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GABARITANDO

FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS

Aula 1
GABARITANDO

FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS

UNIDADE I
CONTEXTO HISTÓRICO

Profª Edna Raquel Hogemann

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A Idade Moderna
Uma das principais peculiaridades que encontramos
ao estudarmos o período moderno é a economia. Ela
reflete todas as transformações daquela época. O
processo de expansão marítima européia é um
marco no início da europeização do mundo,
viabilizando poderosas forças políticas. Foi a partir
dela que o capitalismo se desenvolveu como
catalisador dos interesses da burguesia, da nobreza,
do rei e mesmo da Igreja Católica.

O Renascimento forneceu concepções que


justificavam,do ponto de vista europeu,a
conquista.
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O Renascimento europeu
Na Idade Média a vida e os acontecimentos históricos se
explicavam pela vontade de Deus. Toda a ciência, a
literatura e a arte daquela época dependiam do pensamento
religioso. Mas, durante o século XIII, a Itália e o resto da
Europa começam a mudar, voltando suas atenções para
uma vida concreta e terrena, onde o homem passou a ter
importância como centro dos acontecimentos e
determinando, ele mesmo, a sua vontade.
No Renascimento, o mundo aparece como cenário das
ações humanas, e não como expressão da vontade divina.
O termo Renascimento vem de renascer da Idade Média,
isto é, renascer ou reviver os valores da Antigüidade
clássica greco-romana.

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O Renascimento europeu e a era das grandes
navegações
No momento em que o processo de expansão marítima
desenvolve a economia européia (um imenso fluxo de
riquezas e mercadorias passa a correr para a Europa-
artigos orientais- açúcar- gêneros tropicais- metais
preciosos) e fortalece a burguesia (mercadores,
armadores), favorece o Renascimento pelo apoio que tais
mercadores e monarcas fortalecidos (pelo aumento dos
impostos) dão à arte renascentista. É de notar que o
Renascimento nasce na Itália (graças ao enriquecimento
das cidades italianas beneficiadas pelo comércio
marítimo com o Oriente), mas logo se expande para os
países ibéricos (enriquecidos no século XVI), mais tarde
para os Paises Baixos (enriquecidos com o açúcar no
século XVII) e finalmente para a Inglaterra (nova potência
marítima e comercial- fim do século XVII e XVIII).

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A expansão marítimo-comercial européia


Tudo começou a partir da decadência do período feudalista e
o início do período Renascentista.
No século XIV e XV, desencadeia-se o processo de
decadência do feudalismo, com crise econômica, crise
política e religiosa em toda a Europa. A sucessão de crises do
final da Idade Média provocou mudanças estruturais na
sociedade européia. A Europa precisava crescer
economicamente. Expandir-se e buscar novas soluções para
seus problemas internos. O desenvolvimento do capitalismo
foi impulsionado pela expansão marítimo-comercial da
Europa, nos séculos XV e XVI. Resultaram do descobrimento
de novas rotas de comércio para o Oriente e a conquista e
colonização da América no intiuto de buscar especiarias para
o desenvolvimento do comércio europeu;.

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O fim da sociedade feudal e a emergência do
capitalismo
O sistema sócio-político-econômico feudal caracterizava-se
pelas relações servis de trabalho (ou de produção), pela
descentralização do poder político e pela quase imobilidade
social (esse termo "quase" é apenas uma camuflagem,
pois, na verdade, era impossível, diante de tantos impostos
que pagava, o servo tornar-se senhor feudal, isto é,
autoridade máxima de um feudo). Os senhores feudais
incluindo o clero (preste atenção ao papel histórico da
Igreja, estando por muitos séculos tal instituição cristã como
instrumento do/de poder) e da nobreza. A sociedade era,
ainda, estamentária, isto é, dividida em estamentos
[camadas sociais próximas as castas, sendo que admitiam
mobilidade social (teoricamente)].
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A transição do feudalismo ao capitalismo


Segundo Maurice Dobb, foram as contradições internas
do modo de produção feudal, centradas no antagonismo
entre senhores feudais e servos, que levaram à sua
dissolução. A crescente necessidade dos senhores feudais
por maiores rendimentos os levou a intensificar a
exploração sobre os servos, fato que acentuou a luta de
classes e determinou, a longo prazo, a dissolução da
economia feudal.

Neste sentido, o comércio e a emergência das cidades


não foram os fatores decisivos no declínio do feudalismo,
pois estão restritos aos limites do modo de produção
feudal.
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Dobb define o período de transição que se estende dos


séculos XIV ao XVI como feudal (o Estado Absolutista era
feudal), mas num estágio avançado de desintegração,
quando as relações capitalistas ainda eram incapazes de
se tornar dominates.

Já Sweezy, ao se contrapor à tese defendida por Dobb,


afirma que a principal característica da economia feudal é
a de produzir valores de uso. Assim, o desenvolvimento
das relações de troca no seio de uma sociedade produtora
de valores de uso foi o principal fator de sua
desestabilização.

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O comércio à longa distância operou como uma


força externa às margens da sociedade feudal da
seguinte maneira: o desenvolvimento do comércio
intensificou as forças produtivas e promoveu uma
organização racional da sociedade e o
aprimoramento da divisão do trabalho.

Decorreu daí uma maior produtividade que minou


as relações servis de produção (os servos
abandonaram suas terras procurando melhores
condições de trabalho) e gradualmente as formas
de trabalho livre e assalariado se estabeleceram.

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Assim, o valor de troca se desenvolve devido ao


comércio. Ao contrário de Dobb, Sweezy denomina o
período de transição do modo de produção feudal ao
modo de produção capitalista como um “sistema de
produção pré-capitalista de mercadorias”, pois os
elementos predominantes não eram feudais e nem
capitalistas, propondo a coexistência de diversas
classes dominantes.

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Origens do capitalismo

Na Idade Moderna (sécs. XV ao XVIII), os reis absolutistas


expandem o comércio por meio do Mercantilismo. O Estado
controla a economia e busca colônias para incentivar o
enriquecimento das metrópoles. Isso favorece a burguesia –
classe social que detém os meios de produção –, que passa a
contestar o poder dos reis, resultando na crise do sistema
absolutista.

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Origens do capitalismo

Revolução Industrial – A partir da segunda metade


do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-
se um processo ininterrupto de produção coletiva
em massa, geração de lucro e acúmulo de capital.

Na Europa Ocidental, a burguesia industrial assume


o controle econômico e político. As sociedades vão
superando os tradicionais critérios da aristocracia
(principalmente o privilégio de nascimento) e a força
do capital se impõe.

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A Revolução Francesa e o pensamento


social iluminista

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O Iluminismo (Séc. XVIII)


É o movimento cultural e filosófico ocorrido na Europa, no
período que vai da revolução inglesa (1688) à revolução
francesa (1789). O século XVIII é, assim, chamado Século
das Luzes. A crença no desenvolvimento sem limites da
razão; esta pode ser a principal característica deste
movimento.
O iluminismo surgiu na Inglaterra, a partir da influência dos
filósofos empiristas, especialmente de John Locke ; de lá,
difundiu-se para a França, local onde consolidou-se de
maneira mais plena, especialmente a partir do pensamento
dos enciclopedistas, indo para a Alemanha e Itália, países
onde este movimento não obteve a mesma força de
expressão.
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Iluminismo e o culto à razão


A razão é encarada, pelos iluministas, como a faculdade
capaz de libertar o homem dos principais inimigos de todo
conhecimento e progresso: a ignorância, o obscurantismo e a
superstição.

Desta maneira, lutam contra tudo que possa servir de


obstáculo ao livre desenvolvimento de suas possibilidades; por
isso, elaboram considerações não apenas filosóficas, mas de
caráter social, ético, político e religioso.

A estruturação social vigente na época, bem como o excessivo


poder de decisão concedido à Igreja acerca de questões
temporais, são radicalmente criticados por estes teóricos.
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A Revolução francesa
Como a Revolução Francesa não teve apenas por
objetivo mudar um governo antigo, mas abolir a forma antiga
da sociedade, ela teve de ver-se a braços a um só tempo
com todos os poderes estabelecidos, arruinar todas as
influências reconhecidas, apagar as tradições, renovar
costumes e os usos e, de alguma maneira, esvaziar o
espírito humano de todas as idéias sobre as quais se tinham
fundado até então o respeito e a obediência.
As instituições feudais do Antigo Regime iam sendo
superadas à medida que a burguesia, a partir do século
XVIII, consolidava cada vez mais seu poder econômico.
A sociedade francesa exigia que o país se modernizasse,
mas o entrave do absolutismo apagava essa expectativa.

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A Revolução francesa

O descontentamento era geral, todos achavam que essa


situação não podia continuar. Entretanto, um movimento
iniciado há alguns anos, por um grupo de intelectuais
franceses, parecia ter a resposta. Esse movimento criticava
e questionava o regime absolutista. Eram os iluministas, que
achavam que a única maneira possível de a França se
adiantar em relação à Inglaterra era passar o poder político
para as mãos da nova classe, isto é, a burguesia
(comerciantes, industriais, banqueiros). Era preciso destituir
a nobreza que, representada pelo Rei , se mantinha no
poder.

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A monarquia absoluta que, antes, tantos


benefícios havia trazido para o desenvolvimento
do comércio e da burguesia francesa, agora era
um empecilho. As leis mercantilistas impediam
que se vendessem mercadorias livremente. Os
grêmios de ofício impediam que se
desenvolvessem processos mais rápidos de
fabricação de mercadorias. Enfim, a monarquia
absoluta era um obstáculo, impedindo a
modernização da França. Esse obstáculo
precisava ser removido. E o foi pela revolução.

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Revolução Francesa significou o fim da monarquia absoluta


na França. O fim do antigo regime significou, principalmente,
a subida da burguesia ao poder político e também a
preparação para a consolidação do capitalismo. Mas a
Revolução Francesa não ficou restrita à França. suas idéias
espalharam-se pela Europa, atravessaram o oceano e
vieram para a América latina, contribuindo para a elaboração
de nossa independência política. Por esse seu caráter
enumênico é que se convencionou ser a Revolução
Francesa o marco da passagem para a Idade
Contemporânea.

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O liberalismo

Pode ser definido como um conjunto de princípios e teorias


políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da
liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais
são contrários ao forte controle do Estado na economia e
na vida das pessoas.

O pensamento liberal teve sua origem no século XVII,


através dos trabalhos sobre política publicados pelo filósofo
inglês John Locke. Já no século XVIII, o liberalismo
econômico ganhou força com as idéias defendidas pelo
filósofo e economista escocês Adam Smith.

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O liberalismo

Podemos citar como princípios básicos do liberalismo:


- Defesa da propriedade privada;
- Liberdade econômica (livre mercado);
- Mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da
nação (governo limitado);
- Igualdade perante a lei (estado de direito);

Na década de 1970 surgiu o neoliberalismo, que é a aplicação


dos princípios liberais numa realidade econômica pautada
pela globalização e por novos paradigmas do capitalismo, que
aqui no Brasil levaram ao governo de Collor de Mello e
Fernando Henrique, marcados pelas privatizações de estatais
e retirada de conquistas sociais.

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O positivismo
O positivismo foi uma corrente filosófica cujo mentor e iniciador
principal foi Auguste_Comte, no século XIX. Apareceu como
reação ao idealismo, opondo ao primado da razão, o primado da
experiência sensível (e dos dados positivos). Propõe a idéia de
uma ciência sem teologia ou metafísica, baseada apenas no
mundo físico/material.

  A Filosofia Positiva de Auguste Comte nega que a explicação


dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só
princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das
causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa
de suas leis, vistas como relações constantes entre fenômenos
observáveis.
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O socialismo
A doutrina socialista tem origem no século XVIII, logo que
consolidaram-se os efeitos da revolução industrial sobre as
sociedades modernas. É uma ideologia que critica o
liberalismo econômico, e vai contra as noções de que o
mercado é o princípio organizador da atividade econômica,
devendo portanto ser preservado a todo custo. Surge
principalmente como forma de protesto contra as
desigualdades provocadas pelo intenso processo de
industrialização, e contra as péssimas condições de vida dos
trabalhadores. Os socialistas observam, com justa razão, que
são o mercado e a livre concorrência as principais fontes das
desigualdades sociais.

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O comunismo

Segundo Pierre Clastres, Karl Marx, Engels, Piotr Kropotkin


e outros autores, as primeiras sociedades humanas eram
comunistas. Territórios eram ocupados por tribos, mas
dentro deles, os recursos naturais necessários para a
sobrevivência do grupo eram propriedade comum, e apenas
ferramentas e utensílios individuais eram possuídos pelos
indivíduos.

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O comunismo
A palavra comunismo apareceu pela primeira vez na imprensa
em 1827, quando Robert Owen se referiu a socialistas e
comunistas. Robert Owen foi o primeiro autor a considerar que
o valor de uma mercadoria deve ser medido pelo trabalho a ela
incorporado, e não pelo valor em dinheiro que lhe é atribuído.

Segundo ele, os comunistas e socialistas consideravam o


capital comum mais benéfico do que o capital privado. Owen
atacou violentamente o sistema de concorrência capitalista, e
propôs a criação de comunidades cooperativas como
alternativa. As palavras socialismo e comunismo, criadas por
ele, foram usadas como sinônimos durante todo o século XIX.

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Marx e o conceito de comunismo científico
Marx considerava o comunismo um "movimento real" e não
um "ideal" ou "modelo de sociedade" produzido por
intelectuais. Este manifestava no movimento operário.
Inicialmente ele propôs que a classe operária fizesse um
processo de estatização dos meios de produção ao derrubar o
poder da burguesia, para depois haver a supressão total do
Estado. Após a experiência da Comuna de Paris, ele revê
esta posição e passa a defender a abolição do Estado e o
"autogoverno dos produtores associados". No entanto, Marx
acreditava que a sociedade era regida por leis econômicas
que eram alheias à vontade humana. Para ele, tanto as
mudanças passadas, quanto a Revolução socialista que poria
fim ao capitalismo, eram necessidades históricas que
fatalmente aconteceriam.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à
ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2002.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de
Oliveira; OLIVEIRA, Maria da Gloria Santos de.Toque de
clássicos: Durkheim, Marx e Weber. 2. ed. Belo Horizonte:
UFMG, 2003.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à
antropologia social. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco,
2000.
DE MASI, Domenico. Futuro do trabalho: fadiga e ócio na
sociedade pós-industrial. 9. ed. Rio de Janeiro:

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