Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DESENHO TÉCNICO I
NÍVEL BÁSICO
1. Introdução 02
1.1 Objetivos do curso 02
1.2 Material básico para execução de desenhos manualmente 02
2. PADRONIZAÇÃO 03
2.1 Formatos para o papel de desenho técnico 04
2.2 Textos em desenho técnico 05
2.3 Tipos de linhas 06
2.4 Quadro de identificação. Legenda 06
3 ESCALA 09
4 COTAGEM 12
5 PERSPECTIVA 19
5.1 Perspectivas cônicas 19
5.2 Perspectivas cilíndricas 20
6 VISTAS ORTOGONAIS (PROJEÇÕES ORTOGONAIS) 26
6.1 Representação das vistas ortogonais no 1º Diedro 27
6.2 Representação das vistas ortogonais no 3º Diedro 29
7 VISTAS AUXILIARES 36
8 VISTAS EM CORTE 38
8.1 Corte Pleno ou Corte Total 41
8.2 Meio Corte 43
8.3 Corte em Desvio 45
8.4 Corte Rebatido 48
8.5 Corte Parcial 50
8.6 Seções 51
1
1 – INTRODUÇÃO.
2
- Um jogo de esquadros (triangulares) em material acrílico transparente,
preferencialmente sem graduação, formado por um triângulo com ângulos 45º/90º/45º e
um triângulo com ângulos de 30º/90º/60º.
hastes
articuladas
2 - PADRONIZAÇÃO.
Toda atividade técnica possui regras e procedimentos que tem como função padronizar
suas ações e resultados. No Brasil a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
centraliza a produção, discussão e divulgação de Normas para orientar os mais diversos
segmentos das atividades produtivas no país.
3
Independentemente da forma empregada no desenvolvimento de um desenho técnico,
seja ele manual ou computacional, as Normas Brasileiras devem ser sempre observadas.
Para desenho técnico são empregados os formatos de papel definidos pela Série A da
ABNT. Todos os formatos desta série derivam do padrão A0 com área de 1m². Estes
formatos são todos retangulares sendo que ao se dividir ao meio o maior lado de um
formato se obtém o formato imediatamente inferior.
Todos os formatos são empregados mantendo a menor dimensão como sua altura e a
maior como largura. A única exceção ocorre para a folha padrão A4 que pode ser
empregada tanto na vertical como horizontal. Para que várias folhas possam ser
agrupadas em um único projeto é reservada uma MARGEM À ESQUERDA de 25mm para
furos e fixações sem interferir com o conteúdo da área gráfica.
4
Área gráfica livre e disponível
para desenho.
quadro de
identificação
ABCPT abcpt
2.3 – Tipos de linhas.
O traçado das várias linhas que compõem um desenho técnico deverá ser executado de
forma a facilitar sua interpretação final. Desta forma as linhas retas e curvas devem
sofrer variações na sua aparência, intensidade e espessura.
As espessuras podem ser assumidas em três situações: grossa, média e fina. Uma vez
definida no desenho a espessura da linha grossa, a linha média deverá ter metade deste
valor e, a linha fina deverá ter a metade da espessura da linha média.
Por exemplo: em desenhos de projetos de instalações elétricas é comum assumir
0.6mm de espessura para uma linha grossa (cabos de alimentação de energia), 0.3mm
para as linhas médias (cabos de distribuição de energia) e 0.15mm para as linhas finas
(setas de indicação de sentido de eletrodutos, fases, neutros, retornos, etc.).
5
No esboço manual as várias espessuras são obtidas através da escolha do grafite e da
forma como vamos deslizá-los sobre o papel.
Pela sua dureza os grafites para uso em Desenho Técnico são classificados e três
categorias: Black (B), Hard (H) e Fine (F).
linhas traço-tracinho
linhas indicativas de cortes
ou traço-ponto
linha tracejada arestas e contornos não visíveis
linhas
linha sinuosa
linhas de ruptura ou interrupção
Nos pontos de cruzamento entre linhas sempre observar a posição relativa entre elas
em relação ao olho do observador. Em caso de linhas que ocorrem em planos diferentes
e se sobrepõem em um determinado desenho representar apenas uma delas na seguinte
ordem de precedência:
- linhas visíveis (contínuas)
- linhas em projeção (tracejadas)
- linhas de corte
- linhas de centro e linhas de eixos
- linhas de extensão (cotas).
6
- Data da liberação inicial para uso de seu conteúdo.
- Escala ( apenas se todos os desenhos da folha em questão estiverem executados em
uma mesma escala. Caso contrário, cada desenho deverá ter indicado abaixo dele seu
próprio título e escala).
- Número da folha em questão no contexto do projeto e total de folhas que o projeto
contém. Por exemplo: H-01/03; E-03/10; ARQ-5/5.
Acima deste quadro deverá ser reservado um espaço livre para introdução das
informações necessárias sobre a possiveis revisões ou alterações do conteúdo do
desenho após sua emissão inicial, descrições pertinentes e data de atualização. Cada
empresa de projetos possuí um quadro padrão que a identifica. Neste curso adotaremos
o quadro padrão conforme abaixo que deverá ser inserido em todos os desenhos e
trabalhos a serem desenvolvidos.
título
DESENHO
TÉCNICO I
aluno ra n° folha
7
Exercícios:
1) Subdividir a área gráfica disponível para desenho em quatro partes iguais e preencher
cada célula conforme o exemplo abaixo.
Título: TRAÇADO BÁSICO – LINHAS PARALELAS.
Escala: 1:1 - Obs.: medidas em mm - N. folha: F- 01/03
INICIAR À ESQUERDA
8
3) Centralizado na área gráfica disponível desenhar um retângulo de 150mm de largura
por 80mm de altura. Centralizada neste retângulo desenhar a peça abaixo. Não é
necessário indicar as medidas.
Título: TRAÇADO BÁSICO – FIGURA COM CONCORDÂNCIAS
Escala: 1:1 - Obs: medidas em mm - n. folha: F- 03/03
3 – ESCALA.
Durante o desenvolvimento das atividades de desenho nem sempre uma peça pode ser
representada com suas dimensões reais ( Escala Natural ou Verdadeira Grandeza – VG).
Isto ocorre porque o espaço do papel destinado ao desenho é finito e regido por Norma
na sua forma. Objetos podem apresentar ora dimensões muito grandes, ora
excessivamente pequenas em relação ao espaço disponível para sua representação.
Para estes casos realizamos o desenho em dimensões diferentes daquelas que o objeto
apresenta na realidade porem estas dimensões do desenho devem manter sempre uma
proporção fixa entre o valor empregado no desenho e seu valor real.
Objetos pequenos serão ampliados e objetos grandes serão reduzidos.
9
Houve o uso de uma escala de REDUÇÂO. O objeto foi representado em tamanho
menor do que seu tamanho real. As escalas de redução mais empregadas são 1:2 ; 1:5 ;
1:20 ; 1:50 ; 1:100 ; 1:200 ; 1:500 ; 1:1000
Exemplo 2:
Qual a escala empregada se um objeto tem diâmetro real de 5mm foi desenhado com
diâmetro de 50mm?
Observar que uma vez definida a escala em que será realizado o desenho ela será
adotada para todas as dimensões, em qualquer direção. Os ângulos são representados
com seus valores reais.
No momento da cotagem todas as medidas devem ser anotadas com seus valores
REAIS independente da escala empregada.
Resumindo:
Escala Natural (VG) – 1:1 ou 1/1
Escala de Redução – 1:n ou 1/n (onde n= número inteiro positivo)
Escala de Ampliação – n:1 ou n/1 (onde n= número inteiro positivo)
Exercícios:
2) Qual a escala a ser adotada para representar uma circunferência que possui diâmetro
de 0,60m através de uma circunferência com 3cm de diâmetro? Demonstre.
4) Considere um triângulo eqüilátero (três lados iguais) desenhado com a medida de seu
lado igual a 3cm. Qual seria o valor real de seu lado caso para as seguintes escalas:
10
a) 2:1
b) 1:50?
Demonstre os dois casos.
5) Com que dimensões deve-se desenhar uma porta que na realidade mede 0,80x2,10m
nas seguintes escalas:
a) 1:20
b) 1:75
c) 1:100?
Demonstre os três casos.
6) Dividir a área gráfica em duas células iguais através de uma única linha horizontal.
Desenhar na parte superior a Vista Frontal de um parfauso na Escala 10:1 e na célula
inferior a estrela de seis pontas na Escala 1:10.
Título: DESENHOS EM ESCALA.
Escala: Indicar nome e escala abaixo de cada figura.
Obs: medidas em mm.
n. folha: F- 01/02
11
4 – COTAGEM.
As cotas devem ser informadas de forma que não haja necessidade de algum cálculo
posterior para a obtenção de uma medida nem de obter o valor através de medição
direta, no desenho.
Faz também parte do processo de cotagem a indicação junto ao desenho de todas as
informações para a finalização da peça como acabamentos, material, etc. fundamentais
para o caso de desenhos de detalhamentos mecânicos.
12
Uma cota é composta por vários elementos gráficos:
elemento linha de cota ou
valor real da
finalizador linha de dimensão linha de extensão
dimensão
- As linhas de extensão devem ser perpendiculares à aresta a que fazem referência mas
não devem encostar nas linhas de contorno. Suas origens devem estar afastadas de
aproximadamente 2mm das arestas. Elas devem ainda se prolongar de 2 a 3mm além
das linhas de cota.
- Toda linha de cota deve ser dotada de um elemento finalizador no ponto de encontro
com as linhas de extensão. Este sinalizador pode ser na forma de setas (→, ↓, ↔, ↨);
pontos (•, ◦, ▪) ou segmentos de reta a 45º ( ∕ ). Independente do modelo de elemento
empregado ele deverá ser uniforme ao longo de um mesmo projeto.
13
- Cotas maiores são colocadas externas em relação às cotas menores evitando
cruzamentos.
- Cotas que tenham a mesma direção devem ser dispostas em série, alinhadas, de
forma contínua. Quando todas as cotas de uma mesma direção admitirem uma origem
comum estas poderão ser dispostas em paralelo. Pode-se adotar uma combinação destas
duas modalidades.
- Sempre que possível posicionar as cotas externas ao contorno da peça. Para o caso
de detalhes internos indicar suas cotas próximas ao detalhe.
14
- As linhas de contorno do objeto (arestas), linhas de centro de circunferências e arcos,
eixos de simetria podem ser utilizados como LINHAS DE EXTENSÃO.
- Ao final da cotagem de uma peça sempre indicar as dimensões totais principais como
largura total, altura total, profundidade total para peças em perspectivas. Verificar
sempre se o todo confere com a soma de suas partes.
- Não repetir a informação de uma mesma medida em dois lugares diferentes de uma
peça. Para peças com eixo de simetria cotar apenas um dos lados.
- Cotagem de diâmetros:
15
- Cotagem de raios:
- Cotagem de ângulos:
16
- Cotagem de elementos de um arco como corda, desenvolvimento (comprimento do
arco) e ângulo:
- No caso chanfros (linhas inclinadas interligando horizontais e verticais) adotar uma das
formas:
1X45°
Nota: uma das formas mais indicadas é a que indica as medidas através das dimensões
horizontal e vertical mesmo ocorrendo cruzamento entre as linhas de extensão pois desta
forma o traçado independe de instrumento específico para medida de ângulos.
- Detalhes uniformes, que se repetem de uma forma sequencial podem ser indicados
uma única vez, precedidos pelo total de repetições. Por exemplo, (8x)Ø0,5
17
- Quando houver necessidade as cotas podem fazer referência a linhas auxiliares
utilizadas na construção da peça.
Exemplo de cotagem em
Exemplo de cotagem em
Perspectiva Cavaleira.
Perspectiva Isométrica.
Sempre procurar estabelecer uma sequência na cotagem para que não seja perdida
nenhuma informação durante o processo. Por exemplo iniciar pela informação de
diâmetros ou raios de circunferências e arcos e a posição de seu ponto de centro, na
horizontal e vertical em relação ao contorno da peça. Dar seguimento com as cotas
menores seguidas pela maiores em uma mesma direção. Finalizar com as totais
principais.
O processo é livre sendo que muitas vezes será necessário reposicionar uma cota já
indicada para um melhor arranjo do conjunto final.
Quando houver dúvidas quanto ao valor de um ângulo não o informe como tal (exceto
ângulos de 30°, 45° ou 60° facilmente obtidos). Dar preferência para as informações de
seus lados, como um chanfro.
18
5 – PERSPECTIVAS
PERSPECTIVAS
CÔNICAS CILÍNDRICAS
TRIMÉTRICA
19
FACE 1 FACE 1
Pontos de Fuga
linhas
FACE 1 projetantes FACE 1
2 PONTOS DE 3 PONTOS
1 PONTO DE
FUGA DE FUGA
FUGA
P3
20
a) Perspectivas axonométricas ortogonais.
A + B + C = 360°
y x
As dimensões das faces apresentadas são lançadas ao longo das três direções principais
em Verdadeira Grandeza (VG) ou podem sofrer algum tipo de redução. Esta proporção
vai depender do tipo de perspectiva adotada: Isométrica, Dimétrica ou Trimétrica.
coeficiente de redução
Sistema de x, y e ao longo dos 3 eixos Ângulos entre eixos
Representação z principais
x y z A B C
Isometria 1:1:1 0,816 0,816 0,816 120º 120º 120º
Dimetria 4:3:4 0,883 0,863 0,883 126º50’ 106º20’ 126º50’
3:2:3 0,905 0,603 0,905 128º35’ 102º50’ 128º35’
2:1;2 0,943 0,471 0,943 131º25’ 97º10’ 131º25’
Trimetria 7:6:8 0,811 0,695 0,927 114º46’ 106º59’ 138º15’
5:4:6 0,806 0,645 0,967 108º13’ 101º10’ 150º37’
21
Nota: as linhas ocultas nos desenhos acima têm função apenas de facilitar a visualização
didática das diferentes apresentações em perspectiva e não fazem parte do desenho
final.
Para que o traçado fique mais simples de executar e a visualização represente melhor a
realidade do objeto deve ser adotado um critério na escolha da face frontal que será
desenhada no plano do desenho (face frontal) obedecendo a seguinte ordem:
1. Colocar no plano do desenho a face mais irregular ou a que contenha a maior
quantidade de círculos e arcos.
2. Colocar a face mais “característica” do objeto no plano do desenho.
3. Colocar a face que apresente a maior dimensão no plano de desenho.
22
Exercícios:
PEÇA 1
PEÇA 2
23
3) Analise a peça abaixo. Considerando que suas dimensões estão cotadas em
milímetros desenhar a mesma em ISOMETRIA. Adotar escala 10:1.
Título: DESENHOS EM PERSPECTIVA.
PEÇA 3 – ISOMETRIA
PEÇA 3
PEÇA 4
24
5) Analise a peça abaixo. Considerando que suas dimensões estão cotadas em
milímetros desenhar a mesma em PERSPECTIVA CALALEIRA A 45º. Definir a escala a
adotar.
Título: DESENHOS EM PERSPECTIVA.
PEÇA 5 – CAVALEIRA A 45º
PEÇA 5
PEÇA 6
25
6 – VISTAS ORTOGONAIS (PROJEÇÕES ORTOGONAIS).
Como o nome já faz referência vistas ortogonais são os desenhos que resultam da
projeção ortogonal das várias faces de um objeto sobre os planos principais horizontal e
vertical. Estes planos são posicionados de forma a subdividir o espaço em quatro setores
chamados de DIEDROS.
O Observador vai ocupar sempre a posição relativa exemplificada na figura abaixo
sendo que o objeto poderá ser representado somente no 1º ou no 3º diedro.
P1 P1
1ºDIEDRO
2ºDIEDRO
P3 P2 P3
P5 P5
P4
P2
P3
P1
P4 P5
OBSERVADOR
4ºDIEDRO
3ºDIEDRO
VISTA FRONTAL ou VISTA DE FRENTE ou
VISTA EM ELEVAÇÃO.
VISTA SUPERIOR ou VISTA DE TOPO ou
VISTA EM PLANTA.
OBSERVADOR
26
6.1- Representação das vistas ortogonais no 1º Diedro.
A peça apresentada abaixo foi situada na região do 1º DIEDRO sendo possível notar
que o objeto ocupa uma posição intermediária, entre os olhos do observador e os planos
verticais e horizontais de projeção. A projeção ortogonal da face observada aparece
representada sobre as faces “internas” do paralelepípedo que envolve o objeto. Neste
caso será necessário “abrir” o mesmo para visualizar as imagens obtidas.
Vista superior
Vista inferior
OBSERVADOR
Vejamos a seguir como ficarão as vistas ortogonais desta peça seguindo as orientações
do 1º Diedro. Observe que haverá uma “inversão” das vistas superior e inferior, e laterais
esquerda e direita em relação à vista frontal. Por definição a vista posterior sempre é
posicionada ao lado da vista lateral esquerda.
27
linha imaginária não faz
parte do desenho final
X VISTA INFERIOR
X
X X X
X X X
VISTA LATERAL DIREITA VISTA FRONTAL VISTA LATERAL ESQUERDA VISTA POSTERIOR
X
VISTA SUPERIOR
1° DIEDRO 3° DIEDRO
(Sistema europeu (Sistema americano
de projeção) de projeção)
28
6.2- Representação das vistas ortogonais no 3º Diedro.
Para o mesmo objeto do item anterior sua representação seria obtida através da
projeção de suas faces sobre as paredes externas do paralelepípedo sendo necessário
também “abrir” o mesmo para visualizar as imagens obtidas porém, neste caso, as
imagens estariam no lado de fora da caixa (como seria se desmontássemos uma caixa de
um determinado produto de forma a visualizar todos os seu “rótulos” externos).
Vista superior
Vista inferior
OBSERVADOR
Vejamos a seguir como ficarão as vistas ortogonais desta peça seguindo as orientações
do 3º Diedro. Observe que todas as vistas ocuparão as reiais posições em relação à face
frontal. Vista superior ficará acima da frontal e vista inferior ficará abaixo. As vistas
laterais direita e esquerda ocuparão em relação à face frontal as respectivas posições à
direita e à esquerda. Por definição a vista posterior sempre é posicionada ao lado da vista
lateral esquerda.
29
linha imaginária não faz
parte do desenho final
VISTA SUPERIOR
X
X X X
X X X
VISTA POSTERIOR VISTA LATERAL ESQUERDA VISTA FRONTAL VISTA LATERAL DIREITA
X
X= distância entre as vistas deve ser igual
(entre 10 a 30mm dependendo do espaço
disponível)
VISTA INFERIOR
Para cada objeto são definidas 6 projeções ortogonais todas elas com posição pré-
definida em relação ao Diedro escolhido para a sua representação:
- Vista frontal ou Vista de frente;
- Vista lateral esquerda ou vista de perfil (esquerdo);
- Vista lateral direita ou vista de perfil (direito);
- Vista superior;
- Vista inferior e
- Vista posterior.
Para a grande maioria de peças são necessárias apenas três vistas: Frontal, superior e
uma vista lateral (esquerda ou direita dependendo da mais detalhada).
30
O traçado das vistas ortogonais deve seguir o seguinte procedimento:
b) Representar a vista frontal com todas as linhas visíveis representadas com linha
contínua, linhas ocultas com tracejadas, linhas de centro de círculos e arcos com linhas
em traço-ponto e eixos de simetria também com linha traço-ponto. Observar que esta
também deve ser a ordem de precedência entre as linhas. Nunca desenhar linhas
sobrepostas.
Veremos que o alinhamento entre as vistas vai facilitar o seu traçado porque muitas
linhas estarão presentes em mais de uma vista sendo necessário apenas transportá-las
de uma representação para a outra.
31
EXEMPLO:
Traçar as vistas ortogonais para a peça apresentada em perspectiva isométrica.
Resolução:
Uma análise visual mostra que três vistas serão suficientes; a vista frontal será escolhida
a que apresenta as características principais da peça.
32
Exercícios.
33
34
2) Desenhar três vistas ortogonais para as peças a seguir no 3º DIEDRO.
Para todas considerar as medidas cotadas em mm. Indicar a escala adotada em seu
desenho. Cotar conforme necessário.
35
3) Desenhar três vistas ortogonais para as peças escolhendo o DIEDRO de
representação. Para todas considerar as medidas cotadas em mm. Indicar a escala
adotada em seu desenho e cotar conforme necessário.
36
37
7 – VISTAS AUXILIARES.
OS DETALHES FICAM
DEFORMADOS !
Nestes casos estas faces serão projetadas ortogonalmente sobre planos auxiliares
paralelos a elas. A projeção desta vista auxiliar poderá ser colocada “acima” ou “abaixo”
da vista frontal como melhor ficar a distribuição no espaço do desenho.
Para uma peça que apresente parte dela inclinada em relação aos planos principais
podemos inclusive seccionar a vista auxiliar mostrando apenas as linhas e arestas visíveis
38
e não visíveis que ocorrem em VG naquela vista auxiliar. Sempre haverá necessidade da
Vista frontal tradicional.
Vista “A”
Exercícios.
PEÇA 16
39
2) Representar a peça abaixo através de suas projeções ortogonais utilizando o recurso
das vistas auxiliares. Cotar. Dimensões em mm.
PEÇA 17
8 – VISTAS EM CORTE.
Para a peça acima vamos apresentar as duas soluções possiveis através de suas vistas
ortogonais: a primeira, com duas vistas tradicionais no 1º Diedro e outra através da
substituição da Vista Frontal por uma Vista em Corte.
40
Vista Frontal Vista Lateral
Esquerda
Vista Superior
DETALHAMENTO ATRAVÉS DE VISTAS ORTOGONAIS
NO 1º DIEDRO
A B
Vista Superior
DETALHAMENTO ATRAVÉS DE VISTAS EM CORTE
(a vista frontal foi substituída por uma vista em corte)
41
Nas vistas em corte não são representadas as linhas tracejadas de referência a alguma
aresta que esteja “atrás” do plano de corte (linha oculta).
Situações especiais:
a) Se a espessura da peça a ser hachurada for muito estreita (seção delgada) a hachura
deverá ser substituída por negrito com indicação por escrito do material.
b) Se a região a ser hachurada for muito extensa as hachuras poderão ser aplicadas ao
longo do contorno interno da área a hachurar.
c) Quando duas peças colocadas justapostas forem atingidas por um corte e seu material
ou materiais possuir padrão de hachura linear (ex. ferro, aço, etc.) empregar inclinações
opostas para cada peça. Este procedimento simples vai facilitar muito a observação da
vista em corte.
d) Quando duas peças de seção delgada forem justapostas e atingidas pelo mesmo plano
de corte deixar entre as duas seções em negrito um pequeno “vão de luz” de
aproximadamente 1mm ou menos.
42
parafuso de cabeça
sextavada
arruela
rebite rebite
arruela
porca
Podemos ter vários tipos de corte, cada um deles associado a uma situação específica.
VISTAS
EM
CORTE
Para uma mesma peça ou conjunto de peças podemos empregar tantos cortes quanto
sejam necessários para sua maior clareza inclusive adotando tipos de cortes diferentes
em cada direção.
Sempre que possível manter o posicionamento dos cortes segundo a orientação de 1º
ou 3º diedro, substituindo a vista tradicional pela visualização do corte proposto.
8.1 – Corte Pleno ou Corte Total.
Este tipo de corte pode ser adotado sempre que a direção do seccionamento desejado
atravessar totalmente a peça ao longo de seu comprimento total nesta direção seja ela
longitudinal ou transversal.
43
B
C
REPRESENTAÇÃO iSOMÉTRICA
CORTE AB CORTE CD
C
A B
D
VISTA SUPERIOR
Exercícios.
A
PEÇA 18
44
F
H
E
PEÇA 19
A PEÇA 20
2) Analise a Peça 21 abaixo. Representar a mesma através de sua vista superior e dois
cortes totais de forma que TODOS os detalhes sejam visíveis em pelo menos uma das
representações. Medidas em mm. Cotar.
PEÇA 21
45
8.2 – Meio Corte.
Este tipo de corte pode ser adotado sempre que ao longo da direção de seccionamento
desejada a seção cortada apresentar um eixo de simetria.
A partir do eixo de simetria representado no desenho por uma linha traço-ponto fina
metade da seção será representada em corte e, a outra metade será desenhada com a
vista externa da peça, sem representação das linhas em projeção.
eixo de simetria
A VISTA SUPERIOR
A B B
Isometria
46
Exercícios
1) Representar a Peça 22 através de sua vista superior substituindo sua Vista Frontal por
um Meio Corte. Medidas em mm. Cotar.
R48
R 28
R66
5
R3
R28
PEÇA 22
Nota: após o detalhamento será possível verificar que para uma peça com muitos
detalhes internos apenas a Vista Superior e um Meio Corte são suficientes.
47
2) Representar a Peça 23 através de sua vista superior substituindo sua Vista Frontal por
um Meio Corte. Medidas em mm. Cotar.
PEÇA 23
Este tipo de corte poderá ser empregado quando a peça em estudo apresentar dois ou
mais detalhes não alinhados porém que tenham eixos paralelos entre si.
Passando totalmente através de um detalhe o plano de corte desvia a 90º até atingir a
direção do próximo detalhe; o corte o atravessa e segue sucessivamente até o final da
peça. Todos os detalhes devem ser atingidos totalmente pelo corte.
48
B
LOCALIZAÇÃO DA DEFLEXÃO
A 90° SOFRIDA PELO DESVIO
NO PLANO DE CORTE.
Observar que:
- as linhas de deflexão a 90° dos
desvios nos planos de corte NÃO
CORTE AB são desenhadas na vista em corte.
- para a peça deste exemplo seriam
suficientes apenas estas duas vistas
para apresentar com precisão todos
os seus detalhes.
A
B
VISTA SUPERIOR
49
Exercícios.
lar
ngu
a
rno 0 ret
i nte of. 1 ro
fu of. 7
o r
fur e p pr
Ø5
PEÇA 24
2) Analise a Peça 25. Desenhar seu detalhamento através da representação de sua vista
superior e um corte em desvio. Medidas em mm. Cotar. Espessura da peça = 15mm.
PEÇA 25
furos sem indicação de
profundidade atravessam
totalmente a peça na
direção de seu eixo.
50
3) Representar a Peça 26 através de sua Vista superior e um corte em desvio de forma
que todos os detalhes sejam atingidos pelo corte. Escolha a escala de desenho. Cotar.
Medidas em mm.
PROFUNDIDADE
50mm
PEÇA 26
furos sem indicação de
profundidade atravessam
totalmente a peça na
direção de seu eixo.
Material = aço.
Este tipo de corte se aplica para os casos de peças que apresentem detalhes não
alinhados posicionados sobre eixos não paralelos entre si. Ele se aplica de maneira
especial para peças com desenvolvimento radial como rodas de veículos, discos de freio,
enfim, elementos circulares com centro comum.
Neste caso o plano de corte vai sofrer desvios em ângulos diferentes de 90º, <180º,
sempre procurando atingir o eixo de cada detalhe.
O desenho da seção cortada vai acompanhar a linha do corte sendo que nos pontos
onde há deflexão não é feita nenhuma marcação gráfica.
51
CORTE CD
CORTE AB
A
D
VISTA SUPERIOR
B
VISTA SUPERIOR
Observar nestes dois exemplos acima que mesmo para peças com vários detalhes
apenas duas vistas são sufucientes para o detalhamento executivo.
Exercícios.
todos os furos
são passantes.
PEÇA 27
52
2) A Peça 28 tem sua vista superior representada abaixo. Redesenhe esta vista superior e
o Corte AB proposto. Escolha a escala de desenho. Cotar. Medidas em mm.
abertura
passante
PEÇA 28
espessura da peça - 25mm
material - ferro
Poderá ser adotado sempre que se desejar mostrar em corte apenas um detalhe
localizado em uma peça que esteja representada através de suas Vistas Ortogonais
tradicionais. O corte é representado diretamente sobre a vista ortogonal no local onde
haja interesse. Inclusive em uma mesma vista pode-se indicar mais de um corte parcial.
Observar os exemplos abaixo.
53
Exemplo 2: a peça está representada no 1º diedro através de sua vista frontal e da sua
vista superior. Foram aplicados cortes parciais nas duas vistas destacando apenas os
detalhes de interesse.
8.6 – Seções.
‘Exemplo1: Uma viga em aço com Perfil “I” tem seção constante ao longo de todo o seu
comprimento. Observe que foi escolhida uma vista com apresentação de sua maior
dimensão, o comprimento. Uma linha de ruptura foi aplicada à vista desenhada com
introdução de sua seção na própria vista.
54
Exemplo 2: Uma corrente formada por vários elementos (elos) todos iguais entre si.
bastará detalhar um dos elos para a produção de vários iguais.
detalhamento de um elo
para uma corrente.
Quando várias seções se sucedem ao longo de um eixo, em planos paralelos entre si, o
desenho deverá ser feito abaixo ou acima da vista tradicional se o eixo for horizontal ou,
ao lado para eixos verticais de forma que todas as seções estejam alinhadas por este
eixo. Neste caso inclusive podemos ter escalas diferentes de representação. A vista
tradicional é representada em uma escala e as seções em escala diferentes, todas elas
indicadas abaixo da identificação de cada desenho.
A
Seção A
A
A B C
Seção A
A A
Seção B
B B
C C
Seção C
55
Exercício.
Traçar a vista frontal e três seções. Medidas em mm. Cotar.
furo Ø5
prof. 18
furo Ø5
passante
material = aço
furo Ø5
prof. 30
PEÇA 29
56
Bibliografia.
- Silva, Eurico de O., Albiero, Evandro. Desenho Técnico Fundamental. EPU- Editora
Pedagógica e Universitária Ltda.
57