O documento resume 11 crimes militares e suas penalidades, incluindo desrespeito a superior, insubordinação, uso indevido de uniforme, deserção, abandono de posto, embriaguez e dormir em serviço.
O documento resume 11 crimes militares e suas penalidades, incluindo desrespeito a superior, insubordinação, uso indevido de uniforme, deserção, abandono de posto, embriaguez e dormir em serviço.
O documento resume 11 crimes militares e suas penalidades, incluindo desrespeito a superior, insubordinação, uso indevido de uniforme, deserção, abandono de posto, embriaguez e dormir em serviço.
suas conseqüências. Sumário I. Introdução II. Desenvolvimento 1. Crimes Militares III. Conclusão I. Introdução
Os crimes militares são
aqueles cometidos por militar (caráter militar do agente) ou que pela qualidade militar do ato praticado, são reconhecidos. II. Desenvolvimento 1. Crimes Militares
a. Conceituação 1) Crime Militar é toda ofensa ao dever militar, praticado de maneira acentuadamente anormal e prevista no CPM; e
2) Transgressão Disciplinar é qualquer violação dos deveres e das obrigações militares, na sua manifestação elementar e simples. Previsto no RDE. b . Classificação dos crimes
1) Políticos: os que atentam contra ordem política do Estado, quer interna quer externamente; 2) Comuns: os que atentam contra os bens jurídicos dos indivíduos, da família ou da sociedade; 3) De ação: praticados mediante ação; 4) De omissão: são os praticados mediante inação, o sujeito deixa de fazer alguma coisa; 5) De ação por omissão: quando o agente transgride, por omissão, há preceito proibitivo de lei penal; 6) Simples: um só ato; e 7) Complexo: é a fusão de dois ou mais tipos penais. c. Crimes Flagrantes.
1) está cometendo o crime; 2) acaba de cometê-lo; 3) é perseguido logo após o fato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o seu autor; e 4) é encontrado, logo após, com instrumentos, objetos, material ou papéis que façam presumir a sua participação no fato delituoso. d. Crime doloso é quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
e. Crime culposo é quando o agente, deixando
de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever, ou prevendo-o, supõe levemente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo; f. Alguns crimes militares 1) Desrespeito ao Superior - Art 160 CPM
a) Desrespeitar superior diante de outro militar:
- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano, se o fato não constitui crime mais grave;
- Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o
Cmt da Unidade a que pertence o agente, oficial general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da ½ (metade); e
- Podemos dizer que desrespeito é a falta de
consideração pelo superior hierárquico, fato que, no meio civil, seria considerado falta de educação para com o chefe. No meio militar há a preocupação em preservar a hierarquia e a disciplina. 2) Insubordinação – Art 163 CPM
a) Recusar obedecer a ordem do superior
sobre assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever imposto em lei, regulamento ou instrução:
- Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos,
se o fato não constitui crime mais grave; e
- Mais conhecido como recusa de obediência,
trata-se de crime propriamente militar em que o subordinado deixa de cumprir ordem de seu superior relativa a serviço ou dever militar imposto em lei, regulamento ou instrução. 3) Uso indevido de uniforme – Art 172 CPM
a) Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou
insígnia militar a que não tenha direito:
- Pena – detenção, até 6 (seis) meses;
- Crime impropriamente militar que pode ser
cometido por qualquer pessoa, tanto os civis, como os militares da reserva e reformados; - O que a lei protege é a autoridade militar e a ordem administrativa, levando-se em conta que a farda ou uniforme identifica aquele que a utiliza, como membro de alguma Organização Militar (Federal, Estadual e Corpo de Bombeiros); e - O artigo 171 do CPM trata do militar que utiliza uniforme ao qual não tenha direito (normalmente de posto ou graduação acima), não levando-se em conta o motivo ou causa que o induziu a fazê-lo, com pena que varia entre 6 (seis) meses a 1 (um) ano, se o fato não constituir crime mais grave. 4) Deserção – Art 187 CPM
a) Ausentar-se o militar, sem licença, da
unidade em que serve, ou do lugar em que deve permanecer, por mais de 8 (oito) dias:
- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos; se oficial, a pena é agravada;
- O militar estabilizado pode ser licenciado
legalmente em qualquer tempo, já o efetivo variável fica dependendo do término do serviço militar obrigatório e os Cb/Sd do núcleo base precisam aguardar o término do engajamento; e - O militar indiciado ou acusado por esse delito não tem direito à liberdade provisória, assim como ao condenado não é concedida a suspensão condicional da pena. Vale mencionar que a contagem do prazo inicia-se a zero hora do dia seguinte ao da verificação da ausência. O oitavo dia é contado por inteiro, esgotando-se as 24 (vinte e quatro) horas do oitavo dia de ausência. 5) Abandono de posto – Art 195 CPM
a) Abandonar, sem ordem superior, o posto
ou lugar de serviço que lhe tenha sido designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:
- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano; e
- Aqui o que se incrimina é abandonar,
afastar-se sem ordem superior do posto ou lugar de serviço que lhe foi designado, quer definitiva ou temporariamente, bem como abandonar o serviço que deveria exercer sem terminá-lo. A tentativa não é admitida. Assim, conclui-se que a consumação do delito ocorre no exato momento em que o militar se afasta de seu posto e o deixa sem vigilância, não importando o tempo que fica ausente. 6) Descumprimento de missão – Art 196 CPM
a) Deixar o militar de desempenhar a missão
que lhe foi confiada:
- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2
(dois) anos, se o fato não constitui crime mais grave; e
- Crime propriamente militar, onde o dever
militar e a regularidade do funcionamento das instituições militares são resguardados. Ocorre quando o militar se omite ou deixa de desempenhar a missão que lhe foi confiada. É indispensável que a missão seja compatível com o posto, a patente ou a condição de praça. Além disso, é necessário observar a legalidade da missão, incluindo-se aqui a competência da autoridade que a ordenou. 7) Embriaguez em serviço – Art 202 CPM
a) Embriagar-se o militar, quando em serviço,
ou apresentar-se embriagado para prestá-lo:
- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos; e
- A punição por embriaguez em serviço faz-se
necessária porque, além de preservar a integridade física e psíquica do militar, procura também resguardá-lo de acidentes consigo mesmo, bem como em terceiros, ferindo ou até podendo tirar a vida de um companheiro ou colocar em perigo a estabilidade da OM. Essa modalidade de delito divide-se em duas formas: na primeira o militar já se encontra de serviço e embriaga-se. Se após a ingestão de bebida alcoólica o agente não ficar embriagado, não existe crime e ele responderá disciplinarmente. Na segunda forma, o militar apresenta-se embriagado para prestar o serviço. 8) Dormir em serviço – Art 203 CPM
a) Dormir o militar, quando em serviço:
- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano; e
- É imprescindível que o militar utilize-se de todos os meios necessários para manter-se acordado e atento durante seu quarto de hora, valendo-se do preceito de que a preparação para o serviço inicia-se no exato momento do conhecimento da escala. O militar de serviço deve sempre estar consciente de sua responsabilidade de militar e cidadão para cumprir da melhor forma possível o que lhe for confiado, sob a pena de além de ser considerado um criminoso, perder sua própria vida e, ainda, colocar em risco a vida de todos os seus companheiros, instalações e operações militares. Toda escala de serviço existe uma razão de ser, ainda mais na atualidade, em que nossas unidades e instalações tornaram-se alvo de bandidos em busca de armamentos e equipamentos militares. 9) Lesão corporal – Art 209 e 210 CPM
a) Ofender a integridade corporal ou a saúde
de outrem:
- Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um)
ano; e
- Visa proteger a integridade corporal (física e
psíquica) contra toda e qualquer forma de lesão. Isso compreende arranhões, esfoladuras, ferimentos dilacerantes e contusões variadas. No que diz respeito à saúde compreende, também, as convulsões, choques nervosos e alterações psíquicas provenientes de coação e ou ameaça de qualquer tipo. Dentro da caserna os fatos mais comuns causadores de lesões e até mesmo homicídio são acidentes com armas, brigas e “trotes”. Nesses casos a ação poderá ser culposa ou dolosa. 10) Ato libidinoso – Art 235 CPM
a) Praticar, ou permitir o militar que com ele se
pratique ato libidinoso, homossexual ou não, em lugar sujeito à administração militar:
- Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um)
ano;
- Crime propriamente militar, configura-se
somente se praticado em local sob administração militar. Devemos observar que existem duas ações: a do agente ativo (praticar, realizar, fazer e executar) e a do agente passivo (permitir, consentir e autorizar). Se um deles for civil, somente o militar responderá pelo delito. Cabe ressaltar que não existe qualquer tipo de discriminação por parte da legislação penal militar quanto à opção sexual do indivíduo, o que se preserva, no entanto, é a integridade moral das Instituições Militares; e - LIBIDINOSO: Relativo ao prazer sexual, ou que o sugere, lascívia, sensualidade. 11) Ato obsceno – Art 238 CPM
a) Praticar ato obsceno em lugar sujeito à
administração militar: - Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano;
- Parágrafo único – A pena é agravada, se o
fato é praticado por militar em serviço ou por oficial;
- Crime praticado por civil ou militar, homem
ou mulher. Se civil cabe ressaltar que torna-se difícil a caracterização de crime militar.
- O ato obsceno caracteriza-se pela simples
exposição em público do órgão genital, a masturbação, a micção, gestos ou sinais com a intenção de ofender o pudor público.
- OBSCENO: Que fere o pudor, impuro,
desonesto 12) Furto simples – Art 240 COM a) Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: - Pena – reclusão, até 6 (seis) anos b) Furto qualificado - Se o furto é praticado durante a noite: - Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. c) Se a coisa furtada pertence à fazenda nacional: - Pena- reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. - § 6° - SE O FURTO É PRATICADO: I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; II - com abuso da confiança ou mediante fraude escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa; e IV - mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas. Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos. 13) Furto de uso – Art 241 CPM
a) Se a coisa é subtraída para o fim de uso
momentâneo e, a seguir, vem a ser imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava:
- Pena – detenção, até 6 (seis) meses;
- A lei penal militar ao tipificar o furto de uso
teve a finalidade de proteger em sentido amplo o patrimônio contra toda e qualquer espécie de ofensa ou violação da propriedade e da vontade do possuidor; e
- Pode configurar-se pela simples
apropriação de viatura militar com o intuito de dar uma “voltinha” ou, até mesmo, pela apropriação de uma moto de um colega para dar um passeio, mesmo que por uns poucos instantes. 14) Dano – Art 262 CPM
a) Praticar dano em material ou aparelhamento
de guerra ou de utilidade militar, ainda que em construção ou fabricação, ou em efeitos recolhidos a depósito, pertencentes ou não às Forças Armadas:
- Pena – reclusão, até 6 (seis) anos; e
- Neste crime se protege os bens da fazenda
nacional para que não sejam depredados, destruídos ou deteriorados. São protegidos pelo Código Penal Militar todos os bens que pertencem ao patrimônio militar (armamentos, equipamentos em geral, viaturas, utensílios, instalações, etc), excluindo-se os bens particulares que são protegidos pela justiça comum, salvo se estiverem sob administração militar. Assim, conclui-se que os bens protegidos são aqueles pertencentes ao patrimônio das instituições militares. 15) Tráfico, posse ou uso de entorpecente - Art 290 CPM a) Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: - Pena – reclusão, até 5 (cinco) anos; e - Crime militar que pode ser cometido por militar ou civil, desde que seja praticado em local sob administração militar. Pelo entendimento do Superior Tribunal Militar não se leva em conta a quantidade de substância entorpecente em posse do agente, pode ser um decigrama ou até mesmo um centigrama de substância que irá configurar o delito. 16) Desacato – Art 298 CPM
a) Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro,
ou procurando deprimir-lhe a autoridade:
- Pena – reclusão, até 4 (quatro) anos, se o fato não constituir
crime mais grave;
- Trata-se de crime propriamente militar em que se protege a
autoridade, a disciplina e a hierarquia militar. A ação desacatar consiste no menosprezo, no ultraje, no insulto e na ofensa moral praticada contra superior hierárquico; e
- A consumação ocorre no momento em que o desacato é
cometido na presença do superior, mesmo que o ofendido não perceba a ofensa, bastando a possibilidade de tomar conhecimento diretamente. Não é admitida a tentativa e há forma qualificada se o crime é cometido contra oficial general ou comandante da unidade a que pertence o agente. Por fim, não há o benefício da suspensão condicional da pena ao sentenciado por esse crime. g. Penas 1) Pena é a sanção aplicada pelo Estado àquele que por ação ou omissão, infringiu o preceito da lei penal; e 2) Doutrinariamente, a pena não tem por efeito “castigar” o delinqüente (o que foi de encontro a uma norma penal) e sim “prevenir a criminalidade e emendar o delinqüente”. 3) Penas principais a) Morte; b) Prisão; c) Detenção; d) Impedimento; e) Suspensão do exercício do posto ou graduação, cargo ou função; e f) Reforma.