Você está na página 1de 21

Tipo de documento:

PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

1. OBJETIVO
Elencar estratégias de identificação, assistência e encaminhamento de pacientes que
apresentem risco e/ou tentativa de suicídio durante o internamento no Complexo Hospital de
Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR).

2. JUSTIFICATIVA
A prevenção ao suicídio é uma das prioridades do Ministério da Saúde (MS) e representa
um desafio para a saúde pública. O tema suicídio atinge diversos grupos da sociedade em âmbito
mundial, pois trata-se de um fenômeno complexo, multifacetado que envolve fatores sociais,
psicológicos, culturais, entre outros. (BRASIL, 2017a).
Estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) evidenciam que aproximadamente
800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano, representando uma taxa anual de 11,4 casos
de suicídio por 100.000 habitantes – 15 para homens e 8 para as mulheres. A população jovem é
a mais afetada, sendo o suicídio a segunda causa de morte mais prevalente, mundialmente, em
pessoas com idade entre 15 e 29 anos. (OMS, 2014; 2017).
No Brasil, anualmente, ocorrem 10 mil mortes por suicídio, a cada 3 segundos uma
pessoa atenta contra a própria vida. Os dados do MS apontam que as tentativas de suicídio
são mais frequentes nas mulheres, porém são os homens que mais morrem por suicídio.
Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é a quarta maior causa de óbitos em nosso país.
(BRASIL, 2017a). Dados epidemiológicos mostram que 55.649 óbitos no Brasil foram atribuídos
ao suicídio entre 2011 e 2015, representando uma taxa geral de 5,5 casos de suicídio por
100.000 habitantes, sendo a taxa de 8,7 para homens e 2,4 para mulheres. (BRASIL, 2017b).
Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos. Uma
atenção maior deve ser dada às pessoas idosas, especialmente aquelas com 70 anos de idade
ou mais, pois a presença de dor crônica e doenças crônicas e graves são fatores de risco nessa
população. Nos idosos com tentativas de suicídio, observa-se que o diagnóstico psiquiátrico mais
comum é o transtorno depressivo grave, associado a outros problemas. (BRASIL, 2017a).

1
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

Especificamente no Estado do Paraná, um estudo com objetivo de analisar a distribuição


epidemiológica da mortalidade por suicídio, entre 1996 e 2012, elucidou que a taxa média de
óbitos por suicídio foi de 8,4 casos para cada 100.000 habitantes. (ROSA et al., 2017). Segundo o
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, no ano de 2015, o Paraná contabilizou
721 óbitos notificados como lesões autoprovocadas intencionalmente e, destes, 101 foram
atribuídos, especificamente, ao município de Curitiba. (BRASIL,2017c).
Dados do Serviço de Epidemiologia do CHC-UFPR mostram que das 4.825 fichas de
notificação de violência doméstica, sexual e/ou outras violências, preenchidas de maio de 2009
até julho de 2018, 123 foram por tentativa de suicídio e/ou ideação suicida em pacientes que já
internaram por essa causa. Nesta população, 32 eram homens e 91 eram mulheres. (CHC-UFPR,
2018).
Entretanto, pacientes internados com doenças físicas podem apresentar maiores taxas de
ideação suicida, e o desconhecimento de comorbidades psiquiátricas por parte da equipe
multiprofissional pode constituir importante fator de risco para o comportamento suicida, conforme
Stefanello e Furlanetto (2012).
Outrossim, o ambiente hospitalar pode servir como cenário para comportamentos suicidas,
precipitados por diagnósticos de doenças graves, ansiedade por separação da família, dores
físicas, medo da morte, entre outros. (BOTEGA, 2015). Muitas vezes, o estigma em falar sobre o
suicídio pode dificultar a identificação e enfrentamento do problema.
Desta forma, é muito importante que os profissionais de saúde, independentemente de
sua especialidade, abordem o assunto de forma objetiva, oferecendo condições para que a
pessoa em sofrimento e seus familiares possam engajar-se na identificação e tomada de decisão
terapêutica. (TEIXEIRA et al., 2016). Para tanto, é necessário que esses profissionais de saúde
estejam sensibilizados, atentos e preparados para atender pacientes com risco e/ou tentativa de
suicídio nos diferentes espaços hospitalares, de forma integrada. (ABP, 2014).
Ressalta-se neste sentido, que a identificação de pessoas com risco para suicídio ou
comportamentos suicidas, durante o período que estão internadas, oportuniza cuidado integral.

2
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

Da mesma forma, a garantia da continuidade do cuidado, especialmente via encaminhamento


cuidadoso para serviços de saúde como Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS) e ambulatórios especializados do município de origem do paciente
contribuem para a diminuição dos suicídios após a alta hospitalar.
Além disso, desde 2011, tanto a tentativa de suicídio quanto o suicídio são agravos de
notificação obrigatória, regulamentada pela Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2011, sendo
necessário o acionamento, no prazo de 24 horas, da rede de atenção e proteção para a adoção
de medidas adequadas a cada caso. (BRASIL, 2011).

3. ORIENTAÇÕES INICIAIS
3.1. Abordagem do risco: falar sobre o suicídio é o primeiro passo para preveni-lo
Falar direta e abertamente sobre ideação suicida, seus fatores de risco e de proteção
(ANEXO I) é a forma mais eficaz de abordar e manejar o risco de suicídio em adultos. Nem
sempre a pessoa expressa claramente seus pensamentos ou sentimentos relacionados ao
suicídio, portanto, é necessário estar sensível para reconhecer que a vontade de morrer pode
estar presente e abrir um espaço para o diálogo, permitindo que a pessoa fale sobre o que se
passa com ela durante o atendimento, sem julgamentos ou interpretações. A escuta ativa
possibilita identificar mais rapidamente um eventual risco de suicídio nos pacientes
internados. Falar sobre o suicídio reduz a ansiedade associada aos pensamentos ou atos de
autoagressão e ajuda a pessoa a se sentir compreendida e a aceitar ajuda. (BERTOLOTE;
MELLO-SANTOS; BOTEGA,2010).

3.2. O paciente que está num serviço de saúde e fala em suicídio, na maioria das vezes
está numa posição ambivalente
Normalmente, existe uma coexistência de desejos e atitudes antagônicas que capturam a
indecisão do indivíduo frente à vida. Ele deseja morrer e, simultaneamente, deseja ser resgatado
ou salvo. A pessoa vive uma batalha interna entre o desejo de viver e o desejo de morrer. Apenas
um quarto dos pacientes admite que deseja a morte, os demais dizem que querem apenas
dormir, afastar-se dos problemas.

3
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

Nestes casos, um grito de socorro pode dar certo, ao provocar um movimento de apoio e
de reestruturação. Para isso, é necessário que a equipe assistencial e pessoas próximas estejam
preparadas para atender este paciente. (BERTOLOTE; MELLO-SANTOS; BOTEGA, 2010).

3.3. Definições importantes


Em um esforço para padronizar as terminologias comuns sobre os eventos suicidas, um
grupo de pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, criou um
sistema de classificação de ideação e comportamento suicida embasado em conhecimentos
científicos e empíricos sobre esse fenômeno e os principais fatores de risco. (POSNER et al.,
2011).
A ideação suicida compreende os pensamentos passivos sobre deseja restar morto ou
os pensamentos ativos sobre tirar a própria vida sem a concretização de atos preparatórios.
(POSNER et al., 2011; POSNER et al.,2014). Já os comportamentos suicidas são subdivididos
em cinco ações, de acordo com as ações empreendidas pela pessoa, em: ideação, atos
preparatórios, tentativa de suicídio interrompida, tentativa de suicídio abortada e suicídio,
apresentados na FIGURA 1. (POSNER et al., 2014).

4
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

FIGURA 1 – DEFINIÇÕES DAS DIFERENTES AÇÕES DO COMPORTAMENTO SUICIDA

Compreende os pensamentos passivos sobre desejar estar


IDEAÇÃO morto ou os pensamentos ativos sobre tirar a própria vida, sem a
concretização de atos preparatórios.

ATOS Os atos preparatórios correspondem às providências e


PREPARATÓRIOS preparações do método da tentativa de suicídio.

As tentativas de suicídio são comportamentos potencialmente


auto lesivos associados a alguma intencionalidade de morte em
TENTATIVA DE decorrência do ato empreendido. Os indícios de intenção de
SUICÍDIO morte na tentativa de suicídio podem ser considerados explícitos
INTERROMPIDA ou implícitos, pelo tipo de comportamento ou contexto.
As tentativas de suicídio podem ser interrompidas ou abortadas.
, Configura-se a tentativa de suicídio interrompida quando o
indivíduo é impedido, por causas externas, de iniciar o ato auto
lesivo.

TENTATIVA A tentativa de suicídio abortada é compreendida quando a


DE SUICÍDIO pessoa inicia a tomar medidas para empreender a tentativa de
ABORTADA suicídio, no entanto, desiste antes de concretizar qualquer tipo de
comportamento auto lesivo.

É definido como um comportamento lesivo autoinfligido que resulta


SUICÍDIO em fatalidade, o qual deve estar associado a alguma
intencionalidade de morte em decorrência do ato exercido.

FONTE: POSNER et al. (2014).

5
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

4. AVALIAÇÃO DE RISCO DE SUICÍDIO


Não há como prever quem cometerá ou não suicídio, mas é possível ter uma noção do
risco em que cada pessoa se encontra, baseado nos fatores de risco e de proteção, a partir da
anamnese e entrevista individual (OMS, 2000). Veja a seguir como identificar estes fatores.
A avaliação do estado mental atual e de pensamentos sobre morte e suicídio, plano
suicida atual e sistema de apoio social do paciente são itens indispensáveis à abordagem deste
em sofrimento mental com comportamento suicida. Para tanto, a melhor maneira de descobrir se
uma pessoa tem pensamentos de suicídio é perguntar para ela. (OMS, 2000).

Adeli, INSERIR
ComoPERGUNTA
perguntar a alguém se tem pensamentos de suicídio?

- Você se sente triste?


- Você sente que ninguém se preocupa com você?
- Você sente que a vida não vale mais a pena ser vivida?
- Você sente como se estivesse cometendo suicídio?

- Você sente como se estivesse cometendo suicídio?


Em que momento perguntar a alguém se tem pensamentos de suicídio?

- Quando a pessoa tem o sentimento de estar sendo compreendida;


- Quando a pessoa está confortável falando sobre seus sentimentos;
- Quando a pessoa está falando sobre sentimentos negativos de solidão, desamparo etc.
Segundo a OMS (2000), existem algumas estratégias para abordagem do paciente com o
propósito de avaliação de risco para suicídio, conforme explicitado na FIGURA 2.

6
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

FIGURA 2 – ESTRATÉGIAS PARA ABORDAGEM DO PACIENTE DURANTE AVALIAÇÃO DE RISCO


PARA SUICÍDIO

OUVIR • Atenta e calmamente

ENTENDER • Colocar-se no lugar do outro

DAR MENSAGENS NÃO


VERBAIS • Demonstrar aceitação e respeito a partir de gestos

EXPRESSAR
• Transparecer respeito a opiniões e valores do paciente

CONVERSAR • Demonstrar autenticidade ao interlocutor

MOSTRAR • Indicar preocupação, cuidado e afeição

FOCALIZAR • Prestar atenção aos sentimentos do paciente

FONTE: OMS (2000).

Além das estratégias de avaliação do risco de suicídio, mencionadas anteriormente,


existem escalas que facilitam a estratificação deste risco em certas circunstâncias. Dentre estas,
o CHC-UFPR adotou o Índice de RIsco de Suicídio (IRIS) (ANEXO II), que tem como objetivo
avaliar indivíduos que apresentam alguma forma de ideação, que não tenham protagonizado um
comportamento suicida recente, já que esta atitude é índice de risco alto para suicídio (VEIGA et
al., 2014).

7
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do documento: Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


pacientes internados Versão: 1ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

QUADRO 1 - APLICAÇÃO DA ESCALA DE AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE RISCO DE SUICÍDIO (IRIS)

AÇÕES COMO QUANDO QUEM


1. Avaliar os fatores 1. Realizar anamnese e entrevista individual No momento da Médico
de risco para com o paciente, com base na Escala IRIS admissão na assistente
suicídio em (ANEXOII), identificando se o paciente unidade em todos
pacientes apresenta risco baixo, moderado ou alto os pacientes.
internados. para suicídio.

A PARTIR DA SOMA DOS ESCORES DA ESCALA, TEM-SE OS RISCOS, COMO SEGUE:

Score total < 5 Score total ≥ 5 e < 10 Score total ≥ 10

Risco reduzido (baixo) Risco intermediário (moderado) Risco elevado (alto)

Destaca-se que os escores devem ser objeto de interpretação cautelosa e servir de apoio à
decisão clínica. A orientação final a dar a cada caso nunca dispensa a avaliação clínica
especializada (VEIGA et al., 2014).

8
Tipo de documento: PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004
Protocolo de prevenção ao suicídio de pacientes internados Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:
Título do documento:
Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência Divisão/ Setor/ Unidade/ Serviço GAS/SEVISP/UGRA
Responsável pela execução do procedimento: Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no ambiente do paciente.

QUADRO 2 - AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA PACIENTES INTERNADOS COM RISCO BAIXO PARA SUICÍDIO

AÇÕES COMO QUANDO QUEM OBSERVAÇÕES


1. Registrar que o paciente 1. Registrar no prontuário que segundo avaliação por meio Após aplicação da Médico Reavaliar em situações de alteração
tem risco baixo para suicídio. da Escala IRIS e da avaliação dos fatores de proteção o escala IRIS. assistente. do quadro clínico.
paciente não possui risco para suicídio.

9
Tipo de documento: PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004
Protocolo de prevenção ao suicídio de pacientes internados Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:
Título do documento:
Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência Divisão/ Setor/ Unidade/ Serviço GAS/SEVISP/UGRA
Responsável pela execução do procedimento: Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no ambiente do paciente.

QUADRO 3 - AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA PACIENTES INTERNADOS COM RISCO MODERADO PARA SUICÍDIO

AÇÕES COMO QUANDO QUEM


Assistência na 1. Colocar o paciente em local seguro, de preferência próximo do posto de enfermagem ou Após aplicação da Escala IRIS.
Unidade de em andar de menor altura, com grades nas janelas.
Internação 2. Evitar que o paciente fique desacompanhado. Durante a permanência do
paciente na instituição.
3. Acionar a equipe de Segurança para efetuar o travamento de janelas.
4. Revisar e retirar objetos perigosos próximos ao paciente como medicamentos, cintos,
ataduras, cadarços, mantas, canivetes, caixas de perfurocortantes, equipamentos com Após aplicação da Escala IRIS. Equipe de
cabos (quando possível). Enfermagem.
5. Solicitar avaliação do médico do serviço.
6. Supervisionar a alimentação, fornecendo talheres de plástico.
7. Suspender o uso de lâminas de barbear ou similares durante a higiene corporal. Se
necessário, a equipe de enfermagem deve realizar o procedimento.
8. Acionar o Assistente Social de referência da Unidade. Caso não haja este profissional
na unidade, entrar em contato com o Serviço Social Central nos ramais 7913/6138/1858. Durante a assistência.
(segunda a sexta-feira em horário comercial, ou o plantão: noturno, final de semana, e
feriados.
9. Acionar o psicólogo de referência da unidade. Caso não haja este profissional na
unidade, entrar em contato com o Serviço de Psicologia no ramal 7882 (segunda a sexta
em horário comercial) e na MVFA ramal 5047 (segunda a sexta em horário comercial).
10. Acionar o Serviço de Gestão de Altas para que este proceda aos encaminhamentos
para a Atenção Primária de Saúde, em decorrência das etapas do processo de Durante a assistência. Enfermeiro.
transferência.
11. Acionar o BIP da interconsulta psiquiátrica pelo número (41) 98871-4093. (Funciona de
segunda a sexta das 7:30 às 18:30 horas. Fora destes horários é necessário fazer um
pedido formal de interconsulta psiquiátrica, destacando o risco de suicídio). Durante a assistência. Médico assistente.
12. Proceder à avaliação clínica e acionar a Gestão de Leitos quando as condições
clínicas do paciente não permitirem a manutenção no local, por questões de
monitoramento e segurança.

10
Tipo de documento: PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004
Protocolo de prevenção ao suicídio de pacientes internados Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:
Título do documento:
Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência Divisão/ Setor/ Unidade/ Serviço GAS/SEVISP/UGRA
Responsável pela execução do procedimento: Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no ambiente do paciente.

CONTINUAÇÃO - QUADRO 3 - AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA PACIENTES INTERNADOS COM RISCO MODERADO PARA SUICÍDIO

AÇÕES COMO QUANDO QUEM


Monitoramento do 1. Manter alerta sobre a situação de risco de suicídio e solicitar reavaliação, conforme a
paciente e necessidade. Durante a assistência. Equipe
registro de ações 2. Manter ambiente livre de objetos perigosos próximos ao paciente como medicamentos, Multiprofissional.
realizadas. cintos, ataduras, cadarços, mantas, canivetes, caixas de perfurocortantes, equipamentos
com cabos (quando possível).
3. Registrar no prontuário a avaliação, procedimentos adotados, cuidados realizados e Durante a assistência. Equipe
encaminhamentos. Multiprofissional.
Encaminhamento 1. Avaliar a necessidade de continuidade dos cuidados adotados durante a internação e Durante a assistência. Enfermeiro de ligação
à Atenção enviar o histórico da internação, sugerindo os agendamentos e acompanhamentos do Serviço de Gestão
Primária de necessários (psicológico, social, entre outros). de altas.
Saúde.

QUADRO 4 - AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS PARA PACIENTES INTERNADOS COM RISCO ALTO PARA SUICÍDIO

AÇÕES COMO QUANDO QUEM OBSERVAÇÕES


Assistência, 1. Aplicar todas as medidas descritas para pacientes com risco Durante a Equipe multiprofissional.
monitoramento, moderado (QUADRO 3). assistência.
registro e 2. Proceder à avaliação clínica e considerar a prescrição de Médico do Serviço. O médico do serviço pode acionar a
encaminhamento. contenção química (ANEXO III). Considerar a possibilidade de Gestão de Leitos quando as
contenção mecânica no leito. condições clínicas do paciente não
permitirem a manutenção no local.

As ações encadeadas no quadro 4 não dispensam a adequação dos fluxos propostos à realidade de cada cenário assistencial, desde que haja
divulgação e conhecimento por parte de todas as categorias profissionais envolvidas. Ressalta-se que casos de tentativa ou suicídio em ambiente hospitalar
devem ser notificados no VIGIHOSP, disponível na Central de Serviços na rede informatizada hospitalar.

11
Tipo de documento: PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004
Protocolo de prevenção ao suicídio de pacientes internados Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:
Título do documento:
Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência Divisão/ Setor/ Unidade/ Serviço GAS/SEVISP/UGRA
Responsável pela execução do procedimento: Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no ambiente do paciente.

QUADRO 5 - PLANO DE CONTINGÊNCIA

RISCO Causa Ações Preventivas Ações de Contenção


Tentativa de 1. Não aplicação da 1. Aplicar a escala IRIS a - Em situações ocorridas dentro da própria unidade: acionar o médico assistente e, na
suicídio sem Escala IRIS. todos os pacientes impossibilidade deste, o Plantão da Clínica Médica.
sucesso, admitidos na instituição. - Em situações ocorridas fora da unidade: acionar a equipe médica da Unidade Referenciada para
dentro das atendimento inicial e, posteriormente, o Serviço de Atendimento ao Trauma e Emergência (SIATE).
dependências 2. Ausência da 2. Aplicar criteriosamente - Reavaliar o paciente e solicitar avaliação de outros profissionais como psicólogos, psiquiatras,
do hospital realização, pela o protocolo de prevenção assistente social, conforme necessidade e possibilidade.
equipe de suicídio entre pacientes - Acionar o Serviço de Regulação de leitos para avaliação de transferência para Unidade de Terapia
multiprofissional, de internados, incluindo a Semi-intensiva ou para outra instituição, se necessário.
medidas que evitem o retirada de materiais - Reclassificar o paciente como de risco alto para suicídio.
suicídio. passíveis de causar - Avaliar a possibilidade de contenção mecânica ou química.
autolesão. - Dar continuidade ao tratamento do paciente, atendendo-o em todas as suas necessidades.
- Registrar a ocorrência no prontuário.
3. Utilização de 3. Equipe multiprofissional - Manter paciente e/ou familiar informados e orientados.
medicamentos que deve avaliar e tomar - Preencher a Ficha de notificação epidemiológica do SINAN: retirar a ficha de notificação individual /
potencializam o risco medidas necessárias para violência interpessoal/ autoprovocada, no Serviço Social, preencher as três (03) vias, conforme
de tentativa de a administração segura de formulário padrão da Secretaria Municipal de Saúde, e devolvê-la a esse mesmo Serviço, que
suicídio. medicamentos acionará as redes de atenção e proteção do Município de Curitiba e do Estado do Paraná (a
potencialmente perigosos, notificação obrigatória deve ser realizada pelos profissionais do serviço).
com foco na prevenção de - Notificar situações de descumprimento do Protocolo e tentativas de suicídio no VIGIHOSP e
tentativa de suicídio. NOTIVISA.
- Alertar equipe para redobrar a vigilância e garantir medidas recomendadas para pacientes com alto
risco de suicídio.
- Solicitar ao Serviço de Segurança para travar as janelas.

12
Tipo de documento: PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004
Protocolo de prevenção ao suicídio de pacientes internados Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:
Título do documento:
Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência Divisão/ Setor/ Unidade/ Serviço GAS/SEVISP/UGRA
Responsável pela execução do procedimento: Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no ambiente do paciente.

CONTINUAÇÃO - QUADRO 5 - PLANO DE CONTINGÊNCIA

RISCO Causa Ações Preventivas Ações de Contenção


Suicídio nas 1. Atuação de 1. Aplicar criteriosamente - Acionar o Serviço de Segurança e Atendimento do CHC-UFPR que deverá executar as ações do
dependências variáveis não o protocolo de prevenção POP.GERAD.SHH.001, disponível na pasta Geral-P na área de trabalho dos computadores do CHC-
do hospital controláveis como de suicídio entre pacientes UFPR. O Serviço de Segurança e Atendimento acionará o SIATE, e a partir do atendimento por este
persistência de internados, incluindo a serviço é que se dará a remoção do corpo pelo Instituto Médico Legal.
vontade de suicídio. retirada de materiais - Impedir que qualquer pessoa toque no corpo da vítima.
passíveis de causar - A equipe médica assistente deverá confirmar o óbito do paciente, e preencher a Ficha de
autolesão. notificação epidemiológica do SINAN: retirar a ficha de notificação individual / violência interpessoal/
autoprovocada, no Serviço Social, preencher as três (03) vias, conforme formulário padrão da
Secretaria Municipal de Saúde, e devolvê-la a esse mesmo Serviço, que fará o encaminhamento às
instâncias cabíveis.
- Informar a família e oferecer apoio emocional;
- Avaliar o estado emocional da equipe de saúde e oferecer suporte.

13
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


documento: pacientes internados Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

5. REFERÊNCIAS
ABP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Suicídio: informando para prevenir. Brasília,
DF: CFM: ABP, 2014. Disponível em: <Disponível em:
http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14#page/2 >. Acesso em: 21 set 2020.

BERTOLOTE, J. M, MELLO-SANTOS, C.D., BOTEGA, N.J. Detecting suicide risk at psychiatric


emergency services. Rev Bras Psiquiatr., São Paulo, v. 32, supl. 2, p. 87-95, 2010. Disponível em
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462010000600005&lng=pt&tlng=pt.
Acesso em 04 set. 2020.

BOTEGA, N. J. Crise suicida: avaliação e manejo. Porto Alegre: Artmed, 2015.

BRASIL.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº. 104, de 25 de janeiro de 2011. Define as terminologias


adotadas em legislação Nacional, conforme o disposto no Regulamento Sanitário Internacional 2005
(RSI 2005), a relação de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em
todo o território nacional e estabelece fluxo, critérios, responsabilidade s e atribuições aos profissionais e
serviços de saúde. [Portaria na internet]. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 26 jan 2011. Disponível
emhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt0104_25_01_2011.html. Acesso em 04 set.
2020.

______.______.Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.


Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde
no Brasil 2017-2020. Brasilia, DF, 2017a.

______.MINISTÉRIO DA SAÚDE. Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a
rede de atenção à saúde. Boletim Epidemiológico, Brasília, v.48, n.30, 2017b. Disponível em:
<http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-epidemiologico-das-
tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-aten--ao-a-sa--de.pdf> Acesso em: 05 fev. 2019.

______. ______.DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SUS – DATASUS. Informações de


Estatísticas vitais – mortalidade e nascidos vivos: banco de dados. 2017c. Disponível em:
http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205. Acesso em 05 fev. 2019.

CAVALCANTE, G. F., MINAYO. M. C. S. Suicídio entre pessoas idosas: revisão da literatura. Rev Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 44, n. 4, p. 750-7, 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v44n4/20.pdf .Acesso em04 set. 2020.

CIPRIANI, A. et al. Lithium in the prevention of suicide in mood disorders: Updated systematic review and
meta-analysis. BMJ (Online), v. 347, n. 7916, 13 jul. 2013.

COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Setor de Vigilância


e Segurança do Paciente. Unidade de Vigilância em Saúde. Relatório do Serviço de Epidemiologia.
2018.

14
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


documento: pacientes internados Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

COMPLEXO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Unidade de


Neuropsiquiatria. Abordagem psicofarmacológica em paciente com risco de suicídio em ambiente
hospitalar. Serviço de interconsulta psiquiátrica do CHC-UFPR. 2020.

ESTELLITA-LINS, C. E. F. De que modo adotar a prevenção do suicídio como Causa e ainda como
pesquisa. Ensaios e diálogos. Rio de Janeiro: ABRASCO, 2016, p.10-13. Disponível em:
https://www.abrasco.org.br/site/wp-
content/uploads/2016/12/artigo_carlos_eduardo_estellita_lins_ENSAIOS_DIALOGOS.pdf . Acesso em 04
set. 2020.

MELTZER, H. Y. et al. Clozapine treatment for suicidality in schizophrenia: International Suicide


Prevention Trial (InterSePT). Archives of General Psychiatry, v. 60, n. 1, p. 82–91, 1 jan. 2003.

OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Prevenção do Suicídio: Um manual para profissionais


da saúde em Atenção Primária. Genebra: 2000.

______. ______.Preventing suicide: a imperative global. Geneva: OMS, 2014.

______. ______. World Health Statistics 2017: monitoring health for the SDGs.Geneva: OMS, 2017.

POSNER, K. et al. The Columbia- Suicide Severity Rating Scale: initial validity and internal consistency
findings from three multisite studies with adolescents and adults. American Psychiatric Association,
Arlington, v. 168, n. 12, p. 12661277, 2011.

POSNER, K. et al. From uniform definitions to prediction of risk: the Columbia Suicide Severity Rating
Scale approach to suicide risk assessment. In: CANNON, K.E.; HUDZIK, T. J. Suicide: phenomenology
and neurobiology. Switzerland: Springer International Publishing, 2014, p.59-84, 2014.

STEFANELLO, B., FURLANETTO, L. M. Suicidal ideation in patients admitted to general medical wards:
prevalence and associated depressive symptoms. J Bras Psiquiatr [Internet]. v. 61, n. 1, p. 2-7. 2012.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v61n1/02.pdf . Acesso em 04 set. 2020.

TEIXEIRA, D.S. et al. Avaliação do risco de suicídio e sua prevenção. Secretaria Municipal de Saúde.
Rio de Janeiro: PUCRJ. [online] 2016. Disponível em: http://subpav.org/download/prot/Guia_Suicidio.pdf.
Acesso em 04 set. 2020.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO. Prevenção de risco do suicídio. Disponível


em: http://www.ebserh.gov.br/documents/147715/0/SUIC%2BìDIO+4.pdf/46af5b24-31c2-4134-b44b-
628b8f67d2b0. Acesso em 04 set. 2020.

VEIGA, A.F ANDRADE, J; GARRIDO, P.; NEVES, S; MADEIRA, N; CRAVEIRO, A; SANTOS, J.C;
SARAIVA, C.B. IRIS: Um novo índice de avaliação do risco de suicídio. Psiquiatria Clínica, v. 35, n. 2,
p. 65–72, 2014.

15
Tipo de documento:
PROTOCOLO PRT.GAS.SEVISP.UGRA.004

Título do Protocolo de prevenção ao suicídio de Emissão: 01/09/2020 Próxima revisão:


documento: pacientes internados Versão: 2ª 01/09/2022
Lotação: Gerência
Divisão/ Setor/ GAS/SEVISP/UGRA
Unidade/ Serviço
Responsável pela
Todos os profissionais de saúde que atuam diretamente ao paciente ou no
execução do
ambiente do paciente.
procedimento:

WASSERMAN, D. et al. The European Psychiatric Association (EPA) guidance on suicide treatment and
prevention. European Psychiatry, fev. 2012.

ZUN, L. S. Evidence-based review of pharmacotherapy for acute agitation. Part 1: Onset of efficacy.
The Journal of emergency medicine, v. 54, n. 3, p. 364–374, 1 mar. 2018a.

______.Evidence-based review of pharmacotherapy for acute agitation. Part 2: Safety. Journal of


Emergency Medicine, v. 54, n. 4, p. 522–532, 1 abr. 2018b.

6. HISTÓRICO DE REVISÃO
VERSÃO DATA DESCRIÇÃO DA ALTERAÇÃO E RESPONSÁVEL
Protocolo elaborado por: Adeli Regina P. Medeiros, Anelise
Molon, Claudia Marcia Vieira Gusmão, Ana Cristina Schmidt
1ª 01/09/2020 de Oliveira Netto, Juarez Marques de Medeiros, Luiz Renato
de Moraes Braga, Palmira Donda Soares, Sabrina Stefanello,
Salmo Zugman eTatiana Brusamarello.

Elaboração: Adeli Regina P. Medeiros, Anelise Molon, Claudia Marcia Vieira


Gusmão, Ana Cristina Schmidt de Oliveira Netto, Juarez Marques de
Data: 01/09/2020
Medeiros, Luiz Renato de Moraes Braga, Palmira Donda Soares, Sabrina
Stefanello, Salmo Zugman e Tatiana Brusamarello.

Revisão: Lillian Daisy Gonçalves Wolff e Ana Paula Hermann Data: 27/10/2020

Aprovação (Chefe da Unidade): Ana Paula Hermann Data: 27/10/2020


Validação (SEVISP): Lillian Daisy Gonçalves Wolff Data: 27/10/2020

Documento Aprovado e Validado via SEI nº 23759.008903/2020-23

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte, sob autorização do SEVISP

16
ANEXO I – FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO PARA TENTATIVA DE SUICÍDIO

Os comportamentos suicidas são mais comuns em certas circunstâncias devido a fatores


culturais, genéticos, psicossociais e ambientais. Assim, é necessário estar atento a estes fatores
para identificar o grau de risco de suicídio. A avaliação deve ser feita contemplando os fatores de
risco e de proteção, pois são fatores que interagem positivamente ou negativamente entre si, de
forma dinâmica. (BOTEGA, 2015).
Segundo Botega (2015), diferentes fatores podem ser considerados para classificação de
risco de suicídio, conforme FIGURA 3.

FIGURA 3 – FATORES A SEREM CONSIDERADOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE


SUICÍDIO

R I S C O BAI X O

- Nunca tentou suicídio;


- Pensamentos constantes de morte sem atitude ativa;
- Ideias de suicídio são passageiras e perturbadoras;
- Não planeja se matar;
- Transtorno mental, se presente, com sintomas bem controlados e em
acompanhamento com profissionais de saúde mental;
- Tem vida social e apoio social.

R I S C O M O D E RADO

- Tentativa de suicídio prévia;


- Depressão ou transtorno bipolar;
- Ideias persistentes de suicídio, vistas como solução.

R I S C O ALT O

-Tentativa de suicídio prévia;


- Depressão grave, influência de delírio ou alucinação;
- Abuso ou dependência de álcool ou outras drogas;
- Desespero, tormento psíquico intolerável, desesperança;
- Plano definido de se matar;
- Tem meios de como fazê-lo;
- Já tomou providências para o ato suicida.

FONTE: BOTEGA (2015).

17
Além dos fatores de risco, sabe-se que alguns fatores desempenham papel de proteção e
interagem dinamicamente com os fatores de risco para a tentativa de suicídio, conforme
explicitado na FIGURA 4. (BOTEGA, 2015).

FIGURA 4 – FATORES DE PROTEÇÃO

Flexibilidade cognitiva;
disposição para aconselhar-se em caso de decisões importantes;
disposição para buscar ajuda;
Personalidade abertura à experiência de outrem;
Personalidade
Personalidade habilidade para se comunicar;
capacidade para fazer uma boa avaliação da realidade;
habilidade para solucionar problemas da vida.
Personalidade

Bom relacionamento interpessoal;


senso de responsabilidade em relação à família;
Familiares crianças pequenas em casa;
pais atenciosos e consistentes;
apoio em situações de necessidade.

Integração e bons relacionamentos em grupos sociais (colegas,


amigos, vizinhos);
adesão a valores e normas socialmente compartilhados;
Sociodemográficos prática religiosa e outras práticas coletivas (clubes esportivos, grupos
culturais);
rede social que propicia apoio prático e emocional;
estar empregado;
disponibilidade de serviços de saúde mental na comunidade.

Gravidez e puerpério;
boa qualidade de vida;
Outros regularidade do sono;
boa relação terapêutica.

FONTE: BOTEGA, 2015

18
ANEXO II – ESCALA IRIS (ÍNDICE DE RISCO DE SUICÍDIO)

Cliente: _________________________________________________________Reg. HC: ___________________


Data de Admissão: ______/_____/_____ Idade: __________
Nome da mãe: ______________________________________________________________________________

ESFERA SUICIDA
1. História pessoal de comportamentos suicida?
não→0 Sim →3
OBS: considerar Sim em caso de 2 ou mais comportamentos prévios ou apenas 1 se grave (método
violento ou tendo justificado cuidados intensivos)
2. Plano suicida
Apura-se a existência de plano organizado, consistente, letal e exequível?
não →0 Sim →20
OBS: valorizar atos preparatórios recentes (ex.: carta de despedida, testamento), bem como o acesso a meios
letais (ex.: arma de fogo, pesticidas /herbicidas)

SOCIODEMOGRÁFICO
1. Sexo Masculino – 1 Feminino – 0
2. Idade ≥ 45 - 1 < 45 → 0
3. Religiosidade/ Espiritualidade* Não - 1 Sim - 0
* existem fatores de natureza religiosa ou espiritual suscetíveis de frear a passagem ao ato?

CONTEXTOS
1. Isolamento - vive só, sem apoio familiar ou social? não - 0 sim - 2
2. Perda recente marcante - luto, desemprego? não - 0 sim - 2
3. Doença física - incapacitante ou terminal? não - 0 sim - 2
4. Abuso atual de álcool ou substâncias não - 0 sim - 2
5. Doença psiquiátrica grave** não - 0 sim - 2
6. História de internamento psiquiátrico não - 0 sim - 2
7. História familiar de suicídio não - 0 sim - 2
**descompensação atual de psicose, depressão maior unipolar ou bipolar, perturbação grave da personalidade

Soma do total:

Classificação do IRIS
Somar todos os scores e classificar de acordo com o indicado a seguir:
- Score total < 5 → Risco reduzido (baixo)
- Score total ≥ 5 e < 10 → Risco intermediário (moderado)
- Score total ≥ 10 → Risco elevado (alto)

OBS: Estes pontos de corte e riscos associados devem ser objeto de interpretação cautelosa e como mera
sugestão geral, dependendo do contexto de utilização do IRIS. A orientação final a dar a cada caso nunca
dispensa a avaliação clínica especializada (VEIGA et al., 2014).

FONTE: VEIGA et al, (2014).

19
ANEXO III - ABORDAGEM PSICOFARMACOLÓGICA EM PACIENTE COM RISCO DE
SUICÍDIO EM AMBIENTE HOSPITALAR

O tratamento farmacológico em uma situação de risco de suicídio apresentará resultados


positivos dependendo do diagnóstico psiquiátrico do paciente, portanto, recomenda-se que seja
acionado o serviço de interconsulta psiquiátrica, deste modo cada caso poderá ser avaliado
considerando suas particularidades.
O uso de antidepressivos está indicado ao tratar a depressão e, com isso, reduzir o risco
de suicídio, mas seus efeitos benéficos comumente não são observados nos primeiros 14 dias.
Portanto, nesse tratamento inicial, além de se iniciar o medicamento que vai tratar a condição
psiquiátrica de base, pode ser necessária a introdução de algum medicamento com ação mais
rápida, focado nos sintomas agudos, cujo alívio pode concorrer para mitigar o comportamento
suicida (WASSERMAN et al., 2012).
Os sedativos podem ser úteis em situações mais emergenciais, para contenção química
do paciente. Para esse objetivo, a via mais rápida e segura de administração é a intramuscular,
reservando a via oral somente para os casos em que haja colaboração do paciente e não haja
risco de aspiração traqueal.
Quanto aos efeitos colaterais mais comuns, os benzodiazepínicos apresentam maior
sedação, já os antipsicóticos podem causar efeitos extrapiramidais (parkinsonianos) e
alargamento do complexo QT no ECG (ZUN, 2018b).

20
ABORDAGEM PSICOFARMACOLÓGICA EM PACIENTE COM RISCO DE SUICÍDIO EM AMBIENTE HOSPITALAR

VIA DE
INDICAÇÃO MEDICAMENTO DOSAGEM OBSERVAÇÃO REFERÊNCIAS
ADMINISTRAÇÃO
Situação aguda de Diazepam. 5mg, 1 a 8 Oral. Ansiolítico. (ZUN, 2018a).
comportamento suicida, comprimidos ao
independente do diagnóstico dia.
do paciente (ordem de Diazepam. 5mg à noite. Oral. Hipnótico.
preferência)
Clorpromazina. 25mg à noite. Oral. Hipnótico.

Situações emergenciais, para Haloperidol. 5mg. Intramuscular. - Se necessária, pode ser realizada a repetição da dose, a cada 30 (ZUN, 2018b).
contenção química do paciente
minutos.
(ordem de preferência)
Midazolam. 15mg. Intramuscular. Em caso de histórico de sintomas extrapiramidais com antipsicóticos
Evitar em pacientes com risco de depressão respiratória.
Clorpromazina. 25mg. Intramuscular. Evitar em pacientes com risco de depressão respiratória.

FONTE: UNIDADE DE NEUROPSIQUIATRIA. SERVIÇO DE INTERCONSULTA PSIQUIÁTRICA DO CHC-UFPR (2020)

21

Você também pode gostar