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SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE BURITI DO TOCANTINS

PLANO DE AÇÃO PARA A INTENSIFICAÇÃO DA VIGILÂNCIA E

CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL

Buriti do Tocantins/TO - 2022


Cirleia Martins de Oliveira Damascena
Secretário Municipal de Saúde

Jailton Jones Gomes de Andrade


Coordenador(a) de Vigilâicia Epidemiológica

Francisco Orlando Melo da Silva


Coordenador de Endemias

Elis Cristina Pereira Garcia


Coordenador de Atenção à Saúde

Equipe elaboradora
Thales Geovane Rodrigues Maciel – Médico Veterinário
Keylla Rejanne Rodrigues Maciel – Enfermeira da Vigilância Epidemiológica

Colaboradores
Antônio Marcos Ferreira Muniz
Carlos Eduardo Oliveira Lopes
Divino Pereira da Cunha
Janio Serra Leite
Marcones Ribeiro Lima
Paulo Ferreira da Silva
Sumário

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................5

1.1. Caracterização do Município..................................................................................................5

1.2. Epidemiologica das Leishmanioses no Município..................................................................5

1.3. Estratificação Risco das ATL.................................................................................................6

2. OBJETIVOS............................................................................................................................................7

2.1. Geral.......................................................................................................................................7

2.2. Específicos..............................................................................................................................7

3. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA....................................................................................................8

3.1. Notificação.............................................................................................................................8

3.2. Investigação............................................................................................................................8

3.3. Análise e Publicação de Dados...............................................................................................9

4. VIGILÂNCIA E ASSITÊNCIA DE CASOS HUMANOS................................................................10

4.1. Suspeição de casos................................................................................................................10

4.2. Diagnóstico Laboratorial......................................................................................................10

4.3. Tratamento............................................................................................................................10

5. CONTROLE DE RESERVATÓRIOS................................................................................................11

5.1. Vigilância Canina.................................................................................................................11

5.2. Inquérito Canino Censitário..................................................................................................11

6. CONTROLE DE VETORES...............................................................................................................12

6.1. Controle Químico Vetorial...................................................................................................12

6.2. Manejo ambiental.................................................................................................................12

7. EDUCAÇÃO EM SAÚDE....................................................................................................................13

8. CRONOGRAMA OPERACIONAL...................................................................................................19

9. CONCLUSÃO.......................................................................................................................................20
APRESENTAÇÃO

A leishmaniose visceral (LV) é a forma mais grave da doença, possuindo uma


letalidade de até 8% em pacientes que não realizam o tratamento adequado ou que não são
diagnosticados. Atualmente, no mundo, mais de cinquenta mil casos são contabilizados ao
redor do mundo, entretanto, mais de 90% dos casos estão concentrados nos países endêmicos,
como o Brasil, o que tem direta relação com o clima do local e o IDH. Para âmbito
epidemiológico, os cães podem manter a Leishmania circulante em determinado espaço,
tornando assim eles animais reservatórios em ambientes urbanos.

O combate no Brasil acontece há quase 60 anos, tendo sua prática atribuída a partir do
decreto Nº 51.838 de 14 de março de 1963, sofrendo mudanças constantes para se adaptar a
doença e ao panorama geral do Brasil em relação a sanidade. Esse combate é focado na busca
e inquérito de animais em áreas endêmicas para realização de testes (Teste rápido e teste
sorológico confirmatório). Cães com resultado positivo costumam ser submetidos a eutanásia,
mas hoje já existe um tratamento veterinário para a leishmaniose visceral canina.

O protocolo da LVC atualmente utilizado na saúde pública cria uma dicotomia com a
sociedade entre reservatório-vítima, pois mesmo que os animais consigam servir de
reservatório, o que ajudaria a propagar a doença, os tutores ainda possuem uma ligação
emocional com eles, tendo assim, parte sentimental na escolha do destino do animal.

Com a devida ajda médico veterinária, um cão infectado pode viver por diversos anos
e com os cuidados corretos do tutor e orientação correta, os risocs de transmissão utilizando o
cão positivo como fonte de infecção diminui bastante. Ainda assim, o trabalho de controle,
monitoramento e prevenção da LVC devem ser parte das metas e estratégias da saúde pública,
o que cria necessidade de uma abordagem interdisciplinar e continuada de forma que atinja,
ao mesmo tempo, seres humanos, animais e o ambiente no qual estão todos inseridos.
1. INTRODUÇÃO

1.1. Caracterização do Município

Buriti do Tocantins é um município brasileiro do estado do Tocantins. Localiza-se na


microrregião do Bico do Papagaio, estando a uma altitude de 198 metros. Sua população
estimada em 2010 foi de 9.767 habitantes. Possui uma área de 272,19 km²; Área: 252 km²;
População: 11.497 (2020); População total (IBGE/2010): 9.770 habitantes; Municípios
limítrofes: São Sebastião do Tocantins, Carrasco Bonito, Araguatins e Augustinópolis
Fundação: 1964 (57 anos).
O município de Buriti do Tocantins possui 4.583 imóveis trabalhados, sendo distribuídos
em zonas urbanas com 3.783 e zona rural com 796, sendo estes distribuídos em 08 zonas ou
microáreas, além de 1.092 terrenos baldios.

1.2. Epidemiologia da Leishmaniose Visceral no Município

No ano de 2021 foram notificados quatro casos de leishmaniose visceral no


município, dois dos casos aconteceram no mês de junho, um no mês de maio e um no mês
de setembro. Três dos pacientes tinham idade menor a dez anos.

Em relação a sexo, três pacientes notificados eram do sexo masculino e um do sexo


Feminino. Todos os quatro pacientes notificados moram no bairro central do município,
sendo dois deles na rua central, um na Rua Goiás e um no Conjunto Avelino.

Tabela 1: Demonstrativo dos casos notificados por data de notificação

Data da Notificação
1/11/1900

1/9/1900

1/7/1900

1/5/1900

1/3/1900

1/1/1900

12/30/1899
0 2 4 6 8 10 12
Tabela 2: Demonstrativo dos casos notificados por idade dos pacientes

Idade
12

10

-
0 2 4 6 8 10 12

1.3. Estratificação de Risco das ATL

Após as análises e discussões da equipe de elaboração do plano, detalhar as áreas de


concentração dos casos e classifica-las por nível de prioridade para início das ações.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Fortalecimento das ações de vigilância e controle da Leishmaniose Visceral com foco
na redução da morbidade e da mortalidade.

2.2. Específicos
 Reduzir o número de casos de LV em humanos, através de ações de educação em
saúde, mobilização social, controle de reservatórios e do controle de vetores;
 Reduzir o número de óbitos, por meio da qualificação e atualização dos
profissionais que prestam assistência aos casos suspeitos ou confirmados, com
foco no diagnóstico precoce e tratamento oportuno e adequado;
 Articular, prover e racionalizar os materiais e insumos necessários para o controle
da das Leishmanioses no âmbito municipal de acordo com a competência do nível
de gestão;
 Prover o adequado registro e análise de dados das ações programadas e dos casos
novos, bem como, a divulgação das informações, com vistas a subsidiar a
sensibilização dos gestores, profissionais da saúde e da população.
3. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

3.1. Notificação

Definição de
Visita domciliar caso
Pacientes comsuspeito
febre e SINAN
Demanda espontânea esplenomegalia Imediatamente após a
Pacientes de áreas de definição de suspeito
risco

Detecção Notificação

3.2. Investigação

Casos notificados como suspeitos no SINAN são acompanhados pela Equipe Saúde da
Família responsável pela área do paciente. Após identificação do paciente, a equipe realiza a
coleta de dados necessários sobre o mesmo. Logo após, é feita a caracterização do possível
local de infecção, principalmente para realização de busca ativa de cães no local e teste das
pessoas próximas ao local que apresentam sintomas.

Casos confirmados no critério laboratorial continuam sendo acompanhados pela


equipe durante todo o tratamento. Casos suspeitos com exames laboratoriais e/ou
parasitológicos negativos são descartados. Em ambos os casos a ficha do paciente é
atualizada no SINAN.
Casos Suspeitos

Identificação do
paciente
Caracterização do
Casos positivos
local

Acompanhamento
pela ESF
Casos Negativos
Busca ativa de
cães Casos descartados
Teste de Pessoas Tratamento

3.3. Análise e Publicação de Dados


A análise dos dados ocorre a partir da demanda pública do município com os casos
de leishmaniose, ou seja, assim que os casos se tornam suspeitos, eles são notificados. Esses
dados são publicados imediatamente no SINAN, tornando-se visíveis para o Governo do
Estado e Ministério Público.
4. VIGILÂNCIA E ASSITÊNCIA DE CASOS HUMANOS

4.1. Suspeição de casos

A leishmaniose é uma doença de notificação comupulsória com evolução grave, de


forma que o diagnóstico deve ser feito de forma mais rápida e precisa possível. Como a
cidade de Buriti do Tocantins atua somente com atenção primária, é papel do município:

• Suspeitar e encaminhar pacientes para o Centro de Saúde.


• Notifi car os casos suspeitos.
• Apoiar o serviço nas demais ações de vigilância epidemiológica da LV.
• Aplicar o antimonial pentavalente (Sb+5).
• Observar possíveis reações adversas ao medicamento e encaminhar o paciente
para avalição médica.
• Realizar busca de pacientes faltosos ao tratamento.
• Acompanhar o paciente durante e após o tratamento.
• Encaminhar o paciente para acompanhamento médico e avaliação clínica.

A suspeita dos pacientes com leishmaniose visceral se dá através da busca


compulsória até a unidade de saúde ou durante as visitas mensais da ESF nas residências.

4.2. Diagnóstico Laboratorial

A infecção por Leishmania caracteriza-se por um amplo aspcto clínico, que podem ir
desde manifestações graves e características da doença até a manisfetações leves e gerais.
Pacientes que são atendidos nas Unidades Saúde da Família e são considerados suspeitos
passam pelos testes para diagnóstico realizado pelo laboratorista municipal

4.3. Tratamento
Pacientes com resultado do exame positivo são encaminhados para as unidades, onde
o médico definirá a forma do tratamento e se ele será realizado na unidade básica ou na
unidade de referência (Araguaína), caso ele atinja os critérios para atendimento hospitalar
(idade inferior a um ano ou superior a 50, com doenças imunossupressoras, gestantes, com
insuficiência renal, cardiacaca ou hepática ou pacientes com hipersensibilidade ou falhas
terapêuticas ao glucantime).

Pacientes com leushmaniose visceral ou cutânea são tratados com glucantime, mas a
forma mucosa da leishmaniose é tratada com glucantime e pentoxifilina. Os pacientes em
todas as formas das leishmanioses são acompanhados pela equipe responsável durante todo o
tratamento.
5. CONTROLE DE RESERVATÓRIOS

5.1. Vigilância Canina


O município de Buriti do Tocantins realiza 40 testes rápidos caninos por mês,
divididos com 20 na zona urbana e 20 na zona rural. Os animais são escolhidos de acordo
com a busca dos seus donos ou suspeita dos agentes de endemias durante as visitas
domiciliares.
Para tutores com animais negativos é feita a orientação ambiental e de cuidado com o
cão para evitar que ele seja contaminado.
Tutores com animais positivos recebem a opção de entregar os animais ou de os
manter para realização do tratamento. Em ambos os casos, o tutor recebe um termo de
responsabilidade onde afirma estar ciente da situação do cão. Cães entregues para a equipe de
saúde são recolhidos e eutanasiados pelo médico veterinário do município de acordo com as
normas descritas pelo CFMV.

5.2. Inquérito Canino Censitário

O município de Buriti do Tocantins é um município considerado de médio risco, por


isso, não é realizado o inquérito canino censitário, tendo o controle de reservatórios
resumido a vigilância canina, e trabalhando principalmente na questão ambiental e
preventiva da LVC.
6. CONTROLE DE VETORES

6.1. Controle Químico Vetorial


O controle químico vetorial no município de Buriti do Tocantins é feito de acordo com
a demanda, de forma que quando um caso suspeito aparece, tanto a casa quanto os arredores
são borrifados pela equipe de combate as endemias do município. A borrifação é feita com
uso de alfacirpemetrina.

6.2. Manejo ambiental

As ações de manejo ambiental do município se dão através da ação mecânca da equipe de


combate a endemias e da equipe de Limpeza da Secretaria Municipal do Meio ambiente. A
definição das limpezas ocorre de acordo com as necessidades vistas durante as visitas nas
residências. Além disso, todos os moradores do município recebem orientações em relação
ao manejo ambiental durante as visitas e palestras planejadas durante o ano.
7. EDUCAÇÃO EM SAÚDE

META CRONOGRAMA CRONOGRAMA PÚBLICO PONTO


AÇÕES ATIVIDADES ETAPAS
(metas do plano nacional) INÍCIO FIM INÍCIO FIM ALVO FOCAL
Organização
logística
(material a ser 01/04 30/04
utilizado, reserva
de sala, etc.)

Aperfeiçoar e intensificar
Envio de convite
as ações de vigilância e Palestra, Curso ou Médicos,
Reduzir em 50% a ao público alvo Coordenação
controle das Oficina em Manejo e Enfermeiros e
letalidade da LV no Abr Mai 02/05 10/05 de Atenção
Leishmanioses com foco tratamento de Técnicos em
município. Básica
na redução da incidência pacientes com LV. Enfermagem
e da letalidade.
Realização do
evento

17/05 17/05
Organização
logística
(material a ser XX/XX XX/XX
utilizado, reserva
de sala, etc.)

Médicos,
Palestra, Curso ou
Biomédicos, Coordenação
Oficina em Envio de convite
Ago Nov XX/XX XX/XX Farmacêuticos de Atenção
Diagnóstico clínico e ao público alvo
Bioquímicos e Básica
laboratorial da LV.
Enfermeiros

Realização do
XX/XX XX/XX
evento

Reduzir a incidência da Palestra, Curso ou Organização


Agentes de
LV em 50%, de acordo Oficina em Controle logística
Saúde e Coordenação
com o cenário Químico e Manejo XXX XXX (material a ser XX/XX XX/XX
Agentes de de Endemias
epidemiológico do Ambiental para o utilizado, reserva
Endemias
município. controle da LV. de sala, etc.)
Envio de convite
XXX XXX XX/XX XX/XX
ao público alvo

Realização do
XXX XXX XX/XX XX/XX
evento

Organização
Palestra, Curso ou Agentes de
logística
Oficina em Vigilância Saúde e Coordenação
XXX XXX (material a ser XX/XX XX/XX
de Reservatório para Agentes de de Endemias
utilizado, reserva
o controle da LV. Endemias
de sala, etc.)
Envio de convite
XXX XXX XX/XX XX/XX
ao público alvo

Realização do
XXX XXX XX/XX XX/XX
evento

Organização
logística
Palestra, Curso ou
XXX XXX (material a ser XX/XX XX/XX
Oficina em Enfermeiros,
utilizado, reserva Coordenação
Notificação, Técnicos em
de sala, etc.) de Vigilância
Investigação e Enfermagem e
em Saúde
Análise de dados da Digitadores
Envio de convite
LV. XXX XXX XX/XX XX/XX
ao público alvo
Realização do
XXX XXX XX/XX XX/XX
evento

Organização
logística
XXX XXX (material a ser XX/XX XX/XX
utilizado, reserva
de sala, etc.)
Palestra, Curso ou Médicos,
Reduzir em 90% o Coordenação
Oficina em Manejo e Enfermeiros e
número de mortes por Envio de convite de Atenção
tratamento de XXX XXX XX/XX XX/XX Técnicos em
LT. ao público alvo Básica
pacientes com LT. Enfermagem

Realização do
XXX XXX XX/XX XX/XX
evento

Palestra, Curso ou Organização


Enfermeiros,
Reduzir em 50% a Oficina em logística Coordenação
Técnicos em
proporção de LT em Notificação, XXX XXX (material a ser XX/XX XX/XX de Vigilância
Enfermagem e
menores de 10 anos. Investigação e utilizado, reserva em Saúde
Digitadores
Análise de dados da de sala, etc.)
Envio de convite
XXX XXX XX/XX XX/XX
ao público alvo

LT.

Realização do
XXX XXX XX/XX XX/XX
evento

Obs.: O modelo de planejamento, bem como, as atividades exemplificadas, são sujestoões que têm por finalidade facilitar a compreeção e a
elaboração do instrumento pela equipe municipal, o modelo ou adequações podem ser aperfeiçoados para o contexto e modo de trabalho no
âmbito dos diferentes municípios.
8. CRONOGRAMA OPERACIONAL

2020 2019
Ações
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Educação em Saúde x x x x x x x x x x x x

Inquérito censitário xxx xxx xxx Xxx

Vigilância canina xx xx xx xx xx xx xx Xx

Controle químico vetorial 2º Ciclo 1º Ciclo

Obs.: Esta é apenas uma ilustração (modelo) de cronograma operacional, cada equipe deve adequar sua programação de acordo com as
condições operacionais e priorizando o que é recomendado no Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral.
9. CONCLUSÃO

A LVC permanece como um problema que aflige a população Brasileira, afetando


cães que hoje são considerados membros da família. Portanto, novos conhecimentos e
medidas devem ser utilizados na adoção de programas que incluam a saúde única na forma de
lidar com as leishmanioses: hospedeiros, vetores e parasitos dentro de um mesmo ambiente
para dirigir recursos em medidas eficientes, usando o cão como sentinela da LV.

Neste sentido, é preciso estimular a união de profissionais médicos, médicos


veterinários, parasitologistas, sanitaristas e as famílias para que sejam aliados na
implementação de medidas éticas e responsáveis para obtenção de resultados satisfatórios no
controle da LV-LVC.

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