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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

Novo Marco Legal da Ciência,


Tecnologia e Inovação
Lei nº 13.243/2016

Esplanada dos Ministérios, Bloco "E", 4º Andar, Sala 424


Brasília-DF
CEP: 70.067-900
PRINCIPAIS PONTOS DE
MODIFICAÇÃO
1. Dispensa da obrigatoriedade de licitação para compra ou contratação de produtos para fins de pesquisa
e desenvolvimento;
2. Regras simplificadas e redução de impostos para importação de material de pesquisa;
3. Permite que professores das universidades públicas em regime de dedicação exclusiva exerçam
atividade de pesquisa também no setor privado, com remuneração;
4. Aumenta o número de horas que o professor em dedicação exclusiva pode dedicar a atividades fora da
universidade, de 120 horas para 416 horas anuais (8 horas/semana);
5. Permite que universidades e institutos de pesquisa compartilhem o uso de seus laboratórios e equipes
com empresas, para fins de pesquisa (desde que isso não interfira ou conflita com as atividades de
pesquisa e ensino da própria instituição);
6. Permite que a União financie, faça encomendas diretas e até participe de forma minoritária do capital
social de empresas com o objetivo de fomentar inovações e resolver demandas tecnológicas específicas
do país;
7. Permite que as empresas envolvidas nesses projetos mantenham a propriedade intelectual sobre os
resultados (produtos) das pesquisas;
8. Lei de âmbito nacional;
9. As ICTs poderão atuar no exterior;
10. Os NIT poderão atuar como Fundações de Apoio.
LEI Nº 10.973/2004: ESTABELECE MEDIDAS DE
INCENTIVO À INOVAÇÃO E À PESQUISA CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA NO AMBIENTE PRODUTIVO

 Novidades: Essa é a lei mais impactada pelo Marco Legal, com


dezenas de modificações. Um dos destaques é o artigo que
permite às universidades e outras Instituições públicas de
pesquisa científica e tecnológica (chamadas ICTs) “compartilhar
seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e
demais instalações” com empresas e pessoas físicas para
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, “desde que
tal permissão não interfira diretamente em sua atividade-fim nem
com ela conflite”. O mesmo vale para o uso de seu “capital
intelectual”.
LEI Nº 6.815/1980: DEFINE A SITUAÇÃO
JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL

 Novidades: Inclui uma nova situação em que vistos


temporários podem ser concedidos a estrangeiros:
“na condição de beneficiário de bolsa vinculada a
projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação
concedida por órgão ou agência de fomento”.
LEI Nº 8.666/1993: INSTITUI NORMAS PARA LICITAÇÕES E
CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Novidades: Essa é a famigerada “Lei de Licitações”, que obriga instituições e


servidores públicos a abrir concorrência de preços e sempre optar pela oferta
mais barata sempre que precisam comprar alguma coisa. Ela é apontada há
décadas como um dos maiores entraves ao desenvolvimento da ciência nacional,
não só pela morosidade e burocracia excessiva dos processos envolvidos, mas
também por não levar em conta a qualidade e outras especificidades do produto
desejado.
 A novidade crucial é que o Marco Legal cria uma exceção nessa lei, dispensando
licitações “para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e
desenvolvimento”.
 No caso de obras e serviços de engenharia é dispensável até o limite de 20% do
valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23, da Lei de licitações
(R$ 300.000,00) e deverá seguir procedimentos especiais, conforme regulamento
do Poder Executivo.
LEI Nº 12.462/2011: INSTITUI O REGIME
DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS – RDC

 Novidades: O Marco Legal estende os benefícios do


RDC às licitações e contratos necessários à
realização “das ações em órgãos e entidades
dedicados à ciência, à tecnologia e à inovação”.
LEI Nº 8.745/1993: DISPÕE SOBRE A CONTRATAÇÃO
POR TEMPO DETERMINADO PARA ATENDER A
NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE
PÚBLICO

 Novidades: Passa a incluir a admissão de pesquisadores


e técnicos “para projeto de pesquisa com prazo
determinado, em instituição destinada à pesquisa, ao
desenvolvimento e à inovação” como uma necessidade
de excepcional interesse público, em que cabem os
benefícios da lei.
LEI Nº 8.958/94: DISPÕE SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE AS
INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR E DE PESQUISA
CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA E AS FUNDAÇÕES DE APOIO

 Novidades: Permite que os Núcleos de Inovação


Tecnológica (NITs) das instituições públicas de
pesquisa funcionem como fundações — dando mais
autonomia e reduzindo burocracia para sua atuação.
LEI Nº 8.010/90: DISPÕE SOBRE IMPORTAÇÕES
DE BENS DESTINADOS À PESQUISA CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA

 Novidades: Esclarece que as isenções de impostos previstas para importação


de máquinas e equipamentos aplicam-se “somente às importações realizadas
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),
por cientistas, por pesquisadores e por Instituição Científica, Tecnológica e de
Inovação (ICT) ativos no fomento, na coordenação ou na execução de
programas de pesquisa científica e tecnológica, de inovação ou de ensino e
devidamente credenciados pelo CNPq.”

 Também cria mais facilidades para a importação de bens e insumos para uso
em pesquisa científica e tecnológica, determinando que eles tenham
“tratamento prioritário e observem procedimentos simplificados” nos
processos de importação e desembaraço aduaneiro.
LEI Nº 8.032/90: DISPÕE SOBRE A ISENÇÃO
OU REDUÇÃO DE IMPOSTOS DE IMPORTAÇÃO

 Novidades: Esclarece que as isenções e reduções do


imposto de importação se aplicam às importações
realizadas por ICTs e por empresas “na execução de
projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação”.
LEI Nº 12.772/2012: DISPÕE SOBRE A ESTRUTURAÇÃO DO
PLANO DE CARREIRAS E CARGOS DE MAGISTÉRIO FEDERAL

 Novidades: O Marco Legal amplia o número de horas que pesquisadores da


rede pública em regime de dedicação exclusiva podem dedicar a atividades
no setor privado, de 120 para 416 horas anuais, ou 8 horas semanais.
 Permite que o professor, inclusive em regime de dedicação exclusiva, desde
que não investido em cargo em comissão ou função de confiança, ocupe
cargo de dirigente máximo de fundação de apoio mediante deliberação do
Conselho Superior da IFE.
 No regime de dedicação exclusiva, será admitida, observadas as condições da
regulamentação própria de cada IFE, a percepção de bolsa de ensino,
pesquisa, extensão ou estímulo à inovação paga por agência oficial de
fomento, por fundação de apoio devidamente credenciada por IFE ou por
organismo internacional amparado por ato, tratado ou convenção
internacional.
ALIANÇAS ESTRATÉGICAS
ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO

ESPÍRITO DA LEI

Art. 3o  A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios


e as respectivas agências de fomento poderão estimular e
apoiar a constituição de alianças estratégicas e o
desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo
empresas, ICTs e entidades privadas sem fins lucrativos
voltados para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que
objetivem a geração de produtos, processos e serviços
inovadores e a transferência e a difusão de tecnologia.
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Bônus Tecnológico

Subvenção a microempresas e a empresas de pequeno e


médio porte, com base em dotações orçamentárias de órgãos
e entidades da administração pública, destinada ao
pagamento de compartilhamento e uso de infraestrutura de
pesquisa e desenvolvimento tecnológicos, de contratação de
serviços tecnológicos especializados, ou transferência de
tecnologia, quando esta for meramente complementar
àqueles serviços.
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Contrato ou Convênio de Compartilhamento
Art. 4o A ICT pública poderá, mediante contrapartida financeira ou não financeira e por prazo
determinado, nos termos de contrato ou convênio:  
I - compartilhar seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais instalações com ICT
ou empresas em ações voltadas à inovação tecnológica para consecução das atividades de incubação,
sem prejuízo de sua atividade finalística;        
II - permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais
instalações existentes em suas próprias dependências por ICT, empresas ou pessoas físicas voltadas a
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação, desde que tal permissão não interfira
diretamente em sua atividade-fim nem com ela conflite;         
III - permitir o uso de seu capital intelectual em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação.           
Parágrafo único.  O compartilhamento e a permissão de que tratam os incisos I e II do caput obedecerão
às prioridades, aos critérios e aos requisitos aprovados e divulgados pela ICT pública, observadas as
respectivas disponibilidades e assegurada a igualdade de oportunidades a empresas e  demais
organizações interessadas.  
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Contratos de Transferência de Tecnologia e de
Licenciamento para outorga de direito de uso ou de
exploração de criação

Art. 6o  É facultado à ICT pública celebrar contrato de transferência de tecnologia e de


licenciamento para outorga de direito de uso ou de exploração de criação por ela desenvolvida
isoladamente ou por meio de parceria.

§ 1o A contratação com cláusula de exclusividade, para os fins de que trata o caput, deve ser
precedida da publicação de extrato da oferta tecnológica em sítio eletrônico oficial da ICT, na
forma estabelecida em sua política de inovação.

§ 1o-A. Nos casos de desenvolvimento conjunto com empresa, essa poderá ser contratada com
cláusula de exclusividade, dispensada a oferta pública, devendo ser estabelecida em convênio
ou contrato a forma de remuneração.          
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Acordo de Parceria
Art. 9o  É facultado à ICT celebrar acordos de parceria com instituições públicas e privadas para realização
de atividades conjuntas de pesquisa científica e tecnológica e de desenvolvimento de tecnologia, produto,
serviço ou processo.         
§1o O servidor, o militar, o empregado da ICT pública e o aluno de curso técnico, de graduação ou de pós-
graduação envolvidos na execução das atividades previstas no caput poderão receber bolsa de estímulo à
inovação diretamente da ICT a que estejam vinculados, de fundação de apoio ou de agência de
fomento.          
§ 2o As partes deverão prever, em instrumento jurídico específico, a titularidade da propriedade
intelectual e a participação nos resultados da exploração das criações resultantes da parceria,
assegurando aos signatários o direito à exploração, ao licenciamento e à transferência de tecnologia,
observado o disposto nos §§ 4o a 7o do art. 6o. 
§ 3o A propriedade intelectual e a participação nos resultados referidas no § 2o serão asseguradas às
partes contratantes, nos termos do contrato, podendo a ICT ceder ao parceiro privado a totalidade dos
direitos de propriedade intelectual mediante compensação financeira ou não financeira, desde que
economicamente mensurável.          
      
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Convênio de PD&I
Art. 9o-A.  Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios são autorizados a conceder
recursos para a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação às ICTs ou diretamente aos pesquisadores
a elas vinculados, por termo de outorga, convênio, contrato ou instrumento jurídico assemelhado.        
§ 1o A concessão de apoio financeiro depende de aprovação de PLANO DE TRABALHO.         
§ 2o A celebração e a prestação de contas dos instrumentos aos quais se refere o caput serão feitas de forma
simplificada e compatível com as características das atividades de ciência, tecnologia e inovação, nos termos de
regulamento.    
§ 3o A vigência dos instrumentos jurídicos aos quais se refere o caput deverá ser suficiente à plena realização do objeto,
admitida a prorrogação, desde que justificada tecnicamente e refletida em ajuste do plano de trabalho.          
§ 4o Do valor total aprovado e liberado para os projetos referidos no caput, poderá ocorrer transposição, remanejamento
ou transferência de recursos de categoria de programação para outra, de acordo com regulamento.           
§ 5o A transferência de recursos da União para ICT estadual, distrital ou municipal em projetos de ciência, tecnologia e
inovação não poderá sofrer restrições por conta de inadimplência de quaisquer outros órgãos ou instâncias que não a
própria ICT.        
INSTRUMENTOS
JURÍDICOS
Encomenda Estatal
Art. 20.  Os órgãos e entidades da administração pública, em matéria de interesse
público, poderão contratar diretamente ICT, entidades de direito privado sem fins
lucrativos ou empresas, isoladamente ou em consórcios, voltadas para atividades de
pesquisa e de reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização de
atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação que envolvam risco tecnológico,
para solução de problema técnico específico ou obtenção de produto, serviço ou
processo inovador.

§ 4o O fornecimento, em escala ou não, do produto ou processo inovador resultante


das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação encomendadas na forma
do caput poderá ser contratado mediante dispensa de licitação, inclusive com o
próprio desenvolvedor da encomenda, observado o disposto em regulamento
específico.         
POLÍTICA DE INOVAÇÃO DA
ICT PÚBLICA
 Organização e gestão dos processos que orientam a
transferência de tecnologia e a geração de inovação.
 Critérios para compartilhamento e permissão de uso por
terceiros de equipamentos.
 Critérios para contratação e transferência de tecnologia
de forma exclusiva.
 Política de prestação de serviços especializados.
 Critérios para celebração de acordos de parceria
 Critérios para a cessão de PI para o criador.
 Política de remuneração para o criador
TEMAS DE REGULAMENTAÇÃO

Cooperação entre Empresas e o Poder Público


Bônus Tecnológico (art. 2º, XIII incluído pela Lei nº 13.243/2016);

Cessão do uso de imóveis para instalação e consolidação de ambientes promotores da


inovação (art. 3º-B, § 2º, I incluído pela Lei nº 13.243/2016);
Participação minoritária da União e dos demais entes federativos e suas entidades
autorizados, no capital social de empresas, com o propósito de desenvolver produtos ou
processos inovadores (art. 5º incluído pela Lei nº 13.243/2016);
Contratos de transferência de tecnologia e de licenciamento poderão ser firmados
diretamente (art. 6º, § 2º da Lei nº 10.973/2004);
Prazo para manifestação do órgão ou da autoridade máxima da instituição acerca da cessão
dos direitos da ICT sobre a criação (art. 11, parágrafo único da Lei nº 10.973/2004);
Estabelecer as prioridades da política industrial e tecnológica nacional (art. 19, §1º da Lei nº
10.973/2004);   
Os mecanismos de fomento, apoio e gestão adequados à internacionalização das ICTs
públicas (art. 15, §2º, da Lei nº 13.243/2016).
TEMAS DE REGULAMENTAÇÃO

Importação de produtos e de insumos para a


pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e a inovação
 

Critériose habilitação para as isenções e reduções do Imposto de


Importação por empresas, na execução de projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação (art. 2º, inciso I, alínea g, Lei nº 8.032/90).

Procedimento simplificado e prioritário para os processos de


importação e de desembaraço aduaneiro de bens, insumos, reagentes,
peças e componentes a serem utilizados em pesquisa científica e
tecnológica ou em projetos de inovação (art. 11, Lei nº 13.243/2016).
TEMAS DE REGULAMENTAÇÃO

Compras, Contratações e Execução Orçamentária


Transposição, remanejamento ou transferência de recursos de categoria de
programação orçamentária para outra (art. 9º-A, § 4º, da Lei nº 10.973/2004 e art.
12 da Lei nº 13.243/2016);

Dispensa de licitação nos contratos de fornecimento de produto ou processo


inovador resultante das atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação
encomendadas pelo Poder público (art. 20, §4º incluído pela Lei nº 13.243/2016);

Dispensa de documentos de habilitação nas contratações de produto para


pesquisa e desenvolvimento (art. 32, §7º, Lei nº 8.666/93);

Procedimentos especiais para a dispensa de contratação de obras e serviços de


engenharia nas áreas de pesquisa e desenvolvimento (art. 24, §3º, Lei nº 8.666/93)
CELEBRAÇÃO E
PRESTAÇÃO DE CONTAS

 Celebração de instrumentos jurídicos e a prestação de contas


de forma simplificada (art. 9º-A, § 2º, incluído pela Lei nº
13.243/2016);

 Os procedimentos de prestação de contas dos recursos


repassados de forma simplificada e uniformizada (art. 27-A
incluído pela Lei nº 13.243/2016);  

 Procedimentos para a prestação de informações pela ICT


pública ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (art. 17
da Lei nº 13.243/2016).  
TEMAS DE REGULAMENTAÇÃO

Regime de RH do sistema público de C, T&I

Disposição acerca das atividades desenvolvidas pelo pesquisador


público quando do seu afastamento para prestar colaboração a outra
ICT (art. 14, §1º da Lei nº 10.973/2004);

Requisitos para concessão ao pesquisador público de licença sem


remuneração para constituir empresa com a finalidade de desenvolver
atividade empresarial relativa à inovação (art. 15 da Lei nº
10.973/2004).
“ Essencial à Justiça! Indispensável à Nação! ”

Obrigado!

Bruno Monteiro Portela


Consultor Jurídico do MCTI

bruno.portela@mcti.gov.br
bruno.portela@agu.gov.br
Tels.+55 (61) 2033-8137/7615
+55 (61) 9121-2215

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