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Para executar uma peça, a partir de seu desenho técnico, é preciso interpretar corretamente as
medidas indicadas. Se a interpretação é feita de maneira errada, a peça fica errada também
UNIDADE DE MEDIDA EM
DESENHO TÉCNICO
As peças, como todos os sólidos
geométricos, têm três dimensões básicas:
comprimento, largura e altura.
Para indicar uma medida precisamos de
uma unidade de medida, como referência. A
unidade de medida adotada em nossos
desenhos é o milímetro.
Um milímetro corresponde à milésima parte do metro. Isto quer dizer que,
dividindo o metro em 1000 partes iguais, cada uma das partes equivale a 1 (um)
milímetro. O símbolo de milímetro é mm.
Existem vários instrumentos de medição. Um instrumento muito usado em
desenho técnico é a escala. A escala é uma régua graduada.
Observe esta escala que tem 150 milímetros ou 15 centímetros.
Os números de 1 a 15
representam os centímetros. Cada
centímetro é dividido em 10 partes
iguais. Cada uma destas partes é 1
(um) milímetro. O milímetro é a
menor medida que aparece nesta
escala.
Um pedaço da escala foi aumentado para
que você possa ver melhor a graduação em
milímetros.
Em desenho técnico se escreve apenas a
medida, sem indicação do símbolo mm. Por
exemplo: se uma peça tem 35 milímetros de
comprimento, aparecerá apenas o número 35.
Fica subentendido que se trata de 35 mm.
ELEMENTOS DE COTAGEM
Para interpretar desenhos cotados você
deve conhecer três elementos básicos: cota
ou valor numérico, linha de cota e linha
auxiliar. Vamos estudar cada um deles
separadamente.
COTAS
Observe primeiro o chanfro da esquerda. O tamanho deste chanfro ficou determinado por uma
cota linear 7 e uma cota angular 25°. A cota 7 indica a altura do chanfro e a cota 25° indica a abertura
do ângulo do chanfro. Nos dois casos, a largura do chanfro coincide com a largura da peça, que é 7
mm, como mostra a seção rebatida dentro da vista.
A cotagem de elementos angulares também é normalizada pela ABNT. De acordo
com a norma NBR 10126/1987 são aceitáveis as duas formas para indicar as cotas na
cotagem angular. Compare as duas alternativas, a seguir.
Esta peça, representada em corte, tem dois elementos esféricos. As cotas 18 e 115 indicam os
raios dos elementos esféricos. A linha de cota do raio maior da peça está incompleta. Isso porque o
centro do elemento esférico não está determinado no desenho. A indicação de que se tratam de
elementos esféricos é dada pela letra R e pela palavra abreviada ESF ao lado da cota. A abreviatura
ESF sempre aparece na cotagem de elementos esféricos.
COTAGEM EM ESPAÇOS REDUZIDOS
Às vezes, os elementos representados no desenho técnico são muito pequenos e o espaço para indicação da
cotagem é muito reduzido. Nestes casos, é impossível representar as cotas da maneira normal. Assim, as linhas de
cota devem aparecer fora dos espaços.
Note que as linhas de cota são interligadas por linhas contínuas estreitas. As setas nas extremidades das
linhas de cota tocam as linhas auxiliares de cota. Já, as cotas podem ser indicadas dentro dos espaços, quando
couberem, ou fora, para facilitar a visualização.
Veja um outro caso especial de cotagem em espaço reduzido. Quando o espaço não permite
representar as duas setas que indicam os limites da cota, as setas podem ser substituídas pelo traço
oblíquo, como nos desenhos abaixo
Quando o diâmetro for muito pequeno, para maior clareza do desenho, as cotas são indicadas fora da parte
circular, como no exemplo.
No furo de 6 mm de diâmetro as setas foram indicadas limitando as linhas auxiliares por fora e a cota foi
escrita no prolongamento da linha de cota. No furo de diâmetro 4, a cota vem acompanhada do símbolo
indicativo de diâmetro. Isso acontece porque a cota 4 está sobre uma linha de chamada. Quando as cotas de
diâmetros vêm indicadas sobre linhas de chamada, o símbolo indicativo de diâmetro é sempre necessário.
SISTEMAS DE COTAGEM
Os profissionais que realizam a cotagem dos desenhos técnicos devem levar em
consideração vários fatores, como por exemplo: forma da peça; forma e localização
dos seus elementos; tecnologia da fabricação; função que esta peça irá desempenhar
e a precisão requerida na execução e no produto final.
A cotagem do desenho técnico deve tornar desnecessária a realização de
cálculos para descobrir medidas indispensáveis para a execução da peça.
Iremos conhecer os principais sistemas de cotagem, isto é, os modos
organizados de estruturar a cotagem completa das peças.
COTAGEM EM CADEIA
Observe a perspectiva cotada e, ao lado, a vista frontal do pino com rebaixo. Note que a
perspectiva apresenta apenas duas cotas, enquanto que a vista frontal apresenta a cotagem completa.
A extremidade do corpo do pino foi escolhida
como face de referência, como se observa na
perspectiva. A partir desta face de referência foram
indicadas as cotas: 35 e 45.
A cota 55 indica o comprimento e a cota 36, o
diâmetro da peça. As cotas 45 e 35 indicam o
comprimento de cada parte da peça partindo da face
escolhida como referência. Os diâmetros de cada
parte da peça estão indicados pelas cotas 16 e 26.
Neste exemplo a localização dos furos foi determinada a partir de duas faces de referência.
Analise a cotagem no desenho técnico.
a) comprimento, altura e espessura da peça: 65 mm, 30 mm e 5 mm;
b) Diâmetro dos furos: 6 mm;
c) cotas indicadas a partir da face de referência A: 10 mm, 25 mm, 40 mm, 50 mm;
d) cotas indicadas a partir da face de referência B: 10 mm, 15 mm, 20 mm;
e) cotas de localização do recorte: 50 mm, 15 mm.
A partir da face tomada como referência foi determinado um ponto de origem 0 (zero). As cotas são
indicadas na extremidade da linha auxiliar. A interpretação das cotas é semelhante à da cotagem paralela. Veja: a
cota 8 indica a distância do primeiro furo da esquerda à face tomada como referência, que contém o ponto 0; a
cota 18 indica que a distância da origem 0 ao segundo furo corresponde a 18 mm; a cota 34 indica a distância do
terceiro furo em relação ao mesmo elemento de referência e assim por diante. A partir do mesmo ponto de origem
0 podemos ter cotagem aditiva em duas direções. É o que você vai aprender, a seguir.
Esta placa apresenta 7 furos, de diâmetros variados, dispostos
irregularmente na peça. A cotagem aditiva em duas direções é uma maneira
prática de indicar a localização dos furos. O mesmo ponto 0 serve de origem
para a indicação das cotas em duas direções, como você pode ver no desenho
técnico, a seguir.
A localização de cada furo é determinada por um par
de cotas. Por exemplo: a localização do furo que tem 6 mm
de diâmetro fica definida pelas cotas: 40 e 23. Isto quer dizer
que o furo de 6 mm está a uma distância de 40 mm em
relação ao ponto de origem, no sentido do comprimento da
peça, e a 23 mm do mesmo ponto, no sentido da altura da
peça. O mesmo raciocínio permite interpretar a localização
de todos os outros furos da peça.
COTAGEM COMBINADA