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CLASSICISMO

O Classicismo refere-se, geralmente


à valorização da Antiguidade Clássica
como padrão por excelência do
sentido estético, que os classicistas
pretendem imitar.
CARACTERÍSTICAS GERAIS

• Racionalismo
• Antropocentrismo
• Paganismo
• Neoplatonismo
• Estudo imitação da cultura grega
• Fusionismo: Mitologia pagã e cristã
• Simplicidade, clareza e concisão
• Equilíbrio, harmonia e senso de proporção (Rigor e perfeição
formal)
• Mimese = (imitação da Natureza: Aristóteles)
• Soneto (2 Quartetos e 2 Tercetos)
CAMÕES E OS SONETOS
Camões assegurar o triunfo do soneto.
Os sonetos de Camões são a parte mais conhecida de sua lírica; os
melhores que escreveu são os melhores de toda a literatura da
língua portuguesa.
A brevidade do soneto - dois quartetos, dois tercetos - requer
grande concentração emocional, geralmente disposta sob a forma
de tese-antítese com desfecho conclusivo que busca a síntese ou a
unidade.

A linguagem é condensada no decassílabo, utilizando a palavra de


forma precisa, permeada pelo controle rígido da razão, mesmo
quando o tema é uma aparente desordem.
MANEIRISMO
• O maneirismo de Camões é entendido como
um momento de transição entre a placidez
clássica e o tumulto barroco. Nos sonetos
maneiristas, o poeta envereda pelos temas do
desacerto do mundo e da mutabilidade das
coisas.
SONETO
• Correm turvas as águas deste rio,
• que as do Céu e as do monte as enturbaram;
• os campos florecidos se secaram,
• intratável se fez o vale, e frio.

• Passou o Verão, passou o ardente Estio,


• üas cousas por outras se trocaram;
• os fementidos Fados já deixaram
• do mundo o regimento, ou desvario.

• Tem o tempo sua ordem já sabida;


• o mundo, não; mas anda tão confuso,
• que parece que dele Deus se esquece.

• Casos, opiniões, natura e uso


• fazem que nos pareça desta vida
• que não há nela mais que o que parece
SONETO
• Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta sida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cd me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou
O AMOR PLATÔNICO EM CAMÕES
• O platonismo revela-se, no soneto, pela
sublimação eternizadora da amada, a partir de
sua morte. O poeta contempla a amada
transubstanciada em puro espírito ("lá no
assento etéreo"), por via do muito amar.
Caracterização feminina
• Quem vê, Senhora, claro e manifesto
O lindo ser de vossos olhos belos,
Se não perder de vista só em vê-los,
Já não paga o que deve a vosso gesto.

• Este me parecia preço honesto;


Mas eu, por de vantagem merecê-los,
Dei mais a vida e alma por querê-los,
Donde já não me fica mais de resto.

• Assim que a vida e alma e esperança,


E tudo quanto tenho, tudo é vosso,
E o proveito disso eu só o levo.

• Porque é tamanha bem-aventurança


O dar-vos quanto tenho e quanto posso,
Que, quanto mais vos pago, mais vos devo

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