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Apresentação Concluida
Apresentação Concluida
Fernando Pessoa
Primeiro momento
Deus quis que a terra fosse toda uma, Que o mar unisse, já não separasse.
Terra unida pela descoberta dos continentes Deus quis a unidade da terra (isto é, que fosse toda
(América, África, Europa e Ásia). conhecida), através do mar, de forma a servir de elemento de
• Perífrase: “a terra fosse toda uma” = (formação união entre os continentes e os povos.
• “Que o mar unisse” = oração subordinada adjectiva
do) Império
• “Deus quer”(v.1) no Presente do Indicativo por relativa explicativa (entre vírgulas) – consiste numa
oposição a “Deus quis” (v.2) no Pretério Perfeito explicação do verso anterior (desempenhando a função
do Indicativo. sintática de modificador apositivo do nome).
• Anáfora: Repetição da palavra “Deus” no início • Assíndeto
• Antítese: ideia de oposição entre “unisse” e “separasse” –
do 1º e 2º versos“Deus quer (…) / Deus quis”
relação de contraste.
• Aliteração: repetição do “s” (“unisse” e “separasse”)
Continuação do primeiro momento
Terceiro momento
Referência à descoberta das ilhas da Madeira e dos Açores até à costa Africana.
• Sinédoque: toma-se a parte pelo todo - “a orla branca” = rasto de espuma (esteira) dos barcos que partiram nos
Descobrimentos » simboliza as caravelas e naus
• Personificação: "E a orla branca foi de ilha em continente" - personificação da "orla branca" que nos sugere a
rapidez imparável das descobertas.
Esta visão da terra sugere a ideia de que a obra dos portugueses é o realizar de um plano divino.
O redondo, a esfera, é o símbolo da perfeição cósmica, da unidade, da totalidade, da obra completa e perfeita que Deus
quis.
• Gradação crescente: começou por desvendar «ilha(s)» e «continente(s)», chegando ao «fim do mundo» e dando
assim a conhecer «a terra inteira»;
• Aliteração do “rr”: “correndo/terra/repente/redonda
• Há no texto vários elementos que transmitem a ideia de revelação:
• a concretização da união da terra: “E viu-se a terra inteira”;
• sair das sombras (sair da ignorância e atingir o conhecimento): “orla branca” “clareou”;
• o seu carácter súbito: "de repente";
• o aparecimento: "Surgir";
• a ideia de origem, profundidade: "o azul profundo”(do mar imenso, do fundo do mistério).
Terceira Parte
Quem te sagrou criou-te português.
• Deus sagrou o Infante e criou-o português, sendo assim símbolo do povo Português, o que significa
que também ele foi assinalado, predestinado, escolhido por Deus para desvendar o mar
desconhecido.
• O sujeito poético dirige-se ao Infante na segunda pessoa do singular ("Sagrou-te, e foste…" ‑ v. 4);
"Quem te sagrou criou-te" ‑ v. 9; "Do mar e nós em ti…" ‑ v. 10), o que traduz uma relação de
proximidade e de cumplicidade.
Através do Infante Dom Henrique Deus revelou a sua vontade de os Portugueses partirem à Descoberta
pelo mar.
• Hipérbato: alteração da ordem natural das palavras na frase – ordem canónica: “e em ti nos deu sinal
do mar (para) nós”
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
• Novo esquema: o sonho cumpriu-se (tese), desfez-se (antítese) e deu lugar a um novo sonho
(síntese). Teríamos assim uma nova vontade divina, um novo sonho e uma nova ação.
• “O Império se desfez” = queda do Império com a independência dos territórios do Brasil e da
Índia.
• A utilização das maiúsculas (Mar, Império) procura chamar a atenção para a riqueza
significativa das palavras.