• Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos;


• Transtornos mentais;
• Uso de substâncias psicoativas;
• Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, apatia;
• Mudança no hábito alimentar e no padrão de sono;
• Tentativa de suicídio anterior;
• Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha;
• Perda recente importante – morte, divórcio, separação;
• História familiar de suicídio;
• Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um
testamento;
• Sentimentos de solidão, impotência, desesperança;
• Cartas de despedidas;
• Menção repetida de morte ou suicídio.

9.2 Como Abordar o Paciente

Quando os profissionais suspeitarem que exista a possibilidade de um comportamento suicida,


é preciso avaliar os seguintes aspectos: estado mental atual e pensamentos sobre morte e
suicídio; plano suicida estruturado – quão preparada a pessoa está e quão cedo o ato está para
ser realizado e sistema de apoio social da pessoa (família, amigos).

A estratégia indicada nesses momentos é perguntar a pessoa abertamente sobre os


pensamentos de morte e se tem plano estruturado. Essa abordagem não intensificará a situação
ou aumentará o risco, mas permitirá que o tema seja abordado de maneira transparente.

9.2.1 Como Perguntar

Por se tratar de um tema complexo e com muitos tabus envolvidos, o ideal é que as perguntas
direcionem para o tema gradativamente:

• Você se sente triste?


• Você sente que ninguém se preocupa com você?
• Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
• Você já pensou em morrer?

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9.2.2 Quando Perguntar

Aproveitar o momento, ao longo do atendimento, em que o paciente tem o sentimento de estar


sendo compreendido; quando demonstra estar confortável em falar sobre seus sentimentos;
quando a pessoa está falando sobre sentimentos negativos de solidão, desamparo e outros.

9.2.3 O que Perguntar

Quando constatado presença de pensamento de morte, o profissional deve questionar se o


paciente tem um plano definido para cometer suicídio:

• Você fez algum plano para acabar com sua vida?


• Você tem uma ideia de como você vai fazê-lo?

Questionar se o paciente tem os meios para se matar:

• Você tem pílulas, uma arma, inseticida ou outros meios?


• Possui fácil acesso a esses meios?

Questionar se a pessoa fixou uma data:

• Você decidiu quando você planejar tirar a sua vida?


• Quando você está planejando fazê-lo?

Lembrando que estas questões precisam ser perguntadas com cuidado, preocupação, empatia
e sem julgamentos.

A partir das respostas apresentadas podemos classificar o paciente em baixo risco, médio risco
e alto risco.

9.3 Como Classificar o Risco e Encaminhamentos

9.3.1 Baixo Risco

O paciente possui pensamentos suicidas, como “Eu não consigo continuar”, “Eu gostaria de estar
morto”, porém não possui plano.

O que fazer?

• Oferecer apoio emocional;


• Conversar sobre os sentimentos suicidas. Quanto mais abertamente a pessoa falar sobre
perda, isolamento e desvalorização, mais calmas suas emoções se tornam;
• Compartilhar o cuidado do caso com algum profissional de saúde mental da unidade;
• Manter contato e seguimento periódico.

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9.3.2 Médio Risco

O paciente tem pensamento suicidas e plano, porém não pretende cometer imediatamente.

O que fazer?

• Oferecer apoio emocional e conversar sobre os sentimentos suicidas;


• Explorar alternativas ao suicídio. O profissional de saúde deve tentar explorar as várias
alternativas ao suicídio, mesmo aquelas que podem não ser soluções ideais, na
expectativa que o paciente considere uma delas;
• Fazer um contrato – pactuar com o paciente que ele não vai cometer suicídio sem que
se comunique com a equipe de saúde e por um período específico;
• Entrar em contato com a rede de apoio (família, amigos ou alguém de confiança do
paciente) e encaminhar para o CAPS de referência (Adulto ou Infantojuvenil a depender
da idade);
• Realizar contato com o CAPS para encaminhamento qualificado;
• Orientar sobre medidas de prevenção ao suicídio a rede de apoio para que impeça o
acesso a meios potencialmente lesivos (armas, facas, cordas, medicação, outros);
• Manter contato e atendimento periódico.

9.3.3 Alto Risco

O paciente possui pensamentos e plano estruturado, com acesso à meios e planeja cometer
imediatamente.

O que fazer?

• Não deixar a pessoa sozinha;


• Oferecer apoio emocional e conversar sobre os sentimentos suicidas;
• Fazer um contrato – pactuar com o paciente que ele não vai cometer suicídio sem que
se comunique com a equipe de saúde e por um período específico;
• Entrar em contato com a rede de apoio (família, amigos ou alguém de confiança do
paciente);
• Encaminhar para a rede de urgência e emergência de referência (AMA ou UPA);
• Manter contato e atendimento periódico.

9.4 Tentativa de Suicídio

A tentativa de suicídio se configura como um comportamento potencialmente auto lesivo,


associado a pelo menos alguma intenção de morrer, por causa do ato. A evidência de que o
paciente pretendia se matar pode ser tanto explicita por ele como deduzida do comportamento
ou circunstância. A tentativa de suicídio pode ou não resultar em lesão real.

O paciente que chegar na unidade após uma tentativa de suicídio deve:

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• Ser direcionado para o acolhimento médico para avaliação e conduta;


• Ser realizada a notificação de violência interpessoal/autoprovocada – SINAN (anexo 1),
em até 24 horas;
• Em caso de intoxicação exógena, deve ser realizada a notificação de intoxicação exógena
– SINAN (anexo 2), em até 24 horas;
• Discutir o caso para o NPV da unidade.

10 INDICADORES

Como indicadores podemos realizar o levantamento dos encaminhamentos para CAPS e para
RUE; além da avaliação das fichas de notificação de violência interpessoal/autoprovocadas e
fichas de notificação de intoxicação exógena.

11 DOCUMENTOS RELACIONADOS

RG.DINST.012 _ NÚCLEO DE PREVENÇÃO À VIOLÊNCIA

12 REFERÊNCIAS

1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: um manual para


profissionais da saúde em atenção primária. Genebra, 2000

2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das


equipes de saúde mental.

3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 1.876 de 14 de agosto de 2006.

4. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria Nº 1.271 de 6 de junho de 2014.

13 ANEXOS

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Anexo 1 – Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/Autoprovocada

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Anexo 2 – Ficha de Notificação de Intoxicação Exógena

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14 HISTÓRICO DE REVISÕES

Data Versão Itens Revisados


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