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DIREITO CONTRATUAL

2. Elementos do Contrato/ A escala ponteana


1. A ESCALA PONTEANA (Pontes de Miranda)
1ª escala: elementos de existência.
2ª escala: elementos de validade.
3ª escala: elementos de eficácia.
  Agente
Elementos de
  Objeto
existência
Forma
Elementos Vontade
constitutivos dos Elementos de Gerais
negócios jurídicos validade Particulares

Elementos de Naturais
eficácia Acidentais
2. ELEMENTOS DE EXISTÊNCIA (TEORIA DO ATO
INEXISTENTE)
Cristiano Chaves e Nelson Rosenval (2013, p. 615) apontam os
seguintes elementos: agente, objeto, forma e vontade exteriorizada.
Carlos Roberto Gonçalves (2007, p. 310) adota os seguintes
elementos de existência: declaração de vontade, finalidade negocial,
objeto idôneo.

- Agente: é necessária a presença da pessoa que vai negociar. É


necessário que a pessoa exista. Não é possível negociar patrimônio
de quem não existe.
- Objeto: é necessária a existência de um objeto que esse objeto deve ter
finalidade negocial. Por exemplo, regras de convivência não tem finalidade
negocial.

- Forma: essa questão da forma remonta ao Direito Romano, quando a forma


era elemento de existência dos negócios. Hoje, não tem muito sentido, pois a
forma é exceção e é um elemento de validade.

- Vontade: é necessária uma manifestação de vontade. Sem manifestação de


vontade, não existe negócio jurídico.

OBS. Críticas à teoria do ato inexistente.


3. ELEMENTOS DE VALIDADE/ ELEMENTOS ESSENCIAIS
■ Podem ser: gerais ou particulares.
■ São elementos de validade: 1) agente capaz; 2) objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; 3) forma prescrita ou não defesa em lei; 4)
vontade livre e consciente (Art. 104, CC + artigos sobre os vícios de
vontade).

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto


lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não
defesa em lei. + vontade livre e consciente (sem erro, dolo ou coação).
3. ELEMENTOS DE VALIDADE/ ELEMENTOS ESSENCIAIS
■ Podem ser: gerais ou particulares.
■ São elementos de validade: 1) agente capaz; 2) objeto lícito, possível,
determinado ou determinável; 3) forma prescrita ou não defesa em lei; 4)
vontade livre e consciente (Art. 104, CC + artigos sobre os vícios de
vontade).

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto


lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não
defesa em lei. + vontade livre e consciente (sem erro, dolo ou coação).
AGENTE CAPAZ: é necessário que a pessoa contratante seja maior e capaz.
Quando o absolutamente incapaz realiza um contrato sem a devida
representação, o contrato é nulo. Quando um relativamente incapaz realiza
um contrato sem a devida assistência o contrato é anulável.
Exceção: Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para
eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou
quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se
maior.
OBS. Polêmica. EPD e os poderes de representação. Como fica a situação
dos contratos firmados pelas pessoas com deficiência sem a participação
do curador?
OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
Objeto lícito: em outras palavras, o objeto não pode ser ilícito.
Objeto possível (física e juridicamente): em outras palavras, o objeto não pode ser
impossível nem física nem juridicamente.
Para invalidar o NJ/ contrato, a impossibilidade física do objeto deve ser absoluta.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for
relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
OBS. Objeto ilícito (ilicitude) X Objeto juridicamente impossível
(impossibilidade jurídica).
Objeto Determinado ou determinável: o objeto deve ser certo ou, pelo menos,
determinável. Não se pode negociar um objeto sem a mínima identificação. Art. 243,
CC.
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI
A forma pode ser:
- Livre: quando a lei não exige uma formalidade (art. 107);
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma
especial, senão quando a lei expressamente a exigir.
- Especial: quando a lei estipula uma forma (art. 108);
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à
validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
- Contratual: eleita pelas partes (art. 109).
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.
CONSENTIMENTO EXPRESSO, LIVRE E ESCLARECIDO
Consentimento expresso: no Direito, não cabe a máxima “quem cala,
consente”. A manifestação de vontade pode ser expressa (verbal ou escrita) ou
tácita (quando a lei determinar). O silêncio só é admitido quando a lei
expressamente o autorizar.
■ Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos
o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa. (Veja
que o silêncio só importa em anuência de forma excepcionalíssima,
mediante os usos).
■ Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita
ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça,
dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for
sujeita a encargo.
Consentimento livre e esclarecido: consentimento livre de erro, dolo ou
coação (vícios de consentimento). Vontade declarada é diferente da vontade
real e o agente ignora essa divergência.
- A situação da reserva mental: a vontade declarada é diferente da vontade
real, porém o agente sabe dessa divergência. Como o agente sabe dessa
divergência, o NJ é válido, como regra.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito
a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário
tinha conhecimento.
4. ELEMENTOS DE EFICÁCIA
Atingem a eficácia do NJ, seja tolhendo a eficácia
integralmente ou suspendendo os efeitos por um
determinado tempo. Podem ser:
Acidentais: inseridos no contrato pela vontade das partes.
Ex: condição, termo, encargo.
Naturais: presentes no contrato, em razão da lei. São
aplicáveis quando as partes não excluem sua incidência.

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