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Honra objetiva. Sentimento que o grupo social tem a


respeito dos atributos físicos, morais e intelectuais de
alguém. É o que os outros pensam a respeito do sujeito.
A calúnia e a difamação atingem a honra objetiva.
Ambas se consumam, portanto, quando terceira pessoa
toma conhecimento da ofensa proferida.

Honra subjetiva. Sentimento que cada um tem a


respeito de seus próprios atributos. É o juízo que se faz
de si mesmo, o seu amor-próprio, sua auto-estima.
Art. 138 ± Caluniar alguém, imputando-lhe v  fato definido
como   :

TIPO FUNDAMENTAL (caput)


Imputar. Atribuir a alguém a responsabilidade pela prática de algum
fato.
Falsamente. Elemento normativo do tipo. Se não for falsa a ofensa, o
fato é atípico. A falsidade pode referir-se:
a) à existência do fato - o agente narra um crime que ele sabe que não
ocorreu;
b) à autoria do crime - o fato existiu mas o agente sabe que a vítima
não foi a autora.
Se o sujeito acha que a imputação é verdadeira, há erro de tipo, que
exclui o dolo.
É necessário que o caluniador atribua ao caluniado a prática de um
fato determinado, ou seja, de um acontecimento concreto. Assim, dizer
que, no mês passado, João matou Pedro quando este chegava em
sua casa constitui imputação de fato determinado e configura calúnia,
desde que seja falsa tal imputação. Ao contrário, dizer apenas que
João é assassino constitui crime de injúria (imputação de qualidade
negativa), pois não existe na hipótese imputação de fato.
Elemento subjetivo. O dolo, direto ou eventual (quando o agente,
na dúvida, assume o risco de fazer uma imputação falsa).

Consumação. Conforme já visto, o crime de calúnia se consuma no


momento em que a imputação chega aos ouvidos de terceira
pessoa, já que se trata de crime que atinge a honra objetiva.
Independe, pois, de se saber quando a vítima tomou conhecimento
da ofensa contra ela assacada.

Tentativa. A calúnia verbal não admite tentativa, pois, ou o agente


profere a ofensa e o crime se consuma, ou não o faz e, nesse caso,
o fato é atípico. Na forma escrita, a tentativa é admissível, como,
por exemplo, no caso de carta ofensiva que se extravia.

Distinção. Na calúnia o agente visa atingir apenas a honra da


vítima, imputando-lhe falsamente um crime perante outras pessoas.
Na denunciação caluniosa (art. 339 do CP), o agente quer
prejudicar a vítima perante as autoridades constituídas, dando
causa, por exemplo, ao início de uma investigação policial ou de
uma ação penal, imputando-lhe crime ou contravenção de que o
sabe inocente.
Art. 138

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a


imputação, a propala ou divulga.

‡ Propalar ± verbalmente
‡ Divulgar ± por qualquer outro meio
‡ Somente dolo direto ± ³sabendo falsa´
Ocorre esse crime se o sujeito propala apenas para
uma pessoa ?
Sim, porque possibilita que ela venha a transmitir a
informação a outras pessoas.
É possível a tentativa nestes casos?
Não. Ou o sujeito conta o que ouviu ou não conta.

§ 2º - É punível a calúnia contra   .


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‡ A lei permite que o ofensor se proponha a provar, no mesmo processo, que a


imputação era verdadeira;

‡ A regra é que cabe na calúnia;

‡ Não será admitida em 03 hipóteses - Art. 138, § 3° - Admite-se aprova da verdade,


salvo:

‡ I- se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi
condenado por sentença irrecorrível.
Se o autor da imputação quiser provar em juízo que sua alegação é verdadeira (sem que
haja condenação por esse fato), ele estará passando por cima da vontade da vítima e
tocando em assunto que ela quis evitar. Por isso, não é permitida a exceção.

‡ II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no n. I do art. 141.


Não cabe, pois, a exceção da verdade quando a ofensa é feita contra o presidente da
República ou contra chefe de governo estrangeiro.

‡ III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
O crime imputado pode ser de ação pública ou privada. Em qualquer caso, se já houve
absolvição, não é possível a exceção, mesmo que surjam novas provas.

É possível existir a calúnia se a imputação for verdadeira?


Sim, nos casos em que não se admite exceção da verdade (art. 138, § 32, e 111, do CP).
 v

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à


sua reputação:

A difamação, conforme já mencionado, é crime que atenta


contra a honra objetiva, e pressupõe, tal qual na calúnia, a
imputação de um fato determinado, bastando, entretanto,
que a ofensa tenha o poder de arranhar a reputação da
vítima, ou seja, o bom nome, o bom conceito que o
ofendido goza entre seus pares.

Saliente-se que, na difamação, mesmo que a imputação


seja verdadeira, existirá o crime, deixando claro o
legislador que as pessoas não devem fazer comentários
com outros acerca de fatos desabonadores de que tenham
conhecimento sobre essa ou aquela pessoa.
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EXCEÇÃO DA VERDADE

DIFAMAÇÃO
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Parágrafo único - A exceção da verdade   


se admite se o ofendido é v     e
a ofensa é relativa ao   

v 

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   v


     
INJÚRIA

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o


decoro:

‡ Xingamento ou qualidade negativa: Chamar a vítima de


idiota, imbecil, ignorante, burro, celerado, monstro constitui
ofensa ao decoro.
Na queixa-crime ou na denúncia por crime de injúria e
necessário que o titular da ação descreva, sob pena de inépcia,
quais foram as palavras ofensivas ditas pelo ofensor, ainda que
sejam palavras de baixo-calão.

‡ A exceção da verdade é incabível

‡ Crime contra a honra subjetiva ± apenas se consuma quando


o fato chega ao conhecimento da vítima
INJÚRIA

Perdão Judicial

§ 1º - O juiz pode

  a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável,


provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em


outra injúria.
INJÚRIA REAL

§ 2º - Se a injúria consiste em     



v , que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem    :

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,



    
 à violência.

‡ Uma agressão que tenha o potencial de causar


vergonha, desonra

‡ Lesão corporal ± soma as penas / Vias de fato ±


absorvida
INJÚRIA REAL

‡ Pela natureza do ato ± rasgar a roupa, esbofetear, baixar


a roupa alheia (mostrando o cofrinho) ± art 61 LCP

‡ Pelo meio empregado ± cuspir no rosto, sujar de fezes,


atirar um bolo ± art 65 - LCP
INJÚRIA RACIAL

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a 


            
 
  
 
  


v   :

‡ Endereçado a pessoa ou pessoas determinadas

‡ Essa qualificadora foi inserida no Código Penal pela Lei n. 9.459/97.


O crime de injúria, como todos os demais crimes contra a honra,
pressupõe que a ofensa seja endereçada a alguém, ou seja, a pessoa
ou pessoas determinadas. Assim, os xingamentos referentes a raça ou
cor da vítima constituirão crime de injúria qualificada (e não racismo)
se visavam pessoa(s) determinada(s). Os delitos de racismo, por sua
vez, estão previstos na Lei n. 7.716/89 e se caracterizam por
manifestações preconceituosas generalizadas (a todos de uma
determinada cor, p. ex.) ou pela segregação racial (proibição de ficar
sócio de um clube ou de se matricular em uma escola em razão da
raça ou cor, p. ex.).
‡ Imunidade parlamentar ± art. 53 da Constituição Federal ± os
deputados e senadores são invioláveis por suas palavras, votos e
opiniões, quando no exercício do mandato.

‡ Os vereadores também são invioláveis, mas apenas nos limites do


município onde exercem suas funções

‡ Os advogados possuem imunidade, não praticando injúria e


difamação, quando no exercício regular de suas atividades ± art. 7º, da
Lei nº 8906/94

‡ Exige-se seriedade na conduta

‡ Se a ofensa é feita por brincadeira ± jocandi animu ± não há crime

‡ repreender ou aconselhar a vítima ± não há crime


Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se
de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de


governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;


BBB
    BBB

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a


divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
BBBBB    !BBBB

IV ± contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora


de deficiência, exceto no caso de injúria.
BBB    BBB

Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou


promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
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Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa,


pela parte ou por seu procurador;
*** oral ou escrita ***

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou


científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou
difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário


público, em apreciação ou informação que preste no
cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela


injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
  

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata


cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.

‡ Retirar o que disse ± assumir que errou

‡ Total e incondicional

‡ Causa extintiva da punibilidade ± art. 107, VI do CP

‡ Subjetiva ± não se estende aos outros querelados


‡ Independe de aceitação
‡ Somente em ação privada
‡ Apenas até a sentença de 1º grau
‡ não se aplica a injúria
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se
infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido
pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a
dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias,
responde pela ofensa.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo


somente se procede mediante queixa, salvo quando, no
caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do


Ministro da Justiça, no caso do n.º I do art. 141, e mediante
representação do ofendido, no caso do n.º II do mesmo
artigo.
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA
Imputa-se fato Imputa-se fato que não Atribui-se qualidade
criminoso é criminoso negativa e não um fato
Crime Ofensa a reputação Ofensa a dignidade

Honra Objetiva Honra Objetiva Honra Subjetiva

Terceira pessoa toma Terceira pessoa toma A própria pessoa toma


conhecimento conhecimento conhecimento
Formal Formal Formal

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