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uma análise
comparativa
Ideias inatas
As ideias factícias são produzidas pela nossa vontade, imaginativamente, a partir de outras ideias.
Entre as ideias inatas, Descartes inclui conceitos matemáticos e também conceitos metafísicos,
como os de substância, de verdade e de Deus.
Ao interrogar-se acerca da origem da ideia de Deus, Descartes declara que ele mesmo, Descartes,
não pode ser seu o autor: um ser imperfeito nunca poderia ter criado a ideia de um ser sumamente
perfeito.
Na verdade, é a Deus que se devem todas as nossas ideias inatas. Foi Deus que, por assim dizer,
“equipou” a nossa mente com essas ideias, permitindo-nos, através delas, perceber a verdade com
clareza e distinção.
Hume nega a existência de ideias inatas. Segundo o princípio da cópia, todas as ideias (até a de
Deus) derivam da experiência.
A natureza da mente
Para Descartes, uma mente consiste numa substância pensante, sem extensão, e nos
pensamentos que nela ocorrem.
Os diversos pensamentos que ocorrem numa mente são propriedades – ou, como diz Descartes,
modos – de uma substância pensante.
Numa mente, os pensamentos variam de momento para momento, mas a substância em que eles
ocorrem não deixa de ser a mesma ao longo do tempo.
Hume rejeita a conceção cartesiana da mente. Para Hume, uma mente consiste apenas num
agregado de pensamentos ou perceções. Não existe, para lá desses pensamentos, uma substância
que os sustente.
Conhecimento a priori
Descartes alega que podemos saber a priori que estas proposições são verdadeiras.
Hume defende que não podemos descobrir, sem recorrer à experiência, que entidades concretas
existem realmente e qual a sua natureza.
E, a respeito de muitas dessas questões, nem a experiência nos permite chegar a uma resposta
definida. É esse o caso da questão da existência de Deus.
A realidade do mundo físico
Descartes argumenta (após a ulatrapassagem da dúvida) que podemos estar certos da realidade dos
objetos físicos, porque os critérios da clareza e distinção, bem como a ação conjugada da razão e dos
sentidos assim o permite.
Se estes não fossem a causa das nossas perceções sensíveis, Deus seria enganador, o que é
absurdo.
Tal como Descartes, Hume sustenta que nós não percecionamos objetos físicos, pelo menos
diretamente: aquilo que nós percecionamos diretamente são perceções ou ideias na nossa própria mente.
Acreditamos que essas perceções sensíveis são causadas por objetos físicos e assemelham-se a eles.