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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


FACULDADE DE LETRAS/LIBRAS
 

Literatura Nacional II
Profa. Márcia Pinheiro
Romantismo
Romantismo
Segundo Paul Valéry, seria necessário ter perdido todo o espírito de
rigor para querer definir o Romantismo.
 Impotência de síntese;
 O amor e a Pátria;
 A natureza e religião;
 O povo e o passado.
Esses temas afloram tantas vezes na poesia romântica, são conteúdos
brutos, espalhados por toda a história das literaturas e pouco ensinam ao
intérprete do texto, a não ser quando postos em situação, tematizados e
lidos como estrutura estética.
Pensei que o Amor vivesse à Luz quente do Sol
Ele vive ao luar
Eu pensei encontrá-lo ao calor do Dia
Consolador da Noite é o doce Amor
Na escuridão da noite
E na neve do inverno
Entre os nus e os réprobos,
É o que deves buscar.
(BLAKE, William)
Romantismo
“No começo do século XIX o Brasil estava numa situação que hoje
podemos ver o quanto era contraditória, não apenas em sentido político,
mas também cultural. Colônia de um país atrasado como Portugal, o
estatuto de dependência já atrapalhava os movimentos de suas classes
superiores, que desejavam cada vez mais ser também dirigentes. Os
homens cultos, os clérigos, os proprietários sentiam mal-estar no mundo
fechado que a Metrópole criara, não apenas impedindo o intercâmbio
comercial, mas tomando a parte do leão nos produtos da riqueza e
estabelecendo condições humilhantes para os naturais do país.”
( CANDIDO, 1980, p. 2).
Chegada da Família Real ao Colônia de 1530-1822
Brasil (1808); Império de 1822-1889
Independência do Brasil República de 1889 - aos dias
( 1822); contemporâneos
Abolição da escravidão
(1888);
Instalação da República
(1889).
Desejo de autonomia, especialmente após 1822, o Romantismo
apareceu aos poucos como caminho favorável à expressão própria da
Nação recém-fundada, uma vez que fornecia concepções e modelos que
permitiam afirmar o particularismo, e portanto a identidade, em
oposição à Metrópole.
Ferdinand Denis:
 Consciência da autonomia;
 Verificação de um passado literário;
 Reconhecimento da posição central de temas nativistas;
 Descrição da natureza local e dos costumes;
 Realce ao índio que era o habitante primitivo
Instalação em Londres do Correio Brasiliense (1808-1822) jornal
coordenado por Hipólito da Costa (1774-1823).
“Em 1836 publicaram os dois únicos números de uma revista
considerada marco fundador do Romantismo brasileiro, embora a
absoluta maioria da matéria fosse de Astronomia, Química, Economia...
Mas o título indígena, Niterói, equivalia a um programa nativista, e no
primeiro número Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811-82)
publicou, retomando Denis, o “Ensaio sobre a história da literatura
brasileira”, no qual traçava o programa renovador, completado pelo do
prefácio do livro que publicou no mesmo ano, Suspiros poéticos e
saudades, considerado pelos contemporâneos o ponto de partida da
transformação literária e iniciador da literatura propriamente brasileira”
(CANDIDO, 1980. p. 14).
A ideia básica desse texto é a de que cada “ cada povo tem a sua
Literatura, como cada homem o seu caráter, cada árvore o seu fruto”.
Mas assim como as árvores admitiam enxertos, de forma a produzir
duas ou mais espécies de frutos, assim também as literaturas
incorporavam traços de outras culturas e crenças.

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